Capítulo 51

Oi, flores!!!!!!
Tudo bem?
Mais uma vez, MIL desculpas pela demora!!Eu já estou com a cara lisa de tanto pedir desculpas!Eu estou pior do que o Isaac! hahaha
Mas eu estive trabalhando, e tendo provas tbm, por isso me enrolei toda aqui.
A Carmem levou o capítulo pra casa pra digitar, mas o pc dela deu problema então ela não pôde terminar =/
Mas eu arrumei um tempinho e finalmente consegui!!!!!!!!\o/
Ahhhh, e só pra dizer pra vocês: eu consegui minha carteira de motorista, flores!!!\o/Passei de segunda!hahahaha Muitoooo bom!!Obrigada pela torcida, viu?


Mas vamos ao que interessa: o capítulo!

Eu juroooo que eu tento não demorar!Juro mesmo!Mas às vezes...
O que importa é que agora tem capítulo novo ON!!

Espero que gostem!
Ahhh quero ver os comentários, hein???!!

Beijãooooo!
Obrigada por toda a força; os e-mails; scraps; a participação na comu da fic...Por TUDO!Vocês são demais!

Ahhh quem quiser que eu avise das atualizações da fic por e-mail, é só deixar um recadinho aqui com o endereço do e-mail, viu?

Quem quiser me add no msn: larah00@hotmail.com Vou adorar conversar!

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm


Pleaseeee, comentem!!Amooo os comments de vocês!
=*********
Boa leitura!
Lara

Cap. 51

      A música continuava tocando mas Pietra parecia nem mais ouvi-la. Estava petrificada. Esta era a palavra. Seus lábios entreabertos e o olhar fixo em Isaac fazem-no perceber que ela ficara surpresa com a presença dele ali.

Michelly-O que aconteceu com ela?-olhando para Dina; sem entender nada.

Dina-Eu não sei.-tão surpresa quanto a amiga.

      Ela olha para trás e todos na platéia cochichavam ou enrugavam a testa estranhando a súbita paralisação da garota sobre o palco.

É então que Dina levanta de seu assento, balançando discretamente os braços para chamar a atenção de Pietra. Esta, um pouco recuperada do susto inicial, sai de seu estado absorto ao piscar os olhos e direcioná-los não mais ao encontro dos olhos de Isaac, mas sim para Dina e para as pessoas na platéia. Por um momento, ela só conseguia ver Isaac a sua frente.

...Got me looking so crazy right now

Your love's got me looking so crazy right now (in love)

Got me looking so crazy right now

Your touch got me looking so crazy right now (your touch)

Got me hoping you'll page me right now

Your kiss got me hoping you'll save me right now

Looking so crazy in love

Got me looking, got me looking so crazy in love.

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

Uh oh, uh oh, uh oh, oh no no

A música prosseguia. Pietra continuava imóvel.

“O que aconteceu, Pi?”-Dina move silenciosamente os lábios, pois apenas queria que Pietra pudesse lê-los.

    Pietra então percebe que havia parado de dançar. Estava parada no meio do palco sob os olhares de todos...sob o olhar de Isaac.

“Ai meu Deus!!! Que vergonhaa!”-ela pensa; finalmente se dando conta do que realmente estava acontecendo. Ela cogita a hipótese de correr dali, mas logo descarta a ideia-“Não. Eu não posso fazer isso. Você tem que agir como se ele não estivesse aqui, Pietra. Ou melhor, como se a música tivesse começado no momento em que ele entrou nesse auditório.”-deixando escapar um sorrisinho maroto.

     Não só as luzes dos holofotes, mas também um brilho que irradiava da própria Pietra, passam a iluminar o palco enquanto ela voltava a dançar como estava fazendo antes...quer dizer...não como antes, bem melhor que antes.

    Seu coração ainda batia descompassadamente, principalmente quando ela dirigia o olhar para Isaac. Mas apesar disso deixá-la um pouco nervosa, e também com raiva, seu corpo parecia gritar a letra daquela música em seus movimentos como se quisesse revelar para Isaac que estava loucamente apaixonada. E embora Pietra quisesse evitar de todas as formas que Isaac soubesse de seus sentimentos por ele, no fundo, no fundo, ela se perguntava o que aconteceria se um dia ele viesse a descobrir. Pietra só não sabia que era ela quem tinha coisas a descobrir.

When I talk to my friends so quietly

“Who he think he is?”

Look at what you did to me!

Tennis shoes, don't even need to buy a new dress

If you ain't there ain't nobody else to impress

The way that you know what I thought I knew

It's the beat my heart skips when I'm with you

But I still don't understand, Just how the love your doing no one else can

    Pietra sentiu uma enorme vontade de dançar o melhor que podia, afinal de contas, Isaac estava ali. Ela queria que ele a notasse. Não havia nada que ela quisesse mais do que ser vista por ele, não como uma garotinha que poderia ser sua irmã, mas como uma mulher por quem ele poderia se apaixonar.

   As batidas da música eram acompanhadas pelo movimento do corpo de Pietra com perfeita sincronia.

     Os garotos na platéia voltam a gritar e assoviar para ela, que, como a desculpa de animá-los ainda mais, se aproxima bastante da margem do palco ficando de frente para Isaac. Este, ainda um tanto boquiaberto e hipnotizado pela sensualidade com que ela movia os quadris, engole a seco. Pietra morde de leve o lábio inferior tentando disfarçar o sorrisinho maroto que surgira em seu rosto ao ver a cara de bobo com a qual Isaac a olhava.

    Sem conseguir conter a vontade de provocá-lo, Pietra pisca o olho para ele, não aguentando mais disfarçar o sorriso. Isaac fica tão desconcertado, sem graça por demonstrar estar tão envolvido pela dança dela quanto qualquer um dos marmanjos com os hormônios em ebulição ali presentes; que dá um passo para trás como se quisesse diminuir aquela proximidade perigosa, caindo sentado sobre o assento ao lado de Dina. Imediatamente, ainda dançando, Pietra, vira de costas para controlar a vontade de rir.

   Dina olha para Isaac, rindo, pois percebera o modo como ele acompanhava os passos de Pietra desde o momento em que ele entrara no auditório até cair sentado na cadeira.

Dina-Ela arrasa, não é?

Ike-...-sorrindo sem jeito-É. Ela dança muito bem.-fingindo certa displicência. Dina sorri, voltando a olhar para a apresentação da colega de classe.

     Isaac, por sua vez, tenta não concentrar tanta atenção em Pietra, mas sim nas pessoas presentes no local. Ele estava se sentindo um bobo. Parecia que estava estampado em seu rosto o quanto ele ficara atônito com a dança de Pietra.

Ele olha para os lados para ter certeza de que ninguém o estava olhando, que ninguém percebera que ele caíra sentado na cadeira enquanto a olhava dançar...

“Por que, Isaac? Por que ela mexe tanto com você? Deve haver alguma explicação para você não conseguir tirar os olhos dela!”-ele pensa; voltando a olhar para ela logo após constatar que ninguém o olhava: Pietra era o centro das atenções.

     Neste momento, Isaac se sente incomodado ao ouvir todas as gracinhas que os garotos gritavam para ela. Sente vontade de correr para o palco e se pôr na frente dela para que nenhum deles pudessem continuar devorando Pietra com os olhos como estavam fazendo. E o incômodo se torna maior quando ele percebe um sorriso e um olhar cúmplice no rosto de Pietra. Ele olha para a direção em que ela olhava, e vê Harry, que retribuía o sorriso com a maior cara de felicidade.

