quarta-feira, maio 16, 2007

Capítulo 46

Oi, florzinhas!!Meu Deus, que demora,né?!
Mil desculpas!Eu tentei atualizar no fim de semana mas não deu. :(
Gostaria de agradecer a vocês por terem votado em FIL no concurso da Hanson Stories Fiction!FIL ganhou três categorias!!Nem acreditei!Já coloquei o award aqui, flores! Muito obrigada mesmo pela força!
Peço mil desculpas pela demora. E agradeço muitooo pelos comments!Eu amoo muito vir aqui ler o que vocês acharam do que eu escrevi. Às vezes eu estou triste, sem ânimo, daí quando leio e vejo que vocês gostaram, fico toda feliz!hahaha
Ahhh quem quiser que eu avise das atualizações da fic por e-mail, é só deixar um recadinho aqui com o endereço do e-mail, viu?

Quem quiser me add no msn: larah00@hotmail.com Vou adorar conversar!

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm



Agora vamos ao que interessa!Vou deixar vocês lerem o capítulo.
Espero que gostem.
Mil beijossss
Lara






Cap. 46




Estado de choque. Se havia uma expressão para traduzir o efeito que as palavras de Pietra causaram em Isaac, ‘estado de choque’ era a melhor.


“Por que você é tão cego, Isaac?-Pietra fala baixinho-Como você não percebe que...-respirando fundo-...Você tem razão quando diz que eu sou uma garotinha infantil...Essa é a verdade. Eu passo o tempo todo querendo chamar a sua atenção, esperando que você me veja de modo diferente mas...isso nunca acontecer...Não é?” –Isaac ainda podia ouvir a voz de Pietra ecoando aquelas palavras dentro de sua cabeça.


Ike-...Aquela música...-sentando-se, tentando organizar seus pensamentos. Ele liga o abajur, como se a pequena porção de luz, além de clarear o ambiente, pudesse clarear um pouco suas ideias-...Será que ela está...?-não se permitindo concluir o auto-questionamento-Não. Claro que não!-balançando a cabeça com um sorriso nervoso nos lábios-Que absurdo!-passando as mãos do rosto até os cabelos-Tira isso da cabeça, Isaac. Você está confundindo as coisas...-querendo convencer-se do que falava.

        É então que ele olha para a porta de seu quarto. Repentinamente, Isaac pensa em ir atrás de Pietra: por se conhecer muito bem, sabia que não conseguiria tirar aquilo da cabeça. Pietra era a única que poderia pôr fim à confusão que se instaurara em seus pensamentos.
        Isaac levanta da cama. Ele procura seus chinelos, mas não os encontra. Apressado, temendo que Pietra já houvesse deixado o apartamento, ele se abaixa para procurar embaixo da cama algo que pudesse calçar. Ao tatear o chão sob sua cama, Isaac não consegue tocar nenhum chinelo, mas sim um papelzinho ao qual sua mão fora logo de encontro. O tal papel passaria despercebido, sem despertar qualquer interesse em Isaac, se ele não tivesse reconhecido, mesmo à meia luz, a caligrafia contida nele.

Ike-...Pietra?-enrugando a testa; intrigado. Ansiando expor o papel à luz para confirmar se este pertencia mesmo a Pietra, Isaac levanta a cabeça bruscamente, batendo-a contra a cama, pois ainda estava com parte da cabeça sob o móvel-Aiii! Droga!-gemendo e resmungando ao mesmo tempo; levando uma das mãos ao ponto que machucara. Com mais cuidado, ele finalmente fica de pé.

       Isaac se aproxima de sua mesinha de cabeceira para se beneficiar da luz do abajur. O papelzinho estava dobrado apenas ao meio, deixando à vista parte de seu conteúdo, o que permitiu a Isaac ter a certeza de que se tratava da letra de Pietra.

Ike-Ela deve ter deixado cair quando mexia na bolsa...-murmurando um palpite. Ele lembra de como Pietra se apressara para guardar os objetos em sua bolsa depois que ele tencionara abrir a agenda dela-...Mas esta não é uma folha de agenda..-analisando superficialmente a folhinha, ainda dobrada ao meio.

           Após questionar a si mesmo se deveria ou não tomar a liberdade de ler o que estava escrito ali, pois aquela dúvida o remetia ao episódio em que Zac lera uma carta destinada a Lara e que Isaac mesmo havia reprovado a atitude do irmão; Isaac dá-se por vencido pela sua curiosidade ao ver seu nome em um dos versos do papel. Ele decide lê-lo.
Àquela altura Isaac já nem lembrava mais da sua intenção de tentar falar com Pietra antes que ela fosse embora com Taylor. A sensação de que deveria saber o que ela escrevera a seu respeito o detivera.
Ao desdobrar o papel, ele vê um grande “X” riscando a folha em toda sua extensão como se Pietra tivesse descartado o que havia escrito. 
E na realidade, foi exatamente o que aconteceu com aquele que seria um bilhete destinado à Lara...



Larita,

Eu sei que este não parece o momento ideal...tão pouco a melhor maneira de te contar o que eu há muito tempo desejo dividir com você. Eu estou tão confusa, perdida...Não sei como e nem por onde começar...Depois de mais uma prova do quanto você confia em mim, me contando sobre sua noite de ontem com Zac mesmo sendo algo tão pessoal e um assunto a respeito do qual você morre de vergonha de falar; eu me sinto a pior das amigas! E sabe por quê? Porque eu escondo coisas de você.
Eu poderia esperar para conversar cara a cara com você, como seria o certo, mas eu sei que vou acabar desistindo como já fiz antes...
Não quero que você pense que eu não confio em você, porque não é verdade. Eu confio muito! Cegamente! O problema é que...Não envolve só a mim...e eu não queria te comprometer a guardar um segredo que poderia ser conflitante para você, já que você teria que escondê-lo de outra amiga sua: a Mariana.
Eu estou apaixonada. Completamente apaixonada pelo ISAAC!
Nem sei mais o que fazer...Muitas vezes estive a ponto de explodir por guardar isso comigo. 

Queria muito poder mudar o que sinto, mas não consigo. Eu tento ficar brava com as brincadeirinhas dele, mas é só ele dar um sorriso que eu esqueço tudo. Finjo odiar quando ele cuida de mim, mas na verdade eu adoro o fato de tê-lo sempre por perto. Detesto o modo como ele tenta bancar meu pai, mas quando discuto com ele, muitas vezes esse não é o motivo, e sim a desculpa que eu tenho para brigar com ele, e colocar para fora todo o meu sofrimento...porque quando ele age assim, eu tenho ainda mais certeza de que não passo de uma irmãzinha mais nova para ele! – Isaac, que lia apenas com o movimento dos olhos sobre o papel, entreabre a boca num gesto que denunciava sua surpresa. Se antes ele achava que pensar em Pietra apaixonada por ele era um absurdo, o papel em suas mãos era a prova mais concreta de que nada fazia tanto sentido quanto aquilo.


“(...)Ike-Você acha que eu sou muito chato com ela?-encarando-a.

Mari-...Às vezes eu acho que você exagera quanto ao fato de considerá-la uma criança. Ela é uma mulher, Ike.
Ike-Então por que eu não consigo ver isso?
Mari-Você não quer ver. Você gosta de se sentir mais velho que ela, Ike. Confessa: você adora usar o fato de ser mais velho para implicar com ela.-ele abre um sorriso safado-E olha que em matéria de implicar com alguém, você e o Taylor são imbatíveis.-ele ri.
Ike-Acho que é um dos talentos da família Hanson.-brincando.

Ele olha para a pista de dança e não mais os vê.

Mari-Desencana, Ike.-sorrindo; fazendo com que ele a olhasse.
Ike-Você tem razão, Mari.-olhando-a com ternura-É isso mesmo que eu vou fazer.-beijando-a-Eu tenho muita sorte por ter te conhecido.-acariciando o rosto dela. Ela sorri timidamente-...Quer namorar comigo, Mari?-olhando-a nos olhos.

         Mal Isaac termina de fazer seu pedido, ouve-se um barulho de um objeto de vidro cair bem atrás deles. Mariana nem teve tempo para esboçar uma reação após o pedido que Isaac fizera, pois o barulho do vidro se espatifando no chão os assusta.
Os dois, imediatamente, viram de costas para ver o que havia acontecido: Pietra e Taylor se dirigiam até a mesa e, quando estavam bem perto, Pietra ouve o pedido de Isaac para Mariana, deixando o copo que tinha em mãos cair."


Isaac estava tendo flashbacks de momentos em que havia perdido os sinais que Pietra havia demonstrado...


“(...)Pietra estava distraída quando, de repente, alguém chega por trás de sua cadeira e tapa seus olhos com as mãos.


