domingo, maio 04, 2008

Capítulo 59

Florzinhassssssss, demorei de novo; não foi?!!
Mas, gente, eu JUROOO que tento atualizar antes, mas não está dando.
Tem tanta coisa acontecendo na minha vida que depois eu tenho que dividir com todas vocês!!
A facul. está me tomando muitooo tempo! Eu tenho que fazer disciplinas de estágio obrigatório em escolas e assumi uma turma de sétimo ano em um colégio público aqui de Fortal. Gente, eu estou rezandoooo para que acabe logo porque eu passo  apenas as tardes de terça, as de sábado e o domingo em casa.=/ Ando bem cansada! Quando chego em casa, tenho que fazer relatórios e planos de aula =~~~ O que toma bastante tempo!! Só me dou folguinha às vezes para acessar rapidinho o orkut e depois voltar ao batente! Mas está pertinhooo de acabar! \o/ Final de maio acaba! Mas durante o feriado me dei ao luxo de me divertir um pouquinho entre uma estudada e outra, e (claro!!!) não poderia deixar vocês na mão!

Mas vou deixar de choramingar e vamos ao que interessa!hahah
Espero que gostem do capítulo!
Obrigada pelos recadinhos!Eu leio sempreee!Vejo todos!Principalmente os puxões de orelha quando demoro para atualizar!hahah Não tem problema!Podem puxar minhas orelhas!Eu fico mais louca para atualizar quando vejo os pedidos de vocês!Fico doidinhaa até atualizar!Minha irmã é prova disso!hahah

Ahhhhhhhhhhhhh gente!Fil ganhou um prêmio do concurso Hitzfanfiction!!Obrigada a todas que votaram!!Obrigadaa mesmo!!Já postei o award aqui para vocês verem!! ;)

Outra coisinhaaaa!Quem quiser que eu avise sobre as atualizações por e-mail, é só deixar um recadinho aqui com o e-mail, que eu mando; viu?

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm

Pleaseeee, comentem!!Amooo os comments de vocês!
=*********
Boa leitura!

Lara



Cap. 59



      Enquanto Pietra retornava apressada ao local onde deixara Lara e Zac, este se dirige para fora do hospital municipal com a mesma pressa para atender ao telefonema que recebera.



Zac-Como você conseguiu o número do meu celular, Emily?-pergunta, incomodado com aquela ligação.

Emily-Ai, Zac! Que horror! Eu ligo para você toda preocupada porque você ainda não chegou aqui na empresa e é com esse entusiasmo que você me atende?-ofendida.

Zac-...-sem graça-...Desculpa, Emily.Não foi minha intenção parecer indiferente à sua ligação...

Emily-Eu consegui seu número com o pessoal do departamento pessoal aqui da empresa. O Victor não quis me dar, então eu tive que correr atrás. Mas pode ficar sossegado que eu não vou mais ligar para você; ok? Só queria saber se você estava bem ou se aconteceu alguma coisa já que hoje é o seu segundo dia de trabalho e você está meia hora atrasado.-fazendo drama.

Zac-Eu agradeço a preocupação, Emily. E já me desculpei por ter sido indelicado quando atendi ao telefone, mas...Eu estou no hospital municipal.

Emily-O quê?? No hospital municipal???!-preocupada-Aconteceu alguma coisa com você?
Zac-Não. Não foi comigo. Um dos meus irmãos foi mantido como refém de dois assaltantes e levou um tiro. Vim para o hospital assim que soube do que aconteceu.
Emily-Nossa! Eu não sabia!
Zac-Mas graças a Deus, ele vai ficar bem. Os médicos estão extraindo o projétil agora, mas de antemão já sabemos que não foi nada grave.-aliviado.
Emily-Que bom então!
Zac-É, sim.
Emily-E você está aí sozinho? Quer dizer...Não precisa de companhia? Se você quiser, eu posso ir até aí para dar uma força para você, fazer companhia...-com um sorriso malicioso.
Zac-Não. Não precisa, Emily. Obrigado mas eu tenho companhia, sim.-fazendo Emily perder o sorriso.
Emily-Ah! A sua namoradinha; não é?-fazendo careta.
Zac-Minha namorada, meu irmão mais velho e uma amiga.-enfatizando a palavra "namorada".
Emily-Então você não virá para a empresa hoje; não é?-triste.
Zac-Eu já ia ligar para o senhor Martin e avisar que eu me atrasaria. Comecei a trabalhar ontem, então não queria faltar logo no segundo dia. Mas o meu irmão ainda está sendo operado e eu queria vê-lo antes de deixar o hospital.
Emily-Não se preocupa, Zac. Eu aviso aqui sobre o que aconteceu. Se você não puder voltar, se você quiser ficar aí com seu irmão, pode ficar. Eu tenho certeza de que ninguém verá problemas nisso depois que souberem sobre o seu irmão.-com raiva porque provavelmente não o veria àquele dia, mas querendo bancar a amiga compreensível e solícita.
Zac-Muito obrigado, Emily. Obrigado mesmo! Nem sei como agradecer! Eu não queria que o seu pai ou o senhor Martin ficassem com uma má impressão de mim, mas eu não conseguiria ir trabalhar sem saber como o meu irmão está.
Emily-Não se preocupa, Zac. Eu falo com os dois.
Zac-Obrigado.-bastante agradecido-Eu vou ficar te devendo essa!
Emily-Pode deixar que eu vou cobrar direitinho.-sorrindo-Se precisar de alguma coisa, é só falar.
Zac-Mais uma vez, obrigado, Emily.
Emily-Não precisa agradecer, Zac. Eu só quero ajudar, afinal de contas sou sua amiga...Não sou?
Zac-Claro. Claro.-mais tranquilo por saber que não teria problemas na empresa.
Emily-Tchau, Zac. Melhoras para o seu irmão.
Zac-Tchau, Emily. Obrigado.-eles desligam.



Emily-Pode deixar, meu amor, que eu vou acumular para depois cobrar cada favorzinho!-sentada sobre seu birô, olhando para o fone em sua mão como se falasse com o próprio Zac-Hoje eu não vou ver você, mas amanhã você não me escapa!-beijando o fone antes de colocá-lo de volta no gancho-Agora deixa eu ir falar com o papai. Preciso ser amiguinha do Zac! Com o tempo, eu vou conseguir chegar aonde eu quero: o lugar da mosca morta da Lara!-descendo do birô e deixando a sala que dividia com Zac, sorrindo maquiavélica. 




* * *




        Quando Pietra volta para o corredor onde ficava o quarto de Mariana, Lara estava sentada sozinha em uma das cadeirinhas de espera.

Pietra-Larita, preciso te contar uma coisa!-um tanto alvoroçada.

Lara-O que aconteceu, Pê?-percebendo que a amiga estava agitada-Não tinha café na cantina?
Pietra-Esquece o café, Larinha! O que eu tenho para te falar é muito importante! Eu nem acredito que quase esqueci disso!-sentando ao lado da amiga.
Lara-Você está começando a me preocupar, Pê. O que foi?
Pietra-Onde está o Zac?-olhando para os lados.
Lara-Foi atender o celular lá fora. Aqui não pode.-mostrando a placa com a proibição.
Pietra-Melhor assim. Eu conto pra você e depois a gente decide o que fazer.
Lara-Fazer com relação a quê? Eu não estou entendendo nada.
Pietra-Depois da aula, eu peguei carona com o Harry até a cafeteria onde a Lili trabalha. Por falar nisso, ele me deu um beijo quando fomos nos despedir...-acrescenta casualmente.
Lara-Um beijo?-sorrindo-Não acredito!-empolgada.
Pietra-É. Mas deixa isso para outra hora.-voltando ao assunto-A cafeteria estava lotada e a Karen me deixou ir até a cozinha para procurar a Linda. Eu fui até a cozinha e nem sinal dela. Então um senhor falou que ela estava na sala do estoque e me mostrou onde ficava. Eu entrei e acabei ouvindo a conversa que a Lili estava tendo com...-olhando para Lara com expressão séria-...com a Emily!
Lara-Com a Emily? Emily irmã do Victor???
Pietra-Essa mesma! E as duas conversavam e discutiam ao mesmo tempo.
Lara-Bem que a Mari disse que as duas tinham uma relação mais próxima do que queriam que soubessem!-murmura, ainda surpresa com o que Pietra dizia-Sobre o que elas falavam? Você ouviu?
Pietra-Foi a Emily que ajudou a separar a Linda e o Victor! Ela falou com todas as letras que a Linda devia isso a ela!
Lara-Mas por quê? O que ela fez?
Pietra-Eu não sei direito. A Emily falou sobre ter aberto os olhos da Linda; que o Victor tinha vergonha dela e que a traía, que ela era irmã dele mas mesmo assim não deixou que ele a enganasse...Ela parecia estar chateada porque a Linda deixou escapar para o Victor sobre ter ido ao apartamento dele e...por tê-lo beijado ontem.
Lara-A Linda beijou o Victor??-boquiaberta.
Pietra-A Linda disse que foi ele quem a beijou.
Lara-Isso não faz sentido, Pê! Por que a Linda não pode falar abertamente para o Victor sobre todas as coisas que descobriu a respeito dele mesmo se esconder a participação da Emily?
Pietra-A Emily não quer, Larinha. Ela não quer que a Linda explique os motivos do rompimento. Mas isso não é tudo. Eu ouvi algo que me deixou completamente sem chão!-Lara a olha assustada-A Linda estava grávida quando terminou o namoro com o Victor.
Lara-O quê????
Pietra-Isso mesmo que você ouviu. A Emily falou que o Victor não quis assumir a responsabilidade quando soube da existência da criança e...-Lara a interrompe:
Lara-Você tem certeza disso que você está dizendo, Pê?
Pietra-Eu ouvi, Lara! Com todas as letras! A Linda estava esperando um filho do Victor quando descobriu, com a ajuda da Emily, que ele a traía. E para completar, depois de saber da gravidez, o Victor disse que o filho não era dele!
Lara-...-em choque.
Pietra-Eu fiquei tão chocada quanto você quando descobri tudo isso, Lara.
Lara-...Eu não acredito que o Victor possa ter feito tantas coisas ruins contra a Linda! Não...Não esse Victor que eu conheço; que chora por ela; que se mostra desesperado sem saber o porquê do desprezo dela, da mágoa que ela sente...
Pietra-Foi isso que eu também pensei, Larinha. Ele parece amá-la...e muito! Não consigo imaginar tanta maldade e descaramento quando ele fala com os olhos brilhando sobre como a ama!
Lara-E esse filho? Onde está essa criança?? Eu nunca vi a Linda grávida!
Pietra-Eu não sei, Larita. Não ouvi mais nada depois que elas mencionaram a gravidez porque o meu celular tocou e eu tive que correr para atendê-lo antes que elas percebessem a minha presença.
Lara-...Será que o Zac sabe alguma coisa sobre isso?
Pietra-Será mesmo que o próprio Victor sabe?
Lara-O que você quer dizer com isso?-a encarando.
Pietra-E se tudo isso for armação? E se a Emily armou para separar os dois? É muito estranha essa ambiguidade de caráter dos dois, Larinha! A Emily é nojenta e desagradável; mas, ao mesmo tempo, se mostra íntegra e leal com a Linda? O Victor é apaixonado e gentil, mas tem surtos de mal caratismo e falsidade?-intrigada.
Lara-...Eu...Eu não sei o que pensar. Ainda estou tentando processar todas essas informações. A Lili grávida??? O Victor renegando o próprio filho?
Pietra-O que você acha de falarmos com a Linda?
Lara-Não. Acho melhor, não. Se ela for tão amiga assim da Emily, não vai falar nada para a gente, como até hoje nunca fez.
Pietra-É. Você tem razão.
Lara-Mas a Mari já havia me dito que a Emily tinha algo a ver com essa história. Nós bem que desconfiávamos!-lembrando da conversa que tivera com Mariana na biblioteca.
Pietra-O que nós vamos fazer agora? Você vai contar para o Zac?
Lara-...Ele conhece o Victor melhor do que nós duas...Acho que eu devo contar para ele, sim. Se você estiver de acordo...
Pietra-Faça o que você julgar correto, Larita. Nós temos que ajudar a Linda. Se ela tiver sido mesmo tão magoada pelo Victor, precisamos mantê-lo longe dela para evitar mais sofrimento para a nossa amiga. Mas se essa história for armação da Emily, como eu desconfio que seja, aí teremos que abrir os olhos da Linda...e do Victor também!
Lara-Eu vou falar com o Zac, Pê. Talvez se juntarmos o que sabemos com o que ele sabe sobre isso e sobre o caráter do amigo dele, vamos poder descobrir onde reside lógica nessa história toda. Mas acho melhor não falar hoje...Com o que aconteceu com o Tay e com a Mari, todo mundo já está bastante tenso para que a gente solte mais essa bomba.
Pietra-Você tem razão. Eu também acho melhor não falar nada hoje. Só não podemos esperar muito para começar a tirar essa história a limpo. A Linda já sofreu demais.
Lara-Eu ainda não acredito que ela estava grávida! Será que ela perdeu o bebê?-Lara continuaria a falar se Pietra não tivesse sinalizado para ela que Zac estava voltando .As duas encerram a conversa por ali, passando a olhar para a direção em que Zac se aproximava-Quem era ao telefone, amor?-perguntando assim que o namorado chega perto o bastante.
Zac-...Era...era lá da empresa. Eu já estava meia hora atrasada então eles resolveram ligar para saber o que aconteceu. Mas eu já expliquei a situação e eles compreenderam.
Lara-Ai meu Deus! Eu fiquei tão atordoada que esqueci de ligar para a biblioteca para falar com a senhora Adams sobre o que aconteceu!
Pietra-E eu tenho que ligar para a tia Meg e para o Matt e dar notícia de como o Tay e a Mari estão. Ahh! E para a Dina também, já que eu não sei se vou para o ensaio do musical.
Zac-Você também não pode esquecer do Peter, amor. Ele ainda não sabe sobre o que aconteceu com a Mari. Você pediu para a diretora do colégio dele mantê-lo por lá até as coisas se resolverem; lembra?
Lara-Nossa!-levando as mãos até a testa-Como eu pude esquecer do Peter!-levantando.
Pietra-Vamos lá para a recepção, assim podemos fazer as ligações necessárias.-também levantando.
Zac-Eu vou com vocês.




