quarta-feira, setembro 06, 2006

Capitulo 10

Cap. 10



       Taylor pega alguns panos de chão no gaveteiro e os joga sobre o chão molhado. Mariana, que estava no lado oposto do local, observa a cena, abismada.
Mariana-Garoto, você não está vendo que você está ensopando todos os panos em vão?-largando o rodo e cruzando os braços, encarando-o.
Tay-Mas os panos vão absorver a água...não?-confuso com o ar de reprovação dela.
Mari-Ai meu Deus!-respirando fundo-Deixa que eu faço isso!-ela ia ao encontro dele quando escorrega no chão liso, cheio de espuma pelo sabão em pó que Taylor havia derramado, e cai- Aii!-soltando um gemido, pondo rapidamente as mãos no tornozelo direito.

Taylor começa a rir.

Tay-Faz de novo pra eu ver, por favor! Foi muito engraçado!-ela o encara com fúria.
Mari-Seu idiota, você não está vendo que eu me machuquei?-com cara de dor.
Tay-Sério?-compreendendo que ela realmente não estava brincando.
Mari- É.- mordendo o lábio inferior como se pudesse conter a dor, ou até mesmo um possível gemido.
Tay-Deixa eu ver...-se abaixando para “examinar” o tornozelo dela.
Mari-Não, não precisa.- antes mesmo que ele a tivesse tocado nela. Taylor a encara.
Tay-Deixa eu dar uma olhada...-ajoelhando de frente pra ela, sorrindo ternamente-...minhas mãos não tem espinhos, eu não arranho ou tiro pedaços!
Mari-...- perdendo o ar de dúvida-Tá certo...-segurando a mão dele com cara de súplica-...mas cuidado, hein!
Tay-Pode deixar.-ela solta a mão dele-Com licença.-levantando um pouco a perna da calça dela, sorrindo maroto ao perceber o desconforto dela com o gesto-Não, você não parece ter quebrado nada ou algo do tipo, acho que foi só um mau jeito.-tocando no local contundido, sem olhá-la. Taylor perde o ar de descontração e fica sério, concentrado no que fazia. Mariana podia observá-lo perfeitamente daquele ângulo. Ela nunca havia ficado tão próxima a ele, tão próxima a ponto de analisar cada detalhe de seu rosto, de senti-lo tocando-a, de esquecer por alguns instantes que ele não era o cara desastrado e mal educado por quem ela nutria raiva à primeira vista-Ei, você está me ouvindo?-Mariana desperta de seu “transe” quando percebe que Taylor falara algo querendo atenção.
Mari-Desculpa...-desconcertada-...O que você disse?
Tay-Onde você estava, hein?-sorrindo.
Mari-Ih, nem queira saber!-desconversando.
Tay-Eu vou apertar de leve seu tornozelo e você me diz onde dói, ok?-fofo.
Mari-Não precisa, já está passando.-ele a ignora e vai apertando gentilmente várias regiões do tornozelo dela - Ai, ai!
Tay-Dói aqui?-voltando a apertar o local onde ela sentira dor, olhando para ela.
Mari-Não é bem uma dor, é só um incômodo...
Tay-É, não foi nada sério mesmo.- voltando a concentrar seu olhar no tornozelo dela-Deixa eu fazer uma massagem, vai melhorar. Ela o olha com estranheza enquanto ele começa a massageá-la, sério.
Mari-Eu devo ficar com medo dessa sua atitude pacifista?-ele a olha e sorri.
Tay-Eu não queria estragar suas esperanças ao meu respeito...-sorrindo safado-...mas, na verdade, isso é apenas um jogo de interesses.
Mari-Jogo de interesses?
Tay-Lógico. Como é que você vai me ajudar com essa bagunça aqui sem poder andar?-brincando.
Mari-Chega disso, então!- tirando bruscamente as mãos dele de cima dela com raiva. Ela abaixa a perna da calça, tentando se levantar. Taylor a segura pelos braços impedindo-a, sorrindo.
Tay-Você leva as coisas muito a sério, Mariana.
Mari-Ah, vai lamber sabão!-soltando seus braço, pegando espuma do chão e jogando no rosto dele, irritada-Você é muito sem graça!-apoiando-se nele para conseguir levantar.
Tay-Ai, ai!-fechando os olhos bem apertado - Entrou sabão nos meus olhos!
Mari- Não caio nessa.-levantando desajeitadamente.
Tay- É sério!-também levantando.
Mari-Bem feito, então.-conseguindo firmar melhor o pé direito no chão.
Tay-É sério, Mariana!-andando feito barata tonta em busca da pia do local.
Mari-Ih, tá frio, muito frio!-observando Taylor se afastar cada vez mais da direção onde a pia ficava localizada.
