Capitulo 27

Cap. 27

Isaac procurava Mariana por todo o apartamento, mas sem sucesso.

Ike-Onde ela pode estar?-intrigado.

 É então que ele decide ligar para o celular dela para tentar localizá-la. A música estava bastante alta na sala. Isaac percebe que seria difícil conseguir falar com Mari com todo aquele barulho ao seu redor mas ele não podia se ausentar do local, já que seus irmãos haviam sumido e ele, mais do que os outros, era o principal anfitrião da festa.

Ele já estava inquieto por não encontrar Mariana; pela demora de Taylor; pelo sumiço de Zac...mas, na verdade, sua inquietação não se resumia só a isso: o principal motivo tinha nome, sobrenome e uma boca, que ele havia beijado.

      Isaac era constantemente abordado por seus amigos, que queriam sua atenção, sua companhia nas rodas de conversa...E isso, teoricamente, deveria distraí-lo e fazê-lo esquecer, pelo menos um pouco, tudo o que parecia preocupá-lo. Mas, pelo contrário; Isaac não conseguia nem ao menos disfarçar que, no meio do bate papo com os amigos, estava absorto, aéreo...

-Algum problema, Ike?-um de seus amigos pergunta, percebendo que ele tinha os olhos fixos em um determinado ponto da sala, bastante distraído e alheio à conversa.

Ike-Oi?-voltando a si ao sentir a mão do amigo sobre um de seus ombros.

-Um milhão pelos seus pensamentos, Ike!-uma das garotas no grupo fala, sorrindo. Isaac sorri timidamente.

Ike-Só um milhão?-brincando.

-Hum!Vale mais, é?Agora fiquei curiosa!-diz outra garota que também estava no grupo.

Ike-Eu não estava pensando em nada importante...-um pouco sem graça por ter virado o centro das atenções da conversa.

      A conversa continua. Isaac agora tentava se manter atento ao assunto. E ele até que estava conseguindo...até ver Taylor entrar no apartamento.

Ele pede licença a seus amigos e vai até o irmão.

Ike-Você demorou, Tay!-Taylor enruga a testa.

Tay-Eu demorei? Eu vim o mais rápido possível, Ike.

Ike-Tudo bem.-não querendo prolongar aquela questão-Obrigado por ter levado a Pietra em casa.

Tay-Não precisa agradecer, Ike.

Ike-É. Eu não preciso mesmo; até porque ela não quis que eu a levasse, não é? Escolheu você.-sarcástico.

Tay-Não entendi o seu tom ao dizer isso.- o encarando. Isaac percebe que havia sido um tanto rude.

Ike-Esquece, Tay! Desculpa. Estou descontando os meus problemas em você.-pondo a mão sobre o ombro do irmão-Você viu a Mari?-mudando de assunto.

Tay-Não. Acabei de chegar.-mudando um pouco de expressão ao ouvir o nome da Mariana.

Ike-Valeu.-fazendo menção de sair do apartamento.

Tay-Ei, pra onde você vai?-segurando o braço dele.

Ike-Vou telefonar pra Mari rapidinho do corredor.-tirando seu celular do bolso-Aqui não dá por causa do barulho.

Tay-Ah.

Ike-Segura as pontas aqui pra mim?

Tay-Pode deixar.-sorrindo.

Isaac sai do apartamento.

* * *

Lara-...-aquela era a primeira vez que Zac dizia com todas as letras que a amava. Lara não esperava ouvir aquilo, principalmente não ali e naquele momento. Como sempre, Zac a surpreendia de modo a deixá-la sem palavras, sem ação.

Zac-Seu silêncio é algo positivo?-sorrindo.

Lara-Acho que qualquer dia desses eu ainda me acostumo com as suas declarações bombásticas em horas inesperadas.-abrindo um largo sorriso.

Zac-Gostei do “declarações bombásticas”...mas eu achei que você já soubesse que eu te amo.

Lara-Como eu poderia saber se você só disse hoje?-com um sorriso maroto.

Zac-Tem razão.-fingindo expressão de seriedade-Desculpa.

Lara-Nunca mais faça isso, hein!-em tom maternal.

Zac-Fazer o quê?-enrugando a testa.

Lara-Omitir algo assim tão importante.-ele sorri.

Zac-Não vou; pode confiar.

Lara-Ah, e é bom você repetir o que disse mais vezes porque eu posso esquecer, viu?-brincando.

Zac-Tudo bem.Vou fazê-lo de 20 em 20 minutos, pode ser?-sorrindo fofo.

Lara-15.-sorrindo.

Zac-15.-fazendo sinal de continência; brincando-E de 5 em 5 minutos quando você estiver bravinha comigo.-sorrindo safado.

Lara-Você e as suas artimanhas, Zac!-fingindo indignação; dando tapinhas no ombro dele.

Zac-Não são artimanhas!-rindo-Eu só escolho o momento certo pra dizer o que eu sinto.