* * *




Mari-Isso estava escrito no bilhete? Que ela está apaixonada por você?-ele balança a cabeça positivamente-E com certeza ela não sabe que você sabe disso, não é?
Ike-Não. Eu tive medo de deixá-la constrangida se eu revelasse que sei.
Mari-O que você pensa em fazer a respeito?
Ike-...Não sei.
Mari-Já te ocorreu que essa é uma situação cômoda para você, mas para a Pietra não? Quero dizer...você sabe sobre o que ela sente; conhece seus próprios sentimentos, embora esteja um pouco confuso, mas ela não sabe nada sobre o que você sente!
Ike-Eu sei, Mari. E eu não quero me aproveitar disso para brincar com ela, por isso eu preciso de um tempo para entender tudo o que estou sentindo...
Mari-Não quer se precipitar como nós fizemos; não é?
Ike-Não quero correr o risco de magoar alguém.
Mari-E magoar a você mesmo? Você não pensa nisso?
Ike-...-baixando os olhos.
Mari-Talvez a sua falta de atitude magoe mais do que qualquer outra coisa, Ike!-os dois emudecem ao ver a porta do quarto ser aberta.

-Podemos entrar?-o médico fala já adentrando o quarto, seguido por Zac, Lara e Pietra.

Mari-Que bom que o senhor perguntou!-brinca; ele ri.

       Pietra entra já tentando evitar os olhares de Isaac e de Mariana. Desde que encontrara o médico na sala de espera próxima a recepção após terem feito as ligações, e este permitira uma última visita para Mariana, Pietra temia que ao entrar teria a grande surpresa da reconciliação de Isaac e Mariana como um casal. Ela tentava olhar para um ponto fixo do quarto para não perceber qualquer indício da concretização de seu temor. Mariana percebe.

-Os seus amigos vieram se despedir de você porque agora as visitas estão encerradas. Você tem que descansar um pouco. Eu liberei a visita deles fora de hora porque eles não tinham notícias suas, estavam bastante nervosos...mas eu não posso quebrar as regras do hospital por um período longo.-olhando para Zac, Lara, Pietra e Isaac-Vocês terão que dar ‘tchau’ para a Mariana agora.

Lara-Não podemos ficar nem mais um pouquinho?-com carinha pidona. O médico sorri; pensativo.
Mari-Nós nem conversamos direito, doutor!-insistindo.

-Se alguém aparecer e perguntar por que vocês ainda estão aqui, digam que invadiram o quarto; ok?-brincando. Eles riem.

Ike-E que o senhor tentou impedir!-acrescenta.

-Ótimo!-piscando o olho; sorrindo-Eu vou ver outro paciente no andar, mas quando eu voltar será a hora das despedidas definitivas.

Zac-Obrigado.-agradecendo antes que ele deixasse o quarto. 

      Lara e Zac ficam olhando para Isaac e Mari como se esperassem algum comentário sobre o resultado da conversa que tiveram. Mas já podiam tirar a conclusão de que teriam boas notícias, pois Isaac estava sentado à cabeceira da cama dela segurando uma de suas mãos.

Lara-Liguei para a senhora Adams, Mari.-quebrando o gelo, já que ninguém falava nada-Ela não sabia sobre o assalto, então ficou horrorizada quando contei tudo. Eu vou para a biblioteca assim que tivermos mais notícias sobre o Tay. Ela disse que eu poderia ficar aqui com você, mas eu imagino a loucura que esteja aquele lugar neste exato momento sem a gente! Depois do expediente eu volto aqui para ver você e o Tay no próximo horário de visitas.
Mari-Não se preocupa, Larinha. Eu entendo perfeitamente. A senhora Adams deve estar precisando mesmo de ajuda! Mas e o Peter? Ele sabe que eu estou aqui?
Lara-A diretora do colégio vai trazê-lo para cá. Eu falei com ele e deixei claro que você estava bem; mesmo assim ele ficou bastante nervoso e quis vir imediatamente para cá. O Zac ia buscá-lo, mas a diretora se ofereceu para trazê-lo.
Mari-Pobrezinho!
Pietra-...Eu falei com o Matt, Isaac. E ele disse que tudo bem se você ficar por aqui.-sem olhá-lo diretamente.
Ike-Obrigado, Pietra.-notando que ela não mantinha contato visual com ele ao falar.
Pietra-De nada.-com um sorriso forçado-Ah! Eu vou tentar falar com a Linda para avisar para a Sabrina que talvez não possamos mais viajar para New Hampshire...
Mari-Não vão?? Mas por quê??
Pietra-...Depois do que aconteceu; o Tay ferido...Não tem mais clima...
Ike-A Sabrina vai ficar triste mas vai entender...Eu espero.-concordando com Pietra.
Zac-O aniversário não é só no sábado?
Pietra-É. Mas combinamos de ir na quinta-feira para passar mais tempo com ela, ajudar nos preparativos da festinha...
Lara-Sábado? Mari, sábado também é o seu ani...-antes que Lara pudesse terminar sua frase, Mariana a interrompe:
Mari-Vocês têm que ir!-olhando para Lara como um pedido enfático para que ela não continuasse o que ia dizer. Lara balança sutilmente a cabeça, em sinal de entendimento, apesar de mostrar não ter entendido o porquê daquilo.
Ike-Não sabemos como o Taylor vai estar, Mari.
Mari-O médico disse que ele vai ficar bem!-dividindo seu olhar entre ele e Pietra.
Zac-Além disso, eu posso tomar conta do Tay se ele precisar...
Lara-Eu também.
Mari-Viu? Eu também posso ajudar no que for preciso. Cuidados é que não faltarão para o Taylor!-empenhada em não deixá-los desistir da viagem.
Ike-...Não sei...
Pietra-...Não parece certo...
Mari-Parece certo desapontar uma garotinha que gosta tanto de vocês? O Taylor será o primeiro a dizer que vocês não devem desistir da viagem!-Isaac olha para Pietra.
Pietra-Nós poderíamos ir só no sábado mesmo.-sugerindo.
Mari-Para voltar no domingo? Não, gente!
Zac-Parece que tem alguém aqui que quer se livrar de vocês.-brinca; notando o interesse de Mariana em manter os planos de Isaac e Pietra. Mari ri.
Mari-Não. Não é isso! É que eu tenho certeza de que o Taylor não vai gostar nada de saber que vocês vão mudar tudo por causa dele. Além disso, vocês chegarão cansados demais para a festa se viajarem no sábado mesmo. Acho que vocês deveriam aproveitar um pouco mais.-olhando para Isaac como se dissesse “Aproveita a chance!”

      Pietra estranha aquela insistência de Mariana, mas diante dos argumentos dela, reforçados pelas palavras de Zac e Lara, ela fica balançada, afinal de contas, estava animada com a ideia de viajar e ver Sabrina.

Ike-Se a Pietra quiser...-olhando para ela.
Pietra-Não tem problema se você não quiser...-fazendo contato visual pela primeira vez desde que entrara no quarto.
Ike-Você prefere viajar sozinha?
Pietra-Não. Não é isso! É que você já teria que trabalhar horas extras hoje e amanhã para compensar a ausência na quinta e na sexta-feira; então aconteceu tudo isso e o Tay foi operado...Não tem problema viajarmos só no sábado ou eu ir sozinha de ônibus...Eu posso falar com a Sá e explicar...Eu também não queria ir sem ter certeza de que o Tay ficará ok...e sei que você e a Mari precisam de mais tempo juntos...
Mari-Eu não sei se somos nós dois que precisamos de mais tempo juntos...-a encarando. Pietra baixa os olhos, extremamente sem graça por ser alvo dos olhares de todos ali presentes.

      Isaac levanta da cama do hospital, repreendendo Mariana com o olhar. Para a felicidade de Pietra, uma enfermeira bate à porta e entra no quarto interrompendo a conversa.

