Capítulo 53

Oi, florzinhasss!!
Bem, desta vez nem demorei muito, né?
Era pra eu ter atualizado domingo, mas resolvi fazer uma surpresinha pra vocês: peguei dois capítulos, juntei e vou postar os dois agora! São dois capítulos em uma só postagem hoje!!Demorei porque meu pulso está doendo até agora de tanto que digitei!Quase desisto de fazer isso, mas vocês merecem uma recompensa pelos comentários, pelo apoio, pela paciência e por eu não ter atualizado tanto como antigamente.Estou aproveitando o recesso da faculdade( não é férias =/ porque com a greve do ano passado o calendário ficou louco!Fiquei de "férias" dia 17 e dia 29 agora já volta tudo de novo =~~~)

Ahhhhhh outra coisa! Ia esquecendo!! Tenho dois recadinhos hoje:

1-Ouçam a música. É muito bonitinha! =p

2-Logo no final do capítulo tem uma enquete para vocês responderem. Gostaria muito da opinião de vocês leitoras.

Agora vamos ao que interessa: o capítulo!
Espero que vocês gostem!!
Vou esperar os comments, hein!!
Ahhh e obrigada para todas as meninas que sempre comentam:Carmem, Fabi, Monikita, Samara, Mari, Mika, Carol, Babi, Jéssica, Naty, Vanessa, Rafa, Ju...enfim, para todas vocês!!E também para as meninas que estão comentando agora: Gaby, Roberta e Aninha!Muito obrigada mesmoooo!!
Obrigada também pra quem me add no orkut, msn, manda e-mail, scrap; e pra quem só lê mesmo e não deixa recado também ;)
Ahhh quem quiser que eu avise das atualizações da fic por e-mail, é só deixar um recadinho aqui com o endereço do e-mail, viu?

Quem quiser me add no msn: larah00@hotmail.com Vou adorar conversar!(eu ando meio sumida do msn, mas minha irmã gêmea, Larissa, está sempre on! Ela também é fã. Podem mandar recadinho por ela. lol)

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm


Pleaseeee, comentem!!Amooo os comments de vocês!
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Boa leitura!
Lara

Cap. 53

     Ao ver Taylor e Mariana a sua frente, Isaac desenlaça a cintura de Pietra e se afasta dela discretamente. Pietra percebe que ele ficara repentinamente estranho pelo modo como ele pusera fim àquele abraço. Ela então olha para o rosto dele e confirma que havia mesmo algo de errado.

Pietra-O que foi?-enrugando a testa-Parece que viu um fantasma!-brinca; sorrindo. 

     Isaac permanece calado. Pietra vira o rosto para trás a fim de ver o que tanto chamara a atenção dele. Seu sorriso desaparece assim que seus olhos fazem contato visual com a pequena “platéia” ali presente.

     Taylor abaixa os olhos, sem acreditar naquela infeliz coincidência.

Mari-Ora, ora se não é o mais novo casal de Nova Iorque!-com um enorme sorriso sarcástico estampado no rosto. O tom usado não poderia ser mais debochado.

Ike-Mari...-preocupado com o que ela poderia estar pensando-...nós dois só estávamos...-ela o interrompe:

Mari-Resolveu assumir os seus sentimentos por ela, Isaac? Parabéns pra você! Deve estar feliz agora; não?

Pietra-O que você acabou de ver, Mariana, não é o que você está pensando...-tentando ajudar Isaac a explicar tudo-Aliás, tem muita coisa que você deve estar pensando a nosso respeito mas que não tem nada a ver...-visivelmente constrangida.

Mari-Você não precisa explicar nada pra mim, Pietra. Todo mundo já sabe que a única pessoa que sempre esteve no lugar errado em toda essa história sou eu. Não precisam ficar tentando esconder mais nada. Agora vocês podem se agarrar à vontade...quer dizer..podem continuar se agarrando, já que era isso que vocês estavam fazendo antes da minha aparição. Só sugiro que procurem um local mais reservado, sabe. Tem crianças aqui no parque.-com o mesmo tom debochado.

Ike-A começar pela Pietra, Mari.-considerando absurda a insinuação dela.

Pietra-Ah! Obrigada, Isaac!-olhando para ele com um sorriso irônico demonstrando sua chateação com o comentário dele.

Mari-Você não deveria falar assim da sua namorada, Isaac.

Ike-Ela não é minha namorada, Mariana.-passando a olhar para Pietra-...Desculpa, Pietra. Eu não quis ofender você...Mas é um absurdo pensar em nós dois juntos!-totalmente perdido entre se explicar para Mariana e se desculpar com Pietra. Taylor percebe o nervosismo do irmão e o desconforto dele naquela situação, mas não sabia o que fazer para ajudá-lo.

Tay-Mariana, acho melhor...-mal ele balbucia algumas palavras, Mariana o interrompe como se nem o ouvisse:

Mari-Não sei por que é tão absurdo assim, Isaac! Depois de três beijos, não vejo nada mais óbvio do que imaginar vocês dois juntos. Achei que ela tivesse crescido pra você.-sarcástica.

Ike-Eu não me envolveria com alguém sem antes ter resolvido a nossa história, Mari.

Mari-Como você é gentil e integro, Isaac! Muito comovente!-irônica-Mas se é isso que você está esperando para assumir de vez que está apaixonado pela Pietra...-Pietra olha para Isaac levantando uma das sobrancelhas. Taylor também encara o irmão esperando para saber o que ele diria.

Ike-Eu já disse que não estou apaixonado pela Pietra, Mari.-interrompendo antes mesmo que ela pudesse terminar o que falava.

        Pietra sente as palavras de Isaac entrarem por seus ouvidos e  atingir seu coração como se pudessem dilacerá-lo.

Taylor sente-se mal ao vê-la baixar os olhos e pressionar os lábios um contra o outro; parecia querer conter o grito da dor que aquelas palavras causavam.

Mari-E eu já disse que isso não faz mais diferença, Isaac! Eu nem sei por que estamos prolongando esta conversa.

Ike-Será que é porque nós não podemos chamar de ‘conversa’ nenhuma das vezes em que eu tentei falar com você desde sábado e você não me ouve? Você não me deixa falar, Mari; não me deixa explicar direito o que aconteceu...

Mari-Eu não acho que você um dia consiga explicar os três beijos sem se comprometer. Você não vai me convencer de que há uma boa justificativa pra você ter me feito de boba durante todo esse tempo!-se exaltando um pouco-Não tente se eximir da sua culpa.

Ike-Eu não estou tentando me eximir de nada, Mari. Eu só quero que você entenda que esses beijos tiveram um contexto...As circunstâncias na qual eles aconteceram...-ela o interrompe:

Mari-Eu nunca beijaria outro cara, Isaac. NUNCA! Não importa a circunstância, eu nunca faria isso com você!-indignada com a tentativa dele de justificar o que para ela não tinha justificativa.-Nunca.

       Pietra olha para Taylor: ambos sabiam sobre o beijo que Mariana dera nele no dia em que se excedera bebendo durante a exposição de fotografia. Ela o olhava como se esperasse que ele revelasse o que sabia para tentar ajudar o irmão. Mas Taylor a olha de modo contundente deixando claro que essa possibilidade estava descartada.

Ike-Eu juro que não tive intenção de magoar você, Mari...

Mari-Já chega! Eu não quero ouvir mais nada. Podem voltar ao que faziam. Desculpa por tê-los interrompido.-sarcástica-Mas não se preocupem: eu já estou indo embora.-passando por entre os dois pra continuar seguindo caminho.

Ike-Mariana, espera.-virando o rosto para olhá-la. Mas ela continua andando sem nem ao mesmo olhar para trás. Ele, então, vai atrás dela.

Pietra desvia seu olhar para Taylor.

Pietra-Por que você não falou do beijo para ela, Tay??

Tay-Porque ela não precisa saber disso, Pi.

Pietra-Como não, Tay? É óbvio que ela precisa saber. Só assim ela vai entender que um beijo pode, sim, acontecer movido pelas circunstâncias.

Tay-O Ike não estava bêbado em nenhuma das vezes em que te beijou.

Pietra-Mas agiu por força das circunstâncias.

Tay-O primeiro beijo que ele te deu também?-a encarando.

Pietra-...-emudecendo; sem saber o que dizer.

Tay-A Mariana morreria se soubesse que me beijou, Pi!

Pietra-Eu se fosse ela morreria de raiva por não lembrar de ter beijado alguém que beija tão bem!-sorrindo; não resistindo ao comentário. Taylor acaba sorrindo também.

Tay-Depois quero saber mais sobre a sua opinião a esse respeito.-sorrindo maroto-Agora eu preciso ir atrás da Mariana antes que ela e o Ike comecem a brigar feio.

Pietra-Você quer dizer continuar a brigar, não é?-corrigindo. Ela tencionada dar as costas para tomar a mesma direção que Isaac e Mariana. Tay segura uma das mãos dela, a impedindo de virar o corpo para seguir caminho.

Tay-Pi.

Pietra-Oi.-olhando para ele.

Tay-Eu sei que você gostaria de resolver toda essa situação e fazer com que a Mariana ouvisse o que o Ike tem a dizer, mas...

Pietra-Eu não vou contar, Tay.-entendendo o que ele queria dizer-Tenho que confessar que é difícil...porque eu acho que isso poderia ajudar a fazer com que a Mari fosse um pouco mais flexível com o Isaac...mas eu não vou contar. É um segredo seu. Eu nunca contaria para alguém sem que você antes me autorizasse a fazê-lo.-com ternura-Você fez isso por mim quando te contei sobre os meus beijos com o Isaac...E ainda faz, porque você guarda o maior dos meus segredos...-ele a interrompe:

Tay-Facilitaria se isso deixasse de ser segredo...

Pietra-Facilitaria em que, Tay?-com um leve sorriso irônico-Você não o ouviu dizer que eu sou uma criança? Se ele soubesse que estou apaixonada por ele com certeza daria risada do meu pueril amor platônico.

Tay-Eu não acho que ele beijaria uma criança.-murmura.

Pietra-Ahn?-sem ter ouvido direito o que ele dissera.

Tay-Eu só não acho que a Mariana precisa se sentir culpada de alguma coisa para perdoar o que o Ike fez.-voltando ao foco da conversa-Você entende?

Pietra-Vocês fizeram as pazes, né?-sorrindo.

Tay-Fizemos.-sorrindo timidamente-E eu não sei como ela reagiria se soubesse que eu venho escondendo  até hoje o fato dela ter me beijado.-perdendo o sorriso; assumindo uma expressão de preocupação.

Pietra-Não se preocupa, Tay. Se depender de mim, ela vai continuar sem saber o que aconteceu.

Tay-Obrigado, Pi.-a abraçando.

Pietra-Ai que saudade disso!!-sorrindo; o apertando forte. Ele afasta um pouco o corpo para olhá-la, roçando carinhosamente seu nariz no dela.

Tay-Eu também estava com saudade: a gente não se via desde sábado.

Pietra-Mas acho melhor matarmos a saudade depois e irmos atrás daqueles dois antes que eles façam do parque um campo de batalha e declarem a terceira guerra mundial.-Taylor ri.

Tay-Adoro as suas colocações e como elas sempre são pertinentes.-Pietra sorri.

Pietra-Vem, Tay.-o puxando por uma das mãos para que eles se apressassem para alcançar Isaac e Mariana.

* * *

Ike-Mari, você não pode ficar fugindo de mim a vida toda!-caminhando mais rápido para conseguir ficar lado a lado com ela. Mariana continua sem olhar para trás, andando cada vez mais rápido em direção ao local onde Taylor deixara seu carro.

Mari-E você não pode ficar me seguindo.

Ike-Mas nós temos que conversar.

Mari-Eu não quero te ouvir. Eu não confio mais em você. Não acredito em nada do que você diz.

Ike-Nem mesmo quando eu digo que não queria te magoar?-segurando-a pelo braço quando finalmente a alcança depois que ela ficara indecisa sobre qual dos carros vermelhos no local era de Taylor.

Mari-Agora isso não faz tanta diferença, Isaac; você já o fez. Não tem mais volta.-ele se sente mal pelo modo duro como ela o encarava.

Ike-Por favor, Mari, não me olha assim...

Mari-Solta o meu braço, Isaac...por favor.-educadamente, mas fria.

Ike-Eu sei que parece não ter explicação, Mari, mas...

Mari-Que parte do “não quero mais te ouvir” você não entendeu, Isaac?-seca-Depois de ter sido traída e humilhada na frente de todos os meus e dos seus amigos, você acha mesmo que eu deveria estar morrendo de amores por você??

Ike-...Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo e consertar tudo isso.-triste.

Mari-Eu já disse: não tem volta.-puxando o braço e se libertando dele-E sabe o que é pior nisso tudo, Isaac? É que você continua tentando me enganar. Não só a mim, mas a você também. Você faz questão de dizer que não teve intenção de me magoar, no entanto não sabe explicar direito por que beijou outra garota três vezes...três vezes, Isaac!! Se você falasse que está apaixonado pela Pietra, talvez eu pudesse tentar entender. Mas se você não está apaixonado ou pelo menos interessado por ela, eu não posso aceitar o que você fez de forma alguma. Não tem justificativa! Enquanto a gente namorava você beijou três vezes uma garota por quem você não sente nada? Acha que isso faz com que eu me sinta melhor?-balançando a cabeça com ar de reprovação-Desculpa...mas isso é demais para mim.