Mais do que nunca, Isaac teve vontade de segurar Pietra pelo braço e tirá-la dali como fizera quando ela dançava na festa que ele dera em seu apartamento.

     É então que a música termina, e com isso, a apresentação de Pietra também chega ao fim; para a alegria de Isaac e descontentamento da ala masculina do auditório.

Todos levantam e a aplaudem de pé. Os segundos parada no meio do palco passaram despercebidos no conjunto daquela apresentação tão entusiasmada e empolgante. Pietra havia sido impecável.

     Ela se curva, agradecendo os aplausos sorrindo. Apesar de tentar desviar seu olhar para as outras pessoas ali, Pietra procurava Isaac no meio delas. Seu sorriso esmorece um pouco ao vê-lo sentado, a encarando sério. Nisto, ela lê algo nos lábios dele. Ela enruga a testa, demonstrando que não entendera direito o que ele tentara dizer. Isaac, então, repete o movimento dos lábios, no que ela pôde ler “Parabéns”, seguido de um tímido sorriso. Ele levanta lentamente, aplaudindo como os outros.

     Pietra abre um largo sorriso; se curvando mais uma vez em agradecimento...agora em especial para ele.

     Michelly sobe ao palco; cumprimenta Pietra, que logo desce do palco para dar lugar à próxima candidata.

Michelly-Leslie McCarter.-convocando a garota já de posse da lista dos nomes das candidatas inscritas para a seletiva. Os garotos recomeçam a gritaria quando Leslie sobe ao palco.

Enquanto isso, Pietra se encaminha até Dina, que a olhava sorrindo.

Dina-Parabéns, Pi! Você foi ótima!

Pietra-Obrigada, Dina.-também sorrindo.

Dina-Não tenho duvidas de que a Mi e a senhorita Stevenson...-referindo-se a professora de dança, que chegara um pouco atrasada, mas que assistira quase toda a apresentação de Pietra sentada mais ao canto do auditório com ar observador-...têm a mesma opinião que eu: você está mais do que aprovada! Você foi perfeita!-a abraçando.

Pietra-Ah, que é isso, Dina!-sem jeito; baixando os olhos para desviar do olhar de Isaac.

Ike-A Dina etá coberta de razão, Pietra.

Pietra-Obrigada...professor.-voltando a olhá-lo.

Ike-Posso dar um abraço de parabéns?

Pietra-...er...Claro.-sorrindo sem graça, já que não podia recusar o abraço na presença de Dina.

     Quando Isaac se aproxima mais para abraçá-la, é interrompido por Harry, que levantara de seu assento imediatamente após a saída de Pietra do palco e se dirigira apressadamente até ela para abraçá-la.

Harry-Você foi incrível, Pi!-girando com ela nos braços; sorrindo.

Pietra-Me põe no chão, seu doido!-rindo.

Harry-Só se eu ganhar um beijo da melhor e mais bonita dançarina desse musical.

Pietra-Bobo! Eu nem fui escalada ainda.-sorrindo.

Harry-E você tem duvidas de que será? Eu não.

Dina-Nem eu.-sorrindo-Você já tem o meu voto.

Harry-E aí, cadê o meu beijo?-maroto.

Instintivamente, ela olha para Isaac. Este a encarava sério.

Pietra-...-olhando novamente para Harry-Você merece até dois!-sorrindo. Isaac sente seu corpo gelar ao ver Pietra aproximando seu rosto ao de Harry. Ele não estava acreditando que ela iria beijá-lo.

“Não. Ela não pode beijá-lo.”-ele pensa; ficando nervoso.

     Ele já se preparava para se colocar no meio dos dois com algum pretexto quando, para seu alívio, ela dá apenas dois beijos no rosto de Harry.

Harry-Ah não, Pi!-choramingando. Ela e Dina riem. Isaac nem tenta esconder seu sorriso.

Pietra-O que foi, Harry?-sorrindo cínica.

Harry-Você errou o lugar dos beijos.

Pietra-Errei?

Harry-Você sabe que sim. Quando eu vou ganhar um beijo de verdade, hein?

Pietra-Precisamos negociar isso.-encostando sua testa a dele.

Harry-Isso quer dizer que eu vou ganhar o meu beijo?-sorrindo; tentando beijá-la, mas ela afasta os lábios antes. Isaac vira o rosto para não ver a cena.

Pietra-Significa um “talvez”.-sorrindo.

Harry-Talvez hoje?-sorrindo maroto.

Pietra-...Hum...-pensativa. Isaac a encara.

       Michelly se aproxima dos quatro.

Michelly-Gente, é melhor vocês sentarem. Eu tive um probleminha com o equipamento de som agora, mas a apresentação da Leslie vai começar.-voltando a ocupar seu lugar.

Dina-Claro, Mi.

     Isaac e Dina também sentam novamente em seus respectivos lugares, restando na primeira fileira apenas um assento desocupado.

Harry-Eu estou sentado lá atrás, Pi. Vem comigo?-percebendo que não teria onde sentar, consequentemente ficaria longe dela.

       Antes mesmo que Pietra pudesse responder, Isaac segura discretamente uma das mãos dela. Aquele gesto havia sido mais eloquente do que qualquer palavra. Ela o olha. Ele solta sua mão.

Pietra-...er...Eu vou ficar aqui mesmo, Harry. Tenho que...que conversar uma coisinha com a Dina.

Harry-...Tudo bem.-desapontado.

Pietra-A gente se fala depois.-sem jeito; percebendo que ele ficara triste.

Harry-Eu tenho treino depois da aula. Nós podemos passar o intervalo juntos?

Pietra-Claro.-sorrindo. Ele também sorri.

       Harry volta para seu lugar, enquanto Pietra senta ao lado de Isaac, no assento próximo ao corredor.

Ike-Vai negociar o beijo na hora do intervalo, é?-pergunta baixinho; olhando para o palco sem encará-la. Ele tinha um tom sarcástico.

Pietra-Acho que não vou levar muito tempo nessa negociação. Estou certa que vou adorar concluí-la.-sorrindo debochada; fazendo Isaac finalmente olhar para ela.

Ike-Se está tão ansiosa assim, por que não foi logo atrás dele?

Pietra-Porque você me segurou. Esqueceu?

Ike-Não estou segurando mais.-parecendo irritado-Se quiser, pode ir.

Pietra-O que deu em você, hein? Qual o seu problema?

Ike-Esqueceu o que aconteceu sábado? Você sabe muito bem qual o meu problema.-ríspido.

Pietra-...Por um momento eu até havia esquecido o que aconteceu sábado e de como você consegue ultrapassar os limites da estupidez. Muito obrigada por me fazer lembrar o porquê de eu não dever me sentir culpada por nada, muito menos ter pena de você.-levantando da cadeira e saindo do auditório por uma das portas laterais.

Ike-Droga!-passando as mãos pelos cabelos; arrependido por ter começado aquela discussão-Você sabe como estragar as coisas, Isaac!-murmura.

Dina-Para onde a Pi foi, professor?-pergunta ao ver a colega passar em frente ao seu assento para deixar o auditório.