Tay-Péssima hora pra começar esse joguinho!-já atordoado pela irritação que o sabão causava em seus olhos.
Mari-Ah é?-sarcástica-Foi você quem começou com essa história de joguinhos! Experimenta tatear, você ainda está muito frio!- sorrindo. Ela tentava dar alguns passos para testar seu tornozelo.
Tay-Tatear assim?-abrindo e fechando as mãos como se fosse apertar algo, sorrindo safado. Ela não segura o riso.
Mari-Vou te deixar com os olhos ardendo! La la la la la.- cantarolando de forma implicante.
Tay-Você não tem senso de humor.- com um sorrisinho no canto da boca.
Mari-Anda, deixa eu te levar até a pia...- indo cuidadosamente até ele e segurando sua mão-...antes que você caia aqui. Não que você não mereça, mas eu tenho um coração mole.- o conduzindo até a pia da lavanderia e abrindo a torneira pra que ele lavasse o rosto. Ele usa as mãos para jogar água no rosto, piscando os olhos várias vezes.
Tay-Você não acha que demorou muito pra lembrar que tem um coração mole, não?- já conseguindo manter os olhos abertos.
Mari-Droga! Molhei minha calça toda quando caí!- ignorando o comentário dele, olhando para trás para tentar ver quão molhada sua calça jeans estava.
Tay-Deixa eu ver se molhou muito...- pendendo a cabeça para o lado olhando para o bumbum dela, sorrindo malicioso.
Mari-Claro que não!-virando de costas rapidamente, segurando o riso.
Tay-Ué, o que tem isso demais?-cínico-Só quis ajudar.
Mari-Com certeza!-irônica-Agora deixa eu ir embora porque já perdi tempo demais aqui com você.- ela mancava, mas caminha em direção a porta da lavanderia, que estava aberta.
Tay-Vai me deixar aqui sozinho?- fazendo beicinho.
Mari-Você quis dizer, “vai me deixar limpar tudo sozinho”?-sarcástica.
Tay- Eu quis ser menos direto...-sorrindo, cínico. Ela o encara feio.
Mari- Onde foi que você enfiou minha bolsa, hein?- olhando atrás da porta. Ele ri.
Tay-Brincadeira, Mariana!-temendo que ela fosse realmente embora.
Mari-Eu já te disse que não suporto suas brincadeirinhas?-ainda segurando a porta.
Tay-Prometo que não brinco mais...Cadê o seu coração mole?-unindo as mãos e fazendo cara de súplica.
Mari-...-respirando fundo-Tá certo...Mas não fala mais comigo porque você me irrita!-ela solta a porta e esta se fecha-Você está com sorte porque hoje eu estou paciente...-Taylor a olhava de boca aberta, como se fosse exclamar a respeito de alguma coisa - Que cara é essa, garoto? Se for fazer qualquer brincadeirinha do tipo “Você paciente?” ou “Milagre você me ajudar!” é melhor ficar quieto porque eu posso mesmo me fazer questionamentos a esse respeito e mudar de ideia!-ele continuava com a mesma expressão.
Tay-Você...você fechou a porta?!! - surpreso.
Mari-Ué, eu empurrei a porta e ela fechou sozinha. Por quê? Não vai me dizer que você tem claustrofobia? A Larinha tem e...-ele a interrompe com ar de incredulidade:
Tay-Nós estamos presos aqui!
Mari-O quê?- arregalando os olhos.
Tay-Era só o que me faltava!- passando as mãos pelos cabelos, nervoso.
Mari-Não, nós não estamos presos! Não pode ser!-tentando abrir a porta, assustada-Droga!!Por que não abre?-passando a olhá-lo. Ela ainda não podia crer no que estava acontecendo.
Tay-Essa porta só abre por fora.- balançando a cabeça com ar de reprovação - Por que você tinha que fechar essa porta?- ficando de frente pra ela-Tudo bem, eu sei que você quer ficar trancada aqui comigo mas deveria ter me perguntado se eu também queria!- passando a sorrir ao ter pensado em uma resposta tão rápida para provocá-la.
Mari-Você está louco?-irritada-A droga dessa porta fechou sozinha; como eu ia saber que ela só abre por fora?- ficando nervosa-E quanto a sua insinuação infame, fique você sabendo que de você eu só quero distância, seu idiota!-batendo com os punhos fechados no peito dele-Eu sabia que deveria ter te deixado aqui, limpando tudo sozinho!-ele a segura pelos pulsos e sorri-Me solta!-chorando de raiva - Eu quero sair daqui!-mais e mais nervosa.