Pietra-Para, Tay!Eu sei que é você!-tentando esboçar um sorriso para não preocupar o amigo.
Ike-Errou.-tirando as mãos dos olhos dela; sorrindo-É o seu professor de fraudas.
Pietra-Ah. É você?-nenhum pouco empolgada. Seu coração dispara.
Ike-Obrigado pela animação.-irônico.
Pietra-Quer animação? Vai curtir a noite com a sua namorada, então.
Ike-Vim tirar a dama solitária pra dançar...-estendendo a mão para ela; sorrindo sedutor.
Pietra-Eu não estou afim de brincar hoje, Isaac.
Ike-Eu não estou brincando, Pietra. Por que parece tão absurdo que eu queira dançar com você?
Pietra-A sua namorada deve estar esperando que você vá dançar com ela.
Ike-Ela sabe que eu estou aqui com você. Anda; vem.-ainda com a mão estendida para ela; sorrindo fofo.
Pietra-Por que você está fazendo isso?- o encarando.
Ike-Isso o quê?-sem entender o que ela queria dizer-Eu só estou te chamando pra dançar.
Pietra-Vai dançar com a Mari se você quer tanto assim dançar.
Ike-Eu já disse que agora quero dançar com você.
Pietra-Mas eu não quero dançar com você, Isaac.
Ike-Ok. Então eu vou sentar aqui e nós vamos ficar conversando.-fazendo menção de puxar uma das cadeiras para sentar.
Pietra-...-respirando fundo e o encarando, baixando a cabeça logo em seguida-Sai daqui, Isaac. Eu não quero dançar; não quero conversar...Eu não quero nada.-com voz de suplica.
Ike-Hum!’Nada’ é muito interessante! Acho que vou te acompanhar nisso também.-sentando-se de frente para ela; sorrindo. Pietra o olha feio. Ele sorri mais ainda. Ela desvia o olhar-Como está a faculdade? Seu armário está dando muito trabalho ainda?
Pietra-Não. O Harry abre pra mim.
Ike-Ah é?-não gostando de ouvir o nome ‘Harry’ entrar na conversa-Então você nem deve estar sentindo a minha falta...
Pietra-Acertou na mosca.-impaciente pelo olhar dele voltado para ela.
Ike-Pena que mesmo não sendo mais o seu professor, você vai ter sempre que me aturar, né?-sorrindo safado.
Pietra-Isaac, por favor, me deixa.
Ike-Você sabe que eu não vou sair daqui, a não ser que seja pra dançar com você.-sério.
Pietra- Great!-irônica. Ela se afunda ainda mais na cadeira, desviando seu olhar do dele.
Ike-Aconteceu alguma coisa? Você estava tão animada antes...-insistindo.

Pietra revira os olhos. Isaac ri.

Pietra-Uma música e você me deixa em paz?-sem aguentar mais o fato de ter que ficar ali com ele e ouvir os assuntos que ele usava para puxar conversa.

Isaac abre um largo sorriso ao ver que a tática de vencer Pietra pelo cansaço havia funcionado.

Ike-Prometo.-levantando-Depois eu vou namorar e te deixo em paz.


“(...)After all this why would you ever wanna leave?

Maybe you could not believe it that my love for you was blind
But I couldn't make you see it
Couldn't make you see
That I LOVE you more...- conscientemente ela muda uma palavra da letra como se aquilo pudesse tornar aquele momento de desabafo um pouco mais real.

Isaac percebe a mudança e sorri ingenuamente.

Ike-Pietra, você é fã; não pode errar a letra da música.-sussurra ao ouvido dela; brincando-Ele não diz‘love’.-sorrindo.

       Pietra não aguentava mais aquilo. Ela não podia conter suas lágrimas e, dali a pouco, não conseguiria conter qualquer tipo de impulso.

Isaac estranha o fato de Pietra ter parado de cantar e percebe que ela parecia estar chorando. Ele afasta um pouco o seu corpo do dela, tentando fazê-la olhar para ele. Mas antes que ele conseguisse, Pietra se solta dos braços dele e sai correndo por entre as pessoas que dançavam na pista de dança.
Isaac se assusta com a atitude dela, confirmando que havia alguma coisa errada.

Ike-PIETRA!-ele grita por ela. Mas seu grito era quase inaudível diante do alto volume em que música estava sendo executada.(...)”



“(...)Ao chegar em frente ao quarto de Pietra, Isaac bate à porta, mas ela parece não ouvir as batidas dele por causa do alto volume da música. Tocava “Blind” do Lifehouse. A mesma música que tocara na noite anterior, quando Pietra saíra correndo da pista de dança.

Isaac põe a mão na maçaneta e constata que a porta não estava trancada. Ele entra no quarto e se surpreende ao ver Pietra sentada no chão de pijama, encostada na cama; chorando.


Ike-Dessa vez eu acho que não sou o culpado.-fazendo-a olhar para ele.
Pietra-Isaac? O que você está fazendo aqui?-secando suas lágrimas.
Ike-Eu vim falar com você.
Pietra-Eu não quero falar com ninguém. Sai do meu quarto, por favor.-desviando seu rosto para que ele não mais a visse chorar.
Ike-O que está acontecendo com você, Pietra?-ignorando o pedido dela, se aproximando mais ainda de onde ela estava sentada.
Pietra-Por favor, Isaac. Eu quero ficar sozinha.-suplicando.
Ike-Eu estou começando a ficar preocupado com você.-sentando ao lado dela.
Pietra-Sem querer ser grossa...-ele a interrompe:
Ike-...mas já sendo...
Pietra-Eu não preciso da sua preocupação.
Ike-Eu sei disso; mas eu não consigo evitar me preocupar com você.
Pietra-Sai daqui, Isaac.-impacientando-se.
Ike-Você não vai falar pra mim o que você tem?Pietra-Se eu quisesse conversar com alguém, você não seria a última pessoa em que eu pensaria, seria a que eu NUNCA pensaria.-escondendo o rosto entre as mãos. (...)”




Todas aquelas lembranças vinham a cabeça de Isaac como em um filme. Ele vai percebendo quão cego havia sido por ter perdido todos os sinais que Pietra, mesmo involuntariamente, havia dado.



“(...) Pietra entra na cozinha. Isaac entra logo atrás dela. 

Ela abre a geladeira e tira uma garrafa d’água de dentro dela; fingindo que Isaac não estava ali. Ela põe a garrafa sobre a mesa.

Ike-Vai me ignorar?-aproximando-se dela, que dava as costas para pegar um copo em um dos armários que ficava preso à parede. 

        Pietra finge não tê-lo ouvido; virando-se de frente novamente para pegar a garrafa que pusera sobre a mesa. Mas Isaac estava bem atrás dela e a encurrala; fazendo-a encostar-se na pia.

Pietra-Isaac, por favor...-incomodada com a proximidade do corpo dele; evitando olhá-lo.
Ike-Ah, agora você percebeu que eu existo?
Pietra-Eu tento esquecer a sua existência, mas você insiste em fazer o favor de lembrá-la.-sarcástica.
Ike-Eu sou muito prestativo.-com um sorriso maroto.
Pietra-Mais uma das suas qualidades que me fazem cair de amores por você.-irônica.
Ike-Hum! Gostei da declaração de amor.-sorrindo-Eu sabia que um dia você confessaria.-brincando.
Pietra-Também fico de quatro pela sua pretensão.-sorrindo sarcástica.
Ike-Outra qualidade minha é saber reconhecer quando estou errado.-levantando carinhosamente o rosto dela, fazendo-a olhá-lo-Desculpa pelo que eu disse pra você no carro. Eu não quis ser grosseiro...E desculpa também por estar pedindo desculpas. Eu sei que você não gosta.-sorrindo. Pietra acaba deixando escapar um sorriso.
Pietra-É incrível como eu tento ficar com raiva de você por mais tempo, mas você não deixa.-baixando os olhos, pois o sorriso dele a deixava desconcertada.
Ike-Eu já sei o seu segredo, Pietra.-sorrindo maroto. Pietra volta a olhá-lo imediatamente.
Pietra-Segredo? Que segredo?-apreensiva.
Ike-O segredo que você esconde de mim.-sorrindo-Agora já desvendei você.
Pietra-...er...-empalidecendo-...Eu...Eu não acredito que Taylor contou pra você?!! Ele não podia ter feito isso!-nervosa.
Ike-O Tay?-enrugando a testa; surpreso com a atitude dela e com a revelação de que ela tinha realmente um segredo-O que o Tay tem a ver com isso?
Pietra-...Não foi ele que te contou?
Ike-...-ele pensa em voltar atrás no que havia falado para tentar descobrir do que Pietra falava, mas percebe que não dava mais-Eu não sei do que você está falando.
Pietra-Do que você está falando, Isaac?-confusa; mas já um pouco mais calma ao perceber a estranheza de Isaac quando ela mencionara Taylor.
Ike-Eu...eu falava do Matt. Nós estávamos conversando e ele me disse que você não me odeia tanto como quer deixar transparecer.
Pietra-...Ah! Era isso?-sorrindo; respirando aliviada.Ike-Agora eu posso saber sobre o que você estava falando? O que o Tay sabe que eu não posso saber?-a encarando.”



Ike- Ela está apaixonada...por mim.-ainda conservando a expressão de surpresa. Embora começasse a sentir arrependimento por ter invadido a privacidade de Pietra e tomar parte de algo que ela se esforçava tanto para esconder dele, Isaac sentia um estranho contentamento com a descoberta que fizera-Como eu pude ser tão cego?!-sentando-se novamente em sua cama como que para recuperar-se do choque; balançando a cabeça com ar de reprovação-O que eu faço agora?-pensativo-Ela não pode saber que descobri seu segredo.-conclui; dobrando rapidamente o tal papel, o reduzindo o quanto podia e guardando-o dentro da gaveta de sua mesinha de cabeceira.




* * *




       Taylor e Pietra deixam o apartamento e pegam o elevador para descer até o estacionamento, onde o carro dele estava. Pietra estava quieta, calada, com ar pensativo. Taylor passa seu braço em volta dos ombros dela, a fazendo encostar a cabeça em seu peito, sorrindo não muito animada.