Ike-Não sei, Dina.-tentando disfarçar sua chateação-Eu vou ver o que aconteceu.-levantando e indo atrás dela.

        Pietra empurra com raiva a porta do auditório como se descontasse nela toda a vontade de bater em Isaac. Mal ela atravessa a porta saindo do local, Isaac a alcança no meio corredor.

Ike-Pietra, espera.-segurando o braço dela.

Pietra-Me solta, Isaac.-puxando o braço, mas sem conseguir se soltar.

Ike-Nós precisamos conversar.

Pietra-Se você acha que eu não ouvi grosserias suficientes sábado, e quer usar mais uma vez a sua capacidade de ser extremamente e eficientemente grosso, eu dispenso. Eu passo. Já tive boa dose disso. Procura outra pessoa porque eu cansei.

Ike-Quer fazer o favor de me escutar.

Pietra-O que foi? Esqueceu de me culpar pelo aquecimento global e pela guerra no Iraque?-debochada.

Ike-Não precisa ficar na defensiva, Pietra. Eu vim em missão de paz.

Pietra-Paz armada?-sarcástica; conseguindo finalmente se soltar dele.

Ike-...-mostrando as mãos-Eu vim sem nenhum equipamento bélico. Pode ver.

Pietra-Mas não deixou a língua em casa; não foi?

Ike-Não. Porque eu vou precisar dela para pedir desculpas para você.-a encarando.

Pietra-...-emudecendo.

* * *

        Zac e Lara se beijavam incessantemente enquanto entravam no quarto dela. Ainda que esbarrando em alguns objetos, e até mesmo nas paredes do corredor, eles não conseguiam parar de se beijar.

Ao finalmente entrar no quarto, Zac faz com que a namorada se encoste à parede, a encurralando com seu corpo. Com um sorrisinho maroto nos lábios, ele desce os beijos para o colo dela. Lara ofegava. Ela tentava recuperar o fôlego, mas os carinhos de Zac faziam-na ficar ainda mais sem ar.

   Lara passa os dedos por entre os cabelos do namorado, guiando os beijos dele por seu colo. Enquanto isso, ele deslizava as mãos pelas coxas de Lara, levantando um pouco do vestido dela. Lara geme baixinho; pondo suas mãos sobre as dele rapidamente, fazendo-o estacioná-las no meio das coxas antes que ele subisse ainda mais os carinhos. Zac para de beijá-la, erguendo a cabeça para olhá-la, preocupado com aquela interrupção.

Lara-...-respirando com dificuldade-Acho que nós estamos indo rápido demais, Zac...-quase num sussurro.

Zac-...Desculpa, amor.-meio desconcertado-Eu não quis ser apressado...-se afastando um pouco dela; também ofegando-Desculpa...-apoiando as mãos espalmadas na parede; abaixando a cabeça e respirando fundo.

      Lara, posicionada ainda encostada na parede entre os braços esticados do namorado, sorri docemente ao perceber que ele estava “subindo pelas paredes” mas ficara preocupado com ela.

Lara-Não precisa se desculpar, amor...huh?-abaixando a cabeça também para pôr o rosto sob o campo de visão dele; sorrindo. Zac levanta o rosto-Eu apenas disse que estávamos indo rápido demais...Eu não estava conseguindo respirar...-aproximando seus lábios dos dele, falando sedutoramente-...mas eu não disse que queria que você parasse.-mordendo de leve o lábio inferior.

Zac-Não?-com um sorriso maroto.

Lara-Nope.-encaixando o lábio inferior dele entre os dela, o puxando delicadamente.

      Lara ergue um pouco os braços, procurando os dele. Ela segura as mãos dele e as conduz até sua cintura, fazendo-o voltar a abraçá-la. Os dois começam a se beijar de novo, agora calmamente.

Ela enlaça seus braços em torno do pescoço de Zac, acariciando a nuca dele com uma das mãos. Zac inclina-se mais de encontro ao corpo da namorada a medida em que o beijo começa a se tornar intenso. Mas as mãos dele continuavam na cintura de Lara, exatamente onde ela as havia colocado. É então que ela interrompe o beijo outra vez .

Lara-O que houve com as suas mãos, Zac?-enrugando a testa; com um sorrisinho no canto da boca.

Zac-Com as minhas mãos?-enrugando a testa também, mas sem entender sobre o quê ela falava.

Lara-Nada. Deixa pra lá.-baixando os olhos, sorrindo timidamente.

Zac-Não.-roçando carinhosamente seu nariz no dela-O que você ia dizer?-olhando-a nos olhos-O que tem as minhas mãos?

Lara-...Elas...-corando.

Zac-Você está ficando vermelhinha.-sorrindo maroto.

Lara-Eu sei!-escondendo o rosto no peito dele.

Zac-Isso quer dizer que eu vou gostar do que você vai dizer.-safado.

Lara-Bobo!-dando um tapinha em um dos braços dele-...Eu só ia dizer que...as suas mãos não precisam ficar tão quietinhas assim.-olhando para elas em sua cintura. Zac olha para ela e sorri.

Zac-Eu só estou tentando ir devagar como você pediu.

Lara-Esquece o que eu pedi, Zac. Mudei de ideia.

Zac-E o que aconteceu com toda aquela história de “estamos indo rápido demais”?-com um sorriso maroto.

Lara-Eu já recuperei o fôlego, Zac...Agora você tem que fazer com que eu perca novamente...-marota.

       Ele abre um largo sorriso. Lara guia as mãos dele até o primeiro botão de seu vestido.

     Zac olha para Lara, que fecha os olhos encostando a cabeça na parede. Zac sorri, passando a olhar para o decote do vestido dela. Ele começa a desabotoar os primeiros botões lentamente, concentrado no que fazia. Lara respira fundo ao sentir as pontas dos dedos dele tocando a parte dos seus seios à mostra no sutiã.

    Sem conseguir resistir ao que via, Zac para de desabotoar o vestido da namorada, passando a beijar-lhe as maçãs dos seios. Lara aperta firmemente as costas dele, contendo um gemido. Ela começava a arfar, arrepiada com os beijos dele.

      Lara sente as pernas falharem. Seu corpo estava mole, totalmente entregue nos braços de Zac. Este ia descendo os beijos até a barriga dela, fazendo Lara se contorcer a medida em que ele descia os carinhos por seu ventre, abrindo todos os outros botões do vestido. Ele deixa à mostra a lingerie branca que ela usava; se ajoelhando em frente dela para continuar a beijar a barriga dela.

Lara entrelaça seus dedos por entre os cabelos de Zac, como se quisesse guiá-lo por seus pontos mais sensíveis naquela região. Ela estava completamente extasiada.

      Por alguns instantes, Zac, ainda ajoelhado e a segurando pela cintura, para os carinhos e dirige seu olhar para o corpo da namorada. Esta respirava intensamente, ruidosamente...

       Zac sorri ao contemplá-la atentamente. Lara abre os olhos com o fim dos beijos.

Lara-Zac...-quase inaudível.

Zac-Você é linda...-os olhos brilhavam. Lara sorri docemente.

Lara-...e sua.-puxando-o pelo colarinho da camiseta, fazendo-o levantar de novo. Ela o beija na boca enquanto tentava tirar a camiseta dele. Zac levanta os braços para facilitar a tarefa.