       Taylor a abraça, tentando acalmá-la. Mariana resiste mas acaba cedendo por não conseguir se soltar dele. Taylor estava sem camisa, então ela podia sentir o contato direto da pele dele, já que ele a aninhara em seus braços fazendo com que ela encostasse seu rosto no peito dele.


Tay-Calma. Calma.-ternamente-A culpa foi sua...- sorrindo, sem resistir à chance de provocá-la. Ela tenta se soltar mais uma vez ao ouvir aquilo, mas ele a impede, mantendo-a na mesma posição-...Calma...-falando tranquilamente-...mas eu sei que você foi legal ficando aqui pra me ajudar.- acariciando os cabelos dela.
Mari- Aprendi essa lição: nunca mais dou uma de boa samaritana com quem não merece! Agora me solta!- ainda zangada e nervosa.
Tay-Desculpa pela brincadeirinha; eu sei que se você pudesse escolher não ficaria trancada comigo em uma lavanderia...-sorrindo safado-...você escolheria um dos quartos da casa, né? É mais confortável! Se bem que a lavanderia é um lugar exótico...-ela o empurra, conseguindo se soltar dos braços dele e o fuzila com o olhar. Ele ri-Você realmente não tem senso de humor!
Mari-Não tenho senso de humor, paciência, nem estômago pra aguentar pessoas como você, seu convencido, patético, exibido!-ele só ria.
Tay-Exibido?
Mari-Você não acha que é muito exibicionismo ficar andando por aí sem camisa, se achando o tal?-ele sorri.
Tay-Está te incomodando o fato de eu estar sem camisa?-cínico-Eu estou em casa, minha camisa estava molhada...qual o problema? Não acho exibicionismo, tanto que se você quiser fazer o mesmo, eu apoio! Tô vendo que sua blusa tá um pouco molhada.-provocando. Seu sorriso triunfante.
Mari-Há,há,há, sem graça! Não fala mais comigo, tá?-indo sentar em um canto da lavanderia onde o chão não estava molhado. Ele ri e vai sentar ao lado dela-Sai daqui!-o empurrando-Tem tanto lugar pra você sentar, sai de perto de mim!
Tay-Mas esse é o único espaço seco daqui! Você quer que eu molhe minha bermuda e acabe fazendo um strip tease pra você, né?- se divertindo com a reação cada vez mais exasperada dela.
Mari-Olha, Taylor, não posso negar que você não é de se jogar fora...você daria um ótimo espantalho de plantação, sabia?-sarcástica. Ele ri.
Tay-Vindo de você, vou considerar elogio.
Mari-Por que você não para de brincadeira e dá um jeito de tirar a gente daqui? Não acredito que você está fazendo piadinhas sem graça enquanto nós estamos aqui trancados!-indignada e incrédula.
Tay-O que você quer que eu faça? Vamos ter que esperar o Ike ou o Zac chegar pra abrir a porta. Não tem outro jeito!-olhando para ela, que estava pensativa.
Mari-Onde você colocou minha bolsa? Eu trouxe meu celular, a gente pode ligar para o Zac ou para o Isaac para eles virem o mais rápido possível pra cá.-fazendo menção de levantar mas com certa dificuldade por tentar não apoiar o peso no tornozelo machucado.
Tay-Espera...-segurando gentilmente o braço dela para que ela não levantasse-...deixa que eu pego sua bolsa; é melhor você evitar forçar o tornozelo.- levantando. Mariana enruga a testa- O que foi?- notando a expressão dela.
Mari-Nada.-fingindo indiferença. Taylor dá as costas e vai em direção ao gaveteiro. Mari o observa enquanto ele pegava a bolsa.