Tay-Que carinha é essa, hein? Achei que você tivesse melhorado depois da nossa conversa...huh?-acariciando os cabelos dela.
Pietra-E eu melhorei, Tay.-levantando um pouco o rosto para olhá-lo.
Tay-Então por que você parece ainda preocupada com alguma coisa? O que foi dessa vez?
Pietra-Eu estou pensando na Larita. Eu queria contar logo para ela tudo o que vem acontecendo comigo, o que eu estou sentindo...mas agora eu tenho medo que ela fique chateada comigo por eu não tê-la procurado antes para desabafar...e por você ter sido o primeiro a saber de tudo.
Tay-Mas você não me contou nada. E nem ia contar. Eu descobri sozinho.
Pietra-É. Eu sei.
Tay-Além disso, eu não acho que a Lara vá se chatear com você por isso. Talvez ela só te questione por que você guardou tudo só para você em vez de dividir com ela.
Pietra-Eu tentei, Tay. Logo que o Isaac me beijou pela primeira vez, eu fui a casa dela pra conversar e desabafar a respeito dos meus confusos sentimentos por ele; mas perdi a coragem quando pensei que, do mesmo modo que eu estava aflita por esconder algo dela, ela também poderia sofrer se tivesse que esconder algo da Mariana. E eu não queria ser responsável por isso.
Tay-Muito autruísta a sua atitude, Pi.
Pietra-Eu não colocaria isso dessa forma, Tay.
Tay-Não seja modesta, senhorita Smith.-sorrindo.
Pietra-Não é modéstia. Eu só não me acho tão boazinha assim. Pelo contrário. Mesmo pensando que colocaria a Larita numa situação difícil, eu não paro de pensar em como contar tudo pra ela. Eu até escrevi um bilhete pra ela no meio de uma aula da faculdade depois de uma conversa que tivemos em que ela contou coisas pessoais. Eu me senti indigna de tanta confiança; sabe?
Tay-Você escreveu sobre o Isaac?
Pietra-...-balançando a cabeça positivamente-Comecei a contar que estava apaixonada por ele, mas desisti de entregar. Acabei escrevendo outro bilhete, falando que precisava conversar com ela depois da aula. Mas a Larita tinha um compromisso com a Mariana, então a conversa ficou pra depois.
Tay-Foi melhor assim, Pi. Esse não é um assunto para ser contado em um bilhete.
Pietra-Eu sei.-mordendo o lábio inferior.

        O elevador abre no subsolo. Taylor segura uma das mãos de Pietra, beija carinhosamente, e a conduz para fora do elevador, em direção a seu carro.
Quando eles se aproximam do veículo, Taylor posiciona-se de frente para Pietra. Ela se encosta contra a lataria do carro.

Tay-Tem que saber a senha pra entrar no meu possante, gatinha.-brincando; com um sorriso maroto.
Pietra-Senha?-enrugando a testa, sorrindo.
Tay-Incoscientemente, você já sabe qual é.-encostando a testa na dela.
Pietra-Sei?-sorrindo.
Tay-Outro sorriso lindo desses e eu até dou a chave pra você dirigir.-brincando.
Pietra-Bobo!-rindo. Ele sorri.
Tay-Eu não quero mais ver você tristinha por aí, Pi.-afastando sua testa da dela para olhá-la melhor.
Pietra-Não vai mais. Eu prometo.-unindo os dois dedos indicadores em forma de cruz e beijando-os; sorrindo.
Tay-Olha lá, hein! Promessa é dívida!
Pietra-Mas não vale a partir de hoje; viu?-avisando.
Tay-Lógico que vale!
Pietra-Não pode valer, senão não vou poder cumprir.-choramingando.
Tay-Por que não?
Pietra-Porque...Como eu vou evitar ficar triste se eu já estou? Não é fácil assim reverter esse quadro, Tay. Nem a sua barriguinha sarada eu vi hoje pra me animar!-sorrindo. Ele ri.
Tay-Não seja por isso...-tencionando levantar a camiseta de maneira sexy. Pietra ri, o fazendo parar assim que vê um casal com duas crianças passarem por eles.
Pietra-Vem, Tay. Vamos logo antes que a tentação de ver a sua barriguinha sarada nos meta em encrenca.-zoando. Taylor ri-Posso não resistir aos meus impulsos...
Tay-Está com medo de não resistir e me agarrar; é?-sorrindo safado.
Pietra-Tudo o que eu menos quero agora é terminar a noite com uma acusação de atentado ao pudor, Tay.-rindo-Isso responde a sua pergunta?-ele sorri.
Tay-De forma clara e objetiva.-sorrindo.
Pietra-Então vamos.-puxando-o pela mão para que ele abrisse as portas-Ainda quero ouvir o cd que peguei emprestado com o seu irmão antes de dormir.-Tay não se move, fazendo-a olhá-lo. Ele parecia pensativo-Eu conheço essa cara. O que você está pensando em aprontar, Tay?
Tay-Aprontar? Eu?-cínico-Como você faz mau julgamento de mim!-indignado indignação. Ela ri.
Pietra-Fala, Tay!-insistindo.
Tay-Tive uma ótima ideia pra animar a nossa noite.-sorrindo.
Pietra-Posso saber que ótima ideia é essa?
Tay-Eu vou te levar para um lugar que você adora.
Pietra-Minha casa; meu quarto; minha cama?-demonstrando desânimo.
Tay-Engraçadinha!-irônico-Hoje foi um dia difícil para nós dois; não vou ficar mofando em casa e nem vou deixar que você fique.
Pietra-Para onde você quer me levar, Tay?-curiosa.
Tay-Surpresa.-misterioso. Ele abre a porta do carro para ela entrar.
Pietra-Ai meu Deus! Olha lá, hein, Tay!-hesitando entrar no carro.
Tay-Não confia em mim, Pi?
Pietra-Confio. É por isso mesmo que eu não sou exatamente o que chamam de ‘pessoa normal’.-zoando. Eles riem.

Pietra senta no banco do carona. Taylor fecha a porta; dá a volta por fora do veículo, e entra, sentando-se a frente do volante. Pouco tempo depois, os dois já haviam deixado o prédio.




* * *




        Lara havia acabado de tomar banho e se vestia em seu quarto, quando o telefone começa a tocar na sala. Ela se apressa em vestir o pijama, correndo até a sala logo em seguida.



Lara-Alô?
Zac-Não conseguiu dormir porque assim como eu, você está morrendo de saudade ou porque tem um chato te alugando ao telefone?-sorrindo; já vestido para dormir, deitado na cama. Lara sorri ao ouvir a voz do namorado.
Lara-A segunda opção parece ser a mais correta.-brincando.
Zac-Depois disso, eu vou desligar.-fingindo ter ficado chateado.
Lara-Não, amor!-rindo-Você sabe que eu estou morrendo de saudade!-sentando-se num cantinho do sofá.
Zac-Sei?
Lara-Zac!-rindo.
Zac-Se estivesse mesmo com saudade, eu não estaria aqui.-sorrindo maroto.
Lara-Por que não? O que tem a ver eu sentir saudade com o fato de você ter ido para casa?-sorrindo cínica.
Zac-Tem certeza que você não sabe?
Lara-Estou esperando você explicar.-sorrindo.
Zac-Se você estivesse mesmo com saudade de mim, deixaria que eu dormisse aí com você.
Lara-O seu colchão é tão ruim assim, Zac?-zoando. Ele sorri.
Zac-Tem um vazio enorme do meu lado.-manhoso.
Lara-Ow!-sorrindo-E a minha Kitty? Ela não está te fazendo companhia?
Zac-A dona dela é insubstituível.-olhando para a Hello Kitty da namorada, que estava sobre sua barriga.
Lara-Não faz assim, Zac. Eu fico com peninha de você...-sorrindo com ternura.
Zac-Essa é a intenção.-sorrindo.
Lara-Eu sei.
Zac-E então?
Lara-Então o quê?
Zac-Vai dizer as palavrinhas mágicas?
Lara-Boa noite?-arriscando um palpite.
Zac-Não. 'Pode vir dormir aqui em casa, Zac.'-sorrindo safado. Lara ri.
Lara-Prefiro 'Boa noite'.-sorrindo.
Zac-Prefere me torturar também; não é?
Lara-Um pouquinho todo dia não faz mal.-brincando.
Zac-Por que parece que só eu sofro; hein?-sorrindo.
Lara-Porque eu disfarço bem, bobo.-ele sorri.
Zac-O que você estava fazendo antes da minha ligação?
Lara-Vestindo o pijama para dormir. E você?
Zac-Pensando em você.-Lara fica toda boba; emudecendo-Lara? Você ainsa está aí?
Lara-Se eu disser as palavrinhas mágicas agora, em quanto tempo você chegaria aqui?-sorrindo timidamente.
Zac-Eu entendi mesmo o que você acabou de perguntar ou foi ilusão auditiva?-abrindo um largo sorriso.
Lara-...Entendeu sim, Zac.-corando-Se você quiser vir...
Zac-Agora eu vou desligar porque já percebi que te enchi demais por hoje...
Lara-Eu estou falando sério, Zac.
Zac-Eu estava brincando, amor. Não precisa...-ela o interrompe:
Lara-Você estava brincando quando disse que queria vir pra cá?
Zac-Não...Mas e toda aquela história de não dormirmos juntos até a minha mãe ir embora?
Lara-Às vezes eu não entendo como eu consigo falar tanta besteira, Zac.-ele sorri.
Zac-Tem certeza?
Lara-Você quer que eu te paparique pra te convencer a vir?
Zac-Bem que eu merecia um pouquinho disso...-sorrindo safado. Lara ri-...mas não precisa.- levantando da cama.
Lara-Então você vem?
Zac-Daqui dez minutos estarei aí.-fazendo Lara sorrir.
Lara-Vou ficar contando os minutos.
Zac-Não mais que eu.-sorrindo.
Lara-Tchau, Zac.
Zac-Tchau não. Até logo.-ela sorri.
Lara-Até logo.-mandando um beijo para ele. Eles desligam.


                Lara levanta do sofá e põe o telefone de volta na base; sorrindo.