      O beijo se intensifica. Agora era a vez de Zac ajudar Lara a tirar o casaco que ela usava por cima do vestido para que ela pudesse se livrar de vez das duas peças de roupa, ficando apenas de lingerie. As roupas dela juntam-se a camiseta dele no chão.

     Zac desvia um pouco o beijo para o pescoço dela. Lara passava as mãos espalmadas pelas costas dele, apertando sempre que sentia como se estivesse a ponto de explodir quando as mãos dele percorriam suas coxas.

Zac-Eu estava com saudade...-sussurrando ao pé do ouvido dela.

Lara-Eu também.-fala baixinho com voz rouca; beijando-lhe o lóbulo da orelha, depois  mordendo de leve.

     Os dois voltam a se beijar, mas desta vez se deslocando pelo quarto em direção a cama. Zac descia as alças do sutiã de Lara enquanto ela tentava desabotoar a calça dele. Ele a olha quando percebe o que ela estava tentando fazer.

Zac-Você não acha que estamos indo rápido demais?-brincando; sorrindo safado.

Lara-Nenhum pouquinho.-o empurrando de leve, fazendo Zac cair sentado sobre a cama.

Zac-Tem certeza de que você é a minha namorada?-sorrindo.

Lara-Você vai ter que ver para crer.-sentando de frente sobre as pernas dele; sorrindo. Ela fitava a boca dele.

Zac-Hum! Gostei disso!-sorrindo.Eles voltam a se beijar. Lara vai impondo todo o peso de seu corpo sobre o dele, fazendo-o deitar as costas sobre a cama e ficando por cima dele para que eles continuassem se beijando.

       É então que Zac sente algo sob suas costas. Com uma das mãos, ele tenta retirar o objeto sobre o qual ele deitara sem interromper o beijo. Mas ele só consegue fazê-lo ao erguer parte do corpo para frente, fazendo com que Lara percebesse que havia algo errado e parasse de beijá-lo; sentando-se sobre a barriga dele.

Lara-O que foi?

Zac-Eu estava deitado sobre...-puxando o objeto-...isto.-mostrando o livro “As Viagens de Gulliver.”

Lara-Ah!-sorrindo-Você não estava aqui ontem à noite, então ele foi minha companhia noturna.

Zac-Eu só vou te perdoar porque o Gulliver é um cara legal.-brincando; entregando o livro para que ela pusesse sobre a mesinha de cabeceira. Lara ri.

Lara-Você já leu?-esticando o braço para guardar o livro; depois voltando a fazer contato visual com Zac.

Zac-Já sim. Mas não quero mais falar sobre isso.-sorrindo safado.

Lara-E sobre o quê você quer falar?-sorrindo cínica. Zac balança a cabeça sorrindo.

Zac-Você não tem ideia?

Lara-Não.-sorrindo.

Zac-Então chega mais perto que eu mostro pra você.-a fazendo voltar a deitar sobre ele, a beijando logo em seguida.

* * *

       Dayse servia cappuccino e sonhos para Mariana quando Linda finalmente chega à cafeteria. As duas percebem que Linda havia dormido mal assim que esta se aproxima do balcão.

Linda-Oi, Mari! Que surpresa boa!-sorrindo ao vê-la. Mari levanta do banquinho e a abraça.

Mari-É ótimo ver você, Lili!-sorrindo-Nós já estávamos preocupadas com a sua ausência, Linda.

Linda-Desculpa, Dayse.-olhando para esta-Eu estou muito atrasada? Desculpa mesmo.-preocupada.

Dayse-Nada irreversível.-sorrindo-O importante é que você está bem. Nós estávamos aflitas porque você nunca se atrasa...então ficamos com medo de que algo de ruim tivesse acontecido com você...

Linda-Obrigada. E ao mesmo tempo, desculpa pela preocupação. Vocês são ótimas amigas! E eu sempre dou trabalho, né?

Mari-Só de vez em quando.-elas riem.

Dayse-Mas por que você se atrasou, Linda?

Linda-...Não dormi direito...Fiquei acordada sem conseguir pegar no sono até muito tarde, então perdi a hora quando finalmente dormi.-Mariana e Dayse se olham de forma cúmplice, certas de que sabiam o porquê da insônia da amiga.

Mari-E você sabe o que exatamente te fez perder o sono?-a encarando.

Linda-...-com um sorriso amarelo-Vou correr até a cozinha e pôr meu avental para atender aos clientes. O pessoal da mesa 5 está chamando.-arrumando um ótimo meio de fugir da conversa; deixando Mariana e Dayse sozinhas novamente.

Dayse-Viu como ela fugiu?

Mari-Mas nem assim ela conseguiu disfarçar qual o motivo da carinha triste dela.

Dayse-Eu vou lá atender a mesa cinco. Quando ela voltar, fala pra ela ficar aqui no balcão no meu lugar. Aproveita e vê se tenta animá-la um pouquinho.

Mari-Pode deixar. Vai lá.-sorrindo. Mariana segue Dayse com o olhar enquanto ela se afastava do balcão.

      Ao ficar sozinha, Mariana suspira. Enquanto tinha companhia, era fácil esquecer os problemas por alguns instantes. Mas a realidade apenas esperava por uma boa oportunidade para se fazer presente. Mais do que ainda ouvir a discussão entre Isaac e Pietra revelando a traição que sofrera, Mariana não conseguia parar de pensar em sua discussão com Taylor. Estava, sim, chateada por ele não ter contado sobre os beijos, mas se sentia incomodada com o fato de começar a considerar que ele fora sincero em suas justificativas.

Mari-Será que fui dura demais com ele?-murmura; perdida em seus pensamentos; não percebendo quando Linda se aproximava.

Linda-Pensando no Isaac?-arriscando um palpite.

Mari-..er...Linda!-despertando de seu transe; lançando um sorriso amarelo para a amiga.

Linda-Eu te assustei?-preocupada.

Mari-Não. Não. Eu só estava um pouco distraída...

Linda-É por causa do que aconteceu sábado?

Mari-...É. É sim, Linda.-em tom melancólico.

Linda-Você e o Isaac conversaram?

Mari-O suficiente para mim.

Linda-O que eu suponho que não tenha sido suficiente para ele; não é?

Mari-Não. Ele ainda acha que temos muito para conversar. Mas eu não quero conversar com ele, ouvir a mesma desculpa esfarrapada e me sentir cada vez mais idiota por não ter percebido o que estava rolando entre ele e a Pietra.

Linda-Você acha que não foram beijos casuais? Acho que eles estão tendo alguma coisa?

Mari-Não sei, Linda. Eu não sei de mais nada.

Linda-Eu conheço bem a Pi. Ela não faria isso, Mari.

Mari-Nem mesmo se estivesse apaixonada?

Linda-Ela está apaixonada? Ela te disse isso?

Mari-Não. Ela não disse. Nós nem chegamos a nos falar depois daquele dia...mas eu juntei as peças do quebra-cabeças, Linda. Está na cara que eles sentem algo um pelo outro! Do contrário, não teria havido beijo algum...muito menos três...e aquele sábado nunca teria existido. E o que me dói é pensar que mais do que o namorado, eu perdi um amigo em quem eu confiava. Dói não conseguir vê-lo com os mesmos olhos. Eu sinto um vazio por dentro...

