terça-feira, fevereiro 12, 2008

Capítulo 56

Oie, florzinhas!!
Desculpaaa pela demora!=/ Ai que vergonhaaa de tanto que faço vocês esperarem! Mas eu jurooo que não atualizo antes porque não dá mesmo! Era para eu ter atualizado domingo, mas tive uns probleminhas aqui. Sorry!!

Bem, quero antes de deixar vocês lerem o capítulo dar um avisinho: dia 02/03 começará o especial de Falling in love no site Who?Is!Quem quiser dar uma conferida, passa lá; ok?E deixa um comment sobre o que achar. ;) Conto com a visitinha de vocês, hein!As meninas do site estão fazendo especiais muito legais!O endereço do site está aqui no blog na parte de favoritos ;) E o prêmio pelo award do site já está também aqui no blog.Ficou lindo, né? ^^

É isso, então.Espero que gostem do cap. ;) Não tem música no capítulo de hoje, então vou fazer um flashback e colocar uma das músicas que já entraram na fic.

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:


Pleaseeee, comentem!!Amooo os comments de vocês!
=*********
Boa leitura!

Lara




Cap. 56




      Mariana estava em pânico olhando para o painel do carro. O volante, a chave na ignição...tudo parecia ser tão assustador quanto os homens que ameaçavam Taylor com seus revólveres.

-Anda, garota! Eu já estou perdendo a paciência! Liga logo esse carro ou o seu namoradinho vai morrer!-o assaltante sentado ao lado dela grita.

Mari-...Ele não é meu namorado...-nervosa. Mariana tremia bastante; estava visivelmente atordoada.

-E se você não calar a boca e dirigir logo, ele nem chegará a ser!-pressionando de forma ameaçadora o gatilho da arma que apontava para a cabeça de Taylor.

Tay-Amigo, cuidado com isso aí. Machuca; sabia?-com os olhos arregalados voltados para o cano do revólver, com um sorrisinho amarelo.

-Não me diga?-cínico-Acho que a gatinha ali não acredita muito nisso. Vou testar em você para ver se machuca mesmo. Taylor fecha os olhos e engole a seco ao ouvir o barulhinho do gatilho pronto para ser apertado.

Mari-Não! Não, moço, por favor! Não machuca ele, por favor! Por favor!!-desesperada-Eu dirijo! Eu dirijo! Mas, por favor, não faz nada com ele!-chorando.

-Hum! Agora estou gostando de ver! Começou a entender a minha língua, gata. Acelera e sai daqui antes que a polícia chegue! Anda!

Mari-Calma! Calma!-trêmula-Faz tempo que eu não faço isso, moço!-pondo a mão sobre a chave na ignição para ligar o carro. Taylor abre os olhos, aliviado por ouvir o carro sendo ligado, mas preocupado pelo nervosismo de Mariana, que estava apavorada.

Tay-Relaxa, Mari. Você consegue.-tentando tranquilizá-la.


       Nisto eles ouvem barulhos de sirene. Era a polícia que se aproximava do local após ter sido acionada e comunicada sobre o assalto a uma das agências do PNC bank em Manhattan.

-É a polícia! Cara, sujou!!-o bandido ao lado de Taylor se assusta.

-Vai, garota!-o outro pressiona Mariana.

Mari-...Eu estou nervosa, tá? Dá pra ter um pouco de calma? Eu não dirijo há muito tempo!-com a voz embargada; olhando para o volante como se nunca tivesse feito aquilo na vida.

-Eu te dou uma ajudinha!-esticando uma das pernas e pisando fundo no acelerador, fazendo o carro se movimentar bruscamente. Todos os outros no carro se assustam, principalmente por causa do barulho dos pneus em forte atrito com o asfalto.

      Ao ver o carro dirigir para a pista contrária a ponto de se chocar com outro veículo, Mariana gira o volante rapidamente e o leva de volta para a direção certa, evitando um acidente. O motorista do outro veículo buzina com raiva.
Mariana agira tão impulsivamente que só então, com o carro de volta a pista correta, para pra pensar no que poderia ter acontecido se ela não tivesse manobrado com tanta rapidez.

Mari-Você está louco??? Quer nos matar??!!-olhando rapidamente para o assaltante sentado no banco do carona, mas logo voltando a se concentrar ao volante. Taylor e o carinha ao lado dele estavam pálidos e inertes devido ao susto.

- Quer parar de falar comigo assim, garota?? Olha que eu não preciso provocar outro acidente pra fazer você ficar caladinha não, viu?!-balançando o revólver que segurava com um sorrisinho sarcástico nos lábios. Mariana emudece, ficando mais tensa ainda ao perceber que o carinha ficara irritado pelo modo com o qual ela falara com ele-Vai mais rápido! Anda! A polícia está atrás da gente!!-ouvindo os barulhos de sirene, mas sem conseguir ver nenhuma viatura se aproximando.

           Mariana acelera e começa a ultrapassar todos os carros que ficavam a sua frente.

-Isso! Acelera!-olhando pelo vidro retrovisor a movimentação dos carros que eles deixavam para trás para ver se havia alguma viatura por perto, já que os barulhos de sirene ainda podiam ser ouvidos.

-E é porque a sua namoradinha disse que não dirigia, não é?-o outro comenta com Taylor-Você viu a manobra que ela fez? Cara, eu queria ter filmado aquilo! Foi bom demais pra ter sido feito por uma garota!

Mari-Em primeiro lugar, eu não sou “ namoradinha” dele. Segundo, quem disse que uma garota não pode fazer qualquer manobra que seja...-antes mesmo de terminar de contestar o comentário machista que ouvira com indignação, Mariana olha para suas mãos ao volante; para a direção; olha para trás para ver os vários carros que havia ultrapassado-...Eu estou dirigindo!!? Eu...Eu estou dirigindo!!-sorrindo com certa incredulidade-...Eu estou dirigindo, Taylor! Olha só pra mim! Eu consegui!!!-rindo.

Tay-É, Mari! Você está dirigindo!-sorrindo ao vê-la feliz-Eu sabia que você conseguiria!-os dois assaltantes se entreolham. Mariana parecia uma criança que havia recebido o presente que pedira no natal.

-Ei, vocês dois! Esqueceram que vocês são reféns e estamos em fuga? O meu revólver está louco para fazer um estrago em alguém...-fala o bandido ao lado de Mariana, encostando sua arma à cintura dela. Mariana e Taylor perdem os sorrisos, emudecendo subitamente-Ahh, assim ficou melhor!-sorrindo sarcástico, mostrando-se ainda mais impaciente e ríspido-Você quer fazer o favor de acelerar essa joça, ô garota! Desse jeito, até uma tartaruga ultrapassa você!

Mari-Mais rápido? Não dá! Eu já estou a 80 km/h em uma via que só permite 60!-diminuindo mais um pouco a velocidade por se aproximar de um carro que estava na frente.

-Não diminui, sua idiota! Eu estou falando pra você acelerar! Não entendeu??-irritado.

Tay-Não fala assim com ela!

-Você, fica calado, mané!-olha para trás com cara de poucos amigos.

Mari-Eu não posso acelerar. Tem um carro na frente. Você quer que eu bata?-nervosa.

-Ultrapassa!-gritando.

Tay-Não precisa gritar com ela, cara...-educadamente.

-Eu falo com ela do jeito que eu quiser!-grosso. Taylor balança a cabeça com ar de reprovação-Ultrapassa!-repete a ordem.

Mari-Não dá. Tem outros veículos vindo na pista da esquerda.-com expressão preocupada.

-Voa! Passa por cima! Dá um jeito!

Mari-...-sem saber o que fazer-...Moço, fica calmo. Eu ultrapasso assim que der...

-Que ‘assim que der’ o quê, garota! Você acha que eu estou brincando, é? Faz o que eu estou mandando ou eu mato o loirinho ali atrás!-grosso-Você pensa que eu não sei que você está tentando ir devagar para a polícia alcançar a gente; não é?

Tay-Cara, calma aí. Ela está nervosa...-o bandido volta a olhar para trás e o interrompe:

-Eu já te falei pra ficar calado, droga!-encostando o revólver bem ao centro da testa dele. Mariana, que já voltara a tremer, fica mais apavorada ao ver a cena pelo espelho retrovisor interno.

Mari-É. Fica caladinho, aí, Taylor. Por favor!-temendo que o cara cumprisse com suas ameaças.

-Viu? Até a gatinha quer que você feche o bico.-sorrindo cínico-Harold, faz esse babaca ficar calado!-fala com seu comparsa.

-Pode deixar, Teddy.-tapando a boca de Taylor com uma das mãos de modo subserviente ao companheiro de fuga.

Mari-Que ironia! Nome de ursinho de pelúcia!-murmura para si mesma.

-O que você disse?-Teddy se volta para frente novamente, olhando para ela.

Mari-...Que o Taylor fica bem melhor caladinho mesmo.-falando a primeira coisa que lhe viera à cabeça, forçando um sorriso; nervosa. Teddy ri.

-Gostei de você!-piscando o olho para ela. Mariana perde o sorriso, desviando rapidamente o olhar para a direção. Taylor tenta falar algo, mas Harold pressionava com força a mão contra a boca dele.

       Mariana consegue ultrapassar o carro que estava a frente deles, mas um outro veículo continuava obstruindo o caminho deles, fazendo Mari manter a velocidade constante e não aumentar como Teddy queria.