Lara-Momentos bem oportunos pra você, né?

Zac-Acho que dizer que te amo é sempre oportuno, não?-fofo. Lara sorri.

Lara-Por que você tem o dom de fazer com que eu não fique realmente brava com você, hein?-balançando a cabeça, sorrindo.

Zac-Então você perdoa o seu namorado bobo que morre de medo de te perder e que, só depois de te ver chateada, percebeu o quanto te ama?-acariciando o rosto dela; sério.

       Lara fecha os olhos e inclina a cabeça para o lado em que Zac acariciava-lhe a face, aproveitando o carinho do toque dele.

Zac-Você me perdoa, Lara?-ele realmente queria ouvir a resposta dela.

Lara-...-balançando a cabeça positivamente, sorrindo-E sabe por quê?

Zac-Por quê?-sorrindo.

Lara-Porque...eu também te amo.-olhando-o nos olhos.

         O sorriso de Zac se torna mais lindo ainda depois de ouvir aquilo. Ele a abraça mais forte, a trazendo gentilmente contra seu corpo. Lara enlaça o pescoço dele, posicionando suas mãos exatamente onde Zac esperava que elas estivessem: em sua nuca. Os rostos vão se aproximando, se roçando...Eles sorriam a cada movimento que antecedia o beijo, até que eles não aguentam mais aquela brincadeirinha e seus lábios se tocam e eles finalmente se beijam.

* * *

Isaac se afasta um pouco de seu apartamento, se dirigindo ao final do corredor do andar.É então, já longe de tanto barulho, que ele disca em seu celular o número do celular de Mariana.

Mari-Alô?-com voz de sono. Ela dormia quando seu telefone toca.

Ike-Mari, onde você está?-feliz ao falar com ela.

Mari-Ike?-tateando mais uma vez sua mesinha de cabeceira, agora para ligar o abajur.

Ike-Eu estou te procurando pelo apartamento todo.Onde você está?

Mari-Eu estou em casa, Ike.

Ike-Em casa? Mas...Como? Por quê?-surpreso.

Mari-Peguei carona com o Matt e a Ellie.-sentando sobre sua cama.

Ike-Mas...por quê?-tentando entender-Você não estava gostando da festa?-preocupado.

Mari-Não. Não foi isso, Ike.-se apressando em dizer-Eu...eu só estava com dor de cabeça, então resolvi ir embora quando vi que o Matt e a Ellie estavam indo.

Ike-Por que você não falou comigo? Eu teria te levado em casa...-Mari o interrompe:

Mari-Eu não quis te atrapalhar.

Ike-Você não me atrapalharia, Mari!

Mari-...

Ike-Eu fui um péssimo acompanhante hoje, não é?-chateado consigo mesmo-Desculpa não ter podido te dar toda a atenção que você merecia...-ela o interrompe novamente:

Mari-Ei!Ei!Ei!Você não foi um péssimo acompanhante, Ike! Eu entendo que você, como anfitrião da festa, tivesse que dar atenção para os seus convidados também. Eu sabia que hoje eu, infelizmente, não teria exclusividade da sua atenção.-sorrindo.

Ike-Mesmo assim, Mari...Eu nem vi você ir embora; a gente nem dançou...-inconformado -Desculpa. Desculpa.

Mari-Oww, Ike! Eu não tenho do que te desculpar! Nós estávamos juntos; você me deu atenção durante todo esse tempo...Nós nos perdemos e eu tentei te achar, mas não consegui. Eu sei que se eu ainda estivesse aí, você continuaria sendo fofo comigo me dando atenção, mesmo com um monte de convidados querendo um pouquinho do seu tempo também. Eu é que tenho que te pedir desculpas por não ter te ligado...sei lá...pra avisar que já estava indo...Não fica pensando besteira, você não me deve desculpa alguma.-sorrindo.

Ike-Mesmo assim, desculpa, Mari. Essa noite está sendo confusa...eu estou confuso...Eu tinha que ter deixado você em casa! Desculpa.-Mariana já estava ficando com dó dele ao perceber que Isaac estava bastante chateado com toda aquela situação, pedindo desculpa sem parar.

           Na verdade, Isaac estava, sim, chateado por não ter dançado com ela, não ter se despedido; mas, por dentro, aquele insistente pedido de desculpa representava mais do que parecia...Isaac se desculpava por muito mais.

Mari-Ike, eu já disse que não tenho do que te desculpar.-sorrindo.

Ike-Mas diz que me desculpa.

Mari-Ike!-rindo.

Ike-Por favor.

Mari-Vamos fazer o seguinte: eu digo que te desculpo e você esquece isso, ok?

Ike-Vou te recompensar por essa noite, viu?-fofo.

Mari-Aceito a oferta!-sorrindo.

Ike-Então, fechado.-também sorrindo.

Mari-E a festa, ainda está animada?Eu não estou ouvindo música nenhuma aí.