Ike-...-visivelmente arrasado-Será que você nunca será capaz de me perdoar?

Mari-...-respirando fundo; olhando para cima para evitar que uma lágrima que se formara em seu olho direito pudesse rolar por seu rosto-Tudo o que eu queria era que você fosse sincero comigo, Isaac. Eu não suporto me sentir traída, exposta, desrespeitada, humilhada...principalmente se isso vem de uma pessoa de quem eu gosto muito...de quem eu nunca esperava algo assim. Isso dói muito.-olhando para ele, já que a lágrima caía mesmo após seu esforço para contê-la-Enquanto eu não entender tudo o que eu realmente estou sentindo, enquanto eu achar que você não está sendo honesto comigo...eu não vou conseguir te desculpar. O que você sente por mim, Isaac? O que você sente pela Pietra?-o encarando.

Ike-...

Mari-Está vendo?-sorrindo com leve ironia-Como você quer que eu acredite nas coisas que você diz pra mim se você não consegue ser honesto nem consigo mesmo?

Ike-Eu não estou apaixonado pela Pietra, Mari. Eu não posso estar.

Mari-Por que não?? Por que você pôs na cabeça que isso é tão errado? Errado foi você ter começado um relacionamento comigo para tentar mascarar o que sente por ela! Errado é usar alguém para se sentir melhor. E isso é outra coisa que eu só percebi quando toda a história dos beijos veio à tona, mas que eu também não consigo aceitar!

Ike-Eu não usei você, Mari. Quando eu te pedi em namoro nós estávamos nos conhecendo, eu estava gostando de você, me sentia bem ao seu lado...Eu queria que déssemos certo juntos e eu senti que isso seria possível.

Mari-Foi um erro, Isaac. Nós nos precipitamos. Olha só o que aconteceu!!? Você já havia dado o primeiro beijo na Pietra quando me pediu em namoro! Isso significa alguma coisa!

Ike-Eu a beijei, mas foi com você que eu quis namorar. Isso também significa alguma coisa!

Mari-Significa que desde o começo você sentiu algo por ela mas nunca foi capaz de admitir! E continua negando mesmo que isso só traga dor para qualquer um que se envolva em toda essa história.

Ike-...-ele entreabre a boca para falar alguma coisa, mas Mariana mal avista Taylor e Pietra se aproximando, se dirige até eles antes mesmo que estes chegassem ao ponto exato onde Isaac e ela estavam.

Mari-Eu sei que você encontrou o seu irmão e a sua amiga, Taylor, e provavelmente quer ficar com eles, então eu posso ir de metrô para o trabalho...Eu já estou atrasada mesmo.-querendo sair logo dali.

Tay-Nada disso, Mariana. Eu levo você.-tirando de dentro do bolso a chave do carro; olhando preocupado para a expressão no rosto dela e do irmão.

Mari-Você não se importa, Pietra?

Pietra-...er...Claro que não, Mariana.-sem jeito, não conseguindo olhá-la diretamente.

       Mariana volta para junto do carro de Taylor enquanto este se despedia de Pietra com um abraço. Ao passar por Isaac novamente, Mariana nada fala, indo direto para o lado da porta do carona. Isaac baixa a cabeça.

Taylor também passa pelo irmão e apenas bate fraternalmente no braço dele, caminhando para abrir a porta do carro para Mariana entrar.

Os dois partem deixando Isaac e Pietra sozinhos outra vez observando o carro se distanciar. Pietra se aproxima dele.

Pietra-Pelo visto não resolveram nada; não é?

Ike-...Não.-passando a olhá-la.

Pietra-Não ajudou em nada você falar para ela que eu sou uma criança?-alfinetando com uma pontinha de ressentimento.

Ike-Ok. Ok. Pode me torturar também. Eu estou começando a achar que realmente mereço.-passando as mãos pelos cabelos. Pietra percebe que ele estava mesmo bem triste.

Pietra-...Desculpa.-arrependida-Esquece o que eu falei.-mordendo de leve o lábio inferior.

Ike-Não precisa se desculpar, Pietra. Eu não deveria ter chamado você de criança...Eu não precisava ter falado aquilo.

Pietra-É. Não deveria mesmo.-concordando. Ele deixa escapar um tímido sorriso.

Ike-É bom ouvir você concordar comigo pelo menos uma vez.-brinca.

Pietra-Às vezes você é bem sensato, Isaac...raramente, mas acontece.-sorrindo marota; mas logo perdendo parte dele-E como foi a conversa? Você conseguiu fazê-la ouvir você?

Ike-...A Mari está muito magoada, Pietra...

Pietra-Ela ficou pensando besteira por causa do abraço; não foi?-preocupada.

Ike-...Até que não.-desviando o olhar para a direção em que o carro de Taylor seguira-Ela não está pensando besteira nenhuma...-pensativo.

Pietra-Não?-enrugando a testa-Mas ela falou que nós éramos “o novo casal de Nova Iorque”; que estávamos nos agarrando...e que você...-reticente-...que você...-baixando os olhos.

Ike-...que eu estou apaixonado por você?-voltando a olhar para ela.

Pietra-...-sem graça-Viu como ela está pensando besteira?!-forçando um sorriso-Você deixou claro que isso é um absurdo, enfatizou o fato de me considerar uma criança...-ele a interrompe:

Ike-Não vai esquecer essa parte, não é?-chateado.

Pietra-Desculpa de novo. Foi inconsciente.-eles ficam em silêncio por alguns segundos. Isaac se posiciona de frente para ela.

Ike-Se você tiver perdido o ânimo e não quiser mais sair para comprar o presente da Sabrina, eu vou entender.-quebrando o gelo.

Pietra-Por quê? Você não quer mais?

Ike-Não falo por mim. Falo por você. Eu vi que você ficou chateada com o que aconteceu agora a pouco...Não tem problema se você não quiser mais ir comigo.

Pietra-Desistir depois de ter convencido você a ir ao Manhattan Mall? Nem pensar!-sorrindo; fazendo-o sorrir também-Nós saímos para comprar o presente da Sá então nós vamos comprar. Eu prometi que te ajudaria; não prometi?

Ike-Prometeu.-sorrindo.

Pietra-Então já que estamos aqui, vamos aproveitar. Vamos esquecer dos nossos problemas pelo menos por esta tarde.-recuperando o ânimo.

Ike-Não sei se consigo...-voltando a ficar sério novamente.

Pietra-Você é chato e “do contra” mas nem tanto assim, Isaac.-zoando-Consegue sim. Nada que uma ida ao Manhattan Mall não cure!-brinca; puxando as extremidades da boca dele para forçar um sorriso-Viu? Sorriu!-rindo; o soltando.

Ike-Nada que você não cure.-a encarando.

Pietra-...-sem graça-Então vamos?-com um sorriso amarelo.

Ike-Vamos. Vamos, sim.-sorrindo.

Pietra-Ah! Mas eu só vou com uma condição.

Ike-Condição?-enrugando a testa.

Pietra-Nada de ficar com carinha de cachorrinho perdido ou triste por algum problema; ok?

Ike-Só se você prometer que vai cuidar de mim.-manhoso. Ela ri.

Pietra-Desde quando uma “criança” cuida de um “adulto”?-sorrindo.

Ike-Você cuidou de mim quando eu estava resfriado.

Pietra-Você ainda está, Isaac.

Ike-Mais um motivo para você continuar cuidando de mim.

Pietra-Pode bater quando for malcriado?-rindo.

Ike-Eu disse cuidar, não maltratar.-rindo também.

Pietra-Ah! Qual a graça então?-zoando.

Ike-Engraçadinha!-irônico; sorrindo.

Pietra-Vamos, Isaac. O Manhattan Mall nos espera!-o puxando pela mão.

Ike-Espera, mocinha. Eu tenho uma observação a fazer.-não se movendo.

Pietra-O que é dessa vez, Isaac?

Ike-Nós vamos para o Manhattan Mall, mas nada de “Aeropostale”, hein!-com um sorriso implicante.

Pietra-Ahhh seu chatoo!! Assim não vale!-choramingando. Ele ri.

Ike-Claro que vale.

Pietra-Eu querendo te animar e você fazendo questão de me deixar down; não é?-dando um tapinha no braço dele-Isso não é justo!

Ike-Vem, maluquinha.-rindo-Deixa que eu te animo do meu jeito.-sorrindo.

Pietra-O que é? Vai me comprar uma boneca?-irônica.

Ike-Eu pensei em um urso de pelúcia, mas se você prefere uma boneca...-cínico.

Pietra-Cala a boca, Isaac.-olhando feio para ele; dando as costas e começando a caminhar em direção ao carro dele.

Isaac a observa por alguns segundos e sorri, logo se apressando para segui-la.

* * *

        Taylor dirigia em direção a biblioteca enquanto Mariana ia calada sentada no banco do carona. Eles não trocaram uma palavra desde que deixaram o parque, mas Taylor estava bastante inquieto com aquele silêncio.

Tay-...Está tudo bem, Mariana?-tomando coragem para começar um assunto.

Mari-Ahn?-desviando o olhar da janela para ele, despertando de seu “transe”.

Tay-Eu perguntei se está tudo bem com você. Está?-dividindo seu olhar entre ela e a direção.

Mari-...Você está perguntando por causa do encontro com o recém-casal?-um pouco ressentida.

Tay-Eles não são um casal, Mariana.-tentando pôr panos quentes.

Mari-É melhor não conversarmos sobre isso, Taylor: a Pietra é sua amiga, o Isaac é seu irmão...

Tay-Eu sei que você está chateada com o Ike, e apesar de ser meu irmão não justifico o que ele fez...mas a Pi...-reticente.

Mari-Você vai defendê-la?-o encarando.

Tay-Você vai ficar com raiva de mim?-olhando exclusivamente para ela, pois o sinal havia fechado.

Mari-...Não. Você tem o direito de defender quem você quiser. Assim como eu tenho o direito de discordar de você.

Tay-Nem preciso perguntar se você está com raiva dela então.-parecendo triste.

Mari-Se você está pensando que eu estou com raiva dela deveria fazer a pergunta.-Taylor enruga a testa.

Tay-E não está?

Mari-...Não posso mentir que àquele dia na sua casa eu fiquei com muita raiva da Pietra também. Pensei horrores dela! Mas depois eu parei para pensar...Não posso culpá-la por ter sido beijada pelo meu namorado, nem tão pouco esperar que ela tenha mais consideração por mim do que ele.

Tay-Mesmo vocês duas não sendo amigas de longa data, pode ter certeza que a Pi tem muita consideração por você. Ela tem muito caráter, Mariana; respeita as outras pessoas independentemente do grau de proximidade que tem com elas.

Mari-Ela também tem muita sorte por ter alguém que a defenda com tanta veemência.

Tay-Eu defenderia você do mesmo modo.-olhando-a nos olhos; fofo. Mariana se surpreende com as palavras dela, deixando escapar um grato sorriso.

Mari-Então eu também tenho muita sorte.-ele sorri. O semáforo fica verde e Taylor tem que voltar a olhar para a direção.Mariana fica observando ele discretamente.

“O rosto dele é perfeito!”-ela pensa; disfarçando rapidamente seus olhares quando ele parecia perceber que ela o observava.

       Como o Central Park não era tão longe da biblioteca pública quando o trajeto era feito de carro, Taylor logo estaciona o veículo junto a praça que ficava em frente ao prédio da biblioteca.

Tay-Está entregue, senhorita.-com um sorriso fofo-Espero que você não esteja muito atrasada.

Mari-...-consultando seu relógio de pulso-Quinze minutos.

Tay-Adiantada?-se fazendo de desentendido. Ela ri.

Mari-Atrasada, bobo.-tirando o cinto de segurança-Coitada da Larinha! Ela já deve estar pensando que vou deixá-la na mão! Eu nunca chego atrasada no trabalho!

Tay-Dificil acreditar depois de hoje.-sorrindo implicante.

Mari-...-aperta os olhos com ar de incredulidade-Ok. Eu me atrasei hoje para o curso de fotografia e para o trabalho, mas isso não acontece sempre.-contendo um sorriso.

Tay-Se você dirigisse, facilitaria as coisas pra você.

Mari-Eu gosto das coisas difíceis, Taylor.-sorrindo.

Tay-Ainda vou te ver dirigindo.

Mari-Ainda vou te ouvir dizer que desiste dessa ideia fixa.-ele ri.

Tay-Eu sou muito obstinado, Mariana.

Mari-Eu também.-sorrindo-Obrigada pela carona, Taylor.

Tay-De nada, Mariana.-ela abre a porta do carro para sair, mas hesita um pouco e vira o rosto para olhá-lo novamente.

Mari-...Eu sei que nós somos amigos agora...de novo...e que eu deveria...quer dizer...seria sinal de amizade me despedir de você dando um beijo no seu rosto...-meio sem graça e enrolada para falar o que queria-...mas como nós não somos muito bons nisso...E se você lembrar de como foram confusas e desastrosas as nossas últimas despedidas levando em consideração o quesito “beijo”, você concordará comigo...Você pode fingir que eu te beijei?-referindo-se à todas vezes em que eles se atrapalharam na hora do beijo de despedida.