-Buzina, garota! Buzina!

Mari-É contra a lei buzinar assim do nada.-contesta. Teddy ri.

-E você acha que eu tenho cara de quem respeita leis??-esticando o braço esquerdo e apertando a buzina sem parar. Mari encolhe os ombros e aperta os olhos demonstrando incômodo pelo barulho.

       Harold solta Taylor a fim de tapar os próprios ouvidos. Taylor aproveita para respirar melhor, pois a mão de Harold estava quase o asfixiando porque lhe apertava o nariz também.

Teddy tira a mão da buzina.

-Agora acelera! Cola no carro da frente! Quero ver se entenderam o recado!

Mari-...-olha para ele assustada.

-Faz o que eu estou mandando! Ou quer que eu te dê outra ajudinha com o acelerador?-tencionando levantar um pouco a perna para a esquerda a fim de alcançar os pedais do motorista.

Mari-Não. Não. Eu faço isso. Pode deixar. Não precisa ajudar, não.-acelerando e aproximando os veículos. O carona do outro carro põe a cabeça para fora para ver o que havia de errado com o carro que os sucedia. Teddy também põe sua cabeça para fora e aponta seu revólver para o cara. Este se assusta um pouco, e volta imediatamente para dentro do veículo.
Em fração de segundos, o carro é levado para mais à direita da pista, dando passagem para que Mariana fizesse a ultrapassagem.

-Eu deveria ter feito isso antes.-comenta, sorrindo. Ele acena com o revólver para o motorista do carro quando os dois automóveis se cruzam, cínico.

       Taylor queria fazer alguma coisa para ajudar Mariana, que estava muito atordoada com toda aquela situação. Ela estava dirigindo, seguia as ordens de Teddy, tentava ser forte, mas Taylor sabia que ela não estava bem. A voz sempre embargada; gaguejando; as mãos trêmulas...sinais que denunciavam isso.

     Harold já lhe tapava a boca novamente. Taylor pensa em morder a mão dele para se ver livre, mas hesita ao ver a arma que ele tinha na outra mão. Além disso, Mariana já estava bastante nervosa para que ele despertasse a ira dos dois bandidos e a situação ficasse ainda pior.

-Agora entra na próxima rua à direita.-ordena, satisfeito por vê-la pisar no acelerador já que naquele momento não havia outros veículos à frente.

Mari-Se eu entrar na próxima a gente vai sair na Madison Avenue. É muito movimentada! Eu não vou poder dirigir tão rápido assim lá!

-Por que você contesta tudo, hein, garota?-balançando a cabeça-Ela também é assim com você?-virando a cabeça para olhar para Taylor. Este, com a boca tapada, apenas balança a cabeça positivamente. Teddy ri-Como eu pensei.

Harold-As mulheres são todas iguais, Teddy.-sorrindo.

-Fica caladinho você também, Harold. A sua voz me irrita.-rude. Harold perde o sorriso.

Harold-Mas eu quase não falei nada...-constrangido.

-Por isso mesmo. Fica calado de vez assim eu não corro o risco de me irritar.-indiferente-Você está com a grana aí?

Harold-Está aqui comigo.-cabisbaixo; indicando um saco preto ao lado dele sobre o banco traseiro.

-Ótimo.-olhando para Mariana novamente-E você? O que está esperando para fazer o que eu mandei?Entra na próxima rua à direita. Não quero saber se a gente vai sair no meio da Madison ou da Broadway, entra e acelera para chegarmos logo na primeira highway que tiver pela frente.

Mari-Highway??? Você quer dizer...Sair da cidade??-Taylor abre bem os olhos, também surpreso. Ele balbucia alguma coisa, mas Harold ainda o silenciava com uma das mãos.

-Qual é? Você quer que eu fique rodando por Nova Iorque até a gasolina deste carro acabar e a polícia alcançar a gente?! Não sou nenhum burro!-impaciente-Além disso, a senhorita politicamente correta poderá trafegar a mais de 100 km/h sem ter do que reclamar ou motivos para contestar.

Mari-...Mas...-ele a interrompe:

Teddy-Sem ‘mas’, ok? Faz o que eu estou mandando!-grita.

         O coração de Mariana batia descompassado. Ela estava completamente desesperada.



“Sair da cidade??! Ai meu Deus! Isso não pode estar acontecendo!”-pensa; tentando controlar o ritmo de sua respiração para ficar menos nervosa-“Calma, Mariana! Pensa em alguma coisa. Você tem que fazer alguma coisa...”-as mãos dela suavam e tremiam, mas ela se mantinha firme ao volante demonstrando bastante destreza ao conduzir o carro por uma via complexa em tão alta velocidade.


     Mariana continuava a trafegar pela longa rua que percorria desde o inicio da fuga. Ela teria que entrar à direita na rua seguinte como era a vontade de Teddy, mas por impulso desesperado, ela acelera ainda mais o veículo e gira a direção para o lado contrário, pisando no freio logo em seguida. Os pneus atritam ruidosamente contra o asfalto. O carro dá alguns solavancos e as duas rodas da esquerda ficam um pouco suspensas por alguns segundos durante a trajetória curvilínea que desenvolvera devido a brusca manobra e o súbito freio àquela velocidade.

Teddy-TÁ LOUCA, GAROTA??-grita, tendo seu corpo jogado para a direita no auge da manobra. Mari segura firme o volante, tentando não perder o controle do veículo.

        Harold acaba caindo sobre Taylor. Este aproveita para tentar tomar a arma que ele segurava.

Harold-Solta isso, garoto!! Solta!-lutando para que Taylor soltasse seu pulso. Mas Taylor não desistia, tentando fazê-lo não apontar a arma em sua direção antes que ele pudesse tomá-la.

     O carro faz um giro de 180º para a esquerda e para bloqueando a via nos dois sentidos. Dois outros veículos quase se chocam contra ele, mas freiam a tempo, por sorte.

Mariana começa a tremer ainda mais. Nem acreditava que havia feito aquilo.

-SUA GAROTA BURRA!-berrando-VOCÊ VAI VER SÓ...-tencionando puxá-la pelos cabelos. Mari se esquiva, fazendo-o se inclinar para pegá-la. Ela grita.

      Taylor, que lutava contra Harold, percebe a movimentação de Teddy e, como estava praticamente deitado sobre o banco traseiro com Harold por cima dele, força um pouco uma das pernas e a ergue, chutando Teddy bem no rosto.

Tay-SAI DO CARRO, MARI! SAI!-grita-SAI!!

        Mariana nem raciocinava direito. Chorava e tremia enquanto tentava tirar o cinto de segurança.

-SEU FILHO DA MÃE!!-levando as mãos ao rosto imediatamente. O chute não havia sido tão forte já que Taylor tivera que flexionar a perna e lançá-la de qualquer jeito por entre o espaço dos bancos dianteiros, mas havia sido bom o bastante para fazer Teddy reclinar o corpo para trás batendo as costas contra a porta do veículo-VOCÊ ME PAGA, SEU DESGRAÇADO!!-irado.

Em fração de segundos, ele inclina o corpo de volta para frente e aponta a arma para Taylor, fazendo um disparo.
Mariana, que finalmente conseguira tirar o cinto de segurança, grita em pânico ao ouvir o estrondo do disparo.

Havia sido tudo muito rápido...a manobra; a reação de Taylor; o chute; o disparo...

Mari-TAYLOR!!!!-se desespera aos prantos.





* * *




       Durante o intervalo das aulas, Dina leva Lara e Pietra para o auditório do campus onde havia uma rápida reunião com as pessoas selecionadas para dançar no musical. Todos os atores já haviam tirado as medidas necessárias para a confecção dos figurinos, e até já haviam visto os esboços de como cada peça seria; faltavam apenas os dançarinos que fariam figuração. Por isso a convocação.