* * *




       Antes de finalmente ir dormir, Diana vai até o quarto de Isaac para verificar se ele estava bem. Para sua surpresa, o filho não estava dormindo como ela pensava, mas sim dedilhando seu violão, sentado na cama.
Como Diana adorava ouvi-lo tocar, fica quietinha à porta, observando. Ela não queria interromper a beleza daquele discreto espetáculo.
A princípio, Isaac apenas tirava do instrumento uma melodia suave; mas pouco tempo depois, ele começa a introduzir voz à sua performance...

-...If you let me try tonight you just might see that I’m falling deeper and deeper and deeper in love and I’m feeling more and more and more and more alone...

As palmas de Diana chamam a atenção de Isaac para a presença da mãe. Ele para de tocar, ficando um pouco sem jeito por ter platéia.

Diana-Bonita música.-adentrando o local, sorrindo.
Ike-...er...não é bem uma música, mãe...São apenas frases soltas que vieram à cabeça.
Diana-Mesmo assim, ficou muito bonito.-aproximando-se dele, sentando à cabeceira da cama.
Ike-Obrigado.-baixando a cabeça; sorrindo timidamente.
Diana-Alguma inspiração especial?-tocando uma das mãos do filho, o fazendo olhá-la.
Ike-...Também estou me fazendo a mesma pergunta.-com um sorriso amarelo.
Diana-Achei que você responderia que a sua namorada é a inspiração.-o encarando.
Ike-...Ela é.
Diana-Então por que a dúvida?
Ike-...-respirando fundo-Últimamente a minha cabeça tem estado uma bagunça, mãe.
Diana-A cabeça ou o coração?-Isaac olha para ela um tanto assustada.
Ike-...Não sei.-passando as mãos pelos cabelos-Não sei...Até hoje eu achava que tivesse respostas para tudo, mas percebi que fui muito pretensioso em pensar assim. Não posso julgar que conheço os sentimentos dos outros se nem ao menos conheço os meus.-tirando o violão do colo, pondo-o ao seu lado na cama.
Diana-Ow meu amor! Vem cá.-abrindo os braços para abraçá-lo. Isaac entrega-se ao abraço carinhoso da mãe-Ai meu Deus! O que eu faço com você e o Tay, hein?-sorrindo docemente.
Ike-Com o Tay?-enrugando a testa.
Diana-Assim como você, ele também está com probleminhas aqui, ó.-passando com carinho a mão sobre o peito esquerdo do filho.

         Isaac entreabre a boca pra falar algo sobre o que a mãe acabara de comentar a respeito de Taylor, quando pela porta do quarto, que Diana deixara aberta, a aparição de Zac no corredor chama a atenção dos dois.

Ike-Vai sair, Zac?-fazendo o irmão, que tentara atravessar o corredor silenciosamente para não acordar ninguém, parar em frente ao quarto com um sorriso maroto.
Zac-...Vou.-vestindo calça jeans, tênis e camiseta. Ele também carregava uma mochila nas costas.
Diana-Vai dormir fora?-enrugando a testa ao ver a mochila do filho.
Zac-...Vou dormir na casa da Lara, mãe.-não tendo como esconder a verdade.
Diana-E ia sair escondido?-Isaac olha para o irmão.
Zac-Não...er...Eu só não queria correr o risco de acordar vocês...-sem graça. Diana ergue uma das sobrancelhas-Tudo bem. Eu confesso.-entrando no quarto-Eu queria sair sem que a senhora me visse, mãe.
Diana-Mas por quê? Você acha que a sua mãe é tão antiquada que não entenderia o fato de você querer dormir na casa da sua namorada?
Zac-Não. A minha namorada é que morre de vergonha só em pensar que você sabe disso.-sorrindo ao lembrar-se do jeitinho envergonhado de Lara.
Diana-Eu não vou censurá-los por estarem crescidos e se acharem maduros o suficiente para...para se relacionarem de forma mais intima. Eu só quero, meu filho, que você cuide bem dessa garota e que vocês tenham bastante responsabilidade.
Zac-Não precisa se preocupar quanto a isso, mãe.-sorrindo. Diana faz sinal para que Zac se juntasse a Isaac em seu abraço. Ele o faz. Diana fecha os olhos curtindo ter os dois filhos em seus braços.
Diana-Como vocês cresceram rápido!-acariciando as costas dos filhos-Infelizmente, eu não posso mais resolver os problemas de vocês como eu fazia quando vocês eram crianças.
Ike-A senhora não pode resolvê-los, mãe, mas com seu carinho faz com que eles pareçam ínfimos.-ela sorri.
Zac-Nós te amamos muito, dona Diana.-beijando o rosto dela.
Diana-Eu também amo vocês. Muito.-com os olhos marejados-Agora é melhor você ir, Zac, antes que eu comece a chorar,,.-sorrindo-Ah, e diga para a Lara que eu mandei um beijo.
Zac-Eu até já posso vê-la ficando vermelhinha quando souber dessa nossa conversa.-sorrindo.
Ike-Acho que ela vai te mandar de volta pra cá, Zac.-brincando.
Zac-Eu vou dizer que a mamãe não aceita devoluções.-eles riem.

Zac se despede dos dois, e deixa o apartamento rumo à casa da namorada.
Isaac e Diana voltam a ficar a sós.

Diana-Dá pra perceber que o seu irmão está feliz; não é?-sorrindo.
Ike-É.-também sorrindo-Até um dia desses, ele parecia não se adaptar a Nova Iorque...-Diana o interrompe:
Diana-...Agora ele não saberia viver longe daqui.
Ike-Longe da Lara, a senhora quer dizer.-rindo.
Diana-Isso.-balançando a cabeça positivamente-E eu fico muito feliz por ele estar feliz. Mas felicidade maior seria ver você e o Taylor felizes também.
Ike-Eu não quero que a senhora fique preocupada comigo, mãe...Pode ficar tranquila que eu vou dar um jeito na minha vida...Eu só preciso saber por onde começar.
Diana-Às vezes as respostas que tanto procuramos estão onde menos se espera, Isaac.-ele olha discretamente para a gaveta de sua mesinha de cabeceira, onde pusera o papelzinho de Pietra-Domingo eu irei embora mas eu quero que você saiba que não importa a distância, eu sempre estarei a postos para quando você precisar de mim. Embora o seu melhor conselheiro esteja o tempo todo juntinho de você; você só precisa aprender a ouvi-lo.
Ike-Eu vou tentar.-deitando-se com um tímido sorriso.
Diana-Não. Você vai conseguir.-levantando da cama e beijando-lhe a testa-Agora que já vi que você não está mais com febre, mamãe vai descansar. E quero que você faça o mesmo; tudo bem?-ele faz que ‘sim’ com a cabeça-Ótimo.-sorrindo docemente; cobrindo-o melhor com o edredon.
Ike-Eu te amo, mãe.-segurando as mãos dela e as beijando.
Diana-Eu também amo você, honey.-sorrindo. Ela dá um último beijo de boa noite no filho e dá as costas, dirigindo-se até a porta. Quando já estava preste a deixar o quarto, pára ainda à porta-Só mais uma coisinha, filho...
Ike-Pode falar, mãe.-olhando para ela.
Diana-A sobrinha da Meg é muito linda; você não acha?-com um sorriso enigmático.
Ike-...-enrugando a testa; bastante intrigado com aquela estranha pergunta da mãe. Diana dá uma discreta risadinha pueril ao ver a interrogação no rosto do filho.
Diana-Não precisa responder. Eu só queria ver a sua cara quando ouve falar nela.- com uma expressão travessa-Pena que só você pode saber como o seu coração reage.-piscando o olho para ele.
Ike-...-atônito-...Como a senhora sabe...quer dizer...Por que a senhora acha que a Pietra tem algo a ver com o meu problema?-ela sorri.
Diana-Eu apenas arrisquei. Foi você quem acabou de confirmar.
Ike-Eu não estou apaixonado se é isso que a senhora pensa, mãe...
Diana-Você não me deve explicações ou justificativas, Isaac...Não a mim, filho. Eu só quero que independente do que aconteça, você seja sempre sincero com a Mariana. Ela merece isso.-com estas palavras, ela finalmente sai do local, deixando um insone Isaac ainda mais inquieto e sem sono.

         Depois de descobrir que a mãe já havia percebido que sua confusão de sentimentos tinha a ver com Pietra, Isaac passa a se preocupar se mais alguém havia percebido aquilo também. Por não ter sido capaz de entender as atitudes de Pietra, muito menos ver que ela estava apaixonada, ele temia não estar sendo capaz de enxergar se suas próprias atitudes denunciavam seu conflito interno. Embora não se considerasse apaixonado por Pietra, Isaac não podia negar que suas reações super protetoras para com ela haviam atingido um grau que, muitas vezes, nem ele conseguia compreender...

Ike-Para com isso, Isaac. Você tem namorada; é por ela que você está apaixonado.-fala firmemente para si mesmo-Essa confusão toda na sua cabeça só começou por causa desse bilhete que você encontrou. Esquece isso.Você não leu nada. Não ouviu nada. Absolutamente nada mudou.-esticando o braço para alcançar o abajur na mesinha de cabeceira; desligando.

       Ele sabia que não conseguiria dormir assim tão facilmente. A cabeça estava trabalhando a mil por hora mas sua habitual teimosia o fazia insistir em sua segunda tarefa fadada ao fracasso àquela noite. Pois a primeira delas, e mais difícil também, era tentar se convencer de que seus sentimentos por Pietra nada mais eram do que carinho de amigo.
A quem ele queria enganar?! A descoberta daquela noite apenas despertara por completo o que há algum tempo ele vinha tentando sufocar. E que assim como ele, não adormeceria novamente com tanta facilidade...Não mesmo.
Sem perceber, aquela não era a primeira vez que perdia o sono pensando em Pietra...e talvez não fosse a última. O tempo diria até quando a hora de dormir seria o momento mais consciente ou a maior farsa do dia dele.