Tay-Não.-sério.

Mari-Não?-meio desapontada.

Tay-Deixa que eu te beijo.-inclinando seu corpo para beijá-la no rosto. Mariana fecha os olhos ao sentir os lábios dele tocarem sua bochecha.

Mari-Tchau, Taylor.-abrindo os olhos quando ele afasta o corpo.

Tay-Tchau, Mariana.-ela sai do carro-Não chega atrasada amanhã no curso de fotografia, hein!-ela sorri.

Mari-Vou tentar.-fechando a porta. Ela atravessa a rua e segue em direção a entrada do prédio da biblioteca.

      Taylor suspira e repousa a cabeça no encosto do assento do motorista.

Tay-Se ela soubesse o que eu sinto...-murmura.

            O celular dele começa a tocar. Taylor o tira do bolso e atende rapidamente.

-Tay, aqui é o Josh, cara. Onde você está? Esqueceu que você tem que dar aula de monitoria hoje?-falava um colega de faculdade de Taylor-Todos os seus alunos já estão na sala. Você está atrasado.   

Tay-Eu sei, Josh. Mas eu tive que resolver algumas coisas...-lembrando que havia mentido para Mariana dizendo que não tinha nada para fazer àquele horário só para que ela aceitasse uma carona até a biblioteca-Segura as pontas aí pra mim; eu estou chegando.

-Tudo bem. Mas vem logo. Eu também tenho que dar aula daqui a pouco.

Tay-Valeu, cara. Fico te devendo essa.-ele desliga o telefone. 

     Ele olha mais uma vez para a biblioteca, mas Mariana já havia entrado no prédio. Taylor liga o carro e parte para a universidade onde ele estudava arquitetura e era monitor.

* * *

       Zac segue a senhorita Marshall até a sala de seu chefe se sentindo ainda mais desconfortável quando a secretária sai da sala os deixando a sós.

Arthur-Seja bem-vindo à A & S telecomunicações, Zachary.-sorrindo simpático ao vê-lo.

Zac-Obrigado, senhor. Fico muito lisonjeado e agradecido pela oportunidade.-tentando disfarçar o nervosismo.

Arthur-Aproxime-se, rapaz. Sente-se.-percebendo que ele estava nervoso, querendo deixá-lo mais à vontade.

Zac-Obrigado.-sentando.

Arthur-Não precisa ficar apreensivo, rapaz. O que me fez chamá-lo até aqui não é motivo para que você se preocupe. Muito pelo contrário. Eu não costumo ter muito contato com os estagiários da empresa, Zachary...Não por falta de vontade, mas por falta de tempo. É por isso que eu deixo o bom e velho Martin auxiliando vocês no que precisarem...Mas você é um caso especial.-Zac se mostra um pouco surpreso. O senhor Sanderson sorri-Vou ser mais claro. Você é amigo dos meus filhos e eles falam muito bem de você, principalmente a Emily. Ela tem um carinho enorme por você, Zachary, e é por isso que eu gostaria que você me ajudasse a mantê-la interessada no trabalho.-Zac ouvia tudo atentamente-Você não imagina como eu estou feliz por ela finalmente ter decidido vir trabalhar aqui, conhecer os negócios da família! Eu sei que você lidará com a parte administrativa e a minha filha com publicidade, mas eu queria que você a ajudasse no que ela precisasse. Eu pediria para o Victor fazer isso, porém os dois brigam muito...não daria certo. Como a Emily demonstra gostar bastante de você...pediu até para ficarem na mesma sala... eu tenho certeza de que ela aceitara sua ajuda ou um conselho; ela se sentirá segura e motivada para continuar aqui mesmo depois que estiver um pouco enjoada do trabalho. Porque eu a conheço bem; temo que ela desista quando a empolgação passar. Você me ajudaria?

Zac-...Claro. Claro que sim, senhor Sanderson.-não sabendo se ficava aliviado pela conversa com o chefe não ser um bicho-de-sete-cabeças ou se ficava preocupado com o fato de ter que trabalhar com Emily. Ele lembra que Lara tinha ciúmes de Emily, e provavelmente não ficaria nada satisfeita quando soubesse quão próximos os dois teriam que ficar.

Arthur-Eu sabia que podia contar com você, Zachary.-sorrindo-Muito obrigado, rapaz.-estendendo a mão para ele. Zac corresponde ao cumprimento-Agora você pode voltar para a sua sala. Não vou mais atrapalhar.

Zac-Imagina, senhor.-levantando timidamente.

Arthur-É um prazer tê-lo na companhia.

Zac-O prazer é meu.-sorrindo sem jeito-Com licença.-tencionando se retirar.

Arthur-À vontade.

       Zac deixa a sala já imaginando como falaria para a namorada sobre a sua colega de trabalho. A conversa com o chefe era uma preocupação a menos; a filha do chefe era confusão à vista.

* * *

     Quando Mariana chega ao balcão da recepção do andar principal da biblioteca encontra Lara concentrada em catalogar alguns dos novos livros do acervo.

Mari-Eu sei que eu estou atrasada, Larita, mas diz que você não teve muito trabalho e que eu estou perdoada.-sorrindo com um olhar de suplica, fazendo Lara levantar a cabeça para olhá-la.

Lara-Mari! Que bom que você chegou!-sorrindo-Eu estou aqui confusa com tantos códigos! Não sei o que eu tenho hoje, mas não estou conseguindo me concentrar direito!-abraçando a amiga pelo outro lado do balcão-Quanto ao atraso, não se preocupa: eu também não fui muito pontual hoje!-travessa.

Mari-Você também chegou atrasada?-indo para trás do balcão também.

Lara-Longa história, florzinha! Me ajuda aqui com esses livros que eu vou te contando.-voltando a sentar para continuar catalogando os livros.

Mari-Você está tão agitada, Larinha. O que houve?-guardando sua bolsa no guarda-volume e indo sentar ao lado da amiga.

Lara-Vou resumir tudo pra você ter uma visão geral: dormi muito mal à noite porque tive pesadelos que só me deixaram pregar os olhos quando o sol já estava nascendo; acabei acordando tarde para ir para a faculdade e eis quem me aparece à porta do meu apartamento quando eu estava saindo??

Mari-Zac.-sorrindo.

Lara-Exato.-também sorrindo.

Mari-Vocês se acertaram? Eu lembro que o clima entre vocês estava estranho por causa da irmã do Victor e das investidas que ele estava dando nele naquele dia no apartamento dos Hanson.-perdendo o sorriso ao lembrar daquele dia. Lara percebe.

Lara-Nós resolvemos isso, sim, Mari. Resolvemos bem até demais!-sorrindo-Foi ele quem me fez chegar atrasada aqui. E a senhora Adams quase o pega aqui atrás do balcão quando ele veio me trazer para cá.

Mari-Jura?

Lara-Juro.

Mari-Humm! Então a reconciliação foi boa, hein!-sorrindo maliciosa. Lara fica sem graça.

Lara-Mari!-sorrindo.

Mari-Ué! Você está aí toda agitada, desatenta, sorrisinho fácil...

Lara-A agitação e o sorrisinho fácil pode até ter a ver com a reconciliação, mas a falta de concentração não.

Mari-O que aconteceu? Você está preocupada com o quê?

Lara-...Nada. Eu não estou preocupada com nada.-forçando um sorriso-Eu estou assim porque não dormi...Mas e você? Eu estava preocupada com você, isso sim.-a encarando-Depois do que aconteceu lá no apartamento dos garotos a gente não conversou...Eu pensei em ir até a sua casa ontem mas achei melhor deixar para conversar hoje porque você e o Ike podiam ter resolvido tudo...Vocês conversaram?

Mari-...-respirando fundo-Ele tentou falar comigo pelo telefone, MSN; foi hoje até a minha faculdade mas eu matei aula sem nem saber que ele ia. Ainda bem!

Lara-Então vocês não conversaram?

Mari-Fui forçada a isso quando o encontrei com a Pietra hoje no Central Park antes de vir para cá.

Lara-Com o Isaac e a Pê?-surpresa. Mariana começa a contar sobre sua reconciliação com Taylor e a conversa que tivera com Isaac no parque. Lara ouvia tudo atentamente, ficando triste por descobrir que a amiga ainda não havia resolvido a situação. E principalmente por ter outra amiga, Pietra, envolvida nisso-Mas o que os dois faziam juntos?-confusa.

Mari-Não sei, Lara. Eles até tentaram explicar mas eu não queria ouvir nada.

Lara-...-sem saber o que dizer.

Mari-Eu sei que isso é chato pra você; a Pietra é sua amiga e você também entende o lado dela...

Lara-Na verdade, eu nem conheço o lado dela. Eu não sabia sobre os beijos, Mari. Fiquei sabendo quando você também ficou sabendo. Ela nunca me contou.

Mari-O Taylor me disse que você não sabia.

Lara-E eu nunca desconfiei porque a Pê sempre me conta tudo.

Mari-Mas ela sabe que você também é minha amiga, Larinha. O Taylor falou que ela não queria que você carregasse o fardo de ter que esconder isso de mim.

Lara-...Ai meu Santo Amaro! Que situação!-pondo uma das mãos sobre a testa-Nem sei o que faria no seu lugar!

Mari-Pelo menos isso serviu para que eu pudesse ver como estava enganada com relação ao Taylor. Agora eu não consigo entender como eu tinha uma visão tão diferente dele! Não dizem que de algo ruim sempre se pode tirar algo bom? Disso tudo eu ganhei um amigo.-sorrindo ternamente.

Lara-Você acha que nunca conseguirá desculpar o Isaac?

Mari-Ele também me fez a mesma pergunta, Larita. E eu não sei responder. Tudo ainda é muito recente e quando eu penso nisso ainda sinto muita raiva!

Lara-Da Pê também?

Mari-...-acariciando o rosto da amiga, sorrindo docemente-Não se preocupa, Larinha; eu respeito o fato de vocês serem amigas e entendo a sua preocupação com ela. Eu não posso dizer que adorei o fato de saber que ela e o meu namorado se beijaram...três vezes...mas o que eu estou sentindo por ela agora é diferente do que eu estou sentindo pelo Isaac. Eu estou triste com ela e com raiva dele. É isso.

Lara-Eu sinto tanto por isso ter acontecido, Mari.-a abraçando.

Mari-Ow, Larinha! Eu sei que você sente.-com os olhos marejados-Mas vamos mudar de assunto; não é?-passando as mãos pelos olhos ao se soltar da amiga-O Taylor e eu passamos pelo Central Park e eu só lembrei de você!-sorrindo-Até peguei uma tulipa pra trazer pra você, mas nós dois ficamos brincando de guerra de folhas e eu acabei perdendo a sua e a que ele me deu.

Lara-Ahhh!-fazendo beicinho-Não tem problema, Mari. O que vale é a intenção.-sorrindo-Eu ganhei aquela ali do Zac, ó.-mostrando para a amiga a florzinha sobre sua bolsa no guarda-volumes.

Mari-Já sei a quem o Zac saiu tão fofo: ao Taylor!-sorrindo. Lara olha para a amiga e ri-O que foi?

Lara-Eu nunca pensei que fosse ouvir isso de você um dia, Mari!-rindo-Para quem sempre te ouviu dizer que o Taylor era convencido, folgado, pretensioso...Ouvir você chamá-lo de fofo parece quase um delírio!

Mari-Engraçadinha!-rindo também-Eu errei. Assumo. Mas...Ah! Antes ele agia como se fosse mesmo um idiota convencido!-ficando sem graça-Agora eu vi que ele consegue mudar a primeira impressão.

Lara-Achei muito lindo ele ter se matriculado no curso de fotografia para ser seu amigo, Mari!

Mari-Eu também, Larita.-sorrindo-Agora vamos trabalhar porque essa pilha de livros aqui não é moleza não.-se posicionando de frente para o computador.

Lara-Por falar em trabalho, Mari, hoje é o primeiro dia do Zac na empresa do pai do Victor. Eu daria tudo para saber como ele está! Ele saiu daqui tão nervoso!-preocupada; levantando da cadeira para separar os livros que já havia catalogado-Eu ia mandar uma mensagem para ele mas o balcão foi ficando cercado por um monte de gente e eu não pude enviar.-abrindo um sorriso-Ele foi de terno e gravata, Mari! !Ele deve estar de subir pressão!!-Mariana ri.

Mari-Quem te viu, quem te vê, hein, dona Lara Sophia O’Brien!-rindo.

Lara-Pareceu a minha mãe falando agora, Mari!-rindo também-Só ela me chama pelos dois nomes. Quando ouço “Lara Sophia” já sei que ela está zangada comigo.

Mari-Ainda bem que eu só tenho um nome!

Lara-Caso raro!

Mari-Quando eu era pequena odiava só ter um nome! Quase todas as minhas amiguinhas tinham 2 nomes e eu só um.-rindo.

Lara-A Pê me falou que no Brasil não é assim tãooo comum como aqui porque lá os filhos recebem os sobrenomes do pai e da mãe, diferente daqui que recebemos só o do pai. O nome fica curtinho! O meu então, ia ficar minúsculo! Minha mãe sempre gostou de Sophia, mas também adorava Lara, sugestão do meu pai. A Linda é que sempre gostou da combinação do meu nome. Ela também não tem dois nomes, Mari.-comenta.