Linda-Eu sei como você está se sentindo, Mari.-comenta; lembrando do dia em que fora com Emily ao apartamento da família Sanderson e dera de cara com Ashley enrolada numa toalha enquanto Victor a chamava.

Mari-Sabe?-enrugando a testa-Sabe como?

Linda-...er...-percebendo que falara demais-...Quer dizer...Eu não sei. Eu imagino como você está se sentindo, mas saber mesmo...eu não sei.-com um sorriso amarelo.

Mari-Ah! Por um momento eu pensei que seu rompimento com o Victor pudesse ter sido causado por alguma coisa do tipo.-intrigada.

Linda-O meu namoro com o Victor não deu certo porque não tinha que dar, Mari.-desconversando.

Mari-Mas o Victor sempre diz não saber por que vocês terminaram.

Linda-Deve ser porque ele não consegue entender como eu descobri quem ele é de verdade.

Mari-Como assim, Linda?

Linda-...Eu não queria falar sobre isso, Mari. Desde que eu reencontrei o Victor, eu tento fazê-lo sair da minha vida novamente, mas a cada vez que toco no nome dele eu relembro as coisas que passei por causa do nosso namoro...Isso me faz muito mal. E como se não bastasse todas as coincidências que o trazem sempre de volta à minha vida, ele insiste em não me deixar em paz com telefonemas. Ontem eu tive que tirar o fio do telefone da tomada porque ele não parava de tocar e eu sabia que era o Victor.

Mari-Como você sabia que era ele?

Linda-Acabei descobrindo que era ele em todas as ligações anônimas que eu recebo há algum tempo. Elas sempre ocorriam no mesmo horário. Agora ele se identifica e tenta conversar, mas eu preferia quando não tinha nem que ouvir a voz dele.

Mari-Você ainda está muito machucada, não é?

Linda-Sim. E talvez as feridas nunca cicatrizem.-olhando para uma das mesas da cafeteria onde um casal estava sentado, e a mulher segurava um bebê no colo. Linda logo desvia o olhar de volta para Mariana-Mas e você? O que você pretende fazer com relação ao seu namoro com o Isaac?-tentando mudar o foco da conversa.

Mari-Eu nem sei se esse namoro chegou um dia a ser verdadeiro, Linda.

Linda-Como assim?

Mari-Tudo começou muito rápido...Nós nem tínhamos certeza do que sentíamos um pelo outro. Talvez fosse só carência...

Linda-Você diz isso por ele ou por você?

Mari-...Pelos dois.

Linda-Você não está apaixonada por ele?

Mari-Eu não sei se estou mexida com tudo o que aconteceu nesses últimos dias, mas...Comecei a repensar a minha vida, esse namoro...Agora não sei mais o que sinto. Só sei que não quero ter que olhar para o Isaac por enquanto...Ainda estou com raiva por me sentir enganada e não costumo agir racionalmente quando discuto nesse estado. O Taylor que o diga!

Linda-O Taylor?

Mari-É. Eu discuti com ele porque descobri que ele sabia dos beijos entre o Isaac e a Pietra.-Mariana conta com detalhes a sua discussão com Taylor-...E agora eu não consigo evitar ficar com raiva dele.

Linda-Mas pensa bem, Mari...Pelo que você me contou, a Pi falou sobre os beijos para ele em segredo. Ele trairia a confiança dela se revelasse tudo a você. Quando se promete manter guardado o segredo de alguém, principalmente se for o segredo de alguém que você gosta muito, fazer o que o Taylor fez é louvável.

Mari-Nem tanto se levarmos em consideração que ele nunca gostou de mim.

Linda-Eu tenho certeza que você não acredita no que acabou de dizer, Mari.

Mari-...

Linda-Você sabe que o fato de não ter te contado sobre os beijos não tem a ver com não gostar de você, e sim de ser leal e digno da confiança que foi depositada nele. Se ele não gostasse de você, não teria ido atrás de você para te consolar depois que você saiu do apartamento deles, e muito menos teria tentado se explicar para você como você mesma disse que ele tentou fazer. Eu sei que você está chateada, amiga, mas o Taylor só tentou ajudar.

Mari-É...eu sei.-concordando com uma expressão contrariada, pois ela realmente sabia que Linda estava certa-Eu sei.-tomando mais um gole de seu cappuccino.

* * *

           Pietra havia sido pega de surpresa com a indireta de Isaac a respeito de sua intenção de se desculpar com ela.

Ike-Você não vai falar nada?-incomodado com o silêncio dela.

Pietra-Você trouxe a sua língua: não vai monopolizar a conversa como sempre tenta fazer? Afinal de contas, você é o dono da razão; não é?-sarcástica.

Ike-...-respira fundo-Por favor, Pietra...É hora de você abaixar as suas armas. Eu já disse que vim em missão de paz; vim porque queria me desculpar pelo modo grosseiro com o qual agi com você àquele dia lá em casa...-ela o interrompe:

Pietra-Que engraçado! Parece que estou tendo um déja vu!-sorrindo com ar de deboche-Você pedindo desculpas parece um disco quebrado que eu já cansei de ouvir, Isaac. Um filme que eu já enjoei de ver, principalmente porque o final sempre foi previsível desde o começo: você sempre ferra tudo e depois pede desculpas. Eu pareço gostar do ciclo vicioso...o que é só aparência, pois eu realmente não gosto...e sempre esqueço o que você faz de errado porque você tem o insuportável poder de apagar do banco de dados da minha memória os arquivos nos quais eu guardo as bagunças que você faz na minha vida. Daí é só você se sentir perdoado pra ferrar tudo de novo.

Ike-Confesso que adoro a sua eloquência. Você fica ainda mais linda quando demonstra o modo articulado com o qual sabe falar.-sorrindo.

Pietra-Você é louco, Isaac? Eu acabei de dizer que você sempre ferra tudo e você gostou?-incrédula.

Ike-Eu só prestei atenção na parte em que você sempre esquece o que eu faço de errado.-maroto.

Pietra-...ela aperta os olhos, o encarando sem acreditar no que ouvira-Vai se danar!-irritada; tencionando dar as costas para ele para continuar a se deslocar pelo corredor. Isaac a segura pelo braço novamente.

Ike-Para onde você vai?

Pietra-Vou agarrar algum carinha no vestiário masculino para extravasar toda a raiva que eu estou sentindo de você.-sorrindo sarcástica-Me solta!-Isaac o faz, pois alguns alunos cruzavam o corredor naquele momento. Eles haviam sido alunos de Isaac então acenam para ele. Isaac acena de volta, com um sorriso amarelo.

    Enquanto Isaac fazia isso, Pietra aproveitava para se distanciar dele, caminhando rapidamente.

Quando percebe que os tais alunos haviam entrado em uma sala, Isaac se apressa em seguir Pietra até alcançá-la novamente, fazendo-a parar ao se colocar a sua frente.

Pietra-O que você quer agora, Isaac?-revirando os olhos ao tentar fugir do cerco dele sem obter êxito.

Ike-Nós podemos conversar em um outro lugar?

Pietra-‘Desculpa’ não era tudo o que você tinha pra falar?-sarcástica.

Ike-Vai continuar na defensiva?-a encarando.

Pietra-Alguém tem que me defender; não? Nada mais óbvio que eu mesma me defenda ao invés de esperar que outra pessoa o faça e eu acabe me ferindo ainda mais.