Ike-Eu saí do apartamento; estou no corredor do andar.-rindo.

Mari-Você deixou a festa?

Ike-Eu tinha que te encontrar, Mari.

Mari-Ahhh que fofo!-sorrindo. Ele também sorri-Mas eu não quero que você perca qualquer parte que seja da sua festa por minha causa, Ike.

Ike-Garanto que estou bem melhor falando com você.-ela sorri toda boba.

Mari-Eu fico honrada com isso!

          De repente, Isaac vê Taylor à porta do apartamento, o chamando. Ele parecia preocupado.

Ike-Agora vou ter que voltar, Mari.O Tay está aqui me chamando...Acho que ele deve estar com algum problema.-Mariana revira os olhos ao ouvir aquele nome.

Mari-Ah, o Taylor? Ele É um problema.-com certa irritação no tom da voz. Mas Isaac nem percebe, e ri.

Ike-Nos vemos amanhã?

Mari-Se você quiser...-sorrindo.

Ike-Então nos vemos, sim.-também sorrindo.

Mari-Boa noite, Ike! Tchau. Beijos.

Ike-Boa noite pra você também, Mari. Tchau. Beijo pra você também.-eles desligam.

Isaac vai ao encontro de Taylor, que ainda estava à porta, chamando-o insistentemente.

Ike-O que foi, Tay?

Tay-Tá rolando a maior briga lá na sala de jantar!

Ike-Essa não.-respirando fundo.

Tay-Pode acreditar. E eu não conheço os caras; devem ser amigos seus.

Ike-Ou não. Eu não me surpreenderia se nenhum de nós conhecesse esses caras, porque aqui nesta festa tem gente que não sabe nem os nossos nomes!-com um sorriso no canto da boca ao lembrar do carinha que chamara Zac de Zede.

Tay-Agora isso não interessa, Ike. É melhor irmos lá pra dar um jeito de acabar com a briga antes que alguém se machuque, quebrem alguma coisa ou algo pior aconteça!-realmente preocupado.

Ike-Vamos lá.-seguindo o irmão até a sala de jantar.

* * *

       Pietra tira suas sandálias pois ela não queria fazer barulho e acabar acordando a tia ou o primo.

Ela sobe direto para seu quarto; andando cuidadosamente pelo corredor, na ponta dos pés.

Logo que abre a porta do quarto, acende a luz do local e entra, fechando a porta. Põe as sandálias num canto perto de sua cama, e se dirige até a penteadeira, procurando uma liga de cabelo. Ao encontrar, levanta os cabelos e os prende, calmamente, num rabo-de-cavalo; andando pelo quarto.

Aquela lenta movimentação e o silêncio no local a levam a mergulhar em distração, tendo seus pensamentos conduzidos a uma lembrança marcante daquela noite: seu beijo com Isaac.

     Pietra fecha os olhos; parecia querer ajudar seus pensamentos a não somente trazer à tona o episódio, como também poder torná-lo real mais uma vez.

Era como se um filme passasse em sua cabeça...O olhar de Isaac; seu toque; seus lábios; seu gosto...

"Pietra dá um passo para trás, visando acabar com aquela situação nada agradável pra ela, mas o braço de Isaac em torno de sua cintura não permitia que ela se afastasse. Ela o encara. Isaac, que já a olhava diretamente nos olhos dela, baixa seus olhos para os lábios dela tão junto aos seus.

Pietra-I...saa...c.-ela move os lábios lentamente, mas era inevitável sentir os lábios dele tocando os seus a cada palavra pronunciada. Ela dá uma pausa em sua tentativa de falar com Isaac, esperando que ele a soltasse; já que ela havia dado sinais de que era aquilo que ela queria. Mas ele não o faz-...Por...fa...vor...I...saac.-quase num sussurro. Seus lábios roçavam os dele a cada movimento de sua boca. Isaac continua sem se mover, fitando os lábios dela-Cha...to.-pondo as mãos no peito dele, tentando empurrá-lo. Ele sorri.

       Pietra vira o rosto para evitar ter que continuar com os lábios em contato com os dele, mas, com isso, só consegue roçar seu rosto no dele, seu nariz no dele...

Aquele momento parecia acontecer em câmera lenta. Os rostos vão roçando um no outro, os narizes...Quando Pietra tenciona falar mais alguma coisa, entreabrindo a boca, Isaac encaixa os seus lábios entre os dela, puxando carinhosamente o lábio inferior dela com os seus."

Pietra põe uma das mãos sobre os lábios, sorrindo. Nisto, ela abre os olhos e encara o próprio rosto, refletido no espelho de uma das portas de seu guarda-roupa.

Naquele momento, vendo-se ali desprovida de qualquer pudor ao revelar um sorriso enquanto pensava no beijo de Isaac, vem-lhe à mente o pedido de desculpas dele, sua demonstração de arrependimento e sentimento de culpa pelo que acontecera...