-Com licença.

Pietra-Claro!-feliz por não ser mais o foco das atenções.

-Eu vim informar a pedido do doutor Walter que o senhor Taylor Hanson já saiu do centro de cirurgia.-todos se animam, enchendo a pobre enfermeira de perguntas.

Zac-Nós podemos vê-los?
Pietra-Correu tudo bem?
Lara-Ele está consciente?
Mari-Eu posso sair daqui para vê-lo também?
Ike-Quando podemos levá-lo para casa?

-Calma. Calma. Por favor.

Pietra-Nós precisamos de notícias dele, moça!-ansiosa.

-A cirurgia de retirada do projétil foi bem sucedida. Ele ainda não foi transferido para um dos leitos; está em estado de observação até que o efeito da anestesia passe. Não se preocupem. O doutor Walter disse que correu tudo bem.

Lara-Graças a Deus!-murmura; aliviada.
Ike-Então já podemos vê-lo?

-Sinto muito mas, por enquanto, as visitas não serão permitidas. Está fora do horário e...-Mariana a interrompe:

Mari-Nós precisamos vê-lo, moça!
Pietra-Ele está bem mesmo? Por favor, não esconde nada da gente...-preocupada.

-Eu não estou escondendo nada. Apenas não posso desobedecer às regras do hospital. Eu nem sei o que vocês ainda estão fazendo aqui. Quem deixou vocês entrarem novamente?

-Deixa que eu cuido disso, Beth.-o médico que atendia Mariana surge à tempo no quarto assim que vê a enfermeira entrar.

-Doutor Miller?

-Ela é minha paciente.-indicando Mariana-Algum problema?

-O doutor Walter pediu que eu avisasse aos familiares do senhor Hanson que a cirurgia dele foi um sucesso. Eu vim falar com a senhorita e depois iria para a sala de espera para comunicar aos outros mas estão todos aqui...

-...Eles já estavam de saída, Beth.

-Aham. Sei.-sorrindo.

-Obrigado pelo aviso. Eu também queria saber notícias do garoto.

-De nada, senhor.-saindo do quarto; balançando a cabeça sorrindo.

Zac-Doutor, nós podemos ver o Tay agora?
Ike-A enfermeira disse que ele vai para um quarto agora.

-Infelizmente, não posso deixá-los entrar no quarto dele.

Pietra-Ah! Não acredito!
Mari-Por que não?

-Porque ele acabou de sair do centro cirúrgico e está sob observação, porque o horário de visitas acabou há duas horas...Por que vocês não vão para as suas casas e voltam mais tarde? O próximo horário de visita é às 18 horas. Até lá, acho que o Walter libera o quarto para que vocês possam vê-lo...Por falar nisso, você terá alta ainda hoje, Mariana. Estou esperando que você termine de receber o soro com a medicação e descanse um pouco.

Mari-Não vou poder descansar sem ver o Taylor!
Pietra-Nem nós vamos conseguir sair daqui sem tê-lo visto!

-O medicamento vai te ajudar a descansar, Mariana. Não se preocupe. Quanto a você, mocinha, sinto muito mas não posso fazer nada para ajudar.-olhando para Pietra.

Lara-O senhor não poderia nem deixar que a gente, pelo menos, pudesse vê-lo de longe? Uma olhadinha só!-com ar de súplica.
Zac-Prometemos que vamos embora depois disso e que o senhor só nos verá no próximo horário de visitas.

-...Vou acabar sendo despedido por causa de vocês!-reclama; fazendo sinal para que Zac, Lara, Pietra e Isaac seguissem-no. Eles sorriem, quase sem acreditar que o médico os ajudaria. Mariana tenciona levantar da cama, mas ele a impede-Opa! Opa! Aonde a senhorita pensa que vai?

Mari-Ver o Taylor.-sem entender a pergunta.

-Não. A senhorita vai ficar deitadinha aí na sua caminha. Eu vou levar os quatro para ver... apenas ver, de longe, o garoto. E depois, quando eu os vir indo embora e tiver certeza de que não voltarão quando eu der as costas, eu volto aqui para levar você.

Mari-Ahhh não! Por favor!!-choramingando-Por favor!

-Confia em mim. Eu volto aqui para levar você. Prometo.-piscando o olho para ela.

Mari-Mas...-ele a interrompe:

-Pegar ou largar?-a encarando.

Mari-...-com vontade de chorar; sensível por ter que ficar sozinha, por querer ver Taylor, pelo que aconteceu...-Tudo bem. Eu espero...Mas não demora, tá?

-Não vou.-sorrindo-Agora se despeçam dela.-falando para os demais.

Zac-Tchau, Mari.-beijando-lhe a testa; fofo-Às 18 a gente vai estar de volta.
Mari-Obrigada, Zac.-sorrindo melancólica. Zac se afasta para dar espaço para Lara.
Lara-Fica bem, florzinha.-a abraçando-Daqui a pouco a gente vai estar de volta; ok?-carinhosa.
Mari-Vou contar as horas!
Lara-Você está sem relógio aqui.-brinca.
Mari-Nem isso pra fazer! Que tédio!-resmunga.
Lara-Se eu tivesse trazido o meu livro...-lamenta.
Mari-Tudo bem, Larinha. Eu suporto.
Pietra-Eu te empresto o meu iPod, Mari.-abrindo a bolsa rapidamente.
Mari-Não. Não precisa, Pi! Eu sei que você não vive sem seu iPod. A Larinha já me falou sobre isso.
Pietra-Eu posso ficar sem por algumas horas.-entrega para ela, sorrindo.
Mari-...Obrigada.-comovida. As duas se abraçam.
Pietra-Tchau.
Mari-Tchau...amiga.-olhando pra ela com ternura. Pietra beija-lhe o rosto, sorrindo.
Pietra-Até mais, amiga.-se afastando para que Isaac tivesse sua vez.
Ike-Também posso dar um abraço?-sorrindo.
Mari-Até dez!-também sorrindo.
Ike-O doutor não vai deixar.-brinca.

-Se você demorar muito, não vai dar nenhum.-fala, bem-humorado. Todos riem. Pietra se sente um pouco incomodada por ver o caloroso abraço dos dois mas tenta tirar aquilo da cabeça por julgar estar errada.

        "Eles são namorados, Pietra!!! Duh! Você é quem está sobrando nessa história!"-Pietra pensa.

Ike-Obrigado por tudo, Mari.-sussurra para ela.
Mari-Não agradeça, aja.-fala baixinho; afastando o rosto para encará-lo. Ele sorri e beija-lhe as mãos.

     O doutor Miller apressa a saída deles, deixando Mariana sozinha no quarto. Embora ela estivesse agitada, ainda preocupada com Taylor e ansiosa para vê-lo, o cansaço e o calmante, mesmo que fraquinho, já estavam agindo sobre o corpo dela. Agora sozinha, a sonolência era inevitável. Somente a vontade de ver Taylor a mantinha lutando contra os movimentos de suas pálpebras.



* * *



      Zac, Lara, Isaac e Pietra puderam ver Taylor por uma janelinha envidraçada da sala de pós-operatório. Ele ainda não havia sido transferido para um quarto, então os quatro puderam vê-lo ao mesmo tempo pelo vidro. Todos eles estavam aliviados com aquele pequeno “contato”, ainda que seus corações estivessem apertadinhos vendo Taylor com um dos braços enfaixados e alguns fiozinhos no peito e nas mãos.

     A observação dura pouco, pois o doutor Miller determina que eles teriam que ir. Eles agradecem ao médico por toda a atenção e ajuda que este os dera; e vão para a saída do hospital para finalmente deixar o prédio como Dr. Miller os havia aconselhado.

Zac-Eu deixo você na biblioteca, amor. De lá, eu vou para o trabalho para não deixar o senhor Martin na mão. Já que não podemos ficar com o Tay ou com a Mari, não tem sentido ficarmos aqui sem fazer nada.
Pietra-Eu estou meio sem clima mas vou para o ensaio do musical. Já vou faltar aos ensaios enquanto estiver em New Hampshire, então acho melhor não faltar  logo ao primeiro.
Ike-Eu te dou uma carona.-olhando para ela.
Pietra-...-pouco à vontade com a oferta.
Ike-Acho que você precisa se acostumar com a ideia de ficar no mesmo m² que eu se vamos viajar juntos, Pietra.-a encarando.
Pietra-...Eu ainda preciso passar em casa para comer algo e trocar de roupa, Isaac...-ele a interrompe:
Ike-Vamos, então.-tentando deixá-la sem argumentos para recusar.
Lara-Aceita, Pê. Você já está atrasada...-olhando para a amiga.
Pietra-...Ok. Ok. Eu vou com você, Isaac.-sem ter como dizer “não”.
Ike-Obrigado por comemorar.-sorrindo irônico. Ela finge não ter ouvido; abraçando Lara para se despedir.

         Em pouco tempo, após as despedidas, cada “casal” estava em um carro se afastando do hospital e seguindo caminhos opostos.



* * *



       Quando doutor Miller retorna ao quarto de Mariana, ela já estava sentada sobre a cama pois pensava em sair do quarto antes mesmo que ele voltasse para procurar o leito de Taylor.

-Você ia sair?-desconfiado.

Mari-...er...O senhor acreditaria se eu dissesse que não?-envergonhada.

-Não.

Mari-Foi o que eu pensei.-com um sorrisinho amarelo.

-Você não confia em mim, não é?

Mari-Não é nada pessoal, doutor. Eu juro.

-Vou acreditar porque me convém.-brinca; sorrindo.

Mari-Já posso ver o Taylor?

-Já. Já, sim. Acabei de acompanhar a transferência dele para o quarto e conversei com o doutor Walter...Dei um jeitinho para conseguir que ele a deixasse entrar...-Mariana abre um lindo sorriso ao ouvir aquelas palavras, se apressando para descer da cama-Calma! Calma!-rindo-Não sei se você merece.-brinca.

Mari-Por favor, doutor, não faz isso comigo! Eu preciso vê-lo! Preciso ter mesmo certeza de que ele está bem.-angustiada.

-Não confia mesmo em mim.-rindo.

Mari-Foi um médico que tentou me enrolar por duas horas para não me dizer que os meus pais haviam morrido.-Miller perde o sorriso, percebendo o porquê de toda aquela aflição de Mariana.

-Vamos. Eu não quero enrolar você.-sério, comovido.

     O doutor Miller ajuda Mariana a tirar a agulha que estava em sua veia e os dois seguem para o andar em que estava localizado o quarto de Taylor.
À porta, Miller se despede dela para que Mari entrasse sozinha e tivesse um pouco de privacidade.

-Daqui a pouco eu venho buscar você. Qualquer coisa, é só chamar alguma das enfermeiras do andar. Ele está dormindo agora: efeito da anestesia, mas não se preocupe, ele logo acordará. Se não acontecer antes que eu volte para levar você de volta para seu quarto, acontecerá até a hora da visita, quando seus amigos retornarem.

Mari-Muito obrigada, doutor.-bastante grata. Ele sorri.