* * *



        Isaac concluíra sua aula passando um trabalho para a turma. Pietra, que estava louca para voltar pra casa, foi uma das primeiras a sair da sala quando a aula terminou. Ela caminhava calmamente em direção a saída da universidade, até que percebe que havia esquecido seu caderno na sala de aula e volta para buscá-lo.
        Ao chegar à porta da sala, Pietra vê uma garota, também aluna de Isaac, dando em cima dele descaradamente. Estavam apenas os dois na sala.
       Pietra observa mais um pouco a cena e, então, finge uma discreta tosse para que eles percebessem sua presença. A garota fica sem jeito e vai embora, deixando com ele um papelzinho que Pietra pensou ser um número de telefone.

Pietra-O que é isso agora, disque dúvidas, professor?-se aproximando dele, sorrindo sarcástica.
Ike-Pois é, professor 24 horas. É amor à profissão!-sorrindo.
Pietra-E...você vai ligar?-como quem não quer nada. Ele ri.
Ike-Não precisa ficar com ciúmes, você continua sendo minha aluna preferida.
Pietra-Não sei bem o porquê, mas não me sinto honrada.-sarcástica-As alunas te adoram, né?
Ike-É bom saber que elas gostam da minha aula.- sorrindo, sonso.
Pietra-Você sabe que não é esse o interesse delas.-ele ri.
Ike-E isso te incomoda?- encarando-a. Ela fica sem jeito.
Pietra-Nenhum pouco!- numa afirmação amargurada-Só acho que...Ah, esquece!-impaciente-Eu só vim aqui buscar meu caderno que esqueci...-tentando mudar de assunto-...Ó, tá ali!-indo em direção a carteira em que ela havia sentado durante a aula.
Ike-Você não é o tipo de pessoa que guarda um comentário, já tive provas disso.-sorrindo.
Pietra- Pois é, eu também tive provas de que isso, muitas vezes, não é tão bem aceito.-com um sorriso discreto.
Ike-Nunca vai me perdoar por ter te posto pra fora da sala, não é?
Pietra-Se você se comportar direitinho, quem sabe um dia eu perdoe!-brincando. Ele ri.
Ike-Você não vai falar?-tentando retomar o assunto.
Pietra-Como você é curioso!-sorrindo-...Eu só ia dizer que...que eu não teria coragem de ficar me oferecendo...Sei lá, é feio...-ele ri.
Ike-Também acho.
Pietra-Acha nada!Você fica se sentindo quando as aluninhas ficam te dando mole.
Ike-Eu?-rindo.
Pietra-Vai negar?-interessada na resposta.
Ike-Tudo bem, eu fico um pouco envaidecido, não posso negar.-sorrindo-Mas eu não me aproveito dessas situações.- rasgando o bilhete que a garota lhe dera-Não posso me aproveitar de garotinhas como você.-provocando.
Pietra-O que você quer dizer com “garotinhas como você”?- cruzando os braços, o encarando.
Ike- Inexperientes, inocentes...-ela ri com ar de sarcasmo.
Pietra-Criança, você quer dizer, não é?
Ike-Eu não usei essa palavra.-sem esconder o sorrisinho cínico.
Pietra-Mas para bom entendedor, meia palavra basta.
Ike-É bom saber que tenho uma aluna tão esperta!-sorrindo satisfeito ao vê-la irritada.
Pietra-Eu sabia que você ia começar com essa história de me tratar como criança! Você não perde uma oportunidade de querer bancar o conselheiro ancião, o pai, o senhor-maior-de-21-anos...Você não cansa, não?-ele ri.
Ike-Adoro seus adjetivos!
Pietra-Tudo bem, já entendi!- com raiva por ele ter ignorado sua pergunta e ter mudado o rumo da conversa-...É melhor mesmo a gente parar essa conversa por aqui senão você vai acabar me chamando de garotinha briguenta e me dar umas palmadas!-sarcástica.
Ike-Até que essa não é uma má ideia!-brincando. O celular dele começa a tocar-Só um minutinho, Pietra, a gente já volta a conversar sobre suas palmadas!- rindo. Ele atende ao telefonema.
Pietra-Engraçado!-irônica.