"Ike-Isso aqui não é motel não, sabia?-exasperado. Pietra faz menção de querer deixar o local, fazendo com que ele desviasse sua atenção para ela-Aonde você vai, Pietra?

Pietra-Vou te deixar resolver esse probleminha sozinho.

Ike-Fica.-segurando-a pelo braço-A gente tem que conversar...Quer dizer...eu tenho que te pedir desculpas...-confuso com tudo o que havia acontecido..

Pietra-Desculpas?-sem entender pelo que ele se desculpava.

Ike-O beijo...Desculpa...-sem jeito.

Pietra-...-o encarando, séria.

Ike-Eu não sei o que foi aquilo...Eu devo ter...-sem saber o que dizer-Desculpa, não sei o que me deu...-passando as mãos pelos cabelos como se, só então, tivesse se dado conta do que havia feito. Parecia ter recobrado a razão.

Pietra-...Ah tá!-dando de ombros-Não tem problema! Não precisa pedir desculpas...Eu sei que foi um acidente, até porque você precisou literalmente de um empurrãozinho pra isso!-sarcástica-Fica tranquilo, não é a primeira vez que uma garota beija um cara de quem ela não gosta...Essas coisas acontecem frequentemente, assim como acidentes iguais ao nosso de hoje. Não se preocupa, eu me recupero do trauma. Não significou nada pra mim, então, poupe-se de gastar suas desculpas comigo!-puxando seu braço e saindo."

“Ike-O Matt já foi embora.

Pietra-Como assim? Ele me deixou aqui sozinha?-voltando a olhar para Isaac, incrédula.

Ike-Ele me deixou tomando conta de você.

Pietra-Ah, tá certo!-rindo irônica-Você acha que está desempenhando seu papel direitinho? Porque eu não estou gostando do seu serviço!-debochada-Oops!-pondo a mão sobre os lábios, sonsa-Fui sincera demais, não é? Desculpa!-irônica-Desculpas resolvem tudo, não é, professor?-o encarando; sarcástica-Obrigada por bancar a babysitter, Isaac, mas eu dispenso; já disse!

Ike-Criança!-balançando a cabeça com ar de reprovação.

Pietra-Como você mesmo diz, eu tenho idade para ser criança!-sarcástica.

Tay-Por que o Matt foi embora mais cedo?-tentando acabar com aquela discussão.

Ike-A Ellie se sentiu mal.

Tay-Definitivamente, esta festa está sendo um festival de desencontros e desastres!-ainda chateado pelo episódio com Mariana.

Ike-Tenho que concordar com você, Tay. Eu, por exemplo, perdi meu juízo e não consigo encontrá-lo! Você não o viu por aqui, não?-olhando para Pietra enquanto dizia tais palavras."

Pietra sente raiva de si mesma. Ela olha para seu reflexo como se não conseguisse se enxergar ali naquele rosto refletido no espelho.

Tendo a mão ainda sobre os lábios, ela a esfrega sobre eles, sentindo-se enojada.

* * *

         Zac e Lara namoravam na sala do apartamento dela, até as mãos-bobas dele entrarem em ação e ela colocá-lo para fora, rindo.

Durante o caminho de volta para seu prédio, Zac se divertia lembrando da namorada lhe botando para correr. Ele estava feliz por estar as boas com Lara outra vez.

Ao chegar em seu apartamento, a festa estava com seu fim quase decretado, pois, após a confusão entre dois caras que, bêbados, saíram no tapa por motivo irrelevante, muitas pessoas deixaram o local.

    Isaac, Taylor e Zac continuavam fazendo social e tentando manter o clima de festa, embora os dois primeiros não estivessem mais tão animados.

* * *

        Após esfriar a cabeça com um bom banho, Pietra veste seu pijama e deita para dormir...quer dizer, tentar dormir. Aquela era uma difícil tarefa quando parte dela queria apenas fechar os olhos e cair em sono profundo; como se isso pudesse apagar certos pensamentos, sentimentos...e outra parte, teimava em tentar reviver mentalmente seus momentos com Isaac...principalmente o beijo.

Ela rola pela cama, inquieta. Fecha e abre os olhos repetidas vezes. Irritada por não controlar seus pensamentos, deita de bruços, pega seu travesseiro e o põe sobre a cabeça.

Pietra-Dorme, sua boba!-empurrando o travesseiro contra a cabeça.

      Era inegável que aquele beijo havia mexido com ela...Era como se ele tivesse lançado o primeiro sinal de algo que antes estava apenas quietinho; silencioso; contido; pulsando dentro do coração dela. Pietra senta sobre a cama e acende a luminária da mesinha de cabeceira.