Dina-Larinha, se você quiser, eu falo com a Michelly e com a coreógrafa para fazerem um teste rápido com você...só mesmo para ver os seus movimentos e tal. O que você acha?-Dina, Pietra e Lara caminhavam em direção ao auditório.
Lara-...Não sei, Dina. Eu adoro dançar; assisti Moulin Rouge várias vezes e acho um máximo, mas eu não sei se tenho coragem de dançar sobre um palco com várias pessoas me assistindo na platéia. Sou tímida demais para isso.
Pietra-Ah, Larita!! Tenta, por favor! Por favor! Eu sei que você ficou animada quando a Dina contou sobre o musical! Vai ser muito legal! Você não pode deixar de participar!-empolgada com a possibilidade da amiga também entrar para o musical.
Dina-É, Lara. Tem que perder essa vergonha, garota!-sorrindo.
Pietra-Você não vai falar nada! Só precisa dançar. Não arranca pedaço!-fazendo cara de suplica.
Lara-E se eu tropeçar? Ou errar a coreografia? E se...-Pietra a interrompe:
Pietra-Ela vai fazer o teste, Dina.-sorrindo para a amiga.
Lara-Eu não disse isso, Pê.-rindo.
Dina-Vou falar com a Mi!-ignorando o que Lara dissera, sorrindo.
Pietra-Fala agora quando a gente chegar no auditório.
Lara-Eu existo, viu? Eu não decidi nada a esse respeito. Vocês não podem me ignorar.
Pietra-Quem disse?-marota.
Dina-Acho que depois da aula dá para fazer uma avaliaçãozinha rápida.-fingindo pensar alto casualmente. Lara ri.
Pietra-Ótimo!
Lara-Vou almoçar com o meu namorado. Lá. Lá. Lá. Ele vem me pegar depois da aula. Lá. Lá. Lá-cantarolando.
Dina-Ele espera um pouquinho.
Lara-Não pode. Ele tem que ir para o trabalho...e eu também.-sorrindo vitoriosa.
Pietra-O Zac espera, Larita. Por favor! Por favor! Por favor!-com carinha de menininha pidona.
Lara-...-respirando fundo, sorrindo-Vou pensar.
Dina-Aê!!-sorrindo também.
Pietra-Ela aceita.-olhando para Dina; voltando a olhar para Lara logo em seguida-Nada de ‘vou pensar’, mocinha.-Dina ri.
Dina-Você não vai poder escapar, Lara!
Lara-Ai meu santo Amaro! Por que eu não fiquei na sala de aula lendo o meu livro?! Pelo menos o Tom Sawyer não ia me fazer pagar nenhum mico.-fazendo referência ao personagem principal do livro de Mark Twain que ela estava lendo.
Pietra-Ele também não ia te dar a oportunidade de parar de se esconder dentro do ninho e ganhar asas para alçar vôo.-brincando-Você tem que se soltar, Larinha!
Dina-A Pi tem razão.Você tem que se soltar.
Lara-...Vou pensar com carinho. Prometo.-sorrindo.
Pietra-Muito, muito, muito carinho?-insistente.
Lara-Prometido.
Pietra-Ela vai, Dina.-sussurra para a amiga, brincando. Dina ri.
Lara-Sem carinho agora.-brinca também.
Pietra-Não falo mais nada. Nadinha.-tapando a boca. Elas riem, finalmente chegando em frente à porta do auditório.

            Quando as 3 adentram o local, Michelly e algumas outras alunas de estilismo e moda tiravam as medidas do pessoal no auditório e anotavam tudo cuidadosamente.

Michelly-Ainda bem que você chegou, Dina! Precisamos de mais um par de mãos para terminar de coletar as medidas ou não vamos conseguir liberar todo mundo para assistir às aulas do último tempo.Temos que diminuir o tempo de espera.-ansiosa.
Dina-Eu tive prova, Mi, por isso não pude sair mais cedo da aula. Desculpa. Eu vim assim que pude.
Michelly-Tá bom. Não precisa se desculpar.-nervosa-Próxima.-chamando mais uma garota que estava esperando sentada na platéia.
Dina-Eu trouxe a Pietra, Mi. E a Lara queria entrar no musical mas perdeu o dia da seletiva...
Michelly-Depois a gente conversa sobre isso, Dina.-pondo um lápis na boca para manusear a fita métrica com a aproximação da próxima garota que ela mediria-Tem fita, lápis e um bloquinho na mesinha da sala que fica atrás do palco.-tirando o lápis da boca para falar.
Dina-Certo.-chamando Pietra e Lara para acompanhá-la. As duas seguem-na-A pobre da Mi está uma pilha de nervos com esse musical!-explicando o nervosismo da amiga-O dia do festival está chegando e, apesar do figurino e de tudo o que diz respeito ao elenco principal estar sob controle e em muito bom andamento, só agora que escalamos os componentes de apoio e vamos começar a preparar o figurino!
Pietra-Mas se já está tão perto por que só agora vocês foram fazer a seleção?
Dina-Porque a gente achava que daria tempo, Pi. O festival seria em dezembro, então pensamos em manter o foco sobre os preparativos da peça em si. Outubro acabou de começar: teríamos tempo de sobra para escolher os dançarinos da figuração, ensaiar a coreografia com eles e confeccionar o figurino.
Lara-E o que houve de errado?
Dina-O reitor está querendo antecipar o dia da apresentação do musical. A universidade fará 58 anos agora e ele gostaria que o musical fosse encenado na festa de comemoração ao aniversário da instituição. Por isso a correria para tirar as medidas e para começar os ensaios com vocês.
Pietra-E quando a data será definida?
Dina-Sexta-feira.-chegando perto da mesa da qual Michelly falara-Ah! Vocês querem ver como serão os figurinos de vocês?-vendo a pasta de desenhos sobre a mesa.
Pietra-Claro!-animada.
Lara-...“de vocês”?-sorrindo. Pietra a olha.
Pietra-Você vai até tirar medida também, dona Lara.-sorrindo.

       Dina pega a pasta e abre sobre a mesa, folheando até encontrar o desenho da roupa que as garotas do Moulin Rouge vestiriam.

Dina-...Esse é o principal vestido da Satine, a dona do Moulin Rouge...-explicando os desenhos.
Lara-Nossa! É lindo!!
Pietra-Adorei o decote!
Dina-Eu também, Pi!-sorrindo .Ela continua folheando a pasta de desenhos-...Este aqui é o modelo dos ternos dos meninos do time de basquete que farão o papel de figuração como frequentadores do Moulin Rouge...Tem também smokings...
Pietra-Hummm! Muito sexy!-sorrindo maliciosa. Lara ri-Imagina o Harry vestindo isso! Vai ficar de subir pressão!-comenta.
Dina-Com certeza.-rindo.
Lara-Diz isso na frente dele que ele vai querer aproveitar o terno pra casar com você, Pi!-brincando. Elas riem.
Dina-Mas a Pi não ia poder casar com o figurino dela...ó.-finalmente chegando à página com o desenho da roupa das dançarinas do musical-É um espartilho com estilo Vitoriano, rendas, fitas nas alças e no decote, um short curtinho, cinta-liga...O modelo é o mesmo para todas, o que varia é a cor do cetim do short ou a renda do espartilho e se a cinta-liga for trocada por uma meia-arrastão...
Pietra-Estou sem palavras, Dina! Eu AMEI!-olhando atentamente para cada detalhe do modelo desenhado-E a tiara com peninhas?? Um charme!!-sorrindo.
Dina-Que bom que você gostou, Pi!-passando a olhar para a Lara-E você, Lara? Gostou do figurino?
Lara-...er...É...é lindo, Dina. Usa pouquinho pano, né?-reticente. Pietra e Dina olham uma para a outra e riem.
Pietra-Curto e decotado demais você quer dizer, né?-rindo.
Lara-...-sem graça.
Dina-Mas é confortável pra dançar, Larinha!
Pietra-Com certeza é!-marota.
Lara-Acho que chega a ser desconfortável de tãooo “confortável”.-elas riem.
Pietra-O que você esperava, Larinha? Dançarinas de um “teatro licencioso” não podem usar um hábito!-rindo.
Dina-Adorei o ‘teatro licencioso’!-rindo também-Você dá classe ao lugar!
Pietra-Claro! Eu vou ser uma das dançarinas, não posso denegrir o meu ambiente de trabalho!-brinca.
Dina-Certa. Certíssima.-rindo-Mas agora chega de conversa; né? A Mi precisa da minha ajuda.
Lara-E nós precisamos assistir à aula do último tempo porque o professor vai dar o roteiro da primeira avaliação deste semestre. O intervalo já deve estar acabando.
Dina-Vou tirar logo as suas medidas, Pi.-pondo a pasta de volta sobre a mesa para pegar a fita métrica.
Lara-Deixa que eu anoto para você.-pegando o bloquinho de papel e a caneta que estavam junto com a fita métrica.

       Braços, coxas, busto, cintura...Dina tirava todas as medidas necessárias de Pietra enquanto Lara tomava nota delas. 
        Michelly aparece na salinha.

Michelly-Dina, por que você está demorando tanto? Não achou a fita?-parando de falar assim que vê a amiga com a fita em mãos-Ah, achou.
Dina-Eu estava aqui tirando as medidas da Pi, Michelly.
Michelly-Quando você acabar, volta lá para o auditório porque ainda tem muita gente para tirar as medidas e o intervalo está terminando...Tem gente já querendo voltar para suas respectivas salas de aula sem ter tirado as medidas.
Dina-Eu já terminei aqui, Mi.-Pietra baixa a blusa depois que Dina termina de verificar as medidas de sua cintura.
Michelly-Ótimo, então.-respirando fundo para tentar se acalmar-Assim eu só enlouqueço mesmo com a ausência dos garotos do time do basquete!
Dina-Eles não vieram?
Michelly-Não!
Pietra-Calma, Michelly. Eles devem aparecer a qualquer momento.-tentando ajudar.
Lara-É. Talvez eles tiveram algum probleminha com o treinador, mas garanto que eles não deixarão de vir.
Dina-Qualquer coisa, a gente vai atrás deles. Vamos correr com as fitas métricas nas mãos mesmo se eles se eles estiveram em quadra.-brinca. Michelly acaba rindo, assim como Lara e Pietra.
Michelly-Vou pensar nisso mesmo.-sorrindo, mesmo que com ar de preocupação.

       As quatro retornam ao auditório e, coincidentemente, os garotos do time de basquete adentravam o local ao mesmo tempo. Ruidosamente, eles se fazem perceber, para a alegria e alívio de Michelly...e certo embaraço de Lara ao ver Harry. Este, sorri largamente ao ver Pietra.