* * *



Pietra-Se eu não tivesse descoberto que nós viríamos pra cá, e não tivesse feito você passar lá em casa para que eu trocasse de roupa, você teria mesmo me deixado vir do jeito que eu estava?-aceitando o gesto de cavalheirismo do amigo, que, após abrir a porta do carro para ela, estendia uma das mãos para ajudá-la a sair do veículo.
Tay-Você sabe que eu te acho linda de qualquer jeito.-sorrindo.
Pietra-Você quer é me sabotar, isso sim.-brincando; rindo.
Tay-Nem que eu quisesse...-fazendo-a girar para vê-la melhor; sorrindo safado. Pietra ri; pois Taylor entreabre a boca como se seu queixo tivesse caído por causa do decotado vestidinho verde-escuro que ela usava.
Pietra-Bobo!-pondo as mãos sobre os olhos dele; rindo-Se o Isaac me visse assim, provavelmente falaria do tamanho do meu vestido ou do decote dele...-murchando o sorriso por lembrar dele. Taylor tira as mãos dela de seu rosto, fazendo-a abraçá-lo.
Tay-Quero que você se divirta esta noite e esqueça um pouco dos problemas, Pi. E com problemas, eu quero dizer ‘Isaac.’ Foi para isso que eu te trouxe até aqui.-ela balança a cabeça positivamente.
Pietra-Problemas? Que problemas?-sorrindo.
Tay-Não sei. Eu também não tenho nenhum.-também sorrindo.
Pietra-Oh uh! Acho que acabamos de arrumar um.-olhando para o outro lado da rua na qual eles estavam, vendo a enorme fila para entrar na boate “Lótus”.
Tay-Eu já falei que os problemas ficaram para trás agora, Pi.-virando o rosto para olhar na direção em que ela olhava.
Pietra-O que você vai fazer? Usar os seus lindos olhos azuis para convencer as garotas a te deixarem furar a fila?-zoando.
Tay-Não seria má ideia! Você usaria os seus para convencer os caras, e assim seríamos um time.-rindo.
Pietra-Ótimo time. As garotas me xingariam, os caras te bateriam, e a gente dançaria, mas no pior sentido da palavra...E sem música.-sarcástica. Taylor ri.
Tay-Adoro te ver assim animada e otimista.-irônico.
Pietra-Estarei sempre às ordens para quando você quiser uma boa dose de um dos dois.-eles riem.
Tay-Vem, Pi.-a puxando pela mão-O meu amigo dj...o mesmo que tocou na festa que o Ike deu no nosso apartamento; lembra?...
Pietra-Lembro sim. Ele é um máximo!
Tay-Vou falar isso pra ele, hein!-brincando; sorrindo safado.
Pietra-O que foi? Vai dar uma de cupido; é?-sorrindo.
Tay-Por que não? Se você quiser...-ela o interrompe:
Pietra-...Continuando o que você falava...O que tem o seu amigo dj?-mudando de assunto.
Tay-Tudo bem. Entendi o recado.-rindo; entendendo que aquela não fora uma boa sugestão-Como eu dizia...Esse meu amigo dj toca aqui na Lótus às sextas-feiras. Enquanto eu esperava você se trocar na sua casa, liguei pra ele. Nós só precisamos dar os nossos nomes para o segurança na entrada: passagem livre.-sorrindo.
Pietra-Tay, VOCÊ é um máximo!-animando-se com aquela notícia-Por que você não disse isso antes?
Tay-Queria curtir um pouco do seu ânimo ao ver a fila.-zoando.
Pietra-Sem graça!-mostrando a língua para ele, que ri.

Os dois atravessam a rua e chegam à calçada da boate Lótus.
       Como Taylor havia combinado com seu amigo, eles se aproximam do segurança na porta de entrada do local e após darem seus nomes, adentram a boate facilmente.
A agitação do lugar, a batida da música eletrônica que tocava no ambiente principal, além dos jogos de luzes, foram os remédios perfeitos para devolver para Pietra a sua boa e velha companheira alegria. Taylor não poderia ter pensado em melhor lugar para levá-la, pois ouvir música, principalmente em alto volume, e dançar eram paixões dela...E nada melhor do que uma paixão para esquecer outra.
Mal pusera os pés na boate, Pietra “arrasta” Taylor para a pista de dança; embora sem deixar de ouvir alguns protestos por parte dele.

Tay-...Você sabe que eu não sou muito bom nisso, Pi...-parado de frente para ela, que já arriscava alguns passos.
Pietra-Você veio para uma boate para me dizer isso?-pondo as mãos nos quadris dele, o fazendo se mover; rindo.
Tay-Não. Eu vim para trazer você e ver você dançar.-sorrindo maroto.
Pietra-Na-na-ni-na-não, mocinho.-aproximando-se bem seu corpo do dele, encaixando suas pernas entre as dele, mexendo-se de forma sensual. Taylor dá um sorriso travesso, enlaçando a cintura dela com um dos braços, movendo-se no ritmo dela.

Tocava “Save Tonight” do Eagle-Eye Cherry.

      Pietra amava essa canção, o que a empolgava mais ainda e a fazia dançar e cantar animadamente.
Taylor contagia-se com Pietra, deixando ser guiado por ela em sua dança. 
Ora eles dançavam bem juntinhos, ora separados, mas sem perder a incrível sintonia que tinham mesmo quando não se tocavam.
       Pietra deixa que ele enlace sua cintura enquanto, com os braços para baixo, relaxa o corpo nos braços dele. Taylor encosta sua testa na dela, fazendo os rostos se aproximarem quase a ponto dos lábios se encontrarem. Ela sorri, contagiada pelo sorriso maroto dele.
Havia sensualidade na troca de olhares deles. Mas os pisões que Taylor dava nos pés dela davam o tom descontraído à dança.
Várias outras músicas se sucederam antes que os dois deixassem a pista de dança. Pietra havia cansado e Taylor ficara com sede.

Tay-Cansou de dançar ou de sofrer com o par desajeitado que você arranjou?-sorrindo, enquanto a conduzia pela mão até o bar da boate.
Pietra-Os dois.-brincando. Eles riem.
Tay-Quer beber alguma coisa?
Pietra-O quê?-sem conseguir ouvi-lo direito por causa do alto volume da música.
Tay-Quer algo pra beber?-perguntando ao ouvido dela.
Pietra-O mesmo que você.-sem ter algo específico em mente.
Tay-É ilegal.-sorrindo.
Pietra-Ahn?-enrugando a testa-Ilegal?-parando próximo ao bar. Tay faz o mesmo.
Tay-Você não pode beber o que eu vou beber.-explicando.
Pietra-Se eu fechasse os olhos, poderia até ver o seu irmão mais velho dizer a mesma frase fazendo parecer pejorativa.-mordendo o lábio inferior como se quisesse se repreender por ter dito aquilo. Não queria pensar em Isaac. Toda a discussão sobre a história da camisinha e do ciúme lhe vinham à cabeça, fazendo com que ela se sentisse tão boba...
Tay-Mas como eu fui o autor da frase, ela nem de longe assume qualquer tom de deboche ou coisa parecida, Pi.
Pietra-Eu sei, Tay. Foi só um comentário desnecessário e estúpido.-forçando um sorriso-A menor-de-idade aqui vai querer apenas água.
Tay-Acho que também vou te acompanhar na água então.-fofo.
Pietra-Não, Tay. Não precisa fazer isso...-ele a interrompe:
Tay-Eu ia tomar uma cerveja, mas pensei melhor e...Eu vou levar a senhorita em casa ainda. Bebida alcoólica e direção definitivamente não combinam.
Pietra-Mas uma cerveja não causa grandes danos.
Tay-Não causaria, até fazer você lembrar de quem você deveria esquecer por pelo menos esta noite.-ela baixa os olhos.
Pietra-Pode dizer. Eu sou insuportável; não?
Tay-Mais do que imagina.-brincando; a abraçando sorrindo maroto. Ela acaba sorrindo também-Me espera aqui que eu volto já.
Pietra-Eu vou com você, Tay.
Tay-Não, Pi. Olha ali a loucura que está o bar!-indicando um monte de gente aglomerada sobre o balcão-Fica aqui. Eu volto logo.-não querendo que ela corresse o risco de se machucar no meio daquela bagunça.
Pietra-Ok.-consentindo. Ela vai seguindo Taylor com os olhos, até vê-lo sumir por entre o aglomerado no bar.

Tão logo ficara sozinha à espera de Taylor, Pietra percebe que passara a ser alvo de alguns olhares de um grupinho de garotos. Ela desvia o olhar, fingindo não perceber quando um dos garotos dirigia-se até ela.

-Oi. Tudo bem, princesa?-com jeito sedutor.

Pietra-...Você está falando comigo?-fingindo displicência.

-Tem mais alguma princesa aqui? Eu não vejo nenhuma além de você.


“ Nem eu. Só vejo sapos.”-ela pensa; morrendo de vontade de externar seu pensamento. Ela percebe que ele se exibia para os amigos, que se aproximavam para ouvir a conversa.

Pietra-...er...Obrigada.-forçando um sorriso.

-Alguém já te disse que você é linda?-tencionando tocar o rosto dela. Pietra se esquiva delicadamente.


“ Sem criatividade!”-Pietra pensa; procurando Taylor com o olhar.

Pietra-Papai e mamãe sempre dizem. E minha tia Meg também. Meu primo às vezes; mas só quando quer um pretexto para apertar as minhas bochechas.-zoando; mas fingindo falar sério.

-Em vez de apertar, eu beijaria o seu rosto.-aproximando seu rosto do dela-...ele todinho.-acariciando-lhe uma das faces. Pietra volta a se esquivar.

“Cadê você, Tay?!”-já aborrecida com aquele assédio; implorando em pensamento pela volta do amigo.