Pietra-Amanhã isso já vai ser passado, Pietra.-passando as mãos pelo rosto-Fica tranquila; amanhã você vai cair em si e lembrar que o detesta!-falando pausadamente para si mesma, como se explicasse algo para uma criança bem pequena-Agora dorme! Deita e dorme!-respirando fundo e voltando a deitar-Esquece esse pesadelo de noite, Pietra...Amanhã o sol vai brilhar outra vez.-desligando a luminária, decidida a conseguir, sim, ter uma boa noite de sono.

Pietra mal sabia que, assim como para ela, dormir não estava sendo uma tarefa fácil para muito mais gente...

* * *

       Com o fim da festa, Isaac, Taylor e Zac, exaustos, nem chegaram a pensar em outra coisa senão correr para seus respectivos quartos e dormir.

Zac foi o primeiro a cair na cama e dormir feito um anjo .Já Taylor, demorara um pouco, mas logo conseguira pegar no sono. Isaac era a exceção. Enquanto os irmãos dormiam, ele permanecia acordado. Ele estava bem cansado, porém agitado demais para deixar o sono bater à sua porta.

      Isaac levanta da cama, se dirige até a janela de seu quarto e se põe a olhar a vista: assim como ele, Nova Iorque também não dormia. As luzes da cidade, o movimento de carros na rua...denunciavam que aquela cidade definitivamente não dormia. Ele sorri, pois era exatamente a agitação de Nova Iorque que o fascinava.

De repente, Pietra lhe vem à cabeça.

Ike-É...ela é tão fascinante quanto.-limita-se a murmurar, sorrindo.

Nisto, a lembrança do beijo passa a povoar sua mente. Seu sorriso some do rosto, dando lugar a uma expressão preocupada. Isaac sabia que aquela era a verdadeira razão para sua inusitada insônia.

"Ike-Eu não sei o que foi aquilo...Eu devo ter...-sem saber o que dizer-Desculpa, não sei o que me deu...-passando as mãos pelos cabelos como se, só então, tivesse se dado conta do que havia feito. Parecia ter recobrado a razão.

Pietra-...Ah tá!-dando de ombros-Não tem problema! Não precisa pedir desculpas...Eu sei que foi um acidente, até porque você precisou literalmente de um empurrãozinho pra isso!-sarcástica-Fica tranquilo, não é a primeira vez que uma garota beija um cara de quem ela não gosta...Essas coisas acontecem frequentemente, assim como acidentes iguais ao nosso de hoje. Não se preocupa, eu me recupero do trauma. Não significou nada pra mim, então, poupe-se de gastar suas desculpas comigo!-puxando seu braço e saindo."

Ike-Isaac, você tem que dar um jeito de consertar essa besteira...Ela é uma menina!-balançando a cabeça com ar de reprovação.

    Sem sono, ele decide ir até a cozinha para beber um pouco de água.

Na volta para seu quarto, ele se detém na sala. Isaac observa um pouco o grande espaço no meio da sala, que havia sido a pista de dança. Seus olhos pareciam ainda ver Pietra dançando ali.

Ele se aproxima da pick up do DJ, andando em direção a um dos sofás, que estava num canto do local. É quando ele vê algo que lhe chama a atenção...

Ike-Pietra.-ele lê o nome escrito no encarte de um dos cds sobre a pick up.

       Isaac pega o cd e fica olhando para o objeto em suas mãos. Num impulso, ele se certifica de que o volume do som estava baixo e, então, põe o cd na bandeja.

Ele deita sobre o sofá com o encarte em mãos, enquanto os primeiros acordes de “Trouble Sleeping” da Corinne Bailey Rae começava a embalar o ambiente.

It's late and I'm feeling so tired

Having trouble sleeping

This constant compromise

Between thinking and breathing

Could it be I'm suffering

Because I'll never give in

Won't say that I'm falling in love

Tell me I don't see myself

Couldn't I blame something else

Don't say I'm falling in love

Ele acaricia ternamente o nome dela sobre o encarte e fecha os olhos, envolvido pela melodia da música.

Some kind of therapy Is all I need

Please believe me

Some instant remedy

That can cure me completely

Could it be I'm suffering

Because I'll never give in

Won't say that I'm falling in love

Tell me I don't see myself

Couldn't I blame something else

Don't say I'm falling in love

Cause I've been there before It's not enough

So nobody say it

Don't even say it I got my eyes shut

Whoah, no Whoah, no, no, no

Could it be I'm suffering

Because I'll never give in

Won't say that I'm falling in love

Tell me I don't see myself

Couldn't I blame something else

Don't say I'm falling in love

Don't say that I'm falling in love

Don't say that I'm falling in love

Don't say that I'm falling in love

Don't say that I'm falling in love ...

A música termina, mas Isaac nem percebe: acabara adormecendo ali mesmo sobre o sofá.

* * *

      Já passava de uma hora da tarde quando Zac acorda. Ainda meio sonolento, boceja e se espreguiça até tomar coragem para levantar da cama. Ao fazê-lo, caminha forçosamente até o banheiro; escova os dentes; toma um bom banho para “acordar” de vez e, depois de se vestir, sai de seu quarto.