Pietra-Eu não disse que eles apareceriam a qualquer momento.-sorrindo também.
Michelly-Graças a Deus!!-visivelmente mais relaxada.
Lara-Agora nós temos que ir para a nossa sala, né, Pê? A aula já deve ter começado. O senhor McCain é muito pontual e detesta que os alunos não o sejam.-apressando a amiga.
Pietra-Mas nós já estamos atrasadas mesmo, Larita! Nem vai fazer diferença alguns minutinhos a mais ou a menos: o sermão não mudará.-despreocupada-Nós damos um “alô” para o Harry e depois vamos.
Lara-Será que a gente não pode dar um ‘alô’ para o Harry quando eu estiver menos constrangida depois da noite de ontem?-fala baixinho para Pietra.
Pietra-Noite de ontem?-enrugando a testa-Do que você está falando?-sem entender nada.
Lara-Eu te conto em um momento mais apropriado para que você tenha mais liberdade para rir do mico da sua amiga aqui.-vendo que Harry cruzava os assentos do auditório e se dirigia até o palco, sorrindo. Lara baixa os olhos ao vê-lo sorrindo safado para ela-E pelo visto, ele não vai esquecer tão cedo disso!-murmura.
Pietra-...-olhando para Harry, depois de volta para a amiga-Tudo bem. Vamos. Mas, ó, vou querer saber direitinho o que aconteceu, hein?!
Lara-Não se preocupe, serei o motivo das suas risadas com prazer.-irônica. Pietra ri.
Pietra-Dramática!
Lara-Vem, Pê! Vamos logo!-puxando a amiga.
Pietra-Vai querer evitar o Harry pra sempre?-não se movendo para implicar com a amiga, sorrindo.
Lara-Só enquanto ele respirar e sorrir pra mim com essa cara de eu-sei-o-que-você-na-noite-passada.-Pietra ri.
Pietra-À propósito, o que você fez, hein?-sorrindo maliciosa-Você está vermelha! Hum! Foi algo devasso?!-zoando.
Lara-Eu te dou um twix, Pê.-com olhar de súplica.
Pietra-Ele vai sacar que estamos fugindo dele, Larita.
Lara-Ele vai ter certeza se eu for sozinha, Pê.-choramingando-Por favor! Por favor! Eu te dou dois twix!
Pietra-Não precisa, boba!-sorrindo-Vamos.-concordando.

       Lara estava tão apressada que nem espera para se despedir de Dina e Michelly, puxa Pietra para a saída lateral do auditório que ficava do lado oposto ao que Harry estava.
Harry não vê as duas deixando o local, pois Michelly o intercepta, ficando a sua frente bloqueando sua visão.

Michelly-Você e o seu time quase me fizeram enfartar; sabia?
Harry-...-tentando avistar Pietra por trás dela-...Desculpa pelo atraso, Michelly. Mas o treinador...-ela o interrompe:
Michelly-O importante é que vocês vieram! Nem que tenha sido só para paquerar as garotas...-vendo os integrantes do time espalhados pelos assentos do auditório cercando as garotas que estavam lá-...e não por interesse e amor à arte.
Harry-...-nem ouvindo o comentário dela-...A Pietra já tirou as medidas?
Michelly-...-revirando os olhos-...Já sim. Ela está logo ali com uma amiga dela...-virando o rosto para trás para indicar onde Pietra estava mas não a encontrando-...Quer dizer, estava.
Harry-Ela já foi?-desanimado.
Michelly-É o que parece, né?-voltando a olhá-lo-Agora me deixa tirar logo as suas medidas antes que você decida fugir daqui com alguma desculpa qualquer.-puxando-o pela mão até o local onde ela deixara sua fita métrica.
Harry-...Mas...-ele mal balbucia uma espécie de contestação, passando os olhos pelo local para ver se localizava Pietra, mas desiste de tentar encontrá-la pois Michelly não o largaria enquanto não tivesse conseguido o que queria.





* * *





         Taylor grita de dor. Mariana fica em estado de choque ao ver sangue na camisa de Taylor na região do braço direito.

Mari-O QUE VOCÊ FEZ COM ELE, SEU MONSTRO??!!-olhando com raiva para Teddy, gritando-VOCÊ ATIROU NELE! VOCÊ O FERIU!!-histérica; batendo no peito dele num surto de desespero.

Teddy-Ele mereceu!!-segurando os braços dela com força, a imobilizando.

       Por ter sido ferido, Taylor para de lutar contra Harold, não mais oferecendo resistência quando este pega de vez o revólver pelo qual eles antes brigavam. Harold sai de cima dele, caindo sentado sobre o banco, assustado com o barulho do disparo feito por Teddy.

Tay-Meu braço...-gemendo; levando as mãos ao braço ferido. Ele olha com certo assombro para o sangue em sua mão.
Mari-Você está bem, Taylor?!!-soltando-se de Teddy e inclinando o corpo no espaço entre os bancos dianteiros para verificar o estado dele.
Tay-...Meu braço...Eu estou sangrando...Tá doendo muitooo!-quase num sussurro, pois a dor chegava a lhe tirar o fôlego e impedi-lo de articular os sons.
Harold-...Você podia ter me atingido, Teddy.-com o olhar vidrado, transtornado com aquela possibilidade.
Teddy-Eu mirei nele, seu besta!
Harold-Mas ainda assim, poderia ter sido em mim...
Teddy-Sem drama agora, Harold!-irritado, e ao mesmo tempo, preocupado por ter ferido um dos reféns.
Mari-Você não podia ter feito isso, seu louco!!!-olhando furiosa para Teddy.
Teddy-Não fala assim comigo!-gritando com ela-Eu já perdi a paciência com você!-apontando o revólver na direção dela-Quer que eu te cale como fiz com o loirinho?-ameaçador. Mariana emudece.

      Os motoristas dos carros na via bloqueada pelo carro de Taylor haviam saído de seus veículos para tomar satisfação com o “motorista imprudente” que fizera uma manobra tão perigosa quase ocasionando um acidente, mas hesitam depois de ouvir o disparo feito no interior do carro.

         As viaturas que estavam seguindo o carro de Taylor finalmente despontam na via, fazendo com que os outros veículos dessem passagem para elas.

      Teddy fica nervoso e esbraveja ordens para que Mariana desse um jeito de mover o carro e tirá-lo dali para continuar a fuga.

Mari-Não dá! O Taylor está machucado! Ele tem que ser levado para um hospital; tem que ver um médico!
Teddy-Faz o que eu estou mandando, garota!!
Mari-...-ela olha para trás para ver Taylor. Este tinha expressão de dor, mas balança a cabeça de leve como se dissesse para ela seguir às ordens de Teddy.

        Quando Mari tenciona ligar o carro novamente, as viaturas param próximas a eles e vários policiais descem de arma em punho.

Harold-Eles estão atrás de nós! Armados!-com medo.
Teddy-Droga!!-pela primeira, ele não sabia o que fazer.
Mari-Deixa a gente sair, por favor...-arriscando o pedido.
Teddy-Claro que não!-impaciente-Tá louca?? Vocês são os meus trunfos!
Mari-Mas tem uma pessoa ferida aqui, pôxa!-começando a chorar.
Teddy-Liga o carro e acelera!
Mari-...Não vai funcionar! Eles vão atirar nos pneus e fazer a gente parar de qualquer modo!
Teddy-...
Harold-Ela tem razão, Teddy.
Teddy-Eu sei! Eu sei!
Tay-Deixa ela sair, cara. Fica só comigo. Libera a garota.-pede; respirando com intensidade.
Mari-Não! Claro que não! Você tem que ver um médico!
Teddy-Você acha que eu vou liberar a garota e ficar com um moribundo?!!-com um riso de escárnio.
Mari-Não fala assim!-o censurando; preocupada com Taylor.

-Vocês não têm saída. Rendam-se!-um policial fala através de um megafone.

       Mal o policial termina de dizer aquelas palavras, outras duas viaturas surgem vindas da avenida paralela à rua em que eles estavam, e cercam a frente do carro de Taylor. Eles estavam encurralados.

     Alguns policiais tentam fazer os veículos recuarem dali para evitar que ficassem na zona de risco. O mesmo acontecia com os transeuntes, que só pelo tumulto e pelo ruído do tiro já haviam começado a dispersar; e com as instruções da polícia também recuavam assim como os veículos.

-Eu disse pra vocês se entregarem!-repete o policial.

Teddy-NÓS NÃO VAMOS NOS ENTREGAR!-grita.

Mari-...Não tem saída...
Teddy-Claro que tem! Com dois reféns, ainda há muito que fazer!-puxando Mariana contra si, colocando o revólver na cabeça dela-Faz o mesmo com o loiro, Harold! Ele será o teu escudo!
Harold-Mas ele está sangrando, Teddy!-contesta.
Teddy-Depois você lava a sua roupa caso ela manche.-zomba-Ou melhor, deixa ele aí e sai do carro sozinho. Garanto que as manchas na sua roupa terão o seu próprio sangue se isso te deixa menos inojado.-rude.
Mari-A gente vai sair?-nervosa.
Teddy-Claro! Eles têm que ver que temos coisas valiosas além da grana que roubamos.

      Harold pega o saco com o dinheiro roubado e depois puxa o corpo de Taylor, repetindo o movimento que Teddy fizera com Mariana.