Ike-Eu nunca te feriria propositalmente.

Pietra-Mas às vezes não importa se foi algo consciente ou não...a dor é igual.

Ike-Importa porque eu quero que você saiba que eu me preocupo demais com você...E se eu “ferro tudo” com você nunca é de propósito, mas tentando acertar. Você só não pode esquecer que eu sou humano. Posso até ter um saldo maior de erros que de acertos, mas eu tento consertar as coisas...e é por isso que estou aqui.

Pietra-...-baixando os olhos para não mais o encarar.

“Por que ele tem que ser tão perfeito na hora de pedir desculpas? Seria muito mais fácil se ele estragasse tudo e não tentasse consertar, assim eu não ficaria ainda mais boba por ele porque eu sei o quanto é difícil pedir desculpas para alguém; e porque ele sempre usa as palavras para me fazer ver que eu não consigo ficar com raiva dele por muito tempo!”-ela pensa, fitando os próprios pés.

Ike-Não adianta eu vir aqui, te pedir desculpas, e você continuar agindo como se eu não tivesse demonstrado que percebi que fui rude demais com você àquele dia lá em casa, Pietra.-desapontado com a inércia dela; entendendo aquilo como um sinal de que sua tentativa de se desculpar fora em vão, principalmente depois que ela desviara seu olhar do dele-Desculpa mais uma vez por sábado...e por fazer você perder seu tempo agora.-passando por ela e ficando de costas, caminhando para se dirigir à saída do local.

    Pietra vira o rosto para olhá-lo, só então percebendo que ele iria embora. Não. Definitivamente ela não queria que ele fosse.

Pietra-Rude e injusto.-ela fala, fazendo Isaac olhar para trás-Você foi rude e injusto.-ele deixa escapar um sorrisinho no canto da boca enquanto ela caminhava até ele.

Ike-OK. Rude e injusto. Eu concordo.

Pietra-E cruel.-parando de frente para ele-Ah! Grosseiro e idiota também! Como eu poderia esquecer de termos tão apropriados!-sorrindo cínica. Isaac sorri.

Ike-Tá vendo? Nós precisamos de um pouco mais de tempo juntos para que você continue com a sua lista de “termos apropriados”.-fingindo encarar com seriedade o que ela dizia.

Pietra-Não precisa. Eu posso pensar rapidinho em uma palavra para resumir tudo...Deixa eu ver...-fingindo estar pensativa; fazendo doce.

Ike-Tudo bem. Tudo bem. Eu já entendi o recado.-sorrindo-Ainda não fui perdoado; não é? Ok. Você tem todo o direito de fazer charme antes de aceitar as minhas desculpas...-Pietra o olha com um sorriso maroto. Isaac enruga a testa-O que foi?-também sorrindo.

Pietra-Você já está perdoado desde o momento em que eu vi você naquele auditório, Isaac.

Ike-...-surpreso. Ela ri.

Pietra-Você acha mesmo que eu perderia a chance de ver você confessar que estava errado, e aproveitar um breve momento de glória sendo a dona da razão enquanto você implora pelo meu perdão? Nem morta!-sorrindo.

Ike-Você merece umas palmadas; sabia?-balançando a cabeça; rindo.

Pietra-Mais alguma insinuação ou referência de gosto duvidoso a respeito da minha “pouca idade” e da sua questionável “maturidade”, e eu reconsidero a parte da história em que você está perdoado; ok?-sorrindo sarcástica. Isaac levanta as mãos em sinal de rendição, sorrindo-Agora pode ficar feliz: sua vinda até aqui foi bem sucedida.

Ike-Mas e quem disse que eu vim até aqui única e exclusivamente para te pedir desculpas ?-maroto.

Pietra-Não?

Ike-Não.

Pietra-Sem problemas. A sua cara de bobo caindo sentado sobre o assento na platéia recompensou o fato da não exclusividade da visita.-piscando o olho para ele, sorrindo-Só não cai agora porque não tem mais nada para evitar ou amortecer a queda...professor.-voltando a caminhar pelo corredor em direção a seu armário, deixando Isaac parado com um sorriso nos lábios.

      Pietra caminha até seu armário, parando em frente a este ao localizá-lo no final do corredor. Isaac se aproxima dela, se encostando nos armários ao lado do dela.

Ike-Você viu?

Pietra-O quê? A sua cara de bobo quando caiu sentado ou a mesma cara de bobo enquanto você tentava ver se alguém havia percebido o seu...Ops!...acidente?-sorrindo marota.

Ike-Vamos voltar para a parte em que você estava com raiva de mim e não falava comigo?-sarcástico.

Pietra-Por quê?-cínica-Agora você conseguiu ser perdoado. Pode ficar feliz. Está livre pra fazer as outras coisas que o trouxeram até aqui.-puxando os cantos da boca dele para forçá-lo a dar um sorriso; rindo.

Ike-Muito engraçada!-a fazendo abaixar as mãos-É esse o preço que vou ter que pagar pelo que fiz?

Pietra-Não. A sua cara de bobo te livrou de qualquer dívida.

Ike-Eu não estava com cara de bobo, Pietra.

Pietra-Não?-irônica.

Ike-Não.

Pietra-Não que eu vá me sentir honrada por isso, Isaac, mas você pode dizer que gostou de ver a “garotinha” aqui dançando.

Ike-Você sabe que dança bem; não precisa que alguém te diga porque todos os aplausos dentro daquele auditório queriam justamente expressar isso, inclusive o meu.

Pietra-Hum! Achei que você não aprovasse o meu modo de dançar! Pelo menos foi o que você me disse quando me tirou do meio da pista de dança no dia da festa no seu apartamento.

Ike-Acho que prefiro você dançando sozinha.

Pietra-Algum motivo especial?

Ike-Além de não precisar me preocupar com nenhum pedófilo se aproveitando de você, acho que não.-sorrindo.

Pietra-Adoro o seu senso de humor!-o fuzilando com o olhar; irônica. Ele ri.

      Pietra desvia seu olhar para o armário, tentando abri-lo sem êxito.

Ike-Ainda com problemas?

Pietra-Você é a prova mais concreta de que eu sou rodeada de problemas.-sem nem olhá-lo, ainda tentando puxar a porta do armário.

Ike-Deixa eu te ajudar com isso.-segurando uma das mãos dela, fazendo-a parar de sacudir o braço em vão.

Pietra-Achei que você nunca fosse se oferecer.

Ike-Estava esperando você pedir.

Pietra-Você sabe que eu não pediria, Isaac.-cedendo lugar para Isaac, observando ele dar um leve soco na porta e esta abrir instantaneamente.

Ike-Orgulhosa.-ela sorri.

Pietra-Metido.-o empurrando com o quadril; rindo. Ela abre bem a porta do armário para pegar os livros que precisaria para a segunda aula. Isaac então vê algumas fotos que decoravam a porta.

          Enquanto Pietra mexia em suas coisas, Isaac observava atentamente as quatro fotos colocadas ali. Na primeira delas, Pietra estava abraçada a um casal sorridente, que ele logo supõe ser Melanie e Paulo, os pais dela, já que era incrível a semelhança entre Pietra e a mulher abraçada a ela.