     Zac caminhava pelo corredor em direção a sala, até que se detém ao ver a porta do quarto de Taylor aberta. Ele põe a cabeça para dentro do quarto e constata que o irmão não estava lá.

Zac-Madrugou.-pensa em voz alta, sorrindo.

      A porta do quarto de Isaac estava fechada, então Zac acha melhor não incomodá-lo, voltando a se dirigir para a sala. E qual não foi sua surpresa ao ver Isaac dormindo sobre o sofá em meio a toda a bagunça resultante da festa.

Ele vai se aproximando do sofá, silenciosamente, até ficar bem próximo ao irmão. Zac se sente tentado a acordá-lo, sorrindo maroto. Mas quando pretendia pôr em prática sua travessura fraternal, Isaac se contorce sobre o sofá apertando os olhos.

-...Desculpa...Pietra...Desculpa...-Isaac murmura, parecendo angustiado.

        Zac se assusta com a expressão do rosto do irmão.

Zac-Ike.-batendo levemente sobre seu ombro-Ike.-repetindo o gesto de modo mais insistente.

Ike-...Ahn?-abrindo os olhos e erguendo a cabeça, assustado.

Zac-Acho que nem preciso perguntar se você estava tendo um pesadelo, não é?-rindo da cara de atordoado de Isaac.

Ike-...-sentando e passando as mãos pelo rosto-Cara, acabei adormecendo aqui!-já se situando no tempo e no espaço.

Zac-Pelo visto, não foi uma boa dormida, porque você está com uma cara...-rindo-Eu fiquei preocupado porque você parecia angustiado, com um sono intranquilo...por isso resolvi te acordar.

Ike-Sua risada demonstra mesmo a intensidade da sua preocupação.-irônico.

Zac-Desculpa, Ike.-tentando segurar o riso-Mas a sua cara assustada estava hilária.

Ike-Obrigado.-ainda irônico.

Zac-Se você tivesse visto, também acharia.-com um sorriso no canto da boca.

Ike-Eu acredito em você, Zac.-coçando os olhos.

Zac-Você estava sonhando com o que, hein? Porque você chamou a Pietra, pediu desculpas...-Isaac o olha instantaneamente, com os olhos bem abertos.

Ike-Eu?

Zac-É. Você mesmo.-rindo-Desculpa, mas você está fazendo aquela cara de novo!

Ike-Eu não chamei a Pietra.-sem dar importância às risadas de Zac, muito menos para o que ele acabara de dizer.

Zac-Ah, chamou sim. Eu ouvi, Ike.

Ike-Não, Zac. Eu não a chamei. Por que eu a chamaria?

Zac-Ué, não sei! Mas eu ouvi perfeitamente.Você não lembra com o que sonhava antes de eu te acordar?

Ike-...Não.-mentiu. Isaac lembrava sim; estava sonhando que, após o beijo que dera em Pietra na noite anterior, havia conseguido correr atrás dela e pedia desculpas de joelho no meio da pista de dança, sob os olhares de todos ali presentes no momento.

Zac-Que pena! Fiquei curioso.-sorrindo.

Ike-Uma pena mesmo, porque eu também fiquei curioso.-com um sorriso forçado-Mas não faço a mínima ideia do que possa ter sido. Eu pedi desculpas?-sonso.

Zac-Exato.-sem desconfiar da sinceridade do irmão-Vai ver você se arrependeu em sonho das vezes em que a chamou de criança.-rindo. Isaac também ri.

Ike-Pouco provável, mas, ainda assim, uma hipótese não descartada.-sorrindo.

       Ele senta e o encarte do cd da Corinne Bailey Rae de Pietra cai no chão. Isaac o pega e olha para o som, ainda ligado, mas sem tocar nada. Ele levanta para desligá-lo.

Zac nem percebe a movimentação do irmão, pois tinha sua atenção voltada para a bagunça ao longo de todo aquele ambiente do apartamento.

Zac-O Tay saiu cedinho pra fugir de ter que ajudar a arrumar isso aqui.-sorrindo.

Ike-O Tay não está em casa?

Zac-Não. Passei lá no quarto dele porque a porta estava aberta: nem sinal do espertinho.-passando a olhar para Isaac.

Ike-Eu não o culpo.-passando os olhos pelo local, já ficando cansado só de imaginar que precisava arrumar tudo.

Zac-Então você não vai me culpar se eu também tiver que dar uma saída, vai?-sorrindo safado. Ike ri.

Ike-Claro que não, Zac, porque você vai poder sair assim que nós tivermos limpado tudo.-o sorriso de Zac murcha.

Zac-Você sabe mesmo como me deixar feliz.-brincando, irônico. Isaac ri.