         Teddy é o primeiro a abrir a porta do carro. Ele faz com que Mariana passe para o lado do banco do carona para que eles pudessem sair do veículo juntos.
Os policiais miram seus revólveres na direção da porta que havia sido aberta, à espera da saída dos bandidos. Eles pensavam que os dois se renderiam ao deixar o veículo mas, para a surpresa deles, Teddy e Harold saem usando Mariana e Taylor, respectivamente, como escudos. Eles os ameaçavam com suas armas.

-Abaixem as armas! Abaixem as armas!-um dos policiais ordena para seus companheiros-Eles têm reféns!-preocupado com a segurança de Taylor e Mariana-Droga!-murmura-Era só o que faltava!

Os outros policiais abaixam suas armas.

Teddy-Qualquer gracinha, a gente mata os dois!-ameaçando; apertando Mariana ainda com mais força. 

     Ela chorava silenciosamente. Estava amedrontada! E sua aflição aumenta quando ela olha para Taylor e vê que a mancha de sangue na camisa dele havia aumentado. Harold o segurava de modo desengonçado; às vezes apertando o braço ferido dele, fazendo-o gemer. Mariana fica com dó ao ver a expressão de dor que Taylor trazia no rosto.

Mari-Segura ele direitinho, moço. Ele está machucado.-pede humildemente para Harold. Este a olha e, sem dizer nada, desvia o olhar. Mari baixa os olhos, pois não poderia continuar vendo Taylor sofrer daquela maneira.

Harold-Levanta o braço, garoto.-ordena; afrouxando o cerco que fazia com os braços ao redor do corpo de Taylor para que este pudesse levantar o braço direito. Taylor o faz. Harold volta a apertá-lo, mas agora sem machucá-lo quando ele abaixa o braço novamente, já que este ficara livre.

      Mariana volta a olhá-lo quando o ouve falar com Taylor. Ela sorri timidamente para Harold por ele ter atendido ao seu pedido. Harold permanece sério, desviando o olhar rapidamente, sem graça pelo olhar de gratidão dela.

     Taylor movimenta os lábios e Mari lê “obrigado” vindo deles. Mais uma lágrima rola pelo rosto dela, que responde “De nada” também apenas com o movimentar dos lábios.

-É melhor vocês se renderem. Nós prometemos que nada acontecerá a vocês.-outro policial tenta negociar.

Harold-Vocês não vão nos prender?!-pergunta, confuso. Teddy o olha feio.
Teddy-Não fala besteira, sua anta! É claro que eles vão!-revirando os olhos, impaciente-Nós não vamos nos render! Não somos estúpidos!-responde rispidamente.

-Vocês não têm outra saída. Estão cercados.-insiste.

-Um dos reféns está ferido. Chamem uma ambulância!!-outro policial pede para um dos companheiros que estava em uma das viaturas.

-Sim, senhor.-pegando o rádio de comunicação da viatura para pedir auxílio médico.

      Teddy olha em volta e constata que realmente estavam completamente cercados, ilhados em meio a várias viaturas e policiais fortemente armados. O trânsito no local estava parado e poucas pessoas se atreviam a espiar o que acontecia.

Mari-O policial tem razão...-comenta reticente, mas esperançosa que Teddy aceitasse o fracasso de sua fuga. Ele permanece calado, com o olhar perdido: parecia pensar em alguma solução...

      Alguns repórteres surgem no local. A polícia tenta controlá-los, os mantendo atrás da faixa de isolamento com a qual cercavam a área.
Teddy se aborrece com a chuva de flashes e câmeras filmadoras voltadas em sua direção.

Teddy-Vem comigo, Harold! Me segue! –fala baixinho para o comparsa; começando a dar passos para trás, ainda abraçando Mariana pelas costas e apontando a arma agora para o centro do pescoço dela. Mari é obrigada a caminhar também.

    Harold obedece Teddy, repetindo o que ele fazia. Por consequência, Taylor também se movimentava, embora a dor que sentia estivesse o deixando fraco.

-Eu repito: vocês não têm para onde ir! Vamos conversar! Eu dou a minha palavra para vocês que se vocês soltarem os reféns, o dinheiro, e puserem as armas no chão não serão feridos. Levaremos os dois para a delegacia em total segurança. Eu prometo.-o policial continua a tentativa de negociação.

Teddy-LEVAM EM SEGURANÇA E QUANDO CHEGARMOS LÁ, LONGE DESSAS CAMERAS E DESSES REPÓRTERES IDIOTAS O PAPO É OUTRO!-grita, enfurecido-NÓS NÃO VAMOS NOS ENTREGAR!-apressando os passos para chegar logo até a calçada. Harold o acompanha.

-Para onde eles estão indo?-um dos policiais enruga a testa, observando os passos deles. Mal termina sua indagação ele vê Teddy e Harold levarem seus reféns para dentro de uma loja de roupas, para desespero das duas vendedoras e da cliente que permaneciam dentro da loja até que o tumulto na rua acabasse-Droga!! Eles entraram na loja!!

-Tem gente lá dentro! Agora eles têm mais reféns!-preocupado.

-Nós temos que fazê-los libertar pelo menos o rapaz logo. Ele está ferido; pode ser grave!-fazendo sinal para que os demais policiais o acompanhassem até a frente da loja para cercá-la.

       A ambulância não demora a chegar, embora tivesse tido dificuldade para ter acesso ao local devido ao congestionamento nas ruas paralelas e aos desvios feitos para deixar a área livre após a chegada da polícia.

-Ótimo! A ambulância já está aqui!-pegando o megafone para voltar às negociações-Algum de vocês, rápido, dá uma vaculhada no carro em que eles estavam para ver se consegue identificar o dono ou encontrar uma arma...

-Eu vou.- responde prontamente um jovem policial.



* * *



       Teddy e Harold soltam Mariana e Taylor após entrarem na loja. Mariana cai no chão quando Teddy a empurra bruscamente para fechar a porta de vidro da entrada do estabelecimento.

Mari-Ai!!-batendo as costas na parede. Taylor fuzila Teddy com o olhar, dirigindo-se imediatamente até ela.
Tay-Tudo bem com você, Mari?-ajoelhando de frente para ela, preocupado.
Mari-...Estou, sim.-sentando direito.
Tay-Esse filho da mãe! Se ele não estivesse armado e eu não tivesse ferido, ele ia ver o que acontece com caras que não sabem tratar uma mulher com respeito!-murmura, irritado.
Mari-Deixa ele pra lá, Taylor!-nervosa; temendo que ele quisesse brigar com Teddy-Como está o seu braço?-vendo que ele segurava o braço direito pressionando com a mão o local baleado para tentar estancar o sangue-Você está sangrando bastante!-aflita.
Tay-...Não se preocupa...Já nem está doendo tanto.-sentando ao lado dela; fingindo estar bem para não preocupá-la.
Mari-Aposto que você está mentindo.-o encarando-Deixa eu ver isso.
Tay-Não precisa, Mari...
Mari-Claro que precisa! Eu tenho que fazer alguma coisa para estancar o sangue. Eu tenho que cuidar do seu braço...-inclinando a cabeça para tentar ver o braço dele. Taylor vira um pouco o corpo para que ela pudesse ver o seu braço direito.
Tay-Você tem que cuidar do meu braço?-sorrindo maroto. Mari levanta os olhos para fitá-lo.
Mari-É para você me dever um favor pelo resto da vida.-brinca; disfarçando um sorriso.
Tay-Ah! Não é preocupação?-mantendo o sorriso.
Mari-Não fica se mexendo, Taylor, assim eu não posso ajeitar a manga da sua camisa!-fingindo não ter ouvido a pergunta dele. Tay balança a cabeça, sorrindo. Mariana começa a dobrar a manga da camisa.
Tay-Aiiii!-geme.
Mari-Machuquei?-teme.
Tay-Não. Não...Só senti uma pontada...-fala entre dentes, o que denunciava que a dor que ele sentia era mais do que uma simples pontada.
Mari-...Você vai ter que tirar a camisa, Taylor.-desistindo de continuar dobrando a manga para ver o ferimento.
Tay-...Não é hora pra você secar a minha barriga, Mari.-implica.
Mari-Não é hora para brincadeiras, Taylor.-com ar de indignação-Você não quer que eu tire a minha para usar como atadura para o seu braço; não é?-sorrindo sarcástica.
Tay-Não seria má ideia.-sorrindo.
Mari-Para, Taylor!-deixando escapar um sorriso.

Teddy-Eu posso saber o que os pombinhos estão cochichando?-se aproximando dos dois. Os sorrisos desaparecem dos rostos deles.

Mari-Eu só estou tentando cuidar do braço dele. Ele não para de sangrar...-Teddy a interrompe:

-Tá. Tá. Cuida mesmo disso! Não quero que o babaca morra e eu ainda tenha que responder a um processo por homicídio doloso.-mostrando certa indiferença em relação a eles, pois estava mesmo preocupado era com o fato de estar preso ali e não ter nenhuma ideia para conseguir fugir.

      As três mulheres que estavam na loja estavam assustadas, em pé no fundo do local, chorando. Harold vai até elas e fazem-nas ir para mais perto da frente da loja para que pudesse observá-las melhor.

Harold-Sentem-se ali no chão, ao lado do casalzinho.-indicando o lugar com sua arma.

-Por favor, não nos machuque!-uma delas implora em desespero.

Harold-Nós não queremos machucar ninguém, senhora.

-Mas e o garoto?-outra fala, olhando para Taylor.

Harold-Foi um acidente.