A segunda estampava Lara, Matt, Meg, Ellie e Pietra no Central Park. Ele reconhecera as cerejeiras do local logo atrás deles na foto. A outra foto era bem colorida; parecia ter sido tirada em algum shopping. Isaac não reconhecera nenhum dos rostos ali presentes além do lindo sorriso de Pietra. Logo deduziu que aqueles eram amigos da época em que ela morara no Brasil. Mas a foto que lhe chama atenção estava cortada em formato de coração, e tinha Pietra beijando Taylor no rosto.

         Após pegar seus livros, Pietra olha para Isaac e percebe que ele olhava para suas fotos.

Pietra-O adesivo da Hello Kitty na foto em que a Lara está foi ela mesma que colou. Nem vem com gracinhas, hein!-prevenindo; sorrindo.

Ike-O Tay tem sorte por fazer parte do seu hall de amizades.-ela nota para qual foto especificamente ele olhava pensativo.

Pietra-Acho que o correto seria dizer que eu tenho sorte por tê-lo como amigo.-olhando sorrindo para a foto.

Ike-Ele gosta muito de você.-olhando para ela-Ele disse que você não merecia que eu te culpasse pelo que aconteceu...-ela o interrompe:

Pietra-É por causa dele que você está aqui?-o encarando-Foi ele que falou pra você vir me procurar?

Ike-Não. Eu vim porque eu quis, Pietra. Não posso negar que fiquei mexido com as coisas que o Tay me falou àquele dia, mas eu vim porque depois que eu esfriei a cabeça, eu vi que você não teve culpa de nada. Tudo o que aconteceu foi por consequência dos meus atos...Eu pude ter um tempo pra pensar e concluí que te devia desculpas; por isso resolvi vir até aqui hoje...pra te pedir desculpas e quem sabe um dia poder ter um lugar no seu armário também.-olhando-a nos olhos.

Pietra sente seu rosto queimar; estava sem graça devido a impressão de ter todos os seus pensamentos desvendados pelo olhar de Isaac.

Pietra-Ah! Mas eu nem tenho nenhuma foto com você!-com um sorriso amarelo; desviando seu olhar para o armário, fechando a porta.

Ike-Colocaria se tivesse?

Pietra-Se eu quisesse lembrar de como tenho sorte por você não ser mais meu professor, colocaria sim.-brincando; ainda sem olhar para ele, pondo o cadeado no armário-Em compensação, seu fã clube passaria a achar que o meu armário é um santuário em sua homenagem...-virando de frente para ele novamente-Acho que eu perderia meu precioso sossego.-ele sorri.

Ike-Mas poderia me ver todos os dias.

Pietra-Eu vou fingir que você não quis dar sentido positivo ao que acabou de dizer.-com um sorriso implicante.

Ike-Confessa que você adoraria.-sorrindo safado.

Pietra-Você não disse que tinha outras coisas pra fazer aqui na universidade, Isaac?-alfinetando-Pode ir.

Ike-Podemos?

Pietra-Ahn?

Ike-O outro motivo que me trouxe até aqui foi levar você pra me ajudar a comprar o presente de aniversário da Sabrina, e depois te convidar para almoçar como forma de agradecimento.-fofo.

Pietra-Isso parece mais uma sessão de tortura do que uma forma de agradecimento.-zoando.

Ike-Engraçadinha!-irônico. Ela ri.

Pietra-Desculpa. Não resisti.

Ike-E então? Aceita ajudar alguém que não tem ideia do que comprar para uma garotinha de quase nove anos?-sorrindo.

Pietra-Que falta de criatividade!-rindo.

Ike-Eu sei. Por isso você é a pessoa ideal pra me ajudar: tem mais experiência com brinquedos para crianças.-sorrindo safado.

Pietra-Posso saber por que eu tenho mais experiência, senhor Isaac?-cruzando os braços.

Ike-...Porque você é mais criativa que eu. Claro!-rindo.

Pietra-Sei. Vou aceitar essa resposta porque gostei dela.

Ike-Vai me acompanhar?-fazendo cara de pidão.

Pietra-Eu até tenho que comprar o presente dela também, afinal, o aniversário é nesse final de semana e eu viajo quinta para New Hampshire...Mas eu tenho aula agora, Isaac...

Ike-Eu não pediria isso se não fosse por uma boa causa, Pietra, mas eu só vou ter tempo para escolher esse presente hoje. Estou aproveitando o dia de folga que ganhei no escritório por conta do meu resfriado...-ela o interrompe:

Pietra-Do qual você já está praticamente curado.-rindo.

Ike-É. Mas a custa de muito remédio e cuidados da dona Diana, que viajou mas deixou uma série de restrições e recomendações coladas na porta da geladeira.-sorrindo.

Pietra-Que você, com certeza, não deve estar seguindo; não é?

Ike-Pôr os pés fora de casa hoje é a primeira recomendação feita e a primeira não respeitada.-com cara de coitadinho.

Pietra-Quer que eu me sinta culpada por isso?-sorrindo.

Ike-Se isso me trouxer algum benefício...-sorrindo safado.

Pietra-Interesseiro!-rindo.

Ike-Por favor, Pietra. Você não vai me deixar na mão; vai?

Pietra-...-pensativa-Eu vou passar no vestiário pra pegar minha roupa que deixei no armário de lá; me troco e te encontro aqui.-Isaac sorri largamente-Mas ó, não vai ficar de papo com alguma ex-aluninha sua que passar e sair daqui, hein?-ele ri.

Ike-A advertência teve como foco enfatizar que eu não devo sair daqui ou que você não quer que eu converse com as minhas “ex-aluninhas”?-provocando. Ela o olha feio.

Pietra-Cala a boca, Isaac.-dando as costas para ele, caminhando em direção ao vestiário do bloco. Isaac sorri, observando ela se afastar.

* * *

      Lara e Zac estavam deitados de lado sobre a cama dela, um de frente para o outro. Os corpos bem próximos. As pontinhas dos narizes se tocavam. Eles ainda ofegam. Estavam bem cansados, mas felizes. Os dois se olhavam sorrindo sob o efeito da magia do momento lindo que haviam compartilhado.

    Zac acaricia o rosto da namorada. Esta fecha os olhos, roçando delicadamente seu nariz no dele.

Zac-Eu te amo.-sussurra. Lara abre os olhos.

Lara-Eu também te amo...muito.-também sussurrando, sorrindo.

Zac-Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo, Lara.-doce.

Lara-Obrigado por me fazer mulher...a mulher mais feliz do mundo.-o beijando ternamente.

      Zac passa o braço sobre a cintura dela, fazendo-a deitar sobre ele enquanto se beijavam. Lara tenta ajeitar o lençol que lhe envolvia o corpo, puxando para que ele cobrisse melhor seu busto. Zac abre os olhos ao perceber a movimentação dela.

Zac-O que foi?-sorrindo.

Lara-Nada.-sem graça.

Zac-Então por que você não para de puxar esse lençol?-maroto.

Lara-...Porque eu estou sem roupa por baixo dele...

Zac-E? Não vejo nenhum problema nisso. Pelo contrário.-sorrindo safado-Adorei lembrar desse detalhe.

Lara-Para, bobo!-ficando vermelha.

Zac-Eu não acredito que você está com vergonha de mim, Lara?!-sorrindo.

Lara-Não é vergonha, Zac...Só é...estranho ficar sem roupa na frente de alguém.