É então que ela avista Taylor de longe, saindo do grupo de pessoas ao balcão com duas garrafinhas de água em mãos.

Pietra-Com licença, eu tenho que ir...-tencionando dirigir-se até Taylor.

-Ei, gata! Espera um pouco.-pondo-se à frente dela-Você quer dançar, princesa?-não desistindo de obter êxito em suas investidas.

Pietra-Com aquele príncipe ali.-apontando para Taylor com um sorriso cínico-Tchau.-o deixando no vácuo. Ela dá as costas e vai ao encontro do amigo.

Enquanto se afastava, Pietra pôde ouvir as risadinhas dos amigos do garoto. Ela segura o riso.

Tay-Subserviência não é uma das suas qualidades; hein!-sorrindo ao vê-la se aproximar.
Pietra-Paciência também não.-revirando os olhos. Ele ri.
Tay-O que foi? Demorei muito?
Pietra-O suficiente para ouvir algumas cantadas ultrapassadas e confirmar que, a cada dia que passa, os homens ficam ainda mais sem criatividade.-sarcástica.
Tay-Ah! Entendi.-rindo-Quem foi o carinha?
Pietra-Provavelmente ele deve estar olhando para nós dois agora.-sem querer olhar para trás. Taylor procura sem nenhuma discrição-Sutileza é bem-vinda.-cantarolando ao ouvido dele; debochada.
Tay-Quem? Aquele ali?-apontando de propósito só para provocá-la.
Pietra-Tay!-beliscando a barriga dele; rindo. Ele também ri. Pietra dá uma discreta olhada para trás, vendo que o garoto e os amigos dele ainda olhavam para eles-Vem, Tay.-puxando-o pela mão-Chega de me sentir como um bichinho de zoológico.-brincando. Taylor deixa-se guiar por ela; sorrindo.

Eles não se afastam muito; apenas o suficiente para perder de vista o grupinho de garotos.

Tay-Fala a verdade. Não foram apenas as cantadas ultrapassadas que fizeram o cara perder pontos; foram? Ele era feio? Tinha bafo?-zoando; entregando uma garrafa de água para ela.
Pietra-Muito feio não era...Era um pouco menos feio que você.-rindo. Taylor finge ares de indignação. Ela ri-E apesar de ele ter tentado colar o rosto no meu, não deu para sentir se ele tinha bafo. Eu bem que podia ter beijado pra saber; né?-com um sorriso maroto.
Tay-Eu me recuso a comentar isso.-dando as costas; escondendo o sorriso. Pietra segura uma das mãos dele, puxando-o de volta para ela.
Pietra-Brincadeira, Tay!-o abraçando; rindo.
Tay-Eu sei que é.-sorrindo.
Pietra-Ué! Por que tanta segurança assim?-o encarando com um sorrisinho no canto da boca-Ele até que não era de se jogar fora. Eu bem que podia ter dado uns beijinhos para espantar um pouco a carência, senhor Jordan Taylor.
Tay-Então por que não o fez se a ideia não te parecia tão ruim?
Pietra-Porque...-perdendo o sorriso-...porque a boba aqui está apaixonada por outro cara; e provavelmente ficaria ainda mais na pior se beijasse aquele garoto mesmo sabendo que tudo que conseguiria seria compará-lo ao Isaac. E isso seria extremamente prejudicial. Por causa do meu coração burro, o Isaac sairia ganhando em cada quesito sem sombra de dúvidas.-tentando abrir a garrafa, mas sem conseguir desenroscar a tampinha. O modo atrapalhado e impaciente com o qual ela tentava abrir a garrafa demonstrava o quanto falar em Isaac a deixava tensa. Ela mesma percebe isso; então esboça um sorriso forçado como disfarce-Está vendo o que o Isaac faz comigo? Até inconscientemente ele atrapalha a minha vida social-amorosa! Agora não vou mais poder beijar alguém sem deixar de comparar com o beijo dele; com o modo como ele me toca, sempre me prendendo entre os braços dele de maneira firme...-deixando escapar um sorrisinho como se pudesse sentir as mesmas sensações que descrevia.
Tay-Isso já está ficando patológico, Pi!-rindo.
Pietra-Obrigada pela ajuda.-irônica; sorrindo debochada.
Tay-A partir de agora você está terminantemente proibida de falar no Isaac; entendeu?-abrindo a garrafinha de água para ela-Eu te trouxe aqui para que você se distraísse, não para que remoesse ainda mais as suas mágoas.
Pietra-Obrigada.-agradecendo por finalmente poder beber um pouco de água-Pode deixar, eu não vou mais falar no seu irmão. Prometo.-com um tímido sorriso.
Tay-Ótimo.-também sorrindo-Eu já estava começando a ficar com medo de você.-zoando.
Pietra-Ha.Ha.Ha. Palhaço!-dando tapinhas no braço dele; rindo. Taylor também ri.
Tay-Vem.-pegando a garrafa da mão dela e pondo juntamente com a dele na cesta de lixo mais próxima; depois segurando uma de suas mãos-Quero brincar de pisar nos seus pés mais um pouquinho.-fazendo graça. Ela ri.

        Taylor a conduz novamente até a pista de dança.
Mais uma vez, os dois dançavam de modo bem sensual. Pietra movia seu corpo bem próximo ao dele, o rodeando e cercando. Taylor, por sua vez, sorria maliciosamente quando a fazia girar e a trazia de encontro a si, aproximando seu rosto como se fosse beijá-la.

Pietra-Quer me provocar; é?-sorrindo quando ele repete o gesto.
Tay-Ah! Sou eu quem quer provocar alguém aqui?-sorrindo maroto.
Pietra-Ué! Eu só estou dançando!-sonsa.
Tay-E precisa de mais?-ela ri.
Pietra-Olha que eu estou a perigo, hein! Não sei se vou fazer muito esforço para não te agarrar aqui; viu?!-brinca.
Tay-Eu te libero de tanto esforço.-eles riem.
Pietra-Acho que posso aguentar mais alguns segundos.
Tay-Vou te poupar desse trabalho.-tocando os lábios dela com os seus. Pietra sorri; fechando os olhos. Porém, Taylor interrompe aquele quase-beijo-Você não compara os meus beijos aos dele também; compara?-sorrindo maroto; fazendo-a abrir os olhos para olhá-lo.
Pietra-Não. Você é a única exceção, Tay.-puxando-o pelo colarinho da camisa, retomando o beijo.



* * *



TINDON TINDON ! – a campainha do apartamento de Lara toca.

          Lara se apressa para atender, mas já sem saber se queria ou não que fosse Zac do outro lado da porta.
Quando ela abre a porta, Zac tinha em mãos uma folha de papel na qual ele havia desenhado uma rosa; o que faz Lara esquecer um pouco a razão por estar tão inquieta, e sorri.

Zac-Como está tarde e eu não sabia onde comprar flores para você; resolvi te dar uma que vai durar por muito mais tempo.-sorrindo fofo; entregando a folha de papel para ela.
Lara-Que lindo, amor!Adorei!-sorrindo.
Zac-Que bom!-contente-Mereço um beijo agora; não?-enlaçando-a pela cintura, fazendo-a dar passos para trás para adentrar o apartamento.
Lara-Zac...er...-se esquivando timidamente, mas sem êxito, pois o namorado já beijava seus lábios.

-Cof!Cof!Cof!-uma discreta tosse forçada faz Zac perceber que ele e Lara não estavam a sós ali. Ele interrompe o beijo para olhar na direção em que ouvira a tosse, vendo a senhora Collins, a vizinha de porta da Lara, sentada no sofá da sala. Lara olha para ele como se dissesse ‘Eu tentei avisar’.

Zac-Boa noite, senhora Collins.-desconcertado.

-Boa noite, Zachary.-sorrindo-A Lara não me disse que estava esperando visita...

Lara-...er...mmm...-sorrindo sem jeito-...Na verdade, nós...-Zac a interrompe:
Zac-Na verdade, eu vim de surpresa.-mentindo-Eu sei que a Lara tem uma prova difícil segunda-feira então pensei em vir aqui para ajudá-la a estudar.-Lara olha para ele com um olhar surpreso pela mentira contada.

-Que namorado gentil você tem, Lara!-olhando para esta, que dá um sorriso amarelo-Você também estuda Direito, meu garoto?

Zac-...Não.-a senhora enruga a testa-Mas meu irmão é formado em Direito.-tentando acrescentar certa lógica a sua explicação.
Lara-Eu não acredito que você conseguiu aqueles livros de que eu precisava, amor!?-cruzando os dedos atrás das costas, entrando na mentira. Ela olha para Zac como se implorasse confirmação.
Zac-...Ah! Consegui sim! O Ike emprestou para que eu os trouxesse para você. Estão dentro da minha mochila.-apressando-se em explicar o porquê da mochila antes que surgisse alguma interrogação a esse respeito.
Lara-Que bom!-sorrindo.

-Mas não fiquem aí tímidos pela minha presença, queridos...-vendo-os ainda em pé perto da porta, que ainda estava aberta-Se eu for atrapalhá-los, Lara, eu posso voltar para casa. Não tem problema.

Lara-Claro que não vai atrapalhar, senhora Collins. Eu já disse que a senhora pode dormir aqui sem problemas.-Zac olha imediatamente para a namorada-O apartamento da senhora Collins está em reforma, Zac; e como terminou de ser pintado hoje, o cheiro da tinta ainda está muito forte. Ela então veio perguntar se poderia passar esta noite aqui. E logicamente eu disse que sim.-com um sorriso amarelo; querendo esclarecer para ele toda a situação.

            Lara tem vontade de rir ao ver que o namorado tentava esconder o desapontamento diante daquela notícia, então dá as costas para tentar segurar o riso com o pretexto de fechar a porta.