Mari-Por falar na Lili, eu tenho que te contar uma coisa que descobri hoje.

Lara-Descobriu? O que foi? Parece ser sério pela sua cara...

Mari-Conversando com a Dayse eu descobri que a Linda e a Emily eram muito amigas quando ela namorava o Victor, Lara.

Lara-Sério??? Tem certeza, Mari?...Mas...Mas o que eu sabia era que as duas nunca tiveram muito contato. Parece que a Emily tentou ajudar a Lili quando disse para ela que o Victor não a apresentava para os pais deles por vergonha...Ele sempre inventava desculpas do tipo “meus pais estão viajando” ou “tem jantar de negócios na minha casa hoje à noite” e desmarcava com ela e...-Lara emudece. As duas olham uma para a outra como se tivessem pensado a mesma coisa.

Mari-Tem o dedo daquela coisinha na separação do Victor e da Linda, Lara. Primeiro a Lili te conta sobre a ajuda que a irmã do ex queria dar, depois ela nunca mais quer tocar no assunto. A gente nunca tinha visto as duas juntas antes mas a Dayse disse que elas ficavam horas e horas de conversa na dispensa da cafeteria...Elas agiam como se mal tivessem visto uma a outra fora dali! Ainda tem o fato do fim do namoro ser um mistério; e a gente agora conhece a Emily e sabe que ela não é flor que se cheire. Ela está por trás disso tudo, Lara, eu só não sei o que ela fez e o porquê.

Lara-...-surpresa-O que você falou faz sentido, Mari! Com certeza ela não quer que o irmão descubra o que ela fez seja lá o que tenha sido!

Mari-O pior é que é a irmã dele, né? Talvez ele não acredite se a gente for conversar com ele sobre isso. Nós usamos a lógica mas não temos provas.

Lara-E perguntar para a Linda não dá.

Mari-Nós vamos ter que descobrir isso sozinhas, Larita.

Lara-Tem razão, Mari.

Mari-É melhor você nem falar nada para o Zac por enquanto. Ele é amigo do Victor...pode acabar soltando a história para ele sem querer. Nós temos que investigar e descobrir se estamos certas ou se estamos especulando absurdos, afinal, ela é irmã dele. Uma irmã não faria o irmão sofrer desse jeito!

Lara-Pode até parecer despeito e raiva porque ela deu em cima do meu namorado, mas o meu sexto sentido diz que a Emily é pior do que a gente imagina. Ui!! Me deu até arrepio!-passando as mãos pelos braços.

Mari-Por que sempre que a gente quer mudar de um assunto chato surge um pior ainda, hein?-rindo, tentando melhorar o clima.

Lara-Deve ser um sinal para a gente parar de falar.-brinca; voltando para sua pilha de livros.

Mari-Tem razão.-rindo-Vai mandar a sua mensagem para o Zac, boba. Depois você ajeita esses livros.-tomando os livros que Lara segurava e pondo sobre o balcão novamente-Deixa que eu continuo catalogando aqui enquanto você “namora”.-sorrindo.

Lara-Eu te amo, Mari!-abraçando a amiga. Ela pega seu celular sobre o balcão rapidamente com um largo sorriso.

* * *

       Ao retornar para a sua sala, Zac encontra Emily sentada sobre o birô dele de modo bem sexy. Pela primeira vez àquela dia, Zac nota o jeito como ela estava vestida: usava uma saia de tecido preta, uma blusa de cetim azul claro, um blazer preto fazendo conjunto com a saia e uma sandália preta de salto bem fino. Ela estaria vestida apropriadamente para trabalhar se não fossem as dimensões da roupa. Vendo-a sentada sobre o birô, pernas cruzadas e o corpo inclinado para frente, era impossível que Zac não reparasse no cumprimento minúsculo da saia dela e na generosidade do decote de sua blusa, que ele podia ver perfeitamente já que ela desabotoara os botões do blazer. 

Rapidamente ele baixa os olhos, bastante constrangido.

Zac-O Victor foi para a sala dele?-sem olhá-la.

Emily-Foi, Zac.-sorrindo ao percebê-lo sem graça-E eu fiquei aqui sozinha.-melosa.

Zac-...er...Agora não está mais, Emily.-sério.

Emily-Agora eu não poderia estar em melhor companhia!

Zac-Você vai querer ficar com esse birô? Se preferir, eu posso ficar com o outro.-tentando fazê-la descer dali.

Emily-Eu já pus todas as minhas coisas sobre o outro, Zac.-ele olha para o birô dela para continuar não tendo que encará-la-Mas você não se incomoda se eu sentar aqui às vezes, não é?-descruzando as pernas e cruzando-as novamente para o outro lado; sorrindo maliciosa.

Zac-...Eu não acho que seja uma boa ideia...-sem jeito-...o senhor Martin pode chegar aqui e...-ela o interrompe:

Emily-Ele não vai brigar comigo, Zac, se é isso o que te preocupa. Não tem problema.-sorrindo cínica.

Zac-...Que bom então.-forçando um sorriso.

Emily-Por que você não está olhando pra mim? Algum problema?

Zac-Eu estou olhando para você, Emily.-passando a olhar para o rosto dela com um sorrisinho amarelo.

Emily-Não está, não. Chega mais perto.-fazendo sinal com a mão para que ele se aproximasse.

Zac-Eu vou procurar o senhor Martin, Emily. Preciso que ele me mostre o que devo fazer.-inquieto; permanecendo onde estava.

Emily-Deixa o senhor Martin pra lá, Zac!-descendo do birô e caminhando até ele, prevendo que Zac não se aproximaria como ela desejava-É tão ruim assim ficar sozinho comigo?

Zac-Não, Emily.-dando um passo para trás para que ela não ficasse muito perto-Não é isso. É que hoje eu esperava conhecer melhor o sistema administrativo da empresa, os dados...começar a trabalhar literalmente. Queria ter algo importante sobre o meu primeiro dia de trabalho aqui para contar para a minha namorada.-sorrindo fofo. Emily fecha a cara.

Emily-Fizeram as pazes? Achei que a sua namoradinha estivesse bravinha com você.-debochada.

Zac-Nós nos amamos demais para ficarmos brigados por besteira, Emily.

Emily-...-forçando um sorriso para tentar segurar a raiva-Mas você nem falou o que achou da minha roupa, Zac!-mudando de assunto para continuar se insinuando para ele-Você gostou?-tencionando envolver o pescoço dele com seus braços. Zac se desloca para o lado de modo sutil, impedindo-a de fazê-lo.

Zac-Vou tentar localizar o senhor Martin.

Emily-Espera, Zac.-segurando uma das mãos dele. Zac já estava inquieto com a insistência dela.

É então que o senhor Martin aparece à sala para alívio dele e ódio dela.

Martin-Você deve ser o Zachary, não é?-adentrando o local com simpatia.

Zac-Sou eu mesmo.-sorrindo; soltando-se de Emily-O senhor deve ser o senhor Martin, o meu orientador.

Martin-Exato.-estendendo a mão para ele-Muito prazer, Zachary.

Zac-O prazer é todo meu, senhor.-cumprimentando.

Martin-Tudo bem, senhorita Emily?-dirigindo-se à ela.

Emily-Já esteve bem melhor.-murmura para si mesma-Tudo.-responde secamente.

Martin-Desculpa pelo atraso, meu jovem. Eu estava selecionando alguns materiais que eu gostaria que você desse uma olhada e acabei esquecendo que você não apareceria na minha sala porque agora não dividimos o mesmo espaço. Ainda não me acostumei com a mudança.-sorrindo-Você poderia me acompanhar até a minha sala?

Zac-Claro, senhor.-com um sorriso exultante.

Martin-Ótimo.

Emily-E eu? Eu vou ficar aqui sozinha???

Martin-Já pedi que chamassem a sua orientadora, senhorita Sanderson. Não se preocupe.-saindo, levando Zac consigo.

Emily os espera sair para ter um ataque de fúria.

Emily-Ai que ódiooo!Que ódio!!!-cerrando os punhos e batendo o pé-Esse velho babão tinha que aparecer e estragar tudo!!! E que história é essa de orientadora?? Papai não falou nada sobre isso!-ela se preparava para ir até a sala do pai quando ouve um barulhinho típico de celular quando recebe mensagem de texto. Ela para e levanta uma das sobrancelhas, não reconhecendo aquele toque como sendo de seu celular. Emily, então, vira o rosto e vê uma luzinha piscando sobre o birô de Zac. 

Ela corre até o birô e descobre que aquele som vinha do celular dele. Sem pensar duas vezes, ela mexe no telefone a fim de ler a mensagem que ele acabara de receber:

Vou ficar te esperando vestido de terno e gravata, viu?! Não vale tirar antes! Só quem pode tirar sou eu. *Eu estou sentindo o meu rosto queimar enquanto escrevo isso! lol*

Amooo você.

Até daqui a pouco, amor.

Já estou morrendo de saudade, super namorado! =)

=*

Lara

Emily-Quer dizer então que a traça de livros quer encontrar o namoradinho depois do trabalho?-sorrindo-Pobrezinha! Acho que vai ficar esperando bastante...-com uma risada maquiavélica-Aliás, se depender de mim, vai levar um “bolo”, queridinha!-apagando a mensagem para que Zac não a lesse.

* * *

         Isaac e Pietra resolvem almoçar assim que chegam ao Manhattan Mall pois estavam morrendo de fome. Logo que recarregam as energias dão inicio à procura pelo presente de aniversário da Sabrina.

Ike-Por onde você acha que devemos começar?-indeciso sobre que direção tomar.

Pietra-Por mim tanto faz. A “Strawberry” fica para o lado esquerdo e a “Aeropostale” para o lado direito. As duas opções soam ótimas para mim!-sorrindo.

Ike-E péssimas para mim.-rindo.

Pietra-Chato!-mostrando a língua para ele.

Ike-Antes de vir para cá eu falei sobre reprovar os seus planos.-sorrindo.

Pietra-...OK. Você falou pra eu nem pensar na “Aeropostale” mas não mencionou a “Strawberry”.-o encarando; sorrindo vitoriosa.

Ike-...Nada disso, Pietra. Eu me referi às duas quando falei sobre você não mudar o foco da nossa vinda até aqui.-cínico.

Pietra-Na-na-ni-na-não, Isaac. Você só mencionou uma! Nem vem!

Ike-...Agora eu adiciono a outra à lista.-sorrindo safado.

Pietra-Claro que não! O acordo não foi esse, seu advogado enrolão!-ele ri-Além disso, você não tem saída: para qualquer lado que nós formos eu vou passar por uma das duas lojas.

Ike-Então vamos para a direita porque como você sabe que a “Aeropostale” está proibida, não vamos ter nenhum problema.-sorrindo.

Pietra-Isaac, você é muito implicante!

Ike-E você é muito fácil de implicar.-assanhando os cabelos dela.

Pietra-Para!-empurrando as mãos dele, ajeitando os cabelos-Sem graça!-vendo-o rir-Nós vamos ficar parados aqui no meio do shopping mesmo?-cruzando os braços.

Ike-Para a direita.

Pietra-Para a esquerda.

Ike-Par ou ímpar?-já escondendo uma das mãos atrás das costas; sorrindo.

Pietra-Ímpar. Detesto os números pares.-imitando o gesto dele.

Ike-Se eu soubesse, teria escolhido “ ímpar” primeiro.-sorrindo safado. Pietra o olha feio.

Pietra-Já!-eles mostram as mãos. Pietra havia posto 4 e Isaac 2.

Ike-Seis! Ganhei!-rindo. Pietra não acredita que havia perdido-Acho que você deveria detestar os números ímpares.-zoando.

Pietra-Eu deveria detestar você, isso sim!-caminhando contrariada para o lado direito. Isaac vai atrás dela, sorrindo.

Ike-Deveria?-caminhando ao lado dela-Não detesta?-maroto.

Pietra-Vai se danar, Isaac!-disfarçando um sorriso.

Ike-Você sempre fala isso pra mim.-sorrindo implicante.

Pietra-E você não cansa de ouvir?

Ike-Não.-sorrindo.

Pietra-Sádico.

Ike-Masoquista.-eles riem.

         Eles passariam em frente a loja “Aeropostale” então Isaac cobre os olhos dela brincando. Pietra ri.

Pietra-Eu não sou trapaceira como você, Isaac. Eu perdi no “par ou ímpar” e já havia concordado antes em não me empolgar quando passasse pela loja, então estou conformada em apenas namorar a vitrine.-tirando as mãos deles de seus olhos.

Ike-É uma pena você ter se conformado tão cedo...-maroto.

Pietra-Ahn? Como assim?-sem entender.

Ike-Eu não sou tão implicante assim, Pietra. É claro que eu não vou deixar você sair daqui sem antes ter visitado as lojas que você tanto adora.-sorrindo fofo-Só não arrisco deixar você fazer isso agora porque depois você se empolga e vou acabar saindo daqui carregando um monte de sacolas mas nenhuma com presentes para a Sabrina.-brinca.

Pietra-Eu não acredito que você ficou me torturando pra depois dizer que era tudo brincadeira, Isaac!-tentando esconder o sorriso para fingir estar indignada.