Teddy-Não fica de conversinha com as reféns, Harold! Toma logo as bolsas delas e aproveita pra ver se o loiro e a enfermeira dele não têm celular, carteiras e dinheiro com eles. Vai! Anda! Faz o que eu estou mandando!-apressando-Fica de olho neles que eu vou ali dar uma geral no caixa da loja.

Harold-Tudo bem, Teddy.-cabisbaixo. Ele se aproxima dos cinco e pega a bolsa que uma das mulheres abraçava e os celulares das duas vendedoras-E vocês dois??-falando com Mariana e Taylor.

Mari-A minha bolsa ficou no carro. Não tenho nada aqui comigo.
Tay-Eu também não tenho nada; a minha carteira e o meu celular estão no porta-luvas do meu carro.

Harold-Levanta, cara.-desconfiado.

Mari-Ele não tem nada.-insiste.

Harold-Eu quero comprovar, então.

Mari-Mas ele está ferido!!-indignada.
Tay-Deixa, Mari. Eu levanto. Não tem problema.-apoiando uma das mãos contra o chão para poder levantar. Mariana tenta ajudá-lo. Harold o revista, comprovando que Taylor dizia a verdade.

Harold-Pode sentar de novo.-se afastando um pouco deles para guardar os pertences das mulheres dentro do saco com o dinheiro roubado.

As mulheres não paravam de chorar.

-Eles vão nos matar!-uma delas não parava de repetir seu maior temor.

Tay-Calma.Vai dar tudo certo...-tentando tranquilizá-las. Mari o olha com ternura.
Mari-Ele está ferido e mesmo assim acredita que nós vamos ficar bem. Acho que deveríamos acreditar nisso também.-ajuda. Tay sorri para ela, apesar de estar com uma expressão bem debilitada-Tira a camisa, Taylor. Esse sangue todo precisa parar!-vendo a mancha na manga da camisa ficar cada vez maior e forte.

      Taylor não faz nenhuma brincadeira, talvez nem tivesse mais forças para pensar em algo; apenas começa a desabotoar a camisa com a mão do braço são. Mariana percebe que ele não conseguiria terminar sozinho, então se arrasta um pouco para frente e põe gentilmente sua mão sobre o ombro dele.

Mari-Posso?-referindo-se a ajudá-lo a tirar.
Tay-...Pode.-as mulheres observavam a movimentação deles, tentando não prestar atenção no que Harold e Teddy faziam.

     Mariana desabotoa timidamente cada botão da camisa de Taylor, deixando o peito dele nu. Cuidadosamente, ela vai ajudando-o a se livrar daquela peça de roupa.

Tay-Aii! Aiii!-reclamando um pouco quando o tecido da manga da camisa passa pelo ferimento.
Mari-Desculpa!-mordendo o lábio inferior e apertando os olhos à medida que o ferimento ficava visível.

-Ai minha Nossa Senhora!!! Eu não posso ver sangue assimmm!!-a cliente da loja fecha os olhos rapidamente já com o corpo mole como se fosse desmaiar.

-Não! Não desmaia, senhora!-uma das vendedoras implora, apavorada. A outra começa a balançar as mãos na direção da senhora para melhorar a ventilação desta.

Tay-É melhor cobrir logo, Mariana.-preocupado com a mulher que passava mal.
Mari-...Eu não sou médica e não sei o que fazer nessas horas, Taylor, mas eu acho que deveríamos tentar limpar o local baleado antes...-também mexida com a aparência do ferimento.
Tay-Amarra a camisa pra tentar parar o sangue. É o suficiente.-começando a ficar tenso ao ver o estado de seu braço.

         Mariana, tomando bastante cuidado, ajeita a camisa dele para amarrá-la em torno do braço machucado.

Mari-...Eu vou ter que apertar um pouquinho; ok? Pode ser que doa...-em tom maternal.
Tay-Obrigado por avisar.-tenta sorri-Ai! Ai! Ouch!!-fecha os olhos apertados e cerra os punhos para ajudar a suportar a dor. Mariana fica com dó dele, assim como as três mulheres ali presentes.
Mari-Pronto. Terminei.-olhando para seu trabalho concluído-Espero que sirva...
Tay-Obrigado, Mariana.-com gratidão no olhar. Ela levanta os olhos para olhá-lo.
Mari-Não precisa agradecer...-com os olhos marejados. Taylor acaricia o rosto dela com as costas da mão. Uma lágrima rola pelo rosto dela, molhando a mão dele-...Diz que você realmente acredita que vai ficar tudo bem.-quase num sussurro, com a voz embargada. Ele se comove com a fragilidade dela naquele momento depois de ter sido tão forte desde o princípio.
Tay-...-passando o braço são ao redor dos ombros dela, fazendo-a deitar a cabeça sobre seu ombro-Nós vamos ficar bem, Mari. Vai dar tudo certo.-beijando-lhe a cabeça. Mariana segura a mão dele fazendo-o descer o braço até a sua cintura. Ela aperta a mão dele como se Taylor pudesse transmitir conforto e segurança para ela com aquele simples contato.



* * *




      Logo após o final da aula, Lara e Pietra caminhavam em direção a saída do campus enquanto conversavam...

Pietra-Ai que saudade de você, Larinha! Eu estava sentindo falta de te ver, de falar contigo...-lado a lado com a amiga.
Lara-Eu também estava morrendo de saudade de você, Pê! Desde sábado que a gente não se via; não é?
Pietra-É...desde sábado.-olhando para Lara com um sorrisinho sem graça-Larita, eu tenho que te contar uma série de coisas que têm acontecido comigo e...-Lara a interrompe:
Lara-Você não precisa falar nada se não quiser, Pê.-compreensiva.
Pietra-Mas eu quero, Lara. Eu preciso.-parando repentinamente. Lara para, ficando de frente para a amiga-Eu estava morrendo de medo que você estivesse com raiva de mim por não ter contado sobre o que aconteceu entre mim e o Isaac...só que eu não podia desabafar com você pra me sentir melhor enquanto você teria que carregar o fardo de guardar um segredo meu que ao mesmo tempo era algo importante para a Mariana...
Lara-Eu não fiquei com raiva. Eu nunca ficaria com raiva por algo assim. Fazia tempo que eu notava que você parecia meio misteriosa...Até comentei isso com o Zac uma vez! Mas eu estava esperando que você se sentisse à vontade para conversar quando quisesse...e se quisesse. Eu poderia ter me chateado se achasse que era falta de confiança ou algo assim, mas eu sei que você confia em mim tanto quanto eu confio em você, Pê.
Pietra-Eu sei que você sabe, Larinha. E eu quero reafirmar que confio muito mesmo em você! Eu estava guardando a história dos beijos até o Tay descobrir que...-respirando fundo-...que eu...acabei me envolvendo emocionalmente com o Isaac mais do que devia. Então acabei dividindo a história com ele porque estava me fazendo muito mal guardar tudo só pra mim! Mas eu juro que você teria sido a primeira pessoa para quem eu contaria se o Tay não tivesse percebido antes...e se você não fosse tão amiga assim da Mari.
Lara-...-esperando que algumas pessoas que passavam por elas se afastassem-..."Envolvida emocionalmente’ é um eufemismo para ‘apaixonada’?-pergunta baixinho.
Pietra-...-baixando os olhos-Pode dizer “Eu sabia! Eu sabia!”.-Lara ri.
Lara-Eu não ia dizer isso, Pê.-Pietra volta a olhá-la.
Pietra-Não?
Lara-Não. Mas já que você me fez lembrar...Eu sabia que um dos irmãos Hanson roubaria o seu coração! Eles não mestres nisso!-sorrindo-Eu só achei que fosse o Tay!
Pietra-Com o Tay é só amizade, Larinha. Apesar de achar que ele beija muito bem e que a barriguinha dele é de subir pressão...-com um sorrisinho malicioso. Lara ri-...eu gosto do Tay como eu gosto do Matt! É o irmão que eu não tive.-sorrindo com ternura ao lembrar do amigo.
Lara-Vocês ficaram; não foi?
Pietra-Algumas vezes.-sorrindo.
Lara-Eu sabia! Eu sabia!-elas riem.
Pietra-Pelo visto, você sabia de tudo! Eu nem precisava mesmo te contar nada!-brincando.
Lara-Eu não sabia que você também havia ficado com o Isaac e muito menos que estava apaixonada por ele.-Pietra volta a ficar séria.
Pietra-Mas isso eu só admiti há pouco tempo. Além disso, eu estava tentando fingir que era apenas uma confusãozinha de sentimentos, uma brincadeira do meu coração...Ele tinha...ou tem...namorada!-sorrindo sarcástica-...Desculpa por não ter te contado isso também.
Lara-Você não tem que pedir desculpas. Eu te agradeço por você ter pensado em mim e por se preocupar comigo o suficiente para guardar o segredo com você, mesmo que isso te angustiasse, só para não me comprometer. Eu não poderia te ajudar a resolver o seu problema e ficaria mal sabendo de algo que a Mari deveria saber. Obrigada, florzinha.-segurando uma das mãos da amiga apertando-a de leve como forma de agradecimento. Pietra sorri.
Pietra-Você não sabe o quanto é bom ouvir isso de você, Larita!-a abraçando novamente-Eu estou tão perdida com esses últimos acontecimentos, com os meus sentimentos, com o que a Mari me disse ontem...
Lara-A Mari?-enrugando a testa. Pietra a solta para olhá-la.
Pietra-Ontem eu fui procurar a Mari para conversar.
Lara-Sério??-surpresa.
Pietra-Foi uma conversa esclarecedora, sabe? Nós conversamos sobre tudo e agora acho que poderemos ser amigas.-sorrindo-Eu expliquei as circunstâncias dos beijos; assumi que estou apaixonada pelo Isaac, mas deixei claro que nunca quis atrapalhar o namoro deles e que não vou fazer nada a esse respeito. Pelo contrário! Não quero que o Isaac sequer sonhe com isso!
Lara-Acho que eles não vão reatar o namoro, Pê.
Pietra-De qualquer forma, eu não quero que mais ninguém saiba que eu estou apaixonada...