-Eu entendo a sua preocupação, Mariana. Sou médico, mas passei pela mesma coisa quando fui apenas um pai de primeira viagem esperando notícias da minha mulher e da minha filha que estavam em uma sala de parto deste mesmo hospital.-acariciando os cabelos dela de forma paternal-E pode deixar, eu vou esquecer você aqui por um tempinho.-piscando o olho para ela, que sorri.

Mari-Obrigada. Muito obrigada!

Ele abre a porta para que ela entrasse, fechando-a logo que ela põe os dois pés dentro do quarto.

       Mariana não contém a emoção ao finalmente ver Taylor. Ela caminha lentamente até a cama dele; o coração batia acelerado e ela nem sabia bem o porquê. Sabia apenas que era muito bom acompanhar o movimento do tórax dele e ver que ele respirava normalmente, de forma tranquila. Era realmente muito bom esquecer a imagem do sofrimento dele; e ter ali, à sua frente, apenas o sono dele para velar.

Mari-Parece um anjo...-com um sorriso cheio de ternura despontando de seus lábios-...Graças a Deus, você está vivo! Eu não me perdoaria se algo de ruim tivesse acontecido a você, Taylor!-sussurra enquanto acariciava, depois de alguns segundos de hesitação, os cabelos dele.

      Taylor se move um pouco, o que faz Mariana recuar e pôr fim ao gesto de carinho. Ela temia acordá-lo ou perturbar seu sono. Depois de tudo o que ele havia passado, ela sabia que ele precisava, e merecia, descansar para ter uma boa recuperação.
    Os olhos dela percorrem o interior do quarto, a deixando, pela primeira vez àquele dia, incomodada por estar em um ambiente hospitalar. Os aparelhinhos ligados a Taylor também a sensibilizam, querendo lhe trazer à lembrança algumas cenas do dia em que seus pais também estiveram nessa mesma situação. Seus olhos se enchem de lágrimas.

Mari-Para, Mari. Está tudo bem. Agora está tudo bem.-murmura baixinho.

     Mariana senta na poltrona que ficava ao lado da cama de Taylor, sentindo o corpo um pouco pesado. Seu coração estava mais calmo, sereno...Velar o sono de Taylor a acalmava como nenhuma palavra ou presença dos amigos havia conseguido fazer.
     O sono batia, mas Mari não queria perder nenhum momento daquela contemplação: poderia dormir quando voltasse para seu quarto; naquela hora, não. É então que ela, que trazia o iPod de Pietra em uma das mãos, decide ligá-lo para tentar se manter acordada ouvindo alguma música. Mariana põe os fones de ouvido. Em baixo volume, a primeira música, “Feelings Show” da Colbie Caillat, começa a tocar. Trilha sonora perfeita para a trajetória que havia levado os dois corações naquele quarto a baterem no mesmo compasso.

He told me he'd wait here patiently 
But I wonder if he's kidding
Well, maybe he could be serious now
Maybe not
Maybe not
Because'...


Love is crazy, pretty baby, take it real slow
My feelings show
All you have to do is never ever let it go
My feelings show
And I want you to know...


I'm sorry it's taking me so long
to find out what I'm feeling
I wonder if it will come to me
Maybe not
Maybe not
Because'...

Love is crazy, pretty baby, take it real slow
My feelings show
All you have to do is never ever let it go
My feelings show
And I want you to know...

What I'm trying to say is that I'm feeling a change
and I'll let it take all over
If you need time away I won't ask you to stay
But I don't want to lose you

Love is crazy, pretty baby, take it real slow
My feelings show
All you have to do is never ever let it go
My feelings show
And I want you to know...

Never ever let it go
My feelings show
Never ever let it go
My feelings show
Never ever let it go
My feelings show




* * *



        Isaac e Pietra estavam dentro do carro dele a caminho da casa dela. Silêncio absoluto. Apenas os barulhos vindos da rua quebravam a quietude no interior do veículo.

     Isaac estava bastante incomodado com o clima. Desde quando eles ainda estavam no estacionamento do hospital, depois de se separarem de Zac e Lara, Pietra não dera mais nenhuma palavra.


“Talvez seja ainda o choque dos últimos acontecimentos.”-ele pensa, não querendo invadir a privacidade dela ou tocar em algum assunto delicado.


Mas até o fato de Pietra não esperar para que ele abrisse a porta do carro para ela entrar, o que não era novidade, causara estranhamento para ele, pois ela nem se incomodara em retrucar a brincadeirinha que ele fizera a respeito, como ela normalmente fazia...Quer dizer, fazia quando queria brincar de implicar com ele...não se estivesse mesmo com raiva.

A partir de então, Isaac começara a pensar em quais motivos Pietra teria para estar com raiva dele. O incomodo só aumentava. Olhava para era de soslaio, mas não conseguia ver seu rosto: ela tinha o rosto voltado para a janela ao seu lado, claramente evitando olhá-lo.


“É comigo.”-conclui; voltando a olhar para a direção mas sem conseguir parar de pensar naquilo. Já estava ficando nervoso...


Ike-Ok. Você vai ficar assim mesmo?-olhando para ela.
Pietra-...-respirando fundo e fechado os olhos, ciente de que havia demorado mais do que ela pensara, menos do que queria, para que Isaac dissesse alguma coisa-...Assim como?-ainda sem olhá-lo, numa tentativa de não estender a conversa.
Ike-Calada.
Pietra-Você quer conversar?-fria.
Ike-Talvez.
Pietra-Sobre?-finalmente olhando para ele.
Ike-Por que você não começa um assunto sobre o qual queira falar?
Pietra-Porque é você quem quer conversar, não eu.-não sendo grossa, apenas indiferente.
Ike-...Eu fiz alguma coisa de errado?-indo direto ao ponto.
Pietra-Não sei. Você acha que fez?
Ike-...-incomodado com a indiferença dela-...Não vamos chegar a lugar algum desse jeito, Pietra.
Pietra-Concordo.
Ike-Então?
Pietra-Então a gente fica em silêncio e tudo resolvido.-com um sorriso sarcástico.
Ike-Você acha mesmo?-dividindo seu olhar entre o trânsito e ela.
Pietra-Isaac, eu não estou entendendo. Se você quer conversar sobre alguma coisa, por que você não começa então?
Ike-Até a hora do almoço a gente parecia estar bem, agora você age como se nós fossemos dois estranhos que não têm nada para conversar! E o que é pior: o estranho aqui fez alguma coisa que não te agradou!
Pietra-De onde você tirou isso? Você não me fez nada.-baixando os olhos; desconfortável.
Ike-Não mesmo?
Pietra-Você acha que fez?-tentando fugir do assunto.
Ike-Não.
Pietra-Então não fez. Pronto. Ponto final.-forçando um sorriso.
Ike-Você está chateada.-insistente.
Pietra-...Eu só estou um pouco atordoada com todas as coisas que aconteceram hoje. É compreensível, não?
Ike-Eu só estava querendo melhorar o clima estabelecendo um diálogo, Pietra.
Pietra-Nós estamos dialogando agora.
Ike-...-voltando a olhar somente para o trânsito, chateado pela frieza dela-Tudo bem. Fim do diálogo.
Pietra-Obrigada.-voltando a olhar para a janela.

      Isaac ficara bastante chateado. Sua expressão se torna séria. Pietra percebe pela a forma com a qual Isaac passara a dirigir: ficando impaciente com a lenta movimentação dos carros à sua frente e acionando a buzina quase que como válvula de escape para sua frustração ao iniciar a conversa com ela. Isso demonstrava claramente a mudança de humor dele.

     Pietra o olha disfarçadamente. Ela suspira involuntariamente, arrependida por ter sido gélida com ele.

Pietra-...Desculpa, Isaac.-lançando um tímido olhar.
Ike-...-sem olhá-la. Pietra passa as mãos pelos cabelos, abaixando a cabeça.
Pietra-Olha, não é com você...Eu não estou bem agora, então...Não leva para o lado pessoal, ok?Ike-...Não levar para o lado pessoal?-sorrindo sarcástico.
Pietra-Não é pessoal!-levantando o rosto.
Ike-Você quer cancelar a viagem para New Hampshire; depois acha melhor viajar, mas sem mim. Não quer aceitar uma carona minha, se aceitou e está aqui comigo foi por insistência da Lara. E agora não pode nem suportar a ideia de termos uma conversa razoável para que eu possa descobrir o que eu fiz de errado desta vez! Mas, não, não é nada pessoal, claro!-finalmente olhando para ela; irônico.
Pietra-...-baixando a cabeça, com os olhos marejados.
Ike-Eu respiro demais? A minha voz é irritante? Você queria me ver pelas costas? Gostaria que eu tivesse levado um tiro no lugar do Tay, é isso?-irritado.
Pietra-Não fala besteira, Isaac!!-o censurando imediatamente.
Ike-Então me fala por que eu não mereço um olhar seu? Por que essa hostilidade súbita?-Pietra não contém as lágrimas, embora tivesse feito grande esforço para não chorar. Isaac fica surpreso ao vê-la chorando-Você está chorando?
Pietra-Não. Não é nada.-virando o rosto.
Ike-...-sem conseguir suportar a ideia de vê-la chorar-Não chora, Pietra...Não chora, por favor...-angustiado.
Pietra-Desculpa...-lutando contra suas insistentes lágrimas.

      Isaac fica tão nervoso por vê-la daquele jeito, que encosta o carro e estaciona na primeira vaga que encontra na rua.

Ike-O que está acontecendo, Pietra?
Pietra-Nada, Isaac. Eu estou bem.-enxugando as lágrimas com as mãos.
Ike-Não. Você não está. Olha pra mim.-ela o faz-Será que as suas lágrimas não têm um motivo?Pietra-...Eu estou nervosa, Isaac...Foi tudo muito intenso hoje! Uma prova-surpresa na faculdade; minha conversa com a Lara; nada de presente para a Sabrina; a conversa da Linda; o Tay e a Mari mantidos como reféns; a cirurgia dele...-nervosa-...Sem esquecer do beijo que o...-ela para de falar imediatamente.
Ike-Beijo? Que beijo, Pietra?-a encarando.
Pietra-Beijo? Que beijo?-se fazendo de desentendida.
Ike-Você falou a palavra beijo.
Pietra-...Eu estou nervosa, Isaac...Eu nem sei o que estou falando!
Ike-Você falou ‘beijo’ e não sabe por quê?
Pietra-...Não sei de onde tirei isso! Eu estou confusa...
Ike-Mas...-ela o interrompe:
Pietra-...De todo modo, Isaac, desculpa se fui ríspida com você...Eu não tive a intenção.-mudando de assunto-...Você está sendo legal comigo e eu bancando a mal educada!-tentando manter os olhos bem abertos e olhar para cima para que mais nenhuma lágrima saísse de seus olhos.
Ike-...Não tem problema, Pietra. Eu só quero que você me diga quando eu fizer algo que deixar você chateada...Eu fico nervoso quando você fica assim e eu acho que sou culpado por alguma coisa.
Pietra-...Você não fez nada que me chateasse.-com a voz embargada.
Ike-Mesmo? Porque se eu tiver feito, eu peço desculpas agora. É só você dizer.-fofo. 