Ike-E não pense que o Tay vai escapar ileso disso, não. Eu estou pensando seriamente em deixar o banheiro do corredor para ele se divertir um pouco quando ele chegar.-sorrindo.

Zac-Eww!-rindo.

Ike-Onde quer que o Tay esteja, vai desejar ter ficado em casa quando voltar e ver o que sobrou para ele por ser tão espertinho.-rindo também-Agora vamos deixar de papo e começar a pegar no pesado, porque ainda pretendo resolver alguns problemas ainda hoje.

Zac-Problemas?

Ike-Vou encontrar com o professor que substituí na universidade para entregar os materiais dos alunos, que ainda estão comigo.

Zac-Em pleno domingo?-fazendo cara feia. Ike ri.

Ike-Amanhã ele volta à ativa e vai precisar disso, Zac. Como ele não teve tempo antes, esse encontro tem que ser ainda hoje.

Zac-Ah.-entendendo.

* * *

TINDON TINDON!-a campainha toca.

-Já vai!-Mariana, que lavava a louça do almoço na cozinha, se apressa para atender a porta-Peter, eu achei que você já estivesse no shopping, dentro da sala de exibição do cinema, comendo pipoca.-ao dar de cara com o irmão do outro lado da porta.

Peter-Teoricamente, eu deveria estar fazendo isso mesmo. Mas o seu irmãozão aqui quando chegou ao shopping lembrou de você, ficou com pena por mais uma vez você ter ficado sozinha em casa, e resolveu vir aqui te buscar.-sorrindo. Mari ri.

Mari-Boa tentativa! Fala logo o que você quer.-ele ri.

Peter-Esqueci minha carteira em cima da cama.-entrando no apartamento.

Mari-Tá explicado!-dando um tapinha no braço dele, rindo.

Peter-Mas a parte em que eu fiquei com pena por você estar sozinha em casa é verdade. Tem certeza de que não quer ir? O pessoal está esperando lá embaixo...tem vaga pra você no carro, Mari.

Mari-Não quero, Peter. Obrigada mesmo, mas eu ainda estou cansada pela noite de ontem...nem dormi direito.

Peter-Você sempre tem uma desculpa para ficar em casa, não é?-ela ri.

Mari-Vai lá buscar sua carteira antes que seus amigos decidam ir sem você.

Peter-Sorte que eu percebi que estava sem a carteira ainda no meio do caminho...-falando enquanto se encaminhava para seu quarto. Chegando lá, ele pega a carteira sobre a cama e volta para a sala-Tchau, maninha.-a abraçando.

Mari-Bom filme, Peter.-beijando-lhe o rosto-E, ó, qualquer coisa, liga.-ele ri.

Peter-Vou embora antes de ter que ouvir suas recomendações pela segunda vez hoje.

Mari-Tonto!-dando um beliscãozinho no braço dele, rindo.

Peter-Te amo.-beijando a testa dela e saindo apressado do apartamento.

Mariana fecha a porta, sorrindo. Então, volta para a cozinha, agora para secar a louça que lavara.

Alguns poucos minutos depois, a campainha volta a tocar: TINDON TINDON!

Mari-Ai Deus! O que será que o Peter quer dessa vez?-murmura, sorrindo -Peter, você não está com a chave de casa não?-se dirigindo para a sala com o prato que terminava de enxugar com um pano de prato. Ela abre a porta desengonçadamente por ter uma das mãos ocupadas-Taylor!?-surpresa, ao vê-lo ali à porta dela.

Com a surpresa, Mariana quase deixa o prato cair. Mas Taylor o segura rapidamente.

Tay-Juro que isso não foi uma pretensa vingança.-entregando o prato pra ela, sorrindo.

Mari-O que você está fazendo aqui?-pegando o objeto de modo brusco.

Tay-Eu vim falar com você, Mariana.-com uma expressão séria.

Mari-Eu não tenho nada pra falar com você, Taylor.Vai embora.-querendo fechar a porta. Taylor se aproveita do fato de Mariana estar com uma das mãos ocupadas e por isso não poder ser tão ágil para fechar a porta rapidamente, para se enfiar entre a porta, não deixando que Mari a fechasse.

Tay-Eu realmente preciso falar com você.-a encarando. Mariana, ainda segurando a porta com a mão livre, passa a encará-lo também.

Mari-Se você precisa, desculpa, mas eu não quero ouvir nada que você tenha para falar pra mim...-balançando o braço com o qual segurava o prato enquanto falava, quase acertando Taylor com ele sem querer.

Tay-Oops!-desviando o rosto, sorrindo. Mariana estava nervosa; ele podia perceber isso pelo modo como ela falava e gesticulava-Vou fingir que foi sem querer!-brincando, com a intenção de melhorar o clima hostil daquela conversa.

Mari-Eu não acredito que você veio até aqui pra fazer mais alguma das suas piadinhas e...-Taylor a interrompe, assustado com a reação que sua inocente brincadeira provocara nela:

Tay-Eu vim pedir desculpas, Mariana.-sério.