Ike-Mari?-sorrindo-Que bom te ouvir!-Pietra faz um coração com os dedos e o mostra para ele, zoando. Ike ri discretamente. Ela dá tchau para ele fazendo menção de ir embora. Isaac faz sinal para ela esperar-...Sério, Mari?-rindo.
     
          Pietra faz novamente sinal de que iria embora e Isaac a puxa pela mão a fazendo ficar.

Ike-Eu já tô indo pra casa, ok? (...)Tá certo, não vou te torturar mais tendo que aguentar o Tay!- rindo-Beijo.(...)Tchau.-desligando.


Pietra-O que você ainda quer comigo, hein?
Ike-Eu vou te levar pra casa.- falando naturalmente, enquanto arrumava suas coisas.
Pietra-E quem disse que eu quero ir com você?- indignada.
Ike-Eu estou indo pra casa agora, sua casa é caminho da minha, não vou te deixar ir sozinha.
Pietra-E como você sabe que eu estou indo para casa? O fato de você ter estragado minha manhã de sábado com sua presença não significa que eu não possa aproveitar o resto do dia pra me divertir.- ele ri.
Ike-Vou me redimir com você.
Pietra-Como assim?
Ike-Você quer diversão, não quer? Pois vem comigo.-se dirigindo até a porta da sala para ir embora esperando que ela o seguisse mas Pietra permanece onde estava-O que foi?-sorrindo ao ver cara confusa que ela fazia.
Pietra-Pra onde você quer me levar?
Ike-Pra minha casa.-inocentemente. Ela o olha, assustada. Ele ri, percebendo que ela o havia interpretado mal-Calma.-rindo-O Taylor e a Mari estão lá ! Eles ficaram trancados na lavanderia do apartamento e agora estão se digladiando.-Pietra sorri sem graça-O que foi que você pensou?-sonso.
Pietra-...Eu?...Eu...Nada. Não pensei nada!-ele ri.
Ike-Vem, Pietra.- voltando a entrar na sala para buscá-la pela mão.




* * *




           Zac e Lara se empolgam com o beijo. Sem perceber, Zac, que a envolvia pela cintura, vai pressionando seu corpo contra o dela fazendo com que Lara desse alguns passos para trás e quase caísse sentada sobre o capô do carro dele e ele por cima dela.
         Lara apóia as mãos sobre o capô para impedir a queda e o alarme do carro dispara. Eles param de se beijar, olham um para o outro e caem na risada.

Lara-Acho que a gente se empolgou demais, né?- rindo.
Zac-Eu ainda estou empolgado.- com um sorriso maroto, fazendo menção de voltar a beijá-la.
Lara-Ah é?-desvencilhando-se dele, sorrindo-Só que se você não desativar logo o alarme do seu carro a gente vai acabar atraindo platéia pra nossa “empolgação”.-ele ri e dá um selinho nela.
Zac-Deixa eu desativar logo esse “estraga prazeres”!-tirando a chave do bolso e abrindo o carro, sorrindo.
Lara-O céu tá se abrindo, Zac, o sol tá até aparecendo.-comentando enquanto contemplava o céu. Zac sai do carro e a observa distraída, sorrindo.
Zac-Meu céu se abriu desde o dia em que eu te conheci.-a abraçando por trás. Lara se comove. Ela sorri, vira de frente para ele e o abraça forte, acariciando sua nuca. Ele fecha os olhos e sorri-Por que será que a gente demorou tanto pra se conhecer?-ela ri.
Lara-Ah, Zac, Nova York é enorme!- brincando com o cabelo dele - Talvez se nós tivéssemos nos conhecido antes, em outra situação, nem teríamos nos aproximado.
Zac-É...nunca pensei que tiraria algo de bom do atropelamento do Peter...até poder te encontrar de novo, pela terceira vez naquele mesmo dia.- acariciando o rosto dela.
Lara- Muita coincidência, né?- sorrindo.
Zac- Destino.
Lara- Mesmo?-brincando-Quer dizer que o meu destino é você?-sorrindo.
Zac-Quem sabe.-com um sorriso maroto.
Lara-E o que mais você pode dizer a esse respeito?-roçando carinhosamente seu nariz no dele, brincando. Ele sorri, fitando a boca dela.
Zac-A única coisa que eu posso dizer é que eu estou morrendo de vontade de te beijar.-ela sorri.
Lara-E o que você está esperando?
Zac-Também me fiz a mesma pergunta agora!-sorrindo. Eles voltam a se beijar.