Ike-Desculpa. Eu não resisti.-sorrindo.

Pietra-Eu perdoo só porque agora fiquei animada!-não mais contendo o sorriso.

Ike-Achei que a minha companhia fosse suficiente para animar você.-se fazendo de coitadinho.

Pietra-Pelo contrário! É por causa disso que eu preciso de algo que me dê a esperança de que minha boa ação e meu sacrifício serão recompensados no final.-zoando; rindo-Já estou até vendo um vestidinho lindo ali!-tencionando aproximar-se da vitrine da loja. Isaac segura uma das mãos dela puxando-a de volta para junto de si; sorrindo.

Ike-Depois, maluquinha. Depois.-em tom paternal-Já avistei o nosso primeiro destino. Vem.-a conduzindo naturalmente, ainda segurando sua mão. 

      Pietra olha para sua mão envolvida pela dele, sentindo um friozinho na barriga. Era tão bom estar ali com ele! Conversar, rir, ficar perto, caminhar de mãos dadas...Mas ao invés de ficar feliz, Pietra acaba entristecendo um pouco. Ela tinha consciência de que tudo aquilo não tinha o significado que ela gostaria que tivesse.

“Nós estamos mais para pai e filha do que namorados! Eu pareço uma idiota!”-ela pensa; parando de caminhar, fazendo com que eles se soltassem. Isaac olha para trás.

Ike-Algum problema?-virando de frente para ela.

Pietra-Não...nada.-forçando um sorriso.

Ike-Namorando alguma outra vitrine?-sorrindo.

Pietra-...Quase isso, Isaac: sonhando que estava namorando.-ele a encara enrugando a testa. Ela se dá conta do que falara-...Sonhando que estava namorando as vitrines da “Strawberry”!-completa; com um sorrisinho amarelo. Isaac balança a cabeça sorrindo. Pietra volta a andar antes que Isaac pudesse pensar em conduzi-la pela mão novamente. O que surte efeito, pois os dois seguem caminho e adentram a loja de brinquedos que Isaac avistara sem as mãos dadas.

      A loja era bem ampla e cheia de cores. Isaac e Pietra começam a caminhar pelas prateleiras da parte frontal da loja já animados pela variedade de brinquedos que havia ali. Não precisava ser criança para ser contagiado pela alegria que aqueles brinquedos transmitiam...Isaac e Pietra não seriam exceções.

Pietra-Olha esses jogos, Isaac! Esses ursinhos...!-sorrindo empolgada-Tem muita coisa legal aqui, não vou conseguir escolher!

Ike-Eu sabia que você ia gostar mais daqui do que das duas lojas em que você queria ir.-implicando.

Pietra-Vou fingir que isso foi um elogio ao fato de eu ser uma criança de coração, não uma piadinha sem graça.-sorrindo sarcástica. Ele ri.

Ike-Mas foi mesmo um elogio.-sorrindo cínico.

Pietra-Sei.-irônica; dando um beliscãozinho na barriga dele.

Ike-Ai!-rindo.

      Eles continuam percorrendo a loja até que chegam a uma seção em que tudo era relacionado a Barbie. Pietra fica louca ao ver todos os modelos da boneca ali.

Pietra-Chegamos ao paraíso, Isaac!-sorrindo-Não é possível que a Sá não goste de brincar com Barbies! Olha a Barbie médica! Eu tinha uma!!Ahh! Ela grávida também! Eu adorava essa!

Ike-Adorava?-rindo.

Pietra-Hum!! O Ken está cada vez mais gatinho! A Barbie está passando bem!-sorrindo maliciosa. Isaac ri, balançando a cabeça.

Ike-Você tinha um desses também?

Pietra-Claro! Quem você acha que ia engravidar a minha “Barbie grávida”?-ele enruga a testa.

Ike-Eu seria muito indiscreto se perguntasse como você brincava com isso?-sorrindo maroto.

Pietra-Segura o Ken.-entregando para ele uma embalagem do boneco. Ela pega uma embalagem da boneca Barbie grávida-Agora os dois se beijam.-encostando a embalagem da boneca na embalagem que Isaac segurava-E ela emgravidava!-sorrindo. Isaac entreabre a boca mas nada fala, apenas ri-O que foi, seu bobo?

Ike-Ela engravidava com um beijo?-rindo.

Pietra-É. Mas sem as embalagens, claro.-ele sorri ao ver o jeitinho sério com o qual ela falava-Eu era uma criança, Isaac!-percebendo que ele ria dela-Eu não sabia que os bebês surgiam por meio de algo bem mais...-sorrindo maliciosa. Isaac para de rir e a interrompe:

Ike-Ok. Ok. Eu entendi.-pondo o boneco no lugar de onde ela o tirara. Pietra faz o mesmo com sua embalagem; sorrindo.

     Os dois voltam a caminhar, passando por algumas crianças acompanhadas dos pais. A loja estava bem movimentada.

É então que eles encontram uma parte da loja que tinha um espaço para que as crianças pudessem brincar. Muitos dos brinquedos à venda estavam disponíveis ali para que os pequenos pudessem se divertir. Havia bonecas, carrinhos, lego, robôs...até mesmo uma casinha de madeira em tamanho grande.

Pietra-Isaac, a casa dos meus sonhos!-deslumbrada ao ver a linda casinha com uma porta, duas janelinhas e uma encantadora cerquinha branca em volta-Que linda!!-se aproximando sorrindo.

Ike-Se as suas amiguinhas não estivessem lá dentro, você até poderia ir brincar também.-referindo-se às três menininhas que brincavam dentro da casinha. 

    Mas logo que ele termina de falar, uma mulher chama as garotinhas para ir embora. Mesmo protestando, elas têm que sair da casinha. Pietra olha para Isaac com um sorriso vitorioso.

Pietra-Agora nós podemos.

Ike-Nós?

Pietra-Claro! Você é o meu convidado.-o puxando pela camisa.

Ike-Você não vai entrar nisso, Pietra...Vai?-incrédulo.

Pietra-Claro que nós vamos! Eu quero ver como é por dentro!-sorrindo.

Ike-Infelizmente não posso aceitar o seu convite...-hesitante.

Pietra-Agora não é mais um convite, é um sequestro.-brinca; fazendo-o cruzar o portão da cerquinha junto com ela.

Ike-Eu não acredito que eu estou fazendo isso!-sorrindo.

Pietra-Esquece por alguns minutos a sua fantasia de velho ranzinza, Isaac! Você fica mais sexy sem ela!

Ike-...Eu sou sexy, é?-sorrindo safado.

Pietra-Eu estou te bajulando para conseguir o que eu quero. Não leve em consideração as coisas que eu disser.-sorrindo. Ela abre a porta da casinha e os dois se curvam um pouco para entrar. Dentro não havia nada, apenas um conjuntinho de chá que as garotinhas haviam deixado lá-Ahhh! Nos meus sonhos a minha casinha estava um pouquinho mais cheia.-irônica; fazendo carinha triste. Isaac ri.

Ike-Já destruiu seus sonhos de infância agora podemos sair; não é?-ambos estavam de joelhos porque não podiam ficar em pé lá dentro.

Pietra-Não. Nada disso. Você não pode sair sem antes tomar um chazinho.-sentando no chão e pegando uma xícara.

Ike-Acho que você se empolgou demais com esse negócio de ser criança, Pietra.

Pietra-Eu me empolguei?-o encarando-Foi você quem disse com todas as letras ainda a pouco que eu sou uma criança.-Isaac percebe um certo sarcasmo no tom que ela usara.

Ike-...-sentando de frente para ela. Pietra desvia o olhar para as outras xícaras no chão-Ficou mesmo chateada; não foi?-preocupado. O clima de descontração cessa.

Pietra-...-sem olhá-lo.

Ike-Olha pra mim, Pietra.-ela hesita um pouco, mas o faz.

Pietra-...Acontece que dessa vez você foi tão contundente quando me chamou de criança que...Nem de longe pareceu com alguma das vezes em que você falou isso só pra implicar comigo.-desabafa.

Ike-Então não tem problema quando eu uso isso pra implicar com você?-com um sorrisinho travesso no canto da boca.

Pietra-...er...Claro que tem! Eu não sou criança, então não existem motivos para que eu seja chamada assim.

Ike-E o que torna o dia de hoje diferente dos outros dias em que eu te chamei assim?

Pietra-...Ah, Isaac! Eu não sei!-impaciente por se sentir desconfortável com aquela conversa-Depende do meu estado de espírito, de quantos chocolates eu comi...sei lá!

Ike-Quer dizer que eu posso domar você com chocolate?-sorrindo; tentando melhorar o clima novamente.

Pietra-Prefiro “calor humano”, mas isso você não pode dar.-maliciosa. Isaac fica sem graça. Pietra não segura o riso-Você precisa ver a sua cara!

Ike-Eu imagino qual seja.-balançando a cabeça, sorrindo ainda embaraçado.

Pietra-Desculpa ter tocado nesse assunto de novo.-séria-Eu sei que eu prometi animar você, não o contrário...-querendo encerrar aquele assunto-Aceita um chazinho para brindarmos ao fim das nossas desavenças?-estendendo uma xícara para ele, que sorri.

Ike-Claro.-recebendo a xícara. Pietra finge que bebia alguma coisa.

       Isaac fica observando, sorrindo ternamente. Seu olhar se perde contemplando cada traço do rosto dela. Pietra percebe que ele a olhava de modo diferente.

Pietra-O que foi?-sorrindo sem graça; pondo alguns fios de cabelo atrás da orelha.

Ike-...Nada. Só estava te olhando.

Pietra-...Tá.-enrugando a testa, dando de ombros. Ele sorri.

Ike-Você sempre foi assim, Pietra?-sorrindo.

Pietra-Assim como?

Ike-Fala tudo o que pensa, sem falso pudor...maluquinha?

Pietra-Eu sou filha única, Isaac. Sempre tive um ótimo relacionamento com os meus pais. Eles me deram a melhor educação que eles poderiam me dar...e uma das coisas que eles me ensinaram foi que eu sempre devo ser verdadeira. Eu sempre pude conversar com eles sobre qualquer coisa...sobre tudo! Além disso, eu também tinha o Matt. Ao mesmo tempo que eu era paparicada como a filha única, a “garotinha do papai”, eu era livre para brincar com ele e com os amiguinhos dele...-sorrindo ao lembrar-Eu cresci sem frescuras, sabe? Claro que eu era uma garota que gostava de maquiagem, bonecas, tinha medo de bichos estranhos...mas também vivia correndo com o Matt; subindo árvores; rolando por aí com os garotos...

Ike-Então você era do tipo “moleque”?-sorrindo. Pietra ri-Do que você está rindo?-sem entender.

Pietra-Eu não podia ser mais “garota” do que aquilo!-sorrindo maliciosa.

Ike-Não entendi o comentário.-enrugando a testa. Ela ri ainda mais.

Pietra-Quando se cresce cercada por garotos, Isaac, não se pode evitar descobrir certos sentimentos pelo sexo oposto precocemente.

Ike-...-entreabrindo a boca mas sem nada falar. Ela sorri percebendo que ele entendera o que ela queria dizer.

Pietra-Meu primeiro beijo de verdade foi com o Matt quando eu tinha 13 anos, mas o meu primeiro amor foi aos 9...e um selinho também. Era tudo bem inocente...eu era inocente. Mas com aquela idade as minhas bonecas Barbies já casavam com os meus bonecos Ken.-sorrindo-Aos 9 anos eu já havia descoberto que apesar de puxarem seus cabelos e te chamarem de ‘menina’ como se isso fosse a pior ofensa que alguém poderia receber, os garotos conseguiam ser umas gracinhas!

Ike-Quando eu penso que você não tem mais como me surpreender, você sempre encontra uma maneira.

Pietra-Ué! Por que tanta surpresa?-sorrindo-Vai me dizer que você também não teve paixonites quando era pequeno?!

Ike-Você conseguiu me ganhar nesse quesito. Meu primeiro amor foi aos 10 anos.

Pietra-Ah! Mas quase que você conseguiu empatar!-sorrindo.

Ike-Você gosta de ser filha única?

Pietra-...Eu nem chego a ser realmente filha única, Isaac! O Matt é quase um irmão! Nós crescemos juntos lá no Brasil...eu não me vejo como filha única. Ele sempre me encheu o saco como se fosse meu irmão de verdade! Faz isso até hoje!-rindo-E você? Gosta de ter irmãos?

Ike-Mais do que imaginei quando meus pais chegaram em casa com eles.-eles riem.

Pietra-Como você reagiu quando viu o Tay pela primeira vez?

Ike-Eu olhei para a cara dele e vi que eu era mesmo o mais bonito dos filhos.-brinca. Pietra ri-O Tay teve sorte por ter os olhos azuis, então isso o deixava menos feio.-zoando.

Pietra-O Tay é lindo, Isaac!-rindo.

Ike-Não vou entrar nessa questão com você.-rindo também.

Pietra-Quando eu era pequena eu dizia para o Matt que ia casar com ele porque queria que os meus filhos tivessem olhos azuis.-lembra rindo.

Ike-Você quer muito ter filhos com olhos como os seus?