-A Lara me falou que você conheceu os pais dela, Zachary. Pena que eu nem cheguei a vê-los desta vez. Foi muito rápida a estadia deles aqui.-lamentando.

Lara-Papai teve que resolver assuntos de trabalho, por isso voltou tão rápido para Ohio.-aproximando-se de Zac e segurando sua mão. Ela o guia até o sofá, pois até aquele momento eles permaneciam em pé-Mas eles virão me visitar assim que puderem.-pondo sobre as pernas o desenho que Zac lhe dera.

-Linda rosa!-sorrindo-Foi você quem desenhou, Zachary?

Zac-Tentei.-sorrindo.

-Não seja modesto, filho. Você leva jeito para desenho.-Lara sorri.

Zac-Obrigado.

-Bem...Agora se vocês não se incomodarem...o que eu acho que não será o caso...-sorrindo-Eu já vou dormir. Essa coisa de reforma cansa bastante .E infelizmente, eu não tenho mais vinte anos de idade, queridos.-levantando do sofá.

Zac-Não parece, senhora Collins.-sorrindo fofo.

-Esse rapazinho é muito gentil, Lara! É por isso que eu gosto dele.-sorrindo; dividindo seu olhar entre os dois. Lara também sorri.

Lara-É. Ele é incrível!-acariciando a mão dele que segurava a dela-Tem certeza que já quer dormir, senhora Collins? Nós adoraríamos ter a sua companhia...

-Sim, querida. Eu estou realmente exausta. Além disso, vocês precisam estudar. Não quero atrasá-los. Pelo volume da mochila do seu namorado, vocês têm muitos livros para ler.-Zac segura o riso. Lara, que se sentia mal por ter mentido, nem sente vontade de rir.

Lara-Vou levá-la ao quarto de hóspedes então.-levantando-se do sofá também; dando o braço para conduzi-la até o quarto.

-Obrigado, Lara. Boa noite, Zac.

Zac-Boa noite, senhora Collins.-levantando para abraçá-la.

-É para estudar direitinho, hein!-aconselha com ar desconfiado, mas com um sorriso bondoso. Lara sorri sem graça.

Zac-Pode deixar. Se a Lara quiser conversar ou ver tv, eu não deixo.-brinca.

-Mas se ela te der um beijinho você aceita; não?

Zac-Ah! Assim a coisa muda de figura.-fazendo-a dar uma gostosa risada.

-Como eu pensei.-acariciando os cabelos dele.

Lara-Volto logo, amor.
Zac-Sem problemas.-consentindo.

        Lara sai da sala com a senhora Collins, deixando Zac sozinho. Ele tira a mochila das costas, pondo-a sobre o sofá; e acaba rindo baixinho daquela situação.
Pouco tempo depois, Lara estava de volta.

Lara-Guardei o seu desenho no meu quarto, amor.Amei.-sorrindo.
Zac-Se eu soubesse que a senhora Collins estaria aqui, teria feito um para ela também.
Lara-Desculpa, Zac. Eu tentei te avisar antes, mas você não atendeu o celular.
Zac-Deixei o celular em casa. Não queria correr o risco de que ele nos atrapalhasse quando...-sem terminar a frase, pois percebera pela vermelhidão do rosto de Lara que ela entendera bem os seus motivos.
Lara-Alguém sabe que você veio para cá?
Zac-Quer saber se minha mãe sabe?-sorrindo maroto. Lara entende aquilo como um ‘sim’.
Lara-Ai meu Deus!-cobrindo o rosto com as mãos-Que vergonha!-ele ri.
Zac-Foi exatamente assim que eu imaginei que você reagiria quando soubesse.-a abraçando.
Lara-Não ri, seu chato!-dando um tapinha no peito dele-O que ela deve estar pensando?!-preocupada.
Zac-Nada do que você pensa que ela esta, Lara. Eu garanto.
Lara-Ela falou alguma coisa?
Zac-Que entendia que já estávamos crescidos, e que só esperava que fossemos responsáveis.
Lara-Você está falando a verdade; não é?-o encarando.
Zac-Não. Na verdade ela disse que você abusou de mim e vai ter que casar para reparar o dano.-rindo.
Lara-Para, Zac!-soltando-se dele, que sorri-Bobo!-deixando escapar um sorriso.
Zac-Vem cá, linda.-trazendo-a de volta para si-Não fica enchendo a cabeça com preocupações bobas. Ninguém vai pensar nada de ruim a seu respeito, ao nosso respeito...Nós nos amamos. Qual o problema disso...huh?-roçando seu nariz no dela. Lara sorri, enlaçando o pescoço dele e acariciando sua nuca. Zac fecha os olhos e a beija.

        Lara sente as pernas bambas e um arrepio em todo seu corpo quando Zac a traz contra si. As mãos dele pareciam inquietas enquanto percorriam as costas dela por cima da roupa.

Lara-...É melhor pararmos por aqui, Zac.-afastando-se dele; falando com voz fraca.
Zac-Isso é maldade, Lara.-ofegante; ainda fitando a boca dela.
Lara-Eu sei!-mordendo o lábio inferior.
Zac-Desde aquela noite aqui na sua casa eu só penso em quando vou poder te amar de novo.-tentando aproximar-se dela novamente. Mas ela mantém a distância.
Lara-Eu também, amor. Mas você se sentiria à vontade se dormíssemos juntos com a senhora Collins no quarto ao lado?
Zac-...Droga.-passando as mãos pelos cabelos-Você tem razão.-respirando fundo-Você tem certeza de que não foi o seu pai quem mandou a senhora Collins nos vigiar?-Lara ri.
Lara-Você não existe, Zac!
Zac-Aliás, é melhor checarmos se não têm câmeras pela casa.
Lara-Se tivesse, acho que meu pai teria pego o primeiro voo de Ohio para cá no momento em que visse a filhinha dele dormindo com o namorado; não?-sorrindo.
Zac-Então só pode ser muita reza!-brincando.
Lara-Ah! Isso pode ser!-eles riem.
Zac-Primeiro você faz jogo duro; quando cede, uma visita inesperada aparece...O que mais falta acontecer?
Lara-O meu ciclo menstrual?-Zac finge ter sido apunhalado no peito, fazendo Lara rir.
Zac-Quer que eu suba pelas paredes da sala ou prefere as do banheiro, que por serem escorregadias vão te divertir com as minhas quedas?-sarcástico.
Lara-Dramático!-o abraçando, rindo-Vem.-puxando-o pelas mãos-Não é o fim do mundo, amor. A gente pode namorar um pouquinho aqui.-fazendo-o sentar no sofá.
Zac-Hum! Gostei da ideia!-segurando a cintura dela, tencionando fazê-la sentar em seu colo.
Lara-Mas olha lá, hein! Namoro comportado, senhor Zachary.-sorrindo.
Zac-Claro! Namoro comportado.-sonso; pondo as mãos para trás. Lara ri.
Lara-Assim ficou melhor. Agora me espera aqui.
Zac-Ahn? Pra onde você vai?
Lara-Vou pegar os livros.
Zac-Livros?-sem entender.
Lara-Como vamos explicar a nossa sessão de estudos sem livros, caso a senhora Collins resolva aparecer por aqui?-piscando o olho para ele, que ri.
Zac-Eu criei um monstro!-brincando. Lara ri.




* * *




         Já passava das três horas da manhã quando Taylor e Pietra chegam a casa dela...

Pietra-Gelada ou natural, Tay?-ela abria um dos armários da cozinha para pegar um copo para Taylor.
Tay-Gelada.-encostando-se à pia; olhando para ela.
Pietra-Engraçado! A manhã de hoje foi fria, mas agora à noite o tempo deu uma acalmada. É por isso que eu gosto do comecinho do outono; sabia?-comentando enquanto pegava uma jarra com água dentro da geladeira-Não fica tão quente e nem gélido.-Taylor sorri.
Tay-Dá mesmo para perceber que você não achou a noite fria.
Pietra-Por quê?-prevendo pelo sorrisinho dele que ouviria alguma brincadeirinha.
Tay-Pelo tamanho do seu vestido.
Pietra-O que tem o tamanho do meu vestido? Não entendi o porquê do comentário só agora se você estava aqui quando eu troquei de roupa, e não falou nada, senhor Taylor.-fechando a geladeira, sorrindo.
Tay-Justamente porque eu evitei olhar muito para esse detalhe.-sorrindo safado.
Pietra-Agora parou de evitar?-caminhando até ele.
Tay-Definitivamente, não dá para evitar.
Pietra-A menos que a Mariana esteja por perto; não é?-brincando. Taylor perde o sorriso.
Tay-Lembra quando eu falei que você estava proibida de falar no Isaac? Esqueci de mencionar que ‘Mariana’ era um nome proibido também.
Pietra-Você acha que não falar o nome vai te impedir de pensar nela? Porque comigo isso não funciona.
Tay-...Comigo também não. Mas eu tenho que tentar alguma coisa.
Pietra-Entendo.-respirando fundo-Desculpa por ter tocado no assunto. Eu não queria te deixar triste...-ele a interrompe:
Tay-Você nunca me deixa triste, Pi.-acariciando os cabelos dela-Pelo contrário. A noite de hoje foi maravilhosa graças a você.-ela sorri.
Pietra-Mesmo falando muita besteira o tempo todo?
Tay-É. Você fala muita besteira.-brincando-Mas faz parte do seu charme.-ela ri, dando um tapinha no braço dele.
Pietra-Olha só quem fala! Você diz mais besteiras do que eu, Tay!-ele sorri, tirando o copo com água das mãos dela e pondo sobre a pia.
Tay-Mas não tenho o mesmo charme.-tocando carinhosamente o rosto dela com as duas mãos. Pietra sorri.
Pietra-Olha que eu não estou mais tentando me segurar pra não te agarrar, hein!-ele sorri.
Tay-Eu já disse que você tem permissão pra fazer o que quiser.
Pietra-Ótimo. Bom saber que daqui a 3 segundos eu não irei te agarrar a força.
Tay-3 segundos?-sorrindo; enlaçando a cintura dela, fazendo com que ela ficasse esncostada à pia.
Pietra-É o tempo que eu tenho para decidir se beijo logo a sua boca ou concentro a minha atenção na sua barriguinha.-maliciosa. Ela envolve o pescoço dele com seus braços.
Tay-Você pode fazer os dois.-puxando delicadamente o lábio inferior dela com os seus, provocando. Ela sorri.
Pietra-Adoro seu senso de praticidade.-beijando-o pra valer.