* * *



        Taylor e Mariana estavam sentados no chão, cada um de um lado da lavanderia, bem longe um do outro.
Desde que ligara para Isaac, Mariana não trocara uma palavra com Taylor tentando evitar qualquer tipo de aborrecimento além do fato de estar presa com ele. Muitas vezes ela o flagrava olhando para ela e sorrindo como que para provocá-la. Ela, então, desviava seu olhar e tentava esquecer que ele estava ali.
Mari não gostava de brigas. Ela sempre fora uma garota super dócil; nem ela mesma entendia o porquê da raiva que sentia por Taylor, não entendia o porquê de não conseguir ignorá-lo...Ela não  reconhecia a si mesma quando brigava com ele.

“Não, eu não sou assim!”-pensava, tentando não responder à provocação dele.

Tay-E aí, como está o tornozelo?-quebrando o gelo, legitimamente preocupado.
Mari-...-em dúvida se aquela não era mais uma forma que ele arrumara para provocá-la-...Está bem, não dói mais.-seca.
Tay-Eu disse que não era nada, não disse?- sorrindo, comentando inocentemente.

Mari-Tá vendo, Mariana! Por que você não gosta dele? Convencido!-murmura para si mesma.

Tay-Ahn?
Mari-O quê?
Tay-Você falou comigo?
Mari-Não.
Tay-Ah...é que eu pensei ter ouvido você falar alguma coisa...
Mari-Não falei nada.-sonsa.
Tay-Eu estou começando a ficar com fome...Você não?-querendo puxar assunto.
Mari-Não.- fria.
Tay-E sede?
Mari-Também não.
Tay-...- um tanto impaciência nele com aquele silêncio-...Seu tornozelo ainda dói?-ela o encara, enrugando a testa e ri.
Mari-Você está mesmo entediado, hein? Você já me fez essa pergunta!-ele sorri, sem jeito.
Tay-Sério?
Mari-Uhum.- balançando a cabeça positivamente.
Tay-Pra você ver como eu estou preocupado com você!- sorrindo cínico.
Mari-Até parece!Você está querendo mesmo é conversar pra passar o tempo!
Tay-Por que você não pode acreditar que eu sou um gentleman?-sorrindo maroto.
Mari-Porque eu sei bem o que gentleman significa, e você está longe de ser um.- ele ri -Eu, se fosse você, não riria, choraria.
Tay-Eu sabia que sua resposta seria algo “sutilmente” agressivo...-com ar de ironia ao pronunciar a palavra destacada-...já havia me preparado.- piscando o olho pra ela, sorrindo.





* * *




        Zac e Lara resolvem ir para o Central Park. Zac estaciona o carro próximo ao parque e os dois seguem andando até lá.