Pietra-Ah...Era brincadeira! Coisa de criança! Tanto faz pra mim! A genética vai brincar, brincar, brincar e decidir no final mesmo.-sorrindo-Além disso, pra ter olhos claros não precisa ter pais com olhos claros, os pais só precisam ter recessivos para determinar essa característica e...Você pode ter filhos com olhos claros, Isaac. Sua mãe tem, o Tay tem...

Ike-E as minhas chances aumentam se a mãe dos meus filhos tiver os olhos azuis.-olhando para ela.

Pietra-...É.-baixando os olhos-...ou verdes.-acrescenta com um sorrisinho amarelo-...er...Acho que temos que ir. O chá estava ótimo mas ainda temos que comprar o presente da Sá.-pondo a xícara que tinha em mãos de volta ao chão e ajoelhando.

Ike-Tem razão.-arrependido por ter feito o comentário.

“Ela está apaixonada, Isaac! Você não pode brincar com os sentimentos dela!”-pensa, seguindo Pietra até a saída da casinha.

* * *

Algumas horas depois...

    Depois de rodar por toda a loja de brinquedos, Isaac e Pietra decidem ir a uma loja de departamentos para tentar escolher alguma coisa já que eles não haviam entrado em acordo sobre o que comprar. Eles pareciam perdidos com tantas opções.

Os dois estavam bastante cansados porque haviam rodado não só aquela mas outras lojas que encontraram no caminho até ela. Mas apesar do cansaço, eles estavam se divertindo muito juntos.

Pietra-O mês de outubro mal começou e essas lojas já estão cheias de fantasias e máscaras de Halloween!-rindo ao pegar uma máscara de monstro e colocá-la no rosto. Isaac também ri.

Ike-Você combina mais com uma dessas aqui.-indicando uma gôndola cheia de coroas de princesa dos mais variados tipos. Pietra tira a máscara de monstro e pega uma coroa.

Pietra-São muito lindas, né?-pondo uma sobre a cabeça.

Ike-Ficou mais linda agora.-sorrindo. Ela também sorri.

Pietra-Mas eu não sou princesa.-pondo uma coroa sobre a cabeça dele também-Ficou melhor em você!-zoando; rindo. Ele também ri, tirando a coroa.

Ike-Toda garota é uma princesa.-devolvendo a coroa “dele” para a gôndola. Pietra sorri, também devolvendo a dela.

      Passando pela seção de fantasias, eles andam mais um pouco e acabam entrando no departamento de móveis e eletrodomésticos.

Pietra-Você acha que a Sabrina gostaria de uma batedeira ou um ferro de engomar, Isaac?-brinca.

Ike-Do jeito que ela é adulta, talvez já faça planos de morar sozinha. Pode ser uma boa ideia, Pietra.-rindo.

Nisto, uma cama Box king-size chama a atenção de Pietra.

Pietra-Wow! Olha pra essa cama, Isaac!!-boquiaberta-Dá pra fazer uma festa em cima dela!-Isaac a olha. Ela ri percebendo que ele interpretara de modo errado o seu inocente comentário-Não, pervertido!!! Eu não quis dizer o que você pensou!-dando um tapinha no braço dele.

Ike-Com você nunca dá para saber quando o comentário é realmente inocente.-brinca; sorrindo.

Pietra-Não é você quem sempre diz que eu sou uma criança?-o encarando com um sorrisinho vitorioso.

Ike-E não é você quem sempre diz que não é uma?-sorrindo maroto, fazendo-a perder seu ar de superioridade.

Pietra-Você é insuportável!

Ike-Tanto que você está aqui comigo agora.-sorrindo safado.

Pietra-...-apertando os olhos, olhando com ar de reprovação-Se eu não me engano...e eu dificilmente me engano quando se trata das suas ridículas insinuações de que eu adoro estar com você...-ficando um pouco irritada com o sorrisinho nos lábios dele-...tenho certeza que você sabe que mais uma piadinha dessas e você não terá o trabalho de me levar em casa, apesar de eu saber que você, sim, ama a minha companhia e deseja me levar do fundo do seu coração!

Ike-Tentando me provocar para que eu conteste o que você acabou de dizer, mocinha?

Pietra-Essa não foi a intenção...mas fique à vontade para fazer as suas correções...-sorrindo cínica-...A menos que eu tenha dito algo com o qual você concorde.-irônica.

Ike-Na verdade, a única observação que tenho a fazer é que, desta vez, a senhorita está enganada quanto ao objetivo das minhas “ ridículas insinuações”...-sorrindo-Eu só queria ver a ruguinha que surge no meio da sua testa quando você fica bravinha.-tocando a testa dela no local onde surgia a tal ruga.-maroto.

Pietra-Sai, Isaac!-empurrando a mão dele; disfarçando um sorriso-Grosso! Você sabia que não se diz a uma mulher que ela tem rugas?!-fingindo estar brava. Ele ri.

Ike-Mas você é uma criança.-provocando.

Pietra-Tchau.-tencionando deixá-lo ali sozinho. Ele ri, segurando-a pelo braço.

Ike-Ei, para onde você pensa que vai?

Pietra-Vou embora e deixar você em paz antes que eu me comporte como uma garotinha mal educada e mande você para o inferno.-sorrindo cínica.

Ike-Você nunca faria isso.-irônico; sorrindo.

Pietra-Me chama de criança de novo e você vai ver que eu faria sim.

Ike-Você é uma criança, Pietra.-ela o olha incrédula por mais aquela provocação. Ela tenta se soltar, mas ele não a deixa ir-...uma criança linda.-encostando sua testa a dela; olhando-a nos olhos com um sorriso terno.

Pietra-...-hipnotizada pelo sorriso dele-...Você não vai me comprar com um simples elogio...-quase num sussurro. Pietra tentava não olhar para a boca dele.

Ike-Que tal um sorvete?

Pietra-Uma cama dessas e não se fala mais nisso.-brincando; se afastando dele e se aproximando da cama. Ele ri; virando o rosto para olhá-la-Eu juro que quando a vi meu primeiro pensamento foi bem inocente, mas agora tenho que confessar que apesar dela ser bem grande, a minha inocência não teria lugar em cima dela não.-com um sorriso malicioso; sentando sobre a cama, pressionando o colchão com o peso do corpo para senti-lo melhor-A festa seria maravilhosa!-rindo. 

Isaac balança a cabeça, sorrindo.

Ike-Levanta, Pietra. Se algum vendedor passar por aqui pode não gostar de te ver sentada aí...-estendendo a mão para ajudá-la a levantar.

Pietra-Bobagem, Isaac! Como vamos comprar se não tivermos certeza de que é realmente boa?-sorrindo; puxando a mão dele para fazê-lo sentar também. Mas Isaac acaba caindo deitado sobre o corpo dela, fazendo-a deitar as costas sobre a cama-...-ambos se olham surpresos.

Ike-...er...desculpa.-desconcertado.

Pietra-...Sou eu quem tem que pedir desculpas...Eu te puxei...-tão desconfortável quanto ele com aquela situação-Acho que me empolguei com a história de testar a cama.-brincando; com um sorrisinho amarelo.

Ike-Esquece a cama. Eu te dou uma boneca. É mais adequado.-sorrindo implicante. Pietra o olha feio, o empurrando de cima dela. Isaac cai deitado ao lado dela, rindo.

Pietra-Pega a sua boneca e...-ele a interrompe:

Ike-Óóó!-sorrindo safado-Sua mãe nunca falou sobre mocinhas bonitas não terem boca suja?

Pietra-Acho que eu tampei os ouvidos quando ela tentou me ensinar isso.-sorrindo sarcástica. Isaac sorri.

Ike-É divertido implicar com você.

Pietra-Até eu me zangar de verdade e te dar uma joelhada bem no seu elefantinho. O que você acha?-ele ri lembrando da primeira vez que a ouvira falar aquilo.

Ike-Tenho que admitir que você tem muita criatividade, maluquinha.

Pietra-Obrigada pelo sensato comentário.-marota.

Ike-Já são 17 horas e não temos um presente.-sentando.

Pietra-Tudo isso?-surpresa-As horas voaram!-sentando também.

Ike-O que nós vamos fazer?

Pietra-Não sei, Isaac...Seria bem mais fácil se a gente comprasse uma boneca ou um jogo qualquer, mas é para a Sabrina! Ela não é uma garotinha como as outras! Todos os brinquedos parecem bobos quando eu penso nela.-desanimada-Eu queria alguma coisa diferente, especial...

Ike-Nós já passamos por todas as lojas que poderiam ter alguma coisa, Pietra.

Pietra-É...Eu estou com as pernas cansadas.

Ike-Eu não vou ter tempo para procurar como fizemos hoje mas...nós podemos pensar em alguma coisa e comprar depois. O aniversário é só no sábado.

Pietra-Mas eu viajo quinta. A Lili só vai poder viajar na sexta à noite, então a irmã dela não ia ter ajuda para organizar tudo; foi aí que eu me ofereci para ajudar.

Ike-...-pensativo-Nós vamos juntos então.

Pietra-Juntos? Mas...e o seu trabalho? Achei que você só fosse sexta também.

Ike-Eu dou um jeito. Não se preocupa.

  Pietra pensa um pouco a respeito. Era impossível negar que ela adoraria passar mais tempo com Isaac, mas talvez aquela não fosse uma boa ideia no momento. 

            Como vou conseguir tirar o Isaac da cabeça se eu fico me sabotando e acabo em situações que me fazem ficar mais e mais próxima a ele??-ela pensa.

      Isaac já se preparava para argumentar contra os protestos que ele previa que sairiam da boca dela quando esta o surpreende:

        

      -Tem certeza? Eu ia comprar minha passagem amanhã...-ela fala ainda hesitante.

Ike-Tenho. Você vai comigo.-decidido; sorrindo.     

           Que se dane! Não é por causa dele! É por não querer passar cinco horas num ônibus!-pensa, tentando convencer a si mesma.

   

Pietra-Ok. -timidamente

Ike-Ok.-olhando pra ela com um largo sorriso. Ele ainda parecia surpreso por ela ter aceito o convite sem nenhuma discussão.

Pietra-Ok então.-intimidada com o jeito com o qual ele a olhava-Mas isso não resolve o nosso problema do presente.-desviando seu olhar do dele.

Ike-Temos até quinta para resolver isso...Acho que hoje, aqui, não vamos encontrar nada.

Pietra-Tem razão. Eu desisto por hoje.-voltando a deitar as costas sobre a cama-Cansei!-fechando os olhos. Ele sorri.

Ike-Vem.-levantando; estendendo a mão para ela novamente-Você vai se recuperar desse cansaço rapidinho quando formos para a Strawberry agora.-fofo. Pietra sorri.

Pietra-Eu ouvi bem?-sonsa.

Ike-Ouviu sim.-sorrindo. Ela aceita a mão dele e ele a ajuda a levantar. Eles ficam de frente um para o outro.

Pietra-...Eu sei que você também está cansada, Isaac...não precisa. Eu posso passar lá outro dia.

Ike-Você sorri e o meu cansaço passa.-tocando carinhosamente seu dedo indicador sobre a pontinha do nariz dela. Ela sorri.

Pietra-Se você diz...-animada. Ele ri.

Ike-Eu sabia que você ficaria empolgada.

Ambos deixam a loja de departamentos em direção a Strawberry.

* * *

Anoitecia em Nova Iorque...

      O movimento na biblioteca pública já havia diminuído bastante e a hora de fechar se aproximava.

Lara poderia sair um pouco mais cedo, pois iniciara o expediente antes do horário normal, mas ela resolve ficar até fechar na esperança que Zac aparecesse lá para buscá-la.

Mari-Ele disse que que viria, Larita?-desligando seu computador, se preparando para ir embora.

Lara-Não necessariamente. A gente combinou que se ele saísse a tempo, ele passaria aqui para me pegar e irmos lá pra casa juntos. Se não desse, ele me ligaria para avisar.

Mari-Vai ver que ele ficou tão ocupado que não pôde ligar.

Lara-É. Vai ver que foi isso mesmo.-ajudando a amiga a organizar tudo para fechar-Pelo menos nós vamos embora juntas.-sorrindo.

Mari-Eu sei que eu não sou exatamente a companhia que você queria, mas eu quebro o galho.-brinca.

Lara-Boba!-rindo.

      As duas pegam suas coisas e se despedem da senhora Adams, deixando o prédio da biblioteca logo em seguida. Elas se dirigem para o ponto de ônibus localizado na praça em frente.

Elas não têm que esperar quase nada, pois o ônibus delas chega pouco tempo depois.

Durante todo o trajeto, as duas vão conversando para passar o tempo. Estavam tão distraídas que nem a música tocando no interior do ônibus atrapalhava a conversa...

Mari-O Zac vai dormir no seu apartamento hoje?-sentada à janela.

Lara-Acho que sim.-sorrindo; sentada ao lado da amiga.

Mari-Humm!-maliciosa.

Lara-Ai meu Deus! Para, Mari!-elas riem.

Mari-Fico tão feliz por ver que você está feliz, Larinha.-com ternura.

Lara-Obrigada.-sorrindo-Queria que você também estivesse feliz como eu...

Mari-...Eu vou ficar bem, Larita. Eu vou ficar bem.-melancólica.

Lara-Eu vou ter que descer uma parada antes, Mari. Tenho que passar no supermercado antes de ir para casa.-tencionando levantar.