-Quem está apaixonada por quem?-Harry se aproxima das duas.

Lara-Ai que susto, Harry!!!-Pietra emudece.
Harry-Desculpa! Eu não tive a intenção de assustar vocês.-sorrindo-Você anda muito assustada, Larinha!-passando os braços em volta dos ombros delas.
Lara-...-sem graça, pois sabia que ele se referia à noite anterior-E você está ficando craque em aparecer repentinamente do nada; não é?-ele sorri.
Harry-Posso saber sobre o quê vocês conversavam? Eu ouvi a palavra ‘apaixonada’. Você está apaixonada, Pi?-a encarando. Lara e Pietra se entreolham.
Pietra-...er...Não! Eu não estou apaixonada, Harry!-sorrindo sem graça-...quer dizer...er...Eu estava falando que fiquei apaixonada pelo figurino que vou usar no musical! Eu adorei!-inventando qualquer coisa-A Dina nos mostrou os desenhos; não foi, Larinha?
Lara-Foi. Foi, sim.-confirmando.
Pietra-Eu estava rentando convencer a Larinha a participar do musical, Harry. Ela está com vergonha; você acredita nisso???
Harry-Acredito facilmente.-lançando um olhar maroto para Lara. Ela desvia o olhar.
Lara-E depois que eu vi o bendito figurino, acho que as chances de eu participar do musical diminuíram bastante!-comenta.
Harry-Por quê? A Pi pareceu tão empolgada...achei que fosse realmente bonito!-confuso.
Pietra-Mas é bonito, Harry!! O problema é que a Lara achou a roupa muito...-Lara a interrompe:
Lara-Desproporcional ao meu corpo.-completa a frase da amiga-O meu corpo é grande demais para usá-la: ela mostra muito mais do que eu gostaria...e muito mais do que o meu namorado também gostaria.
Pietra-Ah, Larinha! Garanto que o Zac te daria a maior força para você deixar a timidez de lado e participar!
Lara-Ele vai é me agradecer por não participar depois que ele descobrir que tipo de roupa eu teria que usar.-brinca.
Harry-Ah! Entendi como deve ser essa roupa.-sorrindo safado-Já gostei!-Pietra ri.
Pietra-Você, o time de basquete inteiro e a ala masculina da platéia vão adorar mesmo.
Harry-Por falar no musical, você virá ao ensaio de hoje à tarde, Pi?
Pietra-Claro! Depois do almoço estarei aqui.-sorrindo, animada.
Harry-Ótimo! Assim eu me animo para vir também.-sorrindo.
Pietra-Bobo!-rindo-Você TEM que vir independentemente da minha ausência.
Harry-Mas se você não viesse, eu encararia esse ensaio como uma obrigação mesmo. Sabendo que você virá, o ensaio passa a ser interessante e agradabilíssimo.-Pietra balança a cabeça com um sorrisinho sem jeito.
Pietra-Para, Harry!-dando um tapinha na mão dele sobre seu ombro. Ele ri.
Lara-Gente, agora eu tenho que ir.-avistando Zac encostado no carro dele à espera dela. Pietra olha para a mesma direção que a amiga olhava.
Pietra-Ahhh! O príncipe encantado chegou, não é, princesinha?-sorrindo. Lara também sorri.
Harry-É o seu namorado, Lara?-vendo de quem elas falavam.
Lara-É sim, Harry.
Harry-Foi legal o encontro de vocês ontem à noite?-maroto. Lara perde o sorriso, ficando bastante vermelha. Pietra divide seu olhar entre os dois.
Lara-Eu sabia que você não esqueceria isso, Harry!-embaraçada.
Harry-Desculpa. Eu não resisti, Larinha! Desculpa.-rindo; soltando-se de Pietra para abraçá-la direito. Lara acaba rindo, mas se esquiva do abraço dele para fingir que estava brava.
Lara-Sai, seu chato!-ele a abraça mesmo assim. Ela dá um tapinha nele, rindo.
Pietra-O que aconteceu ontem à noite, hein? Fiquei curiosa.-sorrindo.
Lara-Eu tenho que ir agora. O Zac está me esperando. Coitadinho!-observando-o de longe.
Pietra-Vai me deixar na curiosidade?
Lara-Garanto que o Harry vai te contar assim que eu sair.-a abraçando para se despedir.
Harry-Eu posso?-sorrindo maroto.
Lara-Só para ela, hein!-abraçando-o logo em seguida; sorrindo-Tchau!
Pietra-Tchau, Larinha. Eu te ligo mais tarde pra gente conversar.
Lara-Vou ficar esperando, então.-sorrindo.
Harry-Tchau, Larinha. Juízo.-implicando. Lara balança a cabeça, sorrindo. Ela dá as costas e caminha em direção ao portão de saída, indo de encontro ao namorado. Pietra e Harry observam quando Zac sorri ao finalmente vê-la.




* * *





Lara se aproxima de Zac. Ele a abraça carinhosamente.

Zac-Saudade de você!-sussurra.
Lara-Eu também.-sorrindo; afastando um pouco o corpo para beijá-lo.

      Zac sorri ao final do beijo. Lara limpa com jeitinho a manchinha de batom que deixara sobre os lábios dele.

Zac-Eu estava rezando para que essa hora chegasse.-fofo.
Lara-Por quê? As suas aulas estavam tão chatas assim?-sorrindo; se fazendo de desentendida. Ele ri.
Zac-Não...quer dizer, não sei. Não prestei muita atenção porque eu passei a manhã inteira pensando em você.-ela sorri.
Lara-Desculpa.
Zac-Desculpa pelo quê?
Lara-Eu não pensei em você quando uma colega de classe vomitou na sala de aula agora a pouco.-com carinha de desapontamento. Zac faz careta.
Zac-Obrigado por não ter pensado em mim nessa hora.-rindo. Lara sorri.
Lara-Mas eu pensei em você a todo momento...exceto nessa hora, claro. Eu juro.
Zac-Muito bem.-aproximando o rosto para beijá-la. Lara fitava a boca dele, sorrindo. Zac toca os lábios dela com os seus, encaixando-os aos dela num carinhoso beijo. Lara enlaça seus braços em torno do pescoço dele para lhe acariciar a nuca. É então que ela abre os olhos de repente e se fasta dele, dando um tapinha em seu peito.
Zac-Ai! O que foi?-surpreso; sem entender nada.
Lara-Nada! Só lembrei que também pensei em você no momento em que me lembraram do mico ontem, que eu paguei justamente por sempre lembrar de você e das suas visitinhas ao meu apartamento e...-ele a olhava com uma expressão confusa-...Esquece!-percebendo que não fora muito clara. Zac enruga a testa.
Zac-Eu te beijo, você me bate. Eu sou seu namorado; subentende-se que eu tenha permissão para te beijar...-ela o interrompe:
Lara-...e que eu tenha permissão para te bater.-brinca. Ele balança a cabeça, sorrindo.
Zac-Você é doidinha; sabia?
Lara-Por você?-sorrindo-Sabia, sim.-voltando a beijá-lo. Quando Zac a envolve pela cintura novamente, Lara interrompe o beijo outra vez e dá um tapinha no braço dele.
Zac-...O que foi dessa vez?-sorrindo.
Lara-Aquele foi pelo mico de ontem à noite. Esse foi pelo mico de hoje.-lembrando das brincadeirinhas de Harry; sorrindo marota. Zac não entende.
Zac-Tem mais alguma coisa pela qual eu deva ser castigado?
Lara-Não. Acabou já.-sorrindo cínica.
Zac-Certeza?
Lara-Absoluta.-balançando a cabeça positivamente-Agora só sobraram os beijinhos.-ele sorri. Zac segura as mãos dela antes de beijá-la novamente.
Zac-Só para garantir.-brinca. Lara ri.
Lara-Tudo bem.-ele a beija.