Zac- Adoro esse lugar!- sorrindo - Aqui é tranqüilo, agradável...
Lara-É incrível que você venha caminhar aqui quase todas as manhãs e eu nunca tenha te visto antes daquele dia.-ambos andavam um ao lado do outro-Esse aqui é meu atalho toda manhã quando eu vou comprar pão, quando vou até a cafeteria...-passando a andar de costas para ficar de frente pra ele, sorrindo.
Zac-Eu lembro que quando te vi aqui você estava mesmo com um saco de pães, que você até deixou cair quando...-sorrindo safado- ...Você sabe.
Lara-Ai meu Deus!-rindo-Lá vem você lembrar do meu mico!-ele a envolve pela cintura, fazendo-a parar de andar.
Zac-Não foi um mico! Eu entendo que você ficou desnorteada com um certo alguém que você viu passar.-sorrindo sonso. Ela ri.
Lara-Ah, você também viu o cara lindo que estava passando atrás de você naquele dia?-brincando. Ele ri-Quando eu olhei na direção na qual você estava, vi aquele colírio que passava logo atrás de você e fiquei desnorteada mesmo.-dando um selinho nele, rindo.
Zac-Engraçadinha.- rindo também- Obrigado pelo “colírio”.
Lara-Olha só que convencido!-rindo-Eu já te disse que meu colírio estava atrás de você!-brincando.
Zac-Quem era? Minha sombra?-ela ri mais.
Lara-Ai meu Santo Amaro, você vai ficar convencido assim por causa disso pra sempre, né?
Zac-Só um pouquinho.-brincando.
Lara-Se eu fosse um pouco menos estabanada, você nem teria visto o resultado da minha “distraçãozinha”.-corando ao lembrar do momento em que ela trombara em uma árvore ao ver Zac pela primeira vez. Ele sorri percebendo que ela ficara envergonhada.
Zac-Você não precisa ficar sem graça, Lara.-se aproximando mais dela, falando baixinho como se fosse contar algo que ninguém mais pudesse ouvir-Vou te contar um segredo...Se também tivesse uma árvore na minha frente no momento em que eu te vi, eu também teria esbarrado nela.-sorrindo. Ela ri.
Lara-Mentiroso!-soltando-se dele e voltando a andar. Zac fica olhando para ela por alguns instantes e volta a andar até alcançá-la, sorrindo. Ela o olha e ri.
Zac-O que foi?
Lara-Tem uma folha presa no seu cabelo!-ele ri. Lara para de frente pra ele, fazendo Zac parar também, e tira a folha-Primeiro sinal de que o outono está chegando.-mostrando a folha para ele com um sorriso pueril- O tempo até já está mudando.
Zac-É, isso explica a chuva louca de hoje.-abraçando Lara por trás e pondo o queixo sobre o ombro dela, sorrindo.
Lara-Ah, as flores vão começar a cair!-fazendo beicinho-Agora como eu vou ganhar mais florzinhas de você?-ele ri.
Zac-Não se preocupa, eu te compenso com outra coisa.-com um sorriso maroto.
Lara-Ah é?- virando de frente para ele, sorrindo. Zac a enlaça pela cintura-E como você vai fazer isso?
Zac-Eu posso te beijar, ou posso te beijar, ou eu posso te beijar.-já fitando intensamente a boca dela. Lara ri-Qual das opções você escolhe?-ela envolve seus braços em volta do pescoço dele.
Lara-Acho que vou querer as três!-acariciando a nuca dele. Zac fecha os olhos e sorri extasiado com o toque dela.
Zac-Adoro isso que você faz na minha nuca.-quase num sussurro. Ela sorri.
Lara-Deu pra perceber pela sua cara.-dando leves mordidinhas no lábio inferior dele, ainda acariciando sua nuca.
Zac-Adoro isso também.-sorrindo largamente a cada vez que ela lhe dava uma mordidinha no lábio.
     
          Cinco garotinhas de patins, aparentando estarem na faixa dos oito anos de idade, passam por eles e soltam um sonoro “Hum!” em meio a risadinhas tímidas. Zac e Lara riem, vendo as cinco se afastarem um pouco.

Lara-O que nós estávamos fazendo mesmo, hein?-sorrindo.
Zac-Eu estava me preparando para fazer isso...-quando ele ia beijá-la, as garotinhas voltam a se aproximar deles e os rodeiam patinando, formando um círculo no qual os dois estavam no centro e começam a jogar delicadamente flores e folhinhas neles.

       Lara e Zac se olham sorrindo surpresos e se beijam. Elas soltam gritinhos de empolgação e os aplaudem. A cena era de encantar qualquer pessoa que por ali passasse: uma inocente brincadeira de criança, a inesperada “chuva” de coloridas flores, o beijo apaixonado de Zac e Lara...

        Talvez esse fosse um sinal de que não faltariam flores no caminho, que os sentimentos que começavam a nascer entre ambos os levariam a seguir sempre em frente, fosse primavera, outono...ou qualquer estação.




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