Ela acaba sorrindo, embora fosse um sorriso melancólico.

Pietra-Não. Não fez.-com mais vontade ainda de chorar.
Ike-Mas você ainda está chorando...-preocupado.
Pietra-...Eu estava nervosa só isso...Vai passar...Eu vi o Tay...Vai passar.-impaciente com as próprias lágrimas.
Ike-Ele não vai gostar de saber que você esteve chorando...huh.-passando as costas de sua mão pelo rosto dela, secando as lágrimas com carinho.
Pietra-Ele vai ver só! Vou cobrar com juros e correção monetária pelo susto que ele me deu!-tenta brincar para ver parava de chorar. Isaac sorri.
Ike-Vem cá. Me dá um abraço.-abrindo os braços com um jeitinho meigo. Pietra não resiste àquele gesto, abraçando forte e aninhando-se entre os braços dele. Não hesita. Se entrega sem reservas. Ele afaga seus cabelos. Pietra fecha os olhos, aproveitando aquele contato. Era muito bom senti-lo assim tão perto...

“ Mas ele é da Mari. O Isaac é dela outra vez, Pietra.”-uma voz ecoava dentro de sua cabeça, fazendo-na abrir os olhos, agora desconfortável com a proximidade de Isaac. Era por isso que estava estranha com ele. Tinha certeza de que ele e Mariana estavam juntos novamente, e, mesmo contra sua vontade, não podia evitar ficar chateada-“Eles não têm culpa de se amar e de você perder tempo com um sentimento platônico, sua boba!”-pensa; afastando-se educadamente de Isaac, forçando um sorriso.

Pietra-...Obrigada, Isaac...Já me sinto melhor agora.-mentindo, pois estava morrendo por dentro.
Ike-E eu também.-Pietra sentia uma dorzinha no coração só de vê-lo ali tão carinhoso e ficar ainda mais encantada.
Pietra-...er...Mas, vamos mudar de assunto? Talvez se eu não ficar pensando muito sobre as coisas que aconteceram hoje eu consiga esquecer...
Ike-Claro! Como você quiser.-satisfeito pela mudança do clima entre eles.
Pietra-E você e a Mari? Que bom que vocês se acertaram! Fico muito feliz pelos dois!-sincera; apesar de ficar triste por pensar que eles haviam voltado a ser, não só amigos, mas mais que isso.
Ike-Eu também estou muito feliz!-sorrindo-Era o que faltava para que eu conseguisse retomar as rédeas da minha vida.
Pietra-...-com um sorriso amarelo-Fico mais feliz ainda por saber disso também.-pensando que ele referia-se à vida com Mariana.
Ike-Eu sei que, sim.-com um sorrisinho maroto; lembrando que Pietra havia ido falar com Mariana para que esta o ouvisse e perdoasse. Pietra percebe o sorrisinho.
Pietra-Sabe?-o encarando; sentindo um friozinho na barriga.
Ike-A Mari me contou o segredinho de vocês.
Pietra-...-arregalando os olhos e entreabrindo a boca.


“ Ai meu Deus!! Ai meu Deus!! Eu não acredito que a Mari contou para ele sobre o que eu sinto!!”-pensa; em pânico.

Ike-Você está fazendo a mesma cara de quando eu brinquei sobre você e o Tay terem um segredo também.
Pietra-...er...De que segredo você está falando? Eu não tenho segredos, Isaac! Foi você quem pôs isso na cabeça! Eu nem imagino o que a Mari possa ter contado para você!-falando quase num fôlego só. Ele ri, percebendo que ela não sabia a que segredo ele se referia.
Ike-Calma, maluquinha! Do que você pensa que eu estou falando?-sorrindo-A Mari apenas me contou que você foi ontem até a casa dela para pedir que ela me ouvisse.
Pietra-...-amolecendo o corpo sobre o banco; aliviada.
Ike-O que foi? Do que você achava que eu estava falando?-se fazendo de desentendido.
Pietra-...Disso! Disso mesmo, Isaac! Eu sei que prometi que não a procuraria mas...Desculpa...-ele a interrompe:
Ike-Tudo bem, Pietra.-sorrindo-Você não me deve nenhum pedido de desculpas. Você me ajudou bastante! Mari me falou que você quis tomar parte da culpa dos beijos para você e que pediu para que ela me desculpasse...Muito obrigado. Você não precisava ter feito isso, mas quis me ajudar...
Pietra-...er...Não foi nada, Isaac. Eu fiz o que tinha que fazer...-se recuperando do susto.
Ike-Obrigado, Pietra.-acariciando uma das mãos dela. Pietra olha para a mão dele sobre a dela.
Pietra-...hmm...Acho melhor irmos agora, não?-puxando discretamente sua mão-Eu ainda vou trocar de roupa lá em casa, pegar algo para comer no caminho e correr para o ensaio.
Ike-Eu já disse que espero você ficar pronta e também levo você para o seu ensaio.-antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele se antecipa-E não adianta querer recusar a oferta porque eu não aceitarei uma recusa. Principalmente depois de você ter dito que eu não fiz nada errado e que você não está chateada comigo.-Pietra não vê nenhuma alternativa senão aceitar o que Isaac propunha pois não tinha argumentos consistentes para dizer ‘não’.
Pietra-Ok, então, James.-brinca. Isaac ri.
Ike-Podemos ir, madame?-entrando na brincadeira.
Pietra-Por favor.-forçando um sorriso. Seu coração ainda batia acelerado. Mais um susto num dia estressante como aquele e ela não aguentaria. 



* * *



     Mariana contemplava o sono de Taylor até que este começa a se mexer sobre a cama, fazendo alguns ruídos como se balbuciasse baixinho palavras desconexas. Ela percebe a movimentação dele e tira os fones do iPod de Pietra, levantando da poltrona para se aproximar da cama.

   As pálpebras de Taylor tremem sutilmente, até que ele move a cabeça e aperta os olhos antes de finalmente abri-los lentamente. Mariana sente um imenso alívio ao ver aqueles olhos azuis novamente. 
    Taylor tinha a vista um pouco embaçada, precisando piscar algumas vezes seguidas para que seus olhos voltassem a transmitir as imagens com foco.

Tay-...Mari?-apertando os olhos outra vez; confuso.

-...Sou eu, sim, Taylor.-sorrindo emocionada.