Mari-Tudo bem, Larita. Vai lá.-se despedindo dela com um abraço-Até amanhã, amiga.

Lara-Até amanhã, Mari.-beijando o rosto da amiga e levantando. Mariana observa a amiga descer do veículo.

      É então que Mariana se vê ali sozinha e as lembranças de tudo o que vinha acontecendo naqueles últimos dias lhe povoam a cabeça. Ela lembra do episódio no apartamento de Isaac, na discussão com ele...Mariana fica triste.

Na tentativa de se desfazer daquelas lembranças ruins, Taylor vem à cabeça dela. Mariana acaba sorrindo ao lembrar dos momentos do dia que passara com ele...

“Tay-...-aproximando-se ainda mais dela; tocando carinhosamente o queixo dela com uma das mãos, fazendo-a erguer a. cabeça e olhá-lo novamente-Quem disse que eu não me importo? Quem disse que eu não presto atenção no que você diz?-doce.”

“Tay-Eu posso recitar cada palavra que você dirigiu a mim, Mariana...até mesmo quando estas não foram tão gentis; embora eu tente guardar somente as coisas boas, porque dessas, sim, eu gosto de lembrar.-olhando-a nos olhos.”

Dentro do ônibus começava a tocar “Maybe Tonight” da Kate DeAraugo...

I've been holding on, to a love gone wrong it's true, for too long

The hurt it left inside, has made me wanna hide too much and I do

I'm not afraid to be alone; the truth is I'm alright but something has been missing from my life

And maybe tonight

Maybe I'll fall

Maybe he'll crash through my walls

Maybe at last, love will come back, and take me deep

into its arms

Maybe the heart that comes apart finally mends

Maybe tonight I'll finally fall in love again

Cried a lot of tears, faced a lot fears to get, right

Here

Every chapter ends, before the right one can begin again, in the story of love

I'm ready for another chance, and right now that's

Enough

I know I will survive what ever comes

And maybe tonight

Maybe I'll fall

Maybe he'll crash through my walls

Maybe at last, love will come back, and take me deep

into its arms

Maybe the heart that comes apart finally mends

Maybe this time, I'm gonna find love that never ends

Maybe tonight I'll finally fall in love again

Maybe tonight I'll finally fall in love again

Mariana encosta a cabeça no vidro da janela, suspirando discretamente.

* * *

      Zac havia passado toda a tarde na sala do senhor Martin recebendo todas as orientações de que precisava. Isso, claro, não agradou nenhum pouco a Emily, que também teve que “suportar” sua orientadora ao invés de ficar sozinha com Zac como ela havia planejado.

Emily estava visivelmente irritada, jogada na cadeira de frente para o computador quando Zac aparece na sala.

Emily-Ah! Que bom que você apareceu, Zac!-levantando da cadeira-O senhor Martin resolveu te prender na sala dele; foi? Que saco! Eu fiquei aqui sozinha!

Zac-A sua orientadora não veio?

Emily-Veio. Aquela chata! Mas eu sempre vou estar sozinha se você não for a minha companhia.-mexendo na gravata dele.

Zac-...er...-se afastando dela-Mas eu não entendo nada de publicidade...

Emily-Mas aposto que entende muito bem de outras coisas mais interessantes...-olhando sedutoramente.

Zac-O Victor já foi?-fingindo não ter ouvido o que ela dissera-Ele passou lá na sala do senhor Martin para dizer que sairia mais cedo hoje.

Emily-Já foi, sim. Saiu daqui todo misterioso. Veio me falar que não poderia me levar para casa porque ia fazer algo importante mas não quis me dizer do que se tratava.

Zac-Droga!-murmura, olhando para seu relógio de pulso. Ele vê que não chegaria a tempo de pegar Lara ainda na biblioteca.

Emily-Você também está indo agora, Zac?-vendo ele pegar seu celular e alguns papeis sobre a mesa dele.

Zac-Estou, Emily. O meu expediente acabou.

Emily-Será que você poderia me dar uma carona? Eu estou sem carro.-choramingando.

Zac-...er...Eu estou um pouco atrasado...

Emily-Mas a sua casa não é tão longe da minha. Por favor! Ou você não está indo para casa?-fingindo não saber.

Zac-Na verdade, não.

Emily-Mas tem hora marcada?

Zac-...Não. Mas...

Emily-Tudo bem. Vou ficar aqui mofando, morrendo de tédio até o meu pai decidir ir embora.-fazendo drama.

Zac-...-sem jeito-...Acho que não tem problema levar você...Também não é tão longe assim de onde eu estou indo.

Emily-Sério, Zac?-abrindo um largo sorriso-Você é um máximo! Eu sabia que você não me deixaria sofrendo aqui!-o abraçando. Zac força um sorriso.

Zac-...Vamos então?-soltando-se dela.

Emily-Claro! Deixa só eu pegar as minhas coisas.-indo até a mesa dela para pegar sua bolsa.

         Zac respira fundo olhando mais uma vez para seu relógio.

 Emily esconde seu celular dentro de uma gaveta de um dos armários de arquivos que havia na sala.

Emily-Ai meu Deus! Cadê meu celular??-fingindo procurar o objeto sobre seu birô-Zac, eu não acho o meu celular!

Zac-Não acha?-estranhando-Não está na sua bolsa?

Emily-Não. Não está. Eu não o acho.

Zac-Tem certeza de que você o trouxe para cá, Emily?

Emily-Tenho, Zac! Eu estava até conversando com minha prima Ashley um pouco antes de você chegar. Me ajuda a procurar, por favor! Eu não posso ir embora sem o meu celular! Não vivo sem ele!!

Zac-Calma. Nós vamos encontrar.-olhando outra vez para seu relógio antes de começar a ajudar Emily a procurar o telefone.

           Emily sorri disfarçadamente ao ver que Zac pusera as coisas dele sobre a mesa para procurar o celular dela.

Emily-Acho que o meu celular não vai aparecer até você estar bem mais atrasado, Zac.-murmura.

* * *

      Linda preparava um café expresso para servir a um senhor sentado ao balcão quando seu olhar é atraído para a porta de entrada da cafeteria e ela avista Victor parado ali olhando para ela. Linda se assusta; desviando o olhar rapidamente para fingir que não o vira.

Linda-O que ele está fazendo aqui???-murmura; com o coração batendo a mil. Ela fica nervosa, quase se queimando ao manusear a máquina de café-Ai!-geme baixinho, tentando conter a dor por conta dos respingos de café bem quente que haviam caído sobre uma de suas mãos. O café expresso já estava pronto, mas ela não queria virar o corpo temendo que Victor estivesse ao balcão quando ela o fizesse-Que ele tenha ido embora! Que ele tenha ido embora! Que ele tenha ido embora!-sussurra para si mesma; respirando fundo antes de se virar para servir o senhor. Mas como ela temia, Victor já estava ao balcão. Ela rapidamente desvia seu olhar para o cliente, ainda fingindo não tê-lo visto ou mesmo não conhecê-lo-Aqui está o seu café expresso, senhor.-pondo a xícara sobre o balcão.

-Obrigado.-o senhor responde educadamente.

Linda-De nada.-sem tirar os olhos do homem para não ter que olhar para Victor.

Victor-Não vai falar comigo?-arrisca começar um diálogo; um pouco triste pela indiferença dela mas que ele já esperava.

Linda-Desculpa, senhor. Eu não o vi entrar. Faz tempo que o senhor está aqui?-na verdade se referindo ao fato de não ter percebido antes que ele a observava à porta há algum tempo.

Victor-Tempo suficiente para lembrar o porquê de achar que o seu nome não poderia ser mais perfeito para você.-a encarando. O senhor olha para ele, sorrindo.

Linda-...-sem graça-...er...O senhor já sabe qual será o seu pedido? O que vai querer?-fria; não o olhando nos olhos.

Victor-A minha namorada de volta.

Linda-...Victor, eu estou trabalhando.-o repreendendo.

Victor-E eu nem consigo trabalhar direito porque eu só penso em você, Linda.

Linda-Está entediado e quer se divertir de novo? Arranja outra.

Victor-Linda, explica pra mim o porquê dessa hostilidade. Eu juro que não entendo.-com olhar de súplica.

Linda-O senhor nos dá uma licencinha?-falando para senhor que assistia à cena.

-Claro. À vontade.-confuso.

      Linda respira fundo e tira o avental, pondo-o sobre uma prateleira sob o balcão. Ela vê Dayse passar pelas mesas próximas ao balcão e faz sinal chamando.

Linda-Dayse, fica aqui pra mim só por um minutinho?-pede quando a amiga se aproxima.

Dayse-Claro, Linda. Mas...por quê?-só então vendo Victor ali, entendendo os motivos da amiga-Ah. Não precisa responder.-olhando feio para ele-Pode deixar. Fico sim.

Linda-Obrigada.-saindo detrás do balcão e puxando Victor pela mão até o lado de fora da cafeteria; séria-Escuta aqui, Victor, você não pode aparecer aqui feito um fantasma e assombrar a minha vida. Este aqui é o meu trabalho...-apontando para a cafeteria-...e eu não posso correr o risco de perdê-lo por sua causa.

Victor-E eu não posso correr o risco de perder você, Linda.

Linda-Você já perdeu, Victor.

Victor-Não diz isso...-triste.

Linda-Para de ficar me ligando; de vir até aqui para ficar me espionando...Por que é tão difícil assim pra você entender que acabou?

Victor-Porque eu nem sequer entendi por que acabou.

Linda-Me esquece, Victor. Por favor.-com os olhos marejados.

Victor-Não consigo, Linda.

Linda-Você tem que conseguir.-com a voz embargada.

Victor-Você já conseguiu me esquecer?-olhando-a nos olhos.

Linda-...-baixando os olhos-...Você sabe que não. Mas não há nada que eu mais queira no mundo do que esquecer você.-deixando a lágrima rolar. Victor também tinha os olhos úmidos.

Victor-Eu te amo, Linda. Não quero e nem vou esquecer você. Nós vamos ficar juntos. Eu vou lutar pra ter você de novo.

Linda-Não perde o seu tempo, Victor.-ele acaricia o rosto dela, secando uma de suas lágrimas.

Victor-Você não sente falta da gente? Não sente falta de mim?

Linda-...Vai embora. Eu preciso trabalhar.-suplicando.

Victor-Responde, Linda.

Victor-Eu tenho que ir.-tencionando dar as costas para voltar a cafeteria.

      Victor se põe na frente de Linda, aproximando seu rosto do dela e a beijando sem dar tempo para que ela fugisse.

* * *

Pietra-Onde você estava, hein, Isaac? Eu fiquei toda empolgada experimentando as roupas na Strawberry e quando saí do provador para atender ao meu celular, porque a Dina estava me ligando para falar que eu passei na seletiva de dança para o musical e marcar ensaio amanhã à tarde, você não estava mais lá.-sentada no banco do carona do carro dele; olhando pra ele enquanto este dirigia em direção a casa dela.

Ike-Eu voltei a tempo pra carregar as suas sacolas; não voltei?-sorrindo.

Pietra-Eu te fiz esperar tanto tempo assim que você ficou entediado e foi dar uma volta?

Ike-Até que você não demorou muito, apesar de ter comprado bastante coisa.-olhando para as sacolas no banco traseiro.

Pietra-Então? Para onde você foi?

Ike-...Fui dar uma volta.

Pietra-Pensei que você estivesse cansado.-intrigada.

Ike-Estava. Mas eu disse que ver você sorrir passaria; não disse?-sorrindo.

Pietra-Se você tivesse me visto quando encontrei um vestido pretinho perfeito escondido entre uma arara de calças jeans, teria ficado ainda mais revigorado então.-rindo.

Ike-Sorriso de orelha a orelha?

Pietra-Nem coube no rosto!-brincando.

Ike-Então deve ser bonito mesmo.

Pietra-No dia em que eu vesti-lo você vai ver.-sorrindo.

       Isaac estaciona o carro em frente a casa dela.

Ike-Chegamos.-olhando para ela.

Pietra-...Obrigada por ter me trazido, Isaac. Aliás, pela ida ao Manhattan Mall, pela tarde divertida, por ter carregado as minhas sacolas...-sorrindo.

Ike-Eu que te agradeço, Pietra. Foi um prazer ter a sua companhia e carregar as suas sacolas.-também sorrindo-Obrigado principalmente por ter me desculpado por ter sido grosso com você no sábado e me fazer esquecer dos meus problemas pelo menos por hoje.

Pietra-Humm! Sou poderosa!-brinca rindo.

Ike-Mais do que imagina.-ela sorri.

Pietra-Espero que eu consiga usar os meus poderes para encontrar o presente da Sá.

Ike-Você tem até quinta.-sorrindo.

Pietra-Vou me concentrar nisso. Pode deixar.-tirando o cinto de segurança-Boa noite, Isaac.-abrindo a porta do carro para sair.

Ike-Deixa que eu te ajudo com as sacolas.-também saindo do carro.

       Isaac pega as sacolas e ambos caminham até a porta da casa dela. Pietra tira sua chave de dentro da bolsa e abre a porta para que eles pudessem entrar.

Pietra-Que silêncio! Tia Meg deve estar vendo tv no quarto.-comenta.