Zac-Mesmo que esse alguém seja seu namorado e que ele já tenha visto tudo o que você está tentando esconder?-começando a fazer cócegas nela.

Lara-Para, Zac!-rindo; tentando segurar as mãos dele.

Zac-O que aconteceu com a namorada atiradinha que me jogou na cama e abusou da minha inocência?-zoando; ainda fazendo cócegas nela.

Lara-Eu abusei de você?-rindo-Que inocência, Zac? Você nem sabe o que é isso!-escapando dos braços dele; levantando da cama.

Zac-Eu não sei?-sentando-Você me ataca, tira minha roupa e eu que não sei o que é inocência?-sorrindo; enrolando o lençol da cama em volta da cintura.

Lara-Santinho do pau oco!-rindo.

Zac-Você vai ver quem é santinho do pau oco!-levantando rapidamente; correndo para pegá-la. Lara grita e ri ao mesmo tempo, fugindo dele pulando em cima da cama-Você não vai escapar, mocinha.-tencionando também subir em cima da cama para pegá-la.

Lara-Não, Zac!-rindo-Agora não vale! Eu tenho que ajeitar meu lençol!-percebendo que este estava prestes a cair.

Zac-Agora a brincadeira ficou ainda mais interessante!-sorrindo; subindo sobre a cama. Lara grita, jogando um travesseiro no rosto dele para ter tempo de fugir. Ela desce da cama e sai do quarto correndo-Eu vou te pegar, Lara!-indo atrás dela.

Lara-Você que pensa!-correndo pela sala.

Zac-E como prêmio eu quero o seu lençol.-rindo.

Lara-Nem morta!-rindo também.

       Os dois continuam correndo pela sala, até Lara tropeçar sobre seu lençol e quase cair. Zac a segura, evitando que ela realmente caísse. Eles se olham e riem, se abraçando.

Zac-Agora eu quero o meu prêmio.-maroto.

Lara-Nada disso. Você não me pegou! Eu quase caí! Não valeu!-protestando.

Zac-Ah valeu sim.-beijando-lhe um dos ombros. Lara sorri, acariciando os cabelos dele.

Lara-Não valeu...-amolecendo o corpo entre os braços do namorado; não demonstrando tanta convicção no que dizia-...Não valeu, Zac.-falando baixinho com voz mole, não oferecendo resistência quando ele desfaz o nó que mantinha o lençol dela sobre o corpo; o deixando cair no chão.

Zac-Você não tem noção do quanto é linda, Lara.-olhando-a nos olhos-Se tivesse, saberia que não tem do que se envergonhar...Eu amo cada mínimo detalhe do seu corpo, cada pedacinho seu...-abaixando para pegar o lençol e o entregando de volta para Lara.

Lara-...-comovida pela doçura do namorado; olhando para o lençol em suas mãos-...Me beija, Zac.-olhando novamente. Zac sorri ternamente, enlaçando a cintura dela e fazendo o que ela pedira.

* * *

Emily-Ai! Como você demorou, Ashley!-abrindo a porta do carro da prima e entrando.

Ahley-Desculpa, Emily. Eu vim o mais rápido que pude. Eu estava na faculdade quando você me telefonou; não é tão perto assim daqui, prima.

Emily-Tá bom. Tá bom. Não precisa chorar.-impaciente-Não tem problema! O que importa é que os meus pais já foram trabalhar, o Victor foi pra faculdade, então ninguém sabe que eu não fui para a aula hoje. Senão ia ser um saco ter que ouvir os sermões de todos eles!

Ashley-Mas e aí? O seu carro ainda não voltou do conserto?

Emily-Claro que não! Ou você acha que eu ia ficar esperando você vir me buscar se o meu carro estivesse na garagem?-ríspida.

Ashley-Ai, Emily! Que bicho te mordeu, hein?-dando a partida no carro para seguir caminho.

Emily-Esquece, Ash! Acordei de mau humor hoje.-abrandando o tom de voz-Mas nada que umas comprinhas no shopping não resolvam!-sorrindo-Hojé é o grande dia, Ash! É hoje que o Zac começa a trabalhar na empresa do papai...e por coincidência, eu também!-cínica.

Ashley-É isso que eu ainda não entendo. Se daqui a pouco você vai ter que estar na empresa do tio Arthur, você não deveria estar se preparando para isso ao invés de bater perna no shopping?-confusa.

Emily-Mas é isso mesmo que eu estou fazendo, Ashley: me preparando para arrasar no meu primeiro dia de trabalho; ou seja, impressionar o Zac. Desde ontem eu procuro algo interessante para vestir, mas nada parece bom o bastante. Já estava entrando em crise quando olhei para o meu cartão de crédito e a solução veio rapidamente: shopping! Quero comprar as roupas mais bonitas e provocantes que eu encontrar, Ashley! Eu quero que o Zac não consiga tirar os olhos de mim; que ele caia na real de que a mosca morta da Lara não chega aos meus pés!

Ashley-E claro que você precisa da ajuda da sua priminha aqui pra te ajudar a escolher os melhores looks pra você acelerar o coração do seu gatinho; não é?-sorrindo.

Emily-Na verdade, eu precisava mesmo da carona.-rindo. Ashley a olha com ar de indignação-Brincadeirinha, prima! É lógico que eu pensei na sua ajuda com os modelitos antes mesmo de pensar no seu carro.-com um sorriso falso.

Ashley-Pode deixar, Emily, se depender de mim, você vai ficar impecável para o Zac hoje.

Emily-É bom mesmo, Ashley, porque eu não vou economizar esforços para conquistar o Zac. Já virou questão de honra! Aquela sem-sal da Lara não sabe o que a espera! Eu vou tomar o namorado dela antes mesmo que ela consiga dizer “Emily Sanderson sempre ganha!”.-rindo de forma maldosa. Ashley também ri.

Ashley-Você é má, Emily.

Emily-Má é pouco, Ashley. Eu sou péssima.-elas se olham e riem.

* * *

     Mariana deixa a cafeteria apressada ao verificar as horas e perceber que se empolgara conversando com Linda e Dayse, esquecendo que dali a meia hora teria início a sua primeira aula no curso de fotografia. Ela esperava ansiosamente por aquele dia há muito tempo; não queria correr o risco de perder um só minuto da aula.

“Não. Não. Eu não posso chegar atrasada.”-pensava, enquanto atravessava correndo a rua que dava para o portão central da escola de artes na qual ela faria o curso.

     Ao finalmente adentrar o prédio da escola, começaria a difícil tarefa de encontrar a sua sala. Além de estar confusa pela enorme quantidade de salas que havia no local, Mariana não conseguia decifrar o número de sua sala escrito em seu comprovante de matrícula.

Mari-Isso é um 7 ou 1?-parando no meio do corredor, perdida. Ela olha para o seu relógio de pulso, vendo que, mesmo com toda sua torcida, já estava atrasada para a aula-Droga!-murmura.

      Sem esperança de êxito em achar a sala sozinha, Mariana decide dar meia volta e pedir ajuda para o senhor que ficava na portaria. É então que, ao virar o corpo, ela esbarra com alguém que parecia tão perdido quanto ela. Ambos deixam cair o papel que tinham em mãos.

-Desculpa.-falam ao mesmo tempo, só depois fazendo contato visual.

Mari-Você?-surpresa-...O que você está fazendo aqui?

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