Tay-...O que aconteceu? Onde nós estamos?-tencionando sentar-Ai! Ai!-geme ao mover os braços, apoiando-os contra o colchão.
Mari-Cuidado, Taylor! Fica quietinho aí.-o ajudando a voltar para a posição inicial sem forçar o braço ferido. Ela falava baixinho e de forma calma.
Tay-Então não foi um sonho, não é?-olhando ao redor e depois para si mesmo, só então tomando consciência de que estava em um hospital.
Mari-Infelizmente, não.
Tay-...E você? Você está bem? Por que você está aqui? Eles te feriram também?-se agitando.
Mari-Não. Eu estou bem. Calma.-com um sorriso terno-Eles não me fizeram nada.
Tay-Então por que você veio para o hospital?-enrugando a testa.
Mari-Os médicos quiseram fazer alguns exames e eu tive que toma soro porque estava desidratada.-mostrando o pequeno curativo em sua mão-Mas eu desconfio que eles puseram algum tipo de calmante, porque eu estou me sentindo mole...-sorrindo.
Tay-Que bom que eles não fizeram nada contra você! Eu não teria me perdoado se algo de ruim tivesse te acontecido!
Mari-Não aconteceu porque você estava lá comigo.-com os olhos marejados.
Tay-Eu não fiz nada, Mari. Até desmaiei, deixando você praticamente sozinha...-suas palavras soavam como auto-censura-Bela ajuda a minha!-irônico.
Mari-Não fala assim...-doce-Você foi o responsável por eu ter mantido a calma...Se você não estivesse ali comigo, eu teria surtado! Você levou esse tiro por minha causa...-ganhando uma expressão mais carregada-...Eu é que não me perdoaria se você não estivesse bem agora.
Tay-Você não teve culpa nenhuma, Mariana.-contestando.
Mari-Ah não? Quem você estava tentando proteger quando o Teddy fez o disparo?
Tay-Quem atirou em mim foi ele, então ele seria o responsável por qualquer coisa que me acontecesse.
Mari-Mas ainda assim, ele só atirou porque eu fiz aquela manobra maluca!
Tay-Muito boa manobra, diga-se de passagem, Penélope.-brinca; piscando o olho para ela sorrindo maroto. Mariana acaba sorrindo.
Mari-Você não tem jeito, não é? Não perde a oportunidade de fazer as suas brincadeirinhas!
Tay-Desculpa. Não resisti, Penélope charmosa.-sorrindo safado.
Mari-Você é muito bobo, Taylor!-rindo-Só você mesmo para brincar com coisa séria.
Tay-Não é brincadeira. Você dirigiu!
Mari-Sob pressão; sob a mira de um revólver...-Tay a interrompe:
Tay-EU estava sob a mira de um revólver. Um, não; dois.-implicando.
Mari-Isso me afetava da mesma forma! Além disso, eu tive um revólver apontado na minha direção algumas vezes, sim. E mesmo que não tivesse, você acha que eu estava confortável sabendo que se eu não acelerasse aquele carro você seria uma peneira agora?-ele ri, gemendo um pouco por sentir umas pontadas em seu braço recém-operado; tocando-o de leve-Está doendo?-preocupada-Quer que eu chame o médico? Dói muito?-Taylor tem vontade de rir novamente, agora da aflição exagerada.
Tay-Não me faz rir, Mariana. Eu não posso.-sorrindo safado. Ela olha para ele apertando os olhos, indignada.
Mari-Eu aqui toda preocupada e você rindo da minha cara, não é?-disfarçando um sorrisinho no canto da boca.
Tay-...-Taylor perde um pouco do sorriso subitamente-Obrigado pela preocupação, Mari. Sério, mesmo.
Mari-...-comovida-Não precisa agradecer.-acariciando timidamente os cabelos dele com uma das mãos.
Tay-Claro que precisa! Você está aqui por minha causa e...-ela o interrompe:
Mari- Chega desse negócio de discutir quem tem culpa do quê, ok?-sorrindo.
Tay-...Ok.-sorrindo timidamente, fechando os olhos e aproveitando o afago dela em seus cabelos.
Mari-Além disso, eu não estou neste hospital por sua causa, mas porque os médicos que estavam à espera da nossa libertação queriam que eu também fosse atendida só para checagem...
Tay-Mas isso foi antes. Agora você está nesta sala por minha causa...não?-ele abre os olhos, a encarando.
Mari-...-ficando um pouco sem jeito-...
Tay-Desculpa. Eu não quis te deixar sem graça...não tive a intenção de insinuar que eu tenho muita importância na sua vida...só queria mesmo agradecer por você ter sido a primeira pessoa que vi quando abri os olhos.
Mari-...-surpresa com aquelas palavras, mas tocada e lisonjeada ao mesmo tempo. Taylor é quem fica tímido por ter dito aquilo de maneira tão direta.
Tay-...É que...eu apaguei lá na loja e não lembro de mais nada, a não ser de ter tentado aguentar firme para não desmaiar...Você estava apavorada e chorava...eu precisava saber que você estava bem. Acordar e ver você foi um alívio.-se explicando.
Mari-...Você não lembra de nada mesmo?
Tay-Apenas do que aconteceu até entrarmos naquela sala ao fundo da loja e você me dizer que não achava nada para que eu comesse.-mente, pois ele lembrava exatamente do que ela queria saber em específico: o beijo.
Mari-Só até aí?
Tay-Por quê? O que aconteceu depois disso?-tentando se fazer de desentendido.
Mari-Não precisa fingir, Taylor...-baixando os olhos-Você ainda não estava inconsciente quando...-respirando fundo, envergonhada-...quando eu...eu te beijei...na boca.-voltando a olhá-lo.
Tay-...-surpreendido por ela ter tocado no assunto-Mari, não se preocupa, eu não estou pensando nada a respeito disso...não vou falar para ninguém e vou fingir que não aconteceu.-diz com pesar, pois o que menos queria era esquecer qualquer manifestação de carinho que viesse da parte dela-A gente nem precisa conversar sobre isso. Está esquecido. Pronto.
Mari-Não. Não é simples assim, Taylor. Eu preciso explicar pra você que eu fiz aquilo porque...porque eu estava desesperada...você estava prestes a desmaiar e eu não sabia o que fazer! Eu nem pensei direito, apenas fiz o que veio à cabeça! Acho que assisti contos de fadas demais durante a minha infância! Com um beijo eu te acordaria...sei lá!-brinca, com um sorriso nervoso.
Tay-E eu era o príncipe?-brinca também, tentando deixá-la menos desconfortável.
Mari-O sapo, pode ser?-ele ri, gemendo logo em seguida.
Tay-Fique à vontade, a história é sua.-sorrindo. Mariana dá um sorrisinho murcho e vira de costas para ele, caminhando em direção a poltrona que antes ocupara. Taylor percebe que ela ainda parecia angustiada-O que foi, Mari?
Mari-...-pondo o iPod da Pietra sobre a poltrona, passando as duas mãos pelos cabelos-Eu estou me sentindo ridícula! Eu briguei com o Ike, mas fiz a mesma coisa que o censurei por ter feito!-sorrindo sarcástica.
Tay-Não fica se torturando, Mariana...Vocês deram um tempo, então você não o traiu...principalmente porque você agiu sem pensar...
Mari-Eu sei. Eu sei.-virando para ele novamente-E o Ike também falou a mesma coisa e eu não soube compreender antes! Enquanto nós dois conversamos hoje, eu tentei criar coragem para contar para ele mas senti muita vergonha!
Tay-Vocês dois conversaram?
Mari-Sim. Nós conversamos bastante e fizemos as pazes. Você nem imagina como eu fiquei feliz com isso!
Tay-...Posso imaginar.-forçando um sorriso, achando que “fazer as pazes” significava reatar o namoro.
Mari-Mas o tempo todo durante a nossa conversa, eu estava, e ainda estou, me sentindo culpada por não ter contado para ele que te beijei.
Tay-Nem chegou a ser realmente um beijo, Mariana. Os seus lábios tocaram os meus, só isso. Você não tem porquê se sentir tão culpada assim...-tentando confortá-la.
Mari-Eu não estou me sentindo culpada pelo beijo de hoje, Taylor.
Tay-Ahn?-enrugando a testa.
Mari-Eu sei que eu também beijei você no dia em que fomos para a exposição de fotos juntos.
Tay-...-sem saber o que dizer.
Mari-Eu namorava o Ike e beijei você, o irmão dele!-cobrindo o rosto com as mãos-Eu estou me sentindo mal não só pelo que eu fiz, mas por não saber se o desculpei por compreender realmente o que aconteceu entre ele e a Pietra, ou por me sentir culpada porque, depois que aconteceu comigo, usei as explicações dele para tentar justificar o que fiz e desculpa-lo seria como me desculpar também.
Tay-...Como você descobriu? Quer dizer...Você lembra de quando me beijou no seu quarto àquela noite?
Mari-Não. Sinceramente, não lembro.
Tay-... Então como você sabe?
Mari-Você está surpreso porque pediu segredo para duas pessoas, não é?
Tay-...Mariana, eu sei que você não gosta que escondam coisas de você, e você até já brigou comigo porque eu sabia sobre os beijos entre o Ike e a Pi, e não contei nada a você, mas, por favor, não fica com raiva de mim...-nervoso. Ela o interrompe:
Mari-Eu não estou, Taylor. Não estou com raiva de você.
Tay-Não?
Mari-Não. Você tentou evitar que acontecesse isto que está acontecendo agora: eu me sentindo mal pelo que fiz.
Tay-Você estava bêbada.
Mari-Eu sei, mas nem por isso eu tenho o direito de sair beijando qualquer um!-Tay baixa os olhos. Mari percebe que se expressara mal-...Não, eu não quis dizer que você é “qualquer um”, eu quis generalizar o sentido...-sem graça.
Tay-Eu entendi. Não precisa explicar.-com uma carinha tristonha.
Mari-Desculpa.-vendo que ele parecia chateado.
Tay-Como você descobriu?-mudando de assunto-Foi a Pi que te contou?
Mari-Não. Nós duas conversamos ontem quando ela foi até a minha casa, mas não foi ela.
Tay-Por isso ela não estava em casa quando fui vê-la!-pensa alto.
Mari-Quando a Pietra apareceu lá em casa, o Peter havia acabado de me contar tudo. Ele não queria, mas disse ter se visto obrigado a fazer isso depois que soube da minha briga com o Ike.
Tay-Eu juro que estava bem intencionado quando pedi que o Peter mantivesse isso em segredo, Mari. Eu não queria que o seu irmão mentisse para você, mas...-ela o interrompe:
Mari-Eu já disse que está tudo bem, Taylor. Sério.
Tay-Você não parece bem agora.
Mari-...-baixando os olhos-É só uma sensação chata de que fiz algo errado. Só isso. Parece que eu só consegui desculpar o Isaac porque eu também fiz a mesma coisa...Eu estou confusa agora...
Tay-...-sem saber o que dizer-Não pensa nisso. Você estava bêbada...Talvez até tenha me confundido com o Ike quando me beijou!-brinca, tentando descontrair o clima. Mari ri.
Mari-Taylor, você é um palhaço!-balançando a cabeça; ele sorri.
Tay-Se puder fazer você rir, eu não me importo em bancar o palhaço.-a olhando nos olhos. Mari o com carinho.
Mari-Obrigada, Taylor. Obrigada por tudo...-mordendo de leve o lábio inferior-E desculpa por ter bagunçado um pouco a sua vida ultimamente...Descobri que essa é a minha mais nova habilidade.-com um sorrisinho sem graça.
Tay-Não. A sua mais nova habilidade é fazer manobras radicais ao volante.-brinca. Mari sorri.
Mari-Nem me fale! Quase matei a todos nós por causa disso!
Tay-Veja pelo lado positivo: você perdeu o medo de dirigir.
Mari-Quem disse?
Tay-Eu vi.
Mari-Eu estava sob pressão.
Tay-E se saiu muito bem.
Mari-Mas não sei se vou tentar de novo.
Tay-Ahh vai sim.-em tom paternal. Mariana o encara, rindo.
Mari-Vou ficar de castigo se te desobedecer?-ele sorri.
Tay-Essa é uma das opções.
Mari-Você teria coragem de entrar num carro comigo ao volante novamente?
Tay-Eu dei um chute no rosto de um cara armado, Mariana. Eu sou praticamente um suicida.-zoando. Ela finge estar indignada. Taylor ri-Brincadeirinha!
Mari-Sei...Quase que eu bato no seu ombro agora!-rindo também.
Tay-Aí você seria uma homicida.
Mari-Homicida feliz, diga-se de passagem.
Tay-Mentirosa.-sorrindo safado-Ficou toda preocupadinha comigo, achando que eu ia morrer...
Mari-Ai meu Deus, por que eu não controlei as minhas emoções enquanto ele ainda estava consciente, hein?-olhando para cima como se falasse diretamente com Ele. Taylor ri.
Tay-Porque eu tinha que descobrir de algum jeito que você realmente se importa comigo.
Mari-Você não precisava levar um tiro para isso, Taylor!-séria.
Tay-Isso quer dizer que você gosta mesmo de mim?-a encarando com um sorriso maroto.
Mari-...Nós somos amigos! Claro que gosto! No começo não...mas depois...
Tay-Depois...?
Mari-Você sabe!-sem graça.
Tay-Não. Não sei.
Mari-Eu vi que estava errada sobre a imagem que eu construí de você na minha cabeça. Ainda te acho convencido, mas num nível suportável.-sorrindo. Ele ri.
Tay-Eu sabia que você não conseguiria deixar a palavra “convencido” de fora de uma conversa comigo.
Mari-Força do hábito.
Tay-Eu sei.-eles ficam se olhando em silêncio.
Mari-...er...Acho que o médico esqueceu de mim aqui.-brinca, desviando seu olhar para a porta.
Tay-Foi ele quem mandou você vir?-desapontado.
Mari-Não. Não.-voltando a olhar para ele-Fui eu que insisti para ele me deixar entrar aqui. Só que ele disse que eu teria que ser rápida, pois viria me buscar logo. E até agora: nada.
Tay-Você pode voltar para o seu quarto sem ele.
Mari-...Você quer que eu vá?
Tay-Não.
Mari-...?
Tay-...É que se você quiser ir e estiver com vergonha de dizer...tudo bem.
Mari-Eu já teria ido se esse fosse o caso, Taylor.
Tay-Mesmo?
Mari-Não.-rindo. Ele também ri.
Tay-É sério, Mariana. Se você...-ela o interrompe:
Mari-É chato ficar num quarto sozinha! Você não acha?
Tay-E comigo não?
Mari-Isso é carência ou você quer mesmo que eu confesse que gosto de conversar com você, hein?-sorrindo.
Tay-Os dois?-fofo. Ela acaricia os cabelos dele.
Mari-É bom saber que você está bem, bobo.
Tay-Digo o mesmo com relação a você, Penélope charmosa.-maroto. Ela ri.
Mari-Penélope com sono, isso sim! O calmante está fazendo efeito...-bocejando; um pouco molinha.
Tay-Ahhh por isso que você está tão amigável!-zoando.
Mari-Taylor!-ele ri-Depois dessa, eu vou embora.-fingindo dar as costas para deixar o local. Ele segura uma das mãos dela, a impedindo de se afastar dele.
Tay-Não. Não. Brincadeira.
Mari-Sem graça.-fingindo chateação.
Tay-Concordo.-com um sorrisinho safado.
Mari-Para, Taylor!-dando um beliscãozinho no braço saudável dele.
Tay-Ai!Ai!-rindo-Parei. Parei. Não brinco mais.
Mari-Acho bom mesmo. Se não eu não venho mais te visitar, hein!
Tay-Você acha que isso é um castigo?-zoando. Mari entreabre a boca, indignada, embora tentasse disfarçar sua vontade de rir.
Mari-Tchau, Taylor.-ele continua segurando a mão dela, sorrindo.
Tay-Eu não deixo você ir.
Mari-Eu grito.-ameaça.
Tay-Eu também.-rindo.
Mari-...-sem saber o que dizer diante da resposta dele-Não vale!-também rindo.