Aquelas palavras desarmam Mariana. Ela olha para Taylor, sem pronunciar uma palavra sequer.

Tay-Eu posso entrar...pra gente conversar?-reticente.

Mari-...-ela continua sem falar nada; apenas solta a porta e dá as costas, se deslocando para o centro da sala do apartamento.

Tay-...Acho que isso foi um “Pode entrar, por gentileza!”.-observando o deslocamento dela, sorrindo maroto. Mari continua sem dizer nada. Taylor entra-Fecho a porta?-Mariana se vira para olhá-lo.

Mari-Você não vai demorar, vai?-bem sarcástica.

Tay-Porta fechada.-fechando a porta com um sorriso no canto da boca. Mari revira os olhos, impaciente.

Mari-Taylor, eu estou ocupada...-indicando o prato em sua mão.

Tay-Tudo bem; eu posso esperar você acabar.-ela o olha feio.

Mari-Além de ocupada, estou cansada; ou seja, quando eu acabar, vou querer descansar, dormir...-ele a interrompe:

Tay-Dormir em pleno domingo à tarde, com um sol lindo lá fora e toda uma vida social a zelar?-sorrindo.

Mari-Será por que a noite anterior foi um desastre e eu não consegui dormir direito?-alfinetando.

Tay-Obrigado por fazer eu relembrar o motivo pelo qual estou aqui.-percebendo que Mariana não queria muita conversa.

Mari-Você deveria estar aproveitando esta linda e ensolarada tarde de domingo para zelar sua vida social.-sarcástica.

Tay-Estou aproveitando para desfazer uma das besteiras que minha porção “ogro” fez ontem.-a encarando, sério-Mariana, desculpa pelo que eu disse ontem...a brincadeira que fiz sobre os seus pais...Eu juro que não sabia que você...que seus pais...-sem jeito.

Mari-Você não sabia que eu sou...-baixando os olhos-...órfã?-um tanto incrédula.

Tay-Não. Juro que não!-se aproximando mais um pouco dela-Se eu soubesse, nunca teria dito nada, nem o mais inocente comentário a respeito disso.

Silêncio entre eles por algum tempo.

   Mariana dá as costas para Taylor. Este baixa a cabeça.

Mari-Eles morreram num acidente de carro. Eu tinha 18 anos quando isso aconteceu...-quebrando o silêncio, fazendo com que Taylor levantasse a cabeça e voltasse a olhar para ela, que permanecia de costas-Poucos dias depois do meu aniversário de 18 anos.-sorrindo ironicamente-Meu pai estava orgulhoso por eu ter conseguido tirar minha carteira de motorista...-Taylor estava atento a tudo que ela dizia-Mas ele nem teve tempo de me ver dirigindo...Ele não foi a primeira pessoa que esteve ao meu lado no banco do carona quando eu dirigi oficialmente habilitada, como eu queria.-respirando fundo-Quando eu cheguei em casa com a carteira de motorista em mãos, liguei para o meu pai. Ele e minha mãe voltavam pra casa do trabalho.-algumas lágrimas começam a rolar pelo rosto dela-Eles não sabiam, mas o Peter já havia me contado que eles haviam comprado um carro pra mim e que este estava na garagem daqui do prédio.-sorrindo ao ter essas memórias à tona-Lembro que meu pai disse “É, agora a minha garotinha não vai mais precisar do pai dela pra nada.”-sorrindo-E eu disse “Claro que vou precisar, pai! Quem vai ajudar o Peter a implicar comigo por gostar da cor rosa?Quem vai me acordar de manhã cedo quando eu tiver desativado o alarme do despertador? Quem vai ser meu super herói? Quem vai dizer a todo momento que me ama?”-enxugando as lágrimas-Daí ele disse pra mim “Filha, eu te amo mais do que tudo.”E então minha mãe puxou o telefone da mão dele e falou “Nós te amamos mais do que tudo...Nós.” E essas foram as últimas palavras que eu ouvi dos meus pais, antes de um caminhão desgovernado se chocar com o carro deles e...-não conseguindo conter as lágrimas-...e eles...-com a voz embargada, sem nem conseguir terminar a frase.

Tay-Eu...-bastante comovido-...Eu sinto muito.-sem saber o que dizer.

Mari-...Tudo bem...-passando a olhá-lo.

      Num impulso, comovido pelas lágrimas dela, Taylor a envolve num terno abraço. Mariana não esboça nenhuma reação, deixando-se ser abraçada por ele.

As lágrimas dela pareciam se multiplicar: Mariana chorava silenciosamente nos braços dele. Taylor sentia-se parcialmente culpado por cada lágrima que ela derramava e aquilo o fazia ter raiva de si mesmo.

Ele acaricia os cabelos dela, enquanto Mariana parecia aproveitar aquele momento para descarregar toda a sua angustia contida.

##############