Ike-O Matt deve estar chegando. O expediente no escritório já acabou.

Pietra-É. Daqui a pouco ele chega para ficar telefonando para meu quarto.-ri-Pode deixar as sacolas aqui sobre o sofá, Isaac. Depois eu levo para o meu quarto.

Ike-Eu levo para você.

Pietra-Não precisa. Daqui a pouco a tia Meg vai descer e eu quero mostrar tudo pra ela.-sorrindo.

Ike-Tudo bem então.-pondo as sacolas sobre o sofá, mas escondendo algo atrás das costas-Será que eu poderia usar o banheiro?

Pietra-Claro.-nisso eles ouvem um barulho vindo da fechadura da porta. Pietra vira o corpo para verificar se era Matt e confirma que era mesmo o primo. Este, mal chega já vai logo fazendo uma série de perguntas:

-O carro que está lá fora é do Ike; não é?-enrugando a testa-Ele está aqui?

Pietra-Está, Matt. Nós acabamos de chegar do shopping; não foi, Isaac?-olhando para trás para falar com Isaac mas ele não estava mais ali-Ué! Ele estava aqui.-voltando a olhar para o primo-...Ele deve ter ido ao banheiro.-justificando sua ausência.

Matt-Vocês saíram juntos?

Pietra-Foi. Ele teve folga no escritório porque estava doente então nós aproveitamos para ir ao Manhattan Mall para procurar o presente da Sabrina, sobrinha da Linda.-sem entender o porquê do interrogatório de Matt.

Matt-Mas...e tudo que aconteceu entre vocês dois?

Pietra-...Ficou resolvido, Matt.

Matt-Resolvido como?

Pietra-Resolvido, oras. Eu estou indo para o meu quarto. Beijo.-mandando um beijo para ele a distância e subindo as escadas rapidamente para fugir das perguntas dele. Mas assim que ela surge no corredor, vê Isaac saindo de seu quarto-O banheiro fica  duas portas antes, Isaac. Você sabe muito bem disso.-se aproximando dele com desconfiança-O que você estava fazendo no meu quarto?

Ike-...Eu...eu me confundi. Entrei no seu quarto por engano.

Pietra-Engraçado! Você sempre se engana, né?-sorrindo sarcástica.

Ike-Pois é.-forçando um sorriso-Agora já vou indo. Boa noite, Pietra.-com pressa.

Pietra-Mas...e o banheiro?-enrugando a testa.

Ike-Passou a vontade.-nada convincente.

Pietra-Sei.-intrigada-Deixa que eu te levo até a porta então.

Ike-Não. Não precisa. Eu agradeço a gentileza, mas não precisa. Pode ir para o seu quarto. Você deve estar exausta.

Pietra-Você é velho, Isaac, eu não.-brinca. Ele ri.

Ike-Mais uma vez obrigada, maluquinha.-beijando a testa dela-Não fica com medo do bicho papão, hein!-implicando. Pietra dá um tapinha no braço dele, que ri.

        Isaac desce as escadas de volta para a sala enquanto Pietra segue para seu quarto.

Chegando lá, ela acende a luz e vê um embrulho sobre sua cama, logo ao lado do Caco, o sapinho de pelúcia que Taylor lhe havia dado de presente. Pietra estranha, mas sorri.

Pietra-O que é isso?-pegando o embrulho e vendo que nele havia um bilhetinho colado.

Pra você nunca mais dizer que não é uma princesa, embora eu ache que você não precise disso para ser uma.

      Pietra abre um largo sorriso ao terminar de ler o bilhete, abrindo o embrulho já sabendo do que se tratava seu conteúdo: a linda coroa que ela havia posto na cabeça quando Isaac e ela estavam na loja de departamentos.

Pietra fica toda boba olhando para seu presente.

* * *

Já na sala...

Ike-Oi, Matt!-cumprimentando o amigo ao encontrá-lo na sala.

Matt-Oi, Ike.-um pouco frio. Isaac percebe-Saiu com a minha prima hoje?

Ike-Sim. Fomos procurar um presente para a Sabrina, a sobrinha da Linda.

Matt-Achei que ela não fosse querer te ver por um bom tempo depois de sábado.

Ike-Olha, Matt, eu sei que você também ficou chateado com o que aconteceu, cara, porque você se preocupa com a Pietra e eu acho isso absolutamente normal e admirável...mas eu queria te explicar tudo. Não quero que você fique com raiva de mim porque eu nunca faria a Pietra sofrer intencionalmente...-Matt o interrompe:

Matt-Eu sei, cara. Desculpa.-respirando fundo-Eu sei.

Ike-Eu fui hoje pedir desculpas para ela pelas coisas que disse lá no meu apartamento e...e quanto aos beijos, não aconteceram por brincadeira minha. Eu não quero brincar com os sentimentos dela. Eu sei que nós precisamos conversar sobre isso; ela é sua prima e...

Matt-Ela é minha prima; você é meu amigo, e a vida é de vocês. Se eu pudesse, colocaria a Pi numa redoma de vidro para que ela não corresse risco algum de se machucar, sofrer...mas infelizmente não posso. Tenho que deixá-la aprender a se proteger sozinha; embora eu procure estar sempre por perto para fazer o que estiver ao meu alcance para ajudá-la. Eu não sei o que houve entre vocês, mas se ela escolheu manter em segredo eu devo respeitar isso. Você também é como um irmão pra mim, Ike; e se você também não me contou nada é porque teve seus motivos. Eu só preciso ter a garantia de que você não irá machucá-la e nem brincar com ela.

Ike-Claro que não, Matt! Eu nunca tive essa intenção. Eu juro pra você.

Matt-Era isso que eu precisava ouvir, cara.-abraçando o amigo-Eu gosto demais dela, Isaac!

Ike-Eu também, Matt. Eu também.-batendo fraternalmente nas costas dele-Agora deixa eu ir porque ainda tenho uma coisa para resolver, cara. Valeu pela conversa, irmão. É importante saber que você não está com raiva de mim.

Matt-Eu também estou aliviado por termos tido essa conversa.

Ike-Até amanhã no escritório!-sorrindo.

Matt-Até, Ike.-Isaac deixa o local sendo acompanhado por Matt até a porta.

* * *

     Pietra fica sem palavras diante da surpresa que Isaac havia preparado para ela. Rapidamente ela sai do quarto e desce as escadas correndo para ver se ainda o encontrava lá. Mas para a sua decepção, ao chegar à sala, vê Matt entrando em casa e fechando a porta.

Pietra-O Isaac já foi?-ofegante.

Matt-Acabou de sair.

Pietra-Ah!-lamenta.

Matt-O que é isso na sua mão, fedelha?-sorrindo implicante.

Pietra-Uma coroa.-olhando sorrindo para o objeto em suas mãos.

Matt-Por que você está com isso?

Pietra-Porque eu sou uma princesa.-com um sorriso convencido. Matt ri.

Matt-Iludida.-implicando.

Pietra-Há, há, há.-irônica-Bobão!-mostrando a língua pra ele-Toda garota é uma princesa.

Matt-Quem disse isso?-provocando.

Pietra-Um certo príncipe encantado.-sorrindo misteriosa. 

        Ela beija a primo no rosto e corre de volta para o seu quarto toda sorridente.

* * *

       Mariana estava tão distraída em seus pensamentos enquanto estava dentro do ônibus indo para casa que nem percebe quando este já havia passado pelo ponto onde ela deveria descer. Por conta disso, ela tem que esperar o ônibus fazer o resto do percurso até voltar para fazê-lo todo outra vez, o que a faz chegar em casa bem mais tarde.

Mari-Peter, você não sabe o que aconteceu com a sua irmãzinha aqui...-rindo de si mesma enquanto entrava em seu apartamento. Snoopy logo surge aos seus pés e começa a latir como se quisesse falar alguma coisa-O que foi, amor? O que foi?-abaixando para acariciá-lo. É então que ela vê Isaac e Peter sentados no sofá da sala-Ok. Se isso não é um pesadelo chega bem perto disso.-soltando Snoopy e pondo-se de pé novamente.

Ike-Mari...-levantando do sofá para se aproximar dela.

Mari-Oi. Tchau.-saindo dali e indo direto para seu quarto, sendo seguida por Snoopy.

Peter-Mari! Mari!-chamando na esperança de que a irmã voltasse; mas eles ouvem quando ela bate a porta do quarto ao entrar. Peter olha para Isaac-...Ela não quer mesmo falar com você, Isaac.-um pouco desconcertado pela atitude da irmã.

Ike-...Eu já esperava por isso, Peter. Só não podia deixar de tentar.-triste.

Peter-Ela não havia me contado sobre o que aconteceu no seu apartamento, Isaac. Se você não tivesse vindo até aqui eu não teria percebido que havia algo errado e nunca descobriria que vocês dois estão brigados.

Ike-Eu beijei a Pietra, sim, Peter. Não nego que o que fiz foi errado, mas eu queria que ela ouvisse as minhas explicações.

Peter-Mas você tem consciência de que não está sendo fácil pra ela; não tem?

Ike-Tenho sim. E é por isso que eu não vou insistir agora. Ela não quer falar comigo, então vou esperar um tempo até que a raiva e a mágoa não seja assim tão recentes pra tentar conseguir fazer com que ela me perdoe.

Peter-É o melhor que você pode fazer.

Ike-Obrigado por ter me ouvido, Peter. Desculpa pelo que eu fiz...Eu teria entendido se você tivesse me colocado pra fora quando te contei o que aconteceu.

Peter-Não posso julgar você, Isaac; e nem quero fazer isso.

Ike-Obrigado.

Peter-Não precisa agradecer.-o acompanhando até a porta-Desculpa pela “educação” da minha irmã.

Ike-Ela tem todo o direito de agir assim. Não precisa se desculpar.-batendo fraternalmente no ombro dele-Boa noite.

Peter-Boa noite.-fechando a porta após Isaac ter saído.

     Peter caminha até o quarto de Mariana, abrindo a porta sem nem pedir licença. Ela se assusta pensando ser Isaac, mas ao ver Peter modifica a expressão de raiva.

Mari-O Isaac já foi embora?

Peter-Se o papai e a mamãe tivessem visto o que você fez ainda a pouco teriam ficado desapontados.-com ar de reprovação.

Mari-Ah não! Lição de moral não, Peter! Eu tenho os meus motivos para fazer o que fiz; ok? Você não pode falar sobre o que não sabe.-se chateando.

Peter-O que eu não sei? Que vocês estão brigados desde sábado e você não me contou nada?

Mari-Eu não acredito que ele contou pra você!-indignada-Eu não acredito!

Peter-Pelo menos alguém me fala alguma coisa!-sarcástico.

Mari-E levando em conta o modo como você está falando comigo, ele te contou uma versão bem tendenciosa para o lado dele, claro, ou então não contou tudo.

Peter-Ele contou tudo.

Mri-Contou foi?-debochada-Contou que beijou outra garota enquanto namorava comigo? Contou que me fez passar a maior humilhação na frente de um monte de gente?

Peter-Contou também que os beijos foram movidos pelas circunstâncias, embora ele não considere certo o que fez.

Mari-Era só o que faltava agora! Você está do lado dele, Peter? Que ótimo irmão você é!-irônica-Quer que eu sente pra ouvir você defendê-lo?

Peter-Não destorce as coisas, Mari. Eu não estou querendo defender ninguém. Só acho que você deveria ouvi-lo, ser menos cabeça-dura...Você mesma poderia ter feito algo parecido movida por alguma circunstância atípica como quando ele beijou a garota para fazê-la parar de gritar.

Mari-Eu nunca faria algo assim, Peter! Isso de circunstância é balela! Não existe isso! Ele tinha namorada e beijou outra. É fato!

      Peter não tirava a razão da irmã de estar chateada; ele entendia muito bem os motivos dela. Apesar disso tudo, sua consciência não o deixava ficar com raiva de Isaac porque Peter sabia que, ainda que bêbada, a irmã havia beijado Taylor enquanto namorava Isaac, antes mesmo de  saber sobre toda a história dos beijos entre ele e Pietra.

Peter-Você não precisa reatar o namoro, Mari; mas pelo menos ouve o cara e tenta ser um pouco mais flexível...

Mari-Se você não parar de tentar justificar o que o Isaac fez e tentar fazer com que eu me sinta a pior das criaturas por não me colocar no lugar dele para tentar perdoar, eu vou ficar com raiva de você também, Peter. Eu não posso ser mais flexível. Não posso me colocar no lugar dele e pensar o que faria porque é surreal! Eu não sou traidora. Eu não beijo a boca de mais alguém além do meu namorado!-irritada.

Peter-Mas você fez, Mari! Você fez!!-não aguentando ficar com aquilo guardado para si.

Mari-Ahn?-sem entender-Do que você está falando, Peter?

Peter-Isso mesmo que você ouviu. Você beijou outro cara enquanto namorava o Isaac...Beijou o irmão dele. Beijou o Taylor na noite em que ele te trouxe para cá depois que você exagerou na bebida quando vocês dois foram para a exposição de fotografia. Pronto! Contei!!-sentindo como se um enorme peso saísse de suas costas.
Já Mariana cai sentada sobre sua cama em estado de choque como se o peso sobre as costas de Peter tivesse ido parar sobre ela.

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