      A porta do quarto é aberta. Mariana e Taylor olham instantaneamente para a direção onde esta ficava. O doutor Miller põe a cabeça para dentro do quarto.

-Ora, ora, quem acordou!- sorrindo-Posso entrar e interromper? Quer dizer, eu já interrompi, só não entrei.-ri.

Tay-Claro.
Mari-Fique à vontade, doutor.

-Eu havia esquecido você aqui, Mariana.-entrando no quarto.

Mari-Eu percebi.-sorrindo.
Tay-Obrigado por isso, doutor.-fofo. Mari olha para ele, sorrindo.
Mari-Achei que eu estivesse te incomodando?-brinca.
Tay-Só enquanto você respirava.-zoando.
Mari-Ainda não parei.-implicando; rindo.
Tay-Mas já vai embora.-sorrindo maroto.
Mari-E você vai ficar triste.
Tay-Vou chorar quando você sair.-sorrindo sarcástico.
Mari-Eu sei que vai.

-Humm, vejo que vocês estão bem, huh?-rindo-Como está o braço?-se aproximando da cama de Taylor.

Tay-A anestesia está passando, então sinto umas pontadas às vezes.

-É normal. Mas não se preocupe, vai passar. Caso as pontadas sejam fortes, pode falar se quiser um analgésico.-dando uma rápida olhada nos olhos e nos curativos de Taylor.

Tay-Não. Não precisa. É suportável...ainda.

-Viu como eu não estava mentindo?-olhando para Mariana-Ele está bem. Não precisava ter se desesperado.-Taylor olha para Mariana com um sorriso safado. Ela baixa os olhos, balançando a cabeça com um sorriso sarcástico, sem graça.

Mari-Eu mereço!-murmura.
Tay-Você ficou desesperada?-safado.

-Você precisava ver como ela chorava! Acho até que vou adiar a alta dela porque depois de tantas lágrimas ela precisa de mais soro.-brinca.

Mari-Eu não chorei tanto assim!-protesta.

-Não?-a encarando.

Mari-Não...Eu...-olhando para Taylor-...Eu só achei que os médicos estavam escondendo alguma coisa sobre o seu estado de saúde e queriam mentir para...para acalmar...er...não só a mim, mas aos seus irmãos, a Larinha, a Pi...

-Ahh. Entendi. Dei mancada falando que você chorou desesperadamente, não é?-percebendo que Mariana não parecia à vontade com o sorrisinho maroto de Taylor.

Mari-A hora da visita acabou. Bom ver que você ainda está movendo os olhos e a boca, Taylor.-sorrindo sarcástica. Dr. Miller e Taylor riem.

-Bem lembrado. Nós temos mesmo que ir agora. O dr. Walter virá para examiná-lo daqui a pouco. Tente descansar. Você precisa.-tencionando dar as costas para deixar o local.

Mari-Eu estou indo, doutor.-ele sorri, consentindo com a cabeça. Os dois observam-no sair. Rapidamente, Mari olha para Taylor-Eu chorei, mas não assim como ele disse, viu? Eu estava muitooo preocupada com a enrolação deles para dar notícias suas.
Tay-Eu não disse nada!-tencionando levantar os braços em sinal de rendição, mas só levantando um-Eu levantaria o outro se pudesse.-maroto.
Mari-Mas pode estar pensando besteira!
Tay-Besteira?-enrugando a testa.
Mari-...Esquece!-arrependida pelo que dissera-Esquece! Eu realmente preciso descansar um pouco. Já nem falo coisa com coisa.
Tay-Promete que vem me visitar antes de receber alta e deixar o hospital?-manhoso.
Mari-...-sorrindo-Você receberá outras pessoas. Não se preocupe: você não ficará entediado.-ele ri.
Tay-Ah, se for assim, tudo bem.-brinca.
Mari-Fica bem.-dando um beijo no rosto dele. Taylor fecha os olhos ao sentir os lábios dela sobre sua pele.
Tay-Obrigado. Você também.
Mari-Vou tentar.-com um sorrisinho melancólico.
Tay-Esquece isso de culpa pelo...beijo...
Mari-...-balançando levemente a cabeça, caminhando em direção à porta. Ela suspira.
Tay-Isso não foi um sinal de quem esqueceu.-repreende.
Mari-Não é fácil, Taylor.-virando o rosto para olhá-lo.
Tay-Você nem lembra que me beijou, Mari! É fácil, sim! Finge que não aconteceu!-falando com pesar. Mari apenas sorri timidamente, acena com ternura e sai.
Agora é Taylor quem suspira, tocando com carinho a face que Mariana havia beijado antes de partir.
     
 De repente, a porta abre outra vez.Mariana entra novamente.Taylor a olha com ar de interrogação.

Mari-Esqueci o iPod da Pi.-dirigindo-se até a poltrona onde havia deixado o aparelho, sorrindo.
Tay-Então agora é “tchau” definitivo?
Mari-Agora, sim.-pegando o iPod e voltando a caminhar até a porta. Mas antes de sair, ela para. Taylor enruga a testa. Mariana parecia pensar a respeito de algo. Ela vira o rosto para olhar para Taylor logo em seguida-Sabe o que é lamentável nisso tudo? Eu estou morrendo por dentro pelo meu sentimento de culpa e nem mesmo consigo lembrar do beijo, mas...é uma pena não saber se você beija bem.-sorrindo. Taylor abre um largo sorriso com o comentário. Mariana deixa o quarto, fechando a porta logo em seguida.
Tay-...Mas eu posso dizer que você beija muito bem, Mariana.-murmura, sorrindo.




* * *



       Zac dirigia em direção a biblioteca pública onde namorada trabalhava. Lara não parava de pensar no que Pietra havia lhe contado sobre Emily e seu suposto envolvimento na separação de Linda e Victor. Já Zac não parava de se torturar por ter mentido para Lara sobre a ligação que recebera enquanto estivera no hospital. Ele pensava em um modo de contar para ela que Emily era sua colega de trabalho e que era ela ao telefone.
   Ambos estavam inquietos, porém silenciosos. Zac olhava para Lara pelo espelho retrovisor. Esta olhava de soslaio para o namorado, logo voltando a olhar para as suas mãos. Os dois percebiam uma estranheza no ar, mas cada um presumia ser por conta de toda a angustia e desespero que haviam passado.

Lara-...Tudo bem com você, amor?-arrisca puxar assunto quando percebe que ele não a olhava diretamente, mas sim pelo retrovisor.
Zac-Er...Tudo bem?...Claro, amor.-olhando para ela, forçando um sorriso-Agora está tudo bem.
Lara-Você ainda parece preocupado.-acariciando com ternura o joelho dele-É por que não pôde conversar com o Tay?-dá um palpite.
Zac-...-ele também estava ansioso por conta disso, mas não tanto naquele exato momento-...É.-mentindo.
Lara-Nós já o vimos, amor. Ele estava dormindo, mas pudemos ver que ele está bem. Graças a Deus! Depois do trabalho, a gente volta lá e você vai ver o bom e velho Taylor brincalhão.-sorrindo-Não quero te ver assim..huh?-apertando o joelho dele.
Zac-...-ele se sente pior ao ver a namorada o consolando daquele jeitinho meigo. Zac apenas balança a cabeça positivamente, acaricia a mão dela sobre seu joelho e volta a se concentrar na direção.

“Não é hora de falar sobre a Emily agora. O clima já está bastante tenso...”-Lara pensa.

“ Não é hora de falar sobre a Emily. Eu tenho que pensar em uma maneira de contar que ela trabalha comigo...na mesma empresa, na sala...Mas não agora. A Lara já está tão mexida por conta dos acontecimentos de hoje, talvez não reaja tão bem a isso. E eu não quero brigar...Não quero.”-Zac pensa, angustiado-“Droga, Zac!! Não era pra você ter mentido! Por que não disse logo a verdade quando atendeu ao telefone??!”-arrependido. Ele temia que Lara não gostasse de tê-lo trabalhando com Emily e que a conversa acabasse estranha, mas agora não sabia qual seria o momento oportuno para abordar o assunto.

      Zac estaciona próximo a praça que ficava de frente para o prédio da biblioteca. Lara tira o cinto de segurança. Zac a observava. Os olhares se encontram. Ela sorri.

Lara-O que foi?-sem graça.
Zac-...Nada. Só estou admirando a garota mais linda e especial que eu conheço.-fofo.
Lara-...-baixando os olhos-Ai, Zac!-sorrindo com vergonha.
Zac-Eu te amo muito, sabia?
Lara-Acho que você disse alguma vez, não sei.-brinca, marota.
Zac-Aconteça o que acontecer, eu quero que você saiba que o que eu sinto por você é maior do que tudo o que já senti por qualquer outra garota, Lara, e que não há nenhum motivo para que você duvide disso.-Lara enruga a testa.
Lara-Eu não duvido, amor...Mas...Por que você está dizendo tudo isso?
Zac-...-respira fundo, tomando coragem para falar. Ele não aguentaria esperar mais-...Ao telefone, lá no hospital...
Lara-O que que tem?
Zac-...Eu disse que era do trabalho, não foi?
Lara-Foi.-erguendo uma das sobrancelhas-Não era??
Zac-Era. Era, sim.
Lara-Zac, o que foi? O que você está tentando me dizer?- ficando preocupada.
Zac-Amor, era a Emily ao telefone.-sem fazer mais rodeios, respirando aliviado após ter contado.
Lara-A Emily??-surpresa-A Emily irmã do Victor?
Zac-Lara, eu...-ela o interrompe:
Lara-Por que ela ligou pra você, Zac? Você deu o número do seu celular pra ela? O que ela queria com você?-visivelmente chateada-Você disse que era alguém da empresa ao telefone!
Zac-...-baixa os olhos, percebendo que estava acontecendo o que ele mais temia: Lara estava reagindo mal.
Lara-...-entreabrindo a boca-...Não vai me dizer que...a Emily trabalha...
Zac-Comigo.-concluindo a frase dela.
Lara-...-recostando a cabeça sobre o encosto do banco do carro, sorrindo sarcástica-Ótimo!
Zac-Lara, escuta...-ela o interrompe:
Lara-Eu sempre escuto tudo, Zac. Tudo o que você me diz. E engraçado! Não lembro de você ter me dito ontem que a Emily é sua colega de trabalho. Eu perguntei sobre o seu dia na empresa e o nome “Emily” não foi mencionado em hora alguma! A mesma coisa hoje quando você disse que precisava sair para conversar ao celular! E era ela!
Zac-Eu...-Lara o interrompe novamente:
Lara-Você mentiu pra mim, Zac! Por quê?
Zac-Eu não menti, Lara. Eu disse que era uma ligação do trabalho. E era.
Lara-...-parecendo indignada.
Zac-Não me olha assim, Lara, por favor...
Lara-Você escondeu de mim que a Emily trabalha com você!
Zac-Justamente porque eu sabia que você reagiria assim.
Lara-Assim como? Como você quer que eu reaja sabendo que o meu namorado esconde coisas de mim?
Zac-Eu não escondo “coisas” de você, Lara!
Lara-Ah não?-sorrindo irônica.
Zac-Não! Tanto é que eu estou contando pra você agora.
Lara-...-respirando fundo, passando as mãos pelos cabelos-Eu tenho que ir, Zac.
Zac-Lara, espera.
Lara-Bom trabalho pra você!-abrindo a porta do carro, virando o corpo para sair.
Zac-Lara! Espera! Vamos conversar! Eu não contei ontem porque eu tive medo de que as coisas ficassem assim!
Lara-Ela deu em cima de você, não foi?-o encarando.
Zac-...-baixando os olhos-Lara...
Lara-Lógico que deu!-concluindo; sorrindo sarcástica.
Zac-Mas eu fujo do cerco dela! Eu não quero nada com a Emily! Você sabe disso!
Lara-E você deixa isso bem claro pra ela? Porque das outras vezes em que brigamos por causa da Emily, o motivo era justamente a sua falta de atitude diante das investidas dela!
Zac-A Emily sabe que eu tenho namorada!
Lara-Como se isso fosse suficiente para ela!-saindo do carro-Ah! Obrigada pela carona. Agora corre para o trabalho. A sua coleguinha está esperando. Provavelmente, ela está pronta para correr para a sua sala assim que você aparecer.-sorrindo debochada.
Zac-Ela trabalha na minha sala.-entrega logo, sem querer esconder mais nada.
Lara-...-olhando para ele em choque, segurando a porta do carro-Tchau, Zac.-batendo a porta.
Zac-Droga!!- passando as mãos pelo rosto e batendo a cabeça na direção com raiva. Nisso a buzina é acionada. Zac levanta a cabeça rapidamente com o susto-Droga!! Droga!! Zac, você é um idiota!-vendo Lara se distanciar em direção a escadaria da fachada da biblioteca.