         Durante toda àquela noite, o clima entre os dois estava incontestavelmente quente. Não era novidade a atração que eles sentiam um pelo outro, mas naquela noite, o modo como se tocavam, dançavam, e até mesmo falavam, definitivamente não eram os mesmos. E eles sentiam isso.
Havia toda uma tensão sexual entre eles, fazendo-os sentir como se fossem dois vulcões prestes a entrar em erupção. O que não levaria muito tempo para acontecer...

        Os dois se beijavam intensamente, com gula. Parecia que o mundo acabaria naquele instante e aquela seria a última vez que fariam aquilo.
Pietra desenlaça o pescoço de Taylor, descendo suas mãos para a barriga dele, acariciando-o por baixo da camiseta. Ele, por sua vez, a abraça mais apertado, os deixando praticamente colados. Eles sentiam-se como se precisassem de mais contato. Sentiam seus corpos quentes parecendo pegar fogo, o que os fazia se beijarem com ainda mais intensidade.
Logo Taylor descia seus beijos para o pescoço dela, enquanto esta lhe mordia sedutoramente a orelha esquerda para conter o gemido que daria quando sentiu que as mãos dele subiam timidamente um pouco do vestido dela. Ele segura as coxas dela com firmeza.
         Voltando a beijá-lo nos lábios, Pietra começa a levantar a camiseta de Taylor a fim de se desfazer dela. Percebendo o que ela tentava fazer, ele a ajuda a tirar a peça de roupa, deixando a camiseta cair sobre o chão.
Os movimentos eram rápidos e ágeis; a temperatura corporal subia cada vez mais...a sensação era a de que explodiriam a qualquer momento.
          Pietra faz com que ela e Taylor invertam as posições, encostando-o à pia, deixando que ele ficasse encurralado desta vez. Ela vai descendo seus beijos pelo tórax dele, que se arrepiava ao sentir os lábios dela em seu corpo. Pouco tempo depois, ela já beijava o seu tão adorado alvo de desejo: a barriga dele.
Quando ela volta a subir os beijos, era a vez de Taylor descer seus beijos para a parte do colo dela à mostra pelo decote do vestido. A cada beijo, ela vai perdendo o fôlego, ficando a ponta de gritar várias vezes.
Taylor já descia as calças do vestido dela. Pietra procurava o zíper da calça dele. Ambos iam avançando todos os sinais...Até que ela para tudo, afastando-se dele rapidamente. Ela ofegava.
          Taylor olha para ela com uma interrogação no rosto. Ele também respirava com dificuldade. De repente, ela começa a rir. Taylor enruga a testa, mas logo começa a rir também.

Tay-A gente tá pirando; né?-passando as mãos pelos cabelos.
Pietra-Sem sombra de dúvidas.-pondo as mãos sobre seu peito tentando recuperar o fôlego; sorrindo.
Tay-O que nós íamos fazer?-baixando os olhos, rindo; como se só agora tivesse controle sobre si mesmo.
Pietra-Na cozinha da casa da minha tia!-cobrindo o rosto; também rindo. Aquilo parecia absurdo para os dois.
Tay-Desculpa, Pi...-ficando sem graça.
Pietra-Eu que tenho que te pedir desculpas, Tay.
Tay-Mas eu te provoquei...
Pietra-E eu adorei.-sorrindo-Além disso, eu te agarrei.
Tay-E eu adorei.-também sorrindo. Ambos acabam rindo mais ainda.
Pietra-Você é um príncipe, Tay, mas eu não sou a princesa que você quer...Você é uma coisa com essa barriguinha sarada!...-ele ri-...mas eu te vejo como...
Tay-Cunhado?-brincando.
Pietra-Para, bobo!-dando um tapinha nele.
Tay-Eu te adoro muito; sabia, garotinha?
Pietra-Repete sempre isso porque eu preciso muito sentir que alguém gosta de mim.
Tay-Vem cá, Pi.-a abraçando-Você é a melhor amiga que eu poderia ter!-beijando-lhe a testa.
Pietra-Oww, Tay!-sorrindo; tocada-Você também é o melhor amigo, irmão, confidente, e ficante nas horas vagas...-ele ri-...que eu poderia ter.
Tay-Eu estou me sentindo horrível agora! Eu quase tirei o seu vestido, Pi!-sem graça.
Pietra-Eu é que estou me sentindo horrível! Eu tive o surto de sanidade sem ter tirado mais uma lasquinha de você.-rindo. Taylor também ri.
Tay-Agora é melhor eu ir embora...-apanhando sua camiseta do chão.
Pietra-Eu te levo até a porta, Tay.-os dois deixam a cozinha em direção a sala. Taylor veste sua camiseta enquanto caminhava até a porta.
Tay-Boa noite, Pi.
Pietra-Boa noite, Tay. Obrigada pela noite.-sorrindo.
Tay-Você deveria me bater depois dela.-brincando.
Pietra-Vou guardar os meus golpes para quando você merecer de verdade.-o abraçando.
Tay-Amanhã a gente está pensando em fazer uma sessãozinha de dvd lá em casa. É o último dia da mamãe aqui, então vamos fazer uma ‘festinha de despedida’ para ela. A tia Meg vai para lá amanhã. Você vai junto, não é?
Pietra-Claro! Não vou perder a despedida da sua mãe por nada.-sorrindo.
Tay-Vou te esperar lá.
Pietra-Combinado.-dando um beijo no rosto dele, que sorri.

Pietra fica observando Taylor entrar no carro e sair dali. Ela fecha a porta.

Rapidamente, ela tira as sandálias e sobe cuidadosamente as escadas que davam para o corredor dos quartos, tomando cuidado para não acordar Meg e Matt.
        Ao invés de ir para seu quarto, Pietra entra no banheiro do corredor, enfiando-se debaixo do chuveiro do jeito que estava. Enquanto a água fria molhava o corpo, Pietra balança a cabeça e começa a rir baixinho ao lembrar do episódio que há pouco ocorrera em sua cozinha. 
Talvez aquele momento pudesse ser considerado como a única vez naquela noite em que ela não pensara em Isaac. No mesmo Isaac cujo pensamento, mal sabia ela, até pouco tempo antes de adormecer pelo cansaço, estava totalmente mergulhado nela e numa longa, porém mascarada, análise dos sentimentos que ela despertava nele.

Pietra-Ai, Tay...tudo seria mais fácil se eu estivesse apaixonada por você.-murmura; passando as mãos pelo rosto molhado.



"I cannot help it
I couldn't stop it if I tried
the same old heart beat fills the emptiness I have inside
and I've heard that you can't fight love
so I wont complain
cause Why would I stop the fire that keeps me going on?



Cause when there's you I feel whole
and there's no better feeling in the world
But without you I'm alone
and I'd rather be in love with you


Turn out the lights now
to see is to believe
I just want you near me
I just want you here with me
and I'd give up everything only for you
It's the least that I could do


Cause when there's you I feel whole
and there's no better feeling in the world
But without you I'm alone
and I'd rather be in love with you



and I feel you holding me
why are we afraid to be in love
to be loved
I can't explain it
I know its tough to be loved
and I feel you holding me...



OOhh
Oh
Cause when there's you I feel whole
and there's no better feeling in the world
But without you I'm alone
and I'd rather be in love with you
yes I'd rather be in love with you
Oh I'd rather be in love with you

And I feel you holding me"




              Naquela noite atípica para todos os nossos queridos personagens, o sono, acalentado pela fria brisa do outono, era o melhor refúgio.

Mariana continuava dormindo; efeito de seu porre na galeria de fotos.

Linda adormecera em seu pranto no sofá da sala. Não diferente de Victor, que ao chegar em casa, sem falar com ninguém, se tranca em seu quarto e chora até dormir; não vendo quão tarde Emily chegara da festa da prima Ashley.

      Àquela altura, todos dormiam. Exceto a senhora Collins, que levanta no meio da noite e, ao dirigir-se até a sala do apartamento de Lara, comove-se com a linda imagem do jovem casal que adormecera abraçadinho sobre o tapete no chão. Preocupada se eles sentiam frio, ela fecha a janela da varanda da sala, por onde entrava um vento frio.

        Um novo dia já estava quase chegando. O céu começava a assumir seus tons mais claros. Os passarinhos começavam seu tímido canto matinal sobre os galhos das árvores da praça ali perto.
        Outra folha cai anunciando mais um dia com a presença do outono. Mais do que simplesmente enfrentar o triste cair das folhas e temer a aproximação do inverno, talvez o outono significasse uma preparação para mudanças...As coisas não seriam mais as mesmas depois daquele dia.
Cada folha simbolizava a vida em contínua transição. E embora o inverno fosse um tempo difícil, o consolo era saber que essas mudanças logo floresceriam na primavera.
        Mais uma folha caía naquele novo dia. Outra mudança. Boa ou ruim? Ninguém saberia dizer. Mas a esperança era de que uma linda flor brotasse no lugar que ficara vazio...




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