* * *



Pietra-Eles fazem um lindo casal; não é?-desviando o olhar do casal para Harry.
Harry-Nós também.-maroto. Pietra ri.
Pietra-Eu também tenho que ir embora agora, Harry...
Harry-Fugindo de mim?-a encarando.
Pietra-Não. Correndo contra o tempo.-ele a olha com incredulidade-Sério! Eu tenho que passar em um lugar antes de ir para casa; depois tenho que tomar banho e almoçar rápido para voltar para cá...
Harry-Vai para onde antes de ir para casa? Vai ver algum namorado?-ela ri.
Pietra-Não, Harry. Eu não tenho namorado, você sabe disso.
Harry-Não tem porque não quer.-ela sorri sem graça.
Pietra-Eu vou passar numa cafeteria onde uma amiga trabalha. Eu vou para o aniversário da sobrinha dela e queria conversar sobre que dicas ela poderia me dar para comprar o presente.
Harry-Ah! É isso.-sorrindo.
Pietra-É. Mas não se anime muito. Eu tenho os meus interesses obscuros, babe. Estou pensando nos gatinhos de oito anos de idade que posso conhecer na festinha.-brinca. Ele ri.
Harry-Prefere um de oito a um de dezoito?-fingindo estar ofendido.
Pietra-Eu gosto de homens mais novos.-zoando.
Harry-Mas oito anos? Novos demais!!-entrando na brincadeira.
Pietra-A maioria deles completará 9 ainda este ano.
Harry-Ah! Menos mal.-eles riem.
Pietra-Sério, Harry. Preciso ir.
Harry-Eu te dou uma carona, Pi.
Pietra-...Não precisa. Eu vou a pé mesmo.
Harry-Fugindo?
Pietra-Não!-rindo.
Harry-Então?-ela força um suspiro longo, brincando.
Pietra-Tudo bem, Harry. Eu aceito a carona.-ele sorri largamente.




* * *



         Isaac e Matt conversavam enquanto se preparavam para deixar o prédio do escritório de advocacia em que trabalhavam para o horário do almoço.

Matt-...Ontem eu cheguei tarde na casa da Ellie e ela ficou chateada porque eu não lembrei que havíamos combinado de ir ao cinema. Perdemos a sessão do filme que ela queria ver, eu tentei convencê-la a pegar a próxima sessão, mas ela não quis. Deu um trabalho para fazê-la não ficar emburrada comigo! Ela achou que eu me atrasei porque havia saído com o pessoal aqui do trabalho depois do expediente e que só depois lembrei de ir vê-la. Não sei de onde as mulheres tiram todas essas histórias que elas bolam dentro das cabecinhas delas!-desabafa; fechando alguns arquivos em seu computador.
Ike-...E por que você se atrasou tanto? Você saiu daqui no horário certo, Matt; não? Algum problema em casa? Com a Pietra?-tentando descobrir para onde Matt a levara na noite anterior.
Matt-...er...-lembrando que Pietra o fizera prometer que não comentaria com Isaac sobre sua visita a Mariana-...Não. Não foi nada com a Pi.
Ike-Não?-percebendo que ele mentia-Engraçado! O Tay foi até a sua casa ontem e a tia Meg falou que você havia saído com a Pietra.
Matt-...er...Ah! Foi mesmo!! Nem lembrava mais disso!! É...eu...eu dei carona para a Pi!-não tendo como mentir.
Ike-Para onde ela foi, Matt?-parando de organizar os papéis sobre sua mesa.
Matt-Não sei!-sem saber o que dizer.
Ike-Não sabe?? Você a levou e não sabe?-o encarando.
Matt-Eu...eu a deixei perto do Manhattan Mall. Acho que ela deve ter ido para lá...Não tenho certeza! Ela disse para eu a deixar lá. Do jeito que ela adora aquele lugar, eu não acho que ela ficaria a poucos passos de lá e não entraria!-inventa; levantando da cadeira de frente para o computador.
Ike-...É, ela adora mesmo o Manhattan Mall.-sorrindo ao lembrar do entusiasmo dela quando ele decidira ir ao shopping e do abraço gostoso que ela lhe dera, esquecendo do interrogatório que fazia a Matt.
Matt-Hoje de manhã ela ficou fingindo que estava com raiva de mim só porque quando eu entrei no quarto dela para apressá-la, já que eu ia dar carona para ela até a faculdade, eu a vi de frente para o espelho com uma coroa engraçada na cabeça e sorrindo toda boba. Lógico que eu fiquei pentelhando ela durante todo o caminho em que ela esteve comigo no carro!-rindo.
Ike-Ela estava usando a coroa?-sorrindo largamente.
Matt-Arrumou essa coroa agora!-rindo.
Ike-A Pietra é uma princesa.-olha para o amigo, sorrindo. Matt também sorri.
Matt-É, é sim. Mas não fala para ela que eu disse isso, se não eu não vou poder mais zoar com ela por causa da coroa!-Isaac ri.
Ike-Pode deixar. Eu não falo.
Matt-Agora vamos? Já está na nossa hora de almoço! Eu estou morrendo de fome! Já avisei para mamãe que vou comer no restaurante aqui perto.
Ike-...-distraído.
Matt-Ike?
Ike-...O que você acha de ligarmos para a Pietra e convidá-la para almoçar com a gente? Nós poderíamos pegá-la na faculdade e então almoçaríamos os três juntos.
Matt-...-meio surpreso com aquela súbita ideia-Você quer almoçar com a Pi?
Ike-É...quer dizer...com você também! Foi só uma ideia, Matt.-ficando sem graça pelo modo com o qual Matt o olhava.
Matt-Ideia essa que surgiu de...?
Ike-...Ah, não sei, Matt!! Só pensei! Esquece! Nem sei mesmo de onde tirei isso!-levantando de sua cadeira e pegando sua carteira sobre a mesa para sair-Vem. Vamos lá para o restaurante.-sem olhar para o amigo.
Matt-Espera.-segurando o braço dele. Isaac volta a olhá-lo-...Liga para ela. Convida.-disfarçando um sorrisinho no canto da boca-Acho que ela vai gostar de saber que você teve essa ideia.-Isaac sorri.
Ike-Você acha que ela aceitaria?
Matt-Liga e descobre.-estendendo o telefone da sala para ele.




* * *




       Zac dirigia até a casa de Lara onde eles almoçariam. Lara ia sentada no banco do carona pensando no que poderia preparar de forma mais rápida, já que o tempo que eles teriam para almoçar não era tão extenso.

Zac-Não se preocupa com isso, amor. Se você quiser, a gente pode procurar um lugar para comer...
Lara-Não, Zac. A gente vai lá pra casa e eu vou preparar um almoço bem gostoso pra você.-ele sorri. Lara volta a olhar para a janela; pensativa. Zac estranha o súbito silêncio da namorada, mas percebe que ela estava inquieta, pois mexia uma das pernas sem parar.
Zac-O que foi, amor?-desviando o olhar da direção para ela.
Lara-O quê?-despertando de seu “transe”.
Zac-Você está preocupada com alguma coisa.
Lara-Eu? Preocupada? Não. Não.-forçando um sorriso.
Zac-Eu conheço você, Lara.
Lara-...-mordendo de leve o lábio inferior-Eu não sei, Zac...Eu estou sentindo um apertinho no peito...uma sensação estranha...
Zac-Mas por que, amor?-preocupado.
Lara-Não sei. Me deu isso de repente...Eu estou preocupada sim, mas nem sei com o quê!
Zac-Não vai me dizer que é por causa do pesadelo de ontem?
Lara-Não. Não é por causa disso. Já é a segunda vez que tenho um pesadelo com a cigana do parque, daqui a pouco me acostumo.-tenta brincar.
Zac-Mas você fica preocupada e não conta nada pra mim, Lara.
Lara-É besteira, Zac. Não vou ficar te enchendo com meus pesadelos ou essas sensações bobas...
Zac-Você perde o sono por causa disso e acha que é besteira? Você tem que me contar como se sente, Lara, tem que dividir comigo o que quer que seja. Eu quero estar sempre do seu lado pra te proteger, consolar, ajudar...-fofo.
Lara-Eu sei. Eu sei disso.-estendendo um pouco os braços para afagar os cabelos dele-E eu me sinto muito segura quando estou com você, amor.
Zac-Eu não quero te ver com essa carinha de preocupação, Lara.
Lara-...É uma sensaçãozinha boba, Zac! Deixa pra lá!-sorrindo-Eu vou ligar o rádio pra gente ouvir alguma música; tudo bem?-tentando mudar de assunto.
Zac-Como você quiser, amor.-ela sorri; ligando o aparelho e sintonizando melhor. Zac continua olhando para ela de soslaio-Mas, ó, se você continuar sentindo esse aperto no peito; me fala, tá?-ele a olha.
Lara-Eu não vou sentir mais, Zac. Já passou.-mentindo para não preocupá-lo; voltando a se concentrar no rádio- Acho que vou ligar para a Mari quando eu chegar em casa.-pensa alto.
Zac-Ligar para a Mari?
Lara-É. Quero saber se ela foi para a aula de fotografia dessa vez ou se vai mais cedo para a biblioteca.-explica a súbita lembrança da amiga.

          Mudando as estações em busca da sua preferida, Lara acaba sintonizando por engano em uma estação na qual o locutor dava informações a respeito de um assalto na rua 43 entre a 5° avenida e a Madison...


“...E os policiais continuam tentando uma negociação com os dois bandidos que mantêm cinco pessoas reféns dentro de uma loja de roupas na rua 43. O veículo no qual os bandidos tentaram fugir logo após assaltar uma das agências do PNC bank de Manhattan é de propriedade de um dos reféns.”

Zac-Tira daí, amor. Só notícia ruim!
Lara-Espera, Zac. Eu quero ouvir...-aumentando o volume.


“ Após uma busca no interior do veículo de placa APC08...”

Zac-APC08?????!!-alarmado. Lara o olha, também assustada com a reação do namorado-Ele disse APC08, Lara???
Lara-Por quê, Zac?? Você conhece essa placa??!!-nervosa.




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