     Lara caminhava apressada. Seu coração batia rapidamente; tão rapidamente quanto as lágrimas rolavam por seu rosto. Estava nervosa. Detestava discutir com alguém, principalmente se esse alguém fosse o Zac. Mas não podia evitar o que sentia: estava com raiva, chateada...com ciúme. Pensar em Emily o dia todo com Zac, conhecendo o jeito como ela costumava a agir quando estava perto dele, a deixava louca.

Lara-Ai meu Santo Amaro, acalma meu coração!-ajeitando a bolsa pesada no ombro e passando as mãos pelo rosto para secar as lágrimas. Ela não queria que ninguém a visse chorando.

        O caminho da entrada até o balcão nunca havia sido tão longo para Lara. Mesmo que não tivesse ninguém olhando, ela tinha a nítida sensação de que seu choro era o alvo da atenção de todos ali presentes.
       Ao chegar ao balcão, lá estava a senhora Adams, que logo nota suas lágrimas.

-Venha cá, meu anjo.-abrindo os braços. Lara joga a bolsa sobre o balcão e aceita o abraço, chorando ainda mais-A Mari está bem, Larinha. Você mesma me disse! Quanto ao seu amigo, ele vai ficar bem. Você verá. Não chore, anjinho.-acariciando as costas dela. Lara nem sequer contesta o que a senhora Adams achava ser o motivo de seu choro, apenas deixa as lágrimas caírem. O dia não havia sido fácil. Lara já estava bastante sensível; precisava chorar para desabafar-Vai ficar tudo bem, Larinha. Não se preocupe.-comovida com aquele choro silencioso, porém bastante intenso.




* * *




       Quando Isaac e Pietra chegam à casa dela, tia Meg os recebe com ar de preocupação. Ela estava acompanhando tudo pela TV desde que Matt ligara para ela contando o que acontecera e só havia conseguido relaxar um pouco após a ligação de Pietra quando esta ainda estava no hospital.
Os dois tentam acalmá-la, contando que até puderam ver Taylor depois da cirurgia e que Mari teria alta à noite.

Meg-Eu quero visitá-los. Quando posso vê-los?-sentada numa poltrona de frente para o sofá onde Pietra e Isaac estavam sentados lado a lado.
Pietra-O próximo horário de visitas é no comecinho da noite, não é, Isaac?-olhando para este.
Ike-Foi o que o médico nos disse, tia.
Meg-Ah! Então eu vou fazer muffins. Eu sei que o Tay adora! Vou levar para levar para ele e para a Mariana.-levantando, animada. Isaac e Pietra se olham e sorriem.
Ike-Eles vão adorar, tia Meg.
Pietra-E eu também!-passando a língua pelo lábio superior; marota. Eles riem.
Meg-Oww meu Deus! Vocês não almoçaram; não é?-levando uma das mãos até a boca por só então ter lembrado-Devem estar famintos! Tadinhos!
Pietra-Só querendo comer até os dedos, tia.-brinca.
Ike-Sem precisar de sal!-adiciona. Eles riem.
Meg-Eu vou esquentar o almoço para vocês. Meu Deus, como sou distraída! Vocês com fome e eu os enchendo de perguntas!
Ike-Sem problemas, tia Meg.-sorrindo.
Pietra-A gente aguenta mais um pouquinho, tia. Eu tenho até que tomar banho e trocar de roupa rapidinho porque tenho que voltar para a faculdade. Tenho ensaio do musical hoje.-levantando do sofá.
Meg-Eu vou esquentar a comida e pôr a mesa para vocês enquanto isso, filha.
Ike-Eu ajudo, tia.-também levantando do sofá.
Meg-Não precisa, querido.
Ike-Faço questão.
Pietra-Deixa ele trabalhar um pouquinho, tia.-zoando. Ike ri.
Ike-Vai tomar banho, princesa.-assanhando os cabelos dela.
Pietra-Para, Isaac!!-segurando as mãos dele; rindo. Meg olha para os dois juntos e sorri-Detesto quando você faz isso!
Ike-Por isso que você sempre ri quando eu faço?-sorrindo safado.
Pietra-Por isso que eu sempre peço pra você parar, engraçadinho.-mostrando a língua para ele-Deixa eu subir pra tomar banho!-lembrando que tinha que ser rápida se não quisesse se atrasar para o ensaio.

     Pietra sai da sala e sobe correndo as escadas que davam para seu quarto.I saac e Meg observam-na até sumir.

Meg-Bom vê-los assim.-olhando para Isaac, sorrindo. Este desvia seu olhar para ela.
Ike-...-sem entender.
Meg-Juntos. Vocês estiveram um pouco separados durante um tempo...Eu gosto de vê-los juntos.
Ike-...Eu também, tia Meg. Eu também.-sorrindo.
Meg-Ela gosta muito de você, sabia? Pode querer fingir que não; implicar, fazer birra, mas você é importante para ela.
Ike-Eu sei, tia, e fico lisonjeado e feliz por isso. É recíproco. Posso garantir.
Meg-Dá pra ver que sim, querido.-sorrindo; piscando o olho para ele e dando as costas para ir para a cozinha. Isaac sorri enrugando a testa e a segue.

       Enquanto Meg cuidava da comida, Isaac colocava os pratos e talheres sobre a mesa. Depois de ter terminado, ele ajudava Meg a pôr as travessas com comida também sobre a mesa.

Meg-Pronto.
Ike-Agora só falta a Pietra.
Meg-Ihh! É melhor sentarmos.-rindo. Isaac também ri. Ele puxa uma cadeira para tia Meg sentar-Obrigada, sweetie.
Ike-De nada, tia Meg.-sentando ao lado dela-O tempo anda esfriando, não é?-puxando um assunto.
Meg-Comecinho do outono é assim mesmo. Eu sempre falo para a Pi e para o Matt andarem agasalhados. O tempo muda demais nessa época de transição entre o verão e o inverno.
Ike-A dona Diana também vive falando isso.-sorrindo.
Meg-Coisa de mãe, honey.-também sorrindo. Isaac olhava sempre para a porta da cozinha, parecia esperar ansioso pela chegada de Pietra-Você está com muita fome, filho? Não precisa esperar pela Pietra se não quiser. Provavelmente ela irá demorar. Ela esquece até da fome quando está debaixo de um chuveiro.-brinca.
Ike-Não. Não, tia Meg. Eu espero.-voltando a olhar para ela, sem graça.
Meg-Tem certeza?
Ike-Absoluta.
Meg-É verdade que vocês viajarão depois de amanhã, sweetie?
Ike-Ela contou?-sorrindo.
Meg-Na verdade, o Matt me falou por alto que você e a Pietra iam juntos. Ela só havia me contado que viajaria para New Hampshire, mais especificamente para Concord, para o aniversário da sobrinha da Linda.
Ike-Ela queria ir de ônibus, mas eu a convenci a ir comigo.
Meg-Fico mais aliviada sabendo que ela não vai sozinha.
Ike-Eu tomo conta dela, pode deixar.-sorrindo.
Meg-Eu sei disso. Só não sei se ela vai gostar.-rindo.
Ike-...-tomando coragem para perguntar algo-...Ela fala muito sobre mim?-Meg sorri.
Meg-Quem? A Pi?-se fingindo de desentendida.
Ike-É.-sem graça.
Meg-Muito. Nem que seja pra dizer “Ai, tia, o Isaac é um chato!”.-rindo. Ele ri também.
Ike-O Matt sente muito ciúme dela?
Meg-O Matt é protetor, afinal de contas eles são como irmãos e eles têm uma forte ligação desde pequenos. Mas ele só quer que ela seja feliz. Era mais ciumento quando ela estava na fase do primeiro namoradinho ou quando ela fazia dança do ventre...
Ike-Ahh! A dança do ventre! Isso já me deu dor de cabeça!-balança a cabeça, sorrindo. Meg ri.
Meg-E você tem ciúme dela?-pergunta, pegando Isaac de surpresa.
Ike-...er...Eu?
Meg-Aham.
Ike-...Eu...Eu só ajudo o Matt a cuidar dela, tia Meg...-totalmente sem graça-...Não...não tenho ciúme...É só preocupação.-ficando vermelho.
Meg-Desculpa pela pergunta, querido. Eu não quis deixar você sem graça.
Ike-...Não tem problema, tia Meg.-com um sorrisinho amarelo.
Meg-Você quer subir para chamar a Pietra? Ela está demorando.-percebendo que havia constrangido o garoto.
Ike-Se a senhora não se importar...
Meg-De maneira alguma.-com um sorriso bondoso. Isaac levanta e se encaminha para a porta da cozinha.
Ike-Tia Meg.-fala timidamente; parando de andar e virando o rosto para olhá-la.
Meg-Sim?
Ike-...A senhora acha que o Matt se importaria se a Pietra e eu...-ela o interrompe, antecipando o que ele perguntaria:
Meg-Se vocês fossem felizes, não. Ele não se importaria.-sorrindo.

Isaac abre um tímido, mas lindo e largo sorriso.

Ike-Obrigado.-deixando o lugar; aliviado.
Meg-Eu que agradeço, sweetie.





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