Capítulo 44

Oi, florzinhas!Demorei, mas cá estou eu novamente!
Mais uma vez, gostaria de agradecer todos os comentários, as campanhas me cobrando atualização, os e-mails...Muito obrigada mesmo pelo carinho e pelo incentivo de vocês.Isso faz com que eu tenha animação para atualizar a fic mesmo quando estou cansada de digitar(p/ quem não sabe, a pré-histórica aqui não consegue escrever direto no pc, ela só escreve em rascunhos de papel e depois digita tudoo hahaah Sério, gente.Eu já tentei escrever direto no pc, mas não vem.Só funciona no papel mesmo!)ou quando eu estou cheia de provas e trabalhos, mas arrumo um tempinho pra atualizar porque vocês merecem pela força que me dão.

Espero que gostem deste capítulo. ;) Que ele valha a espera.

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm

E só mais dois recadinhos: está tendo um concurso de fics em um fotolog , então quem quiser votar em fil em alguma das categorias, é só entrar aqui : http://www.flogao.com.br/hitzfanfictions/foto/123/87661314


E além do concurso aí de cima, FIL está participando de outro concurso, organizado pelo site "Hanson Stories Fiction".Quem quiser dar uma forcinha pra fic e achar que ela merece alguma indicação, dá uma passadinha lá. ;)
http://paginas.terra.com.br/lazer/hansonstoriesfiction/index2.htm



Ahhh!Só mais um aviso: quem quiser ler "In the city", uma ff minha que escrevi há séculos atrás(hahaah) o blog é: http://inthecityfiction.blogspot.com

Ela tem um estilo diferente de FIL, mas é divertida. Espero que vocês gostem. ;)

Mil beijos
Vou esperar os comentários, hein!
=********
Obrigada por tudo, flores, principalmente pela paciência.
Lara

Cap. 44

         Mariana começa a beijar lentamente os lábios de Taylor, fechando os olhos. Ele, por sua vez, abre bem os olhos, totalmente surpreso e confuso com o que estava acontecendo.

Mari entreabre a boca, pronta para intensificar o beijo. Taylor, que até então permanecia imóvel, é dominado pelo desejo. Sem raciocinar, apenas seguindo seus impulsos, não resiste e fecha os olhos, passando a corresponder ao beijo. Ele também entreabre a boca, fazendo as línguas se encontrarem.

Mariana puxava mais ainda a gravata dele, como se seu corpo pedisse por mais contato com o corpo de Taylor.

O que era um beijo calmo, começava a se transformar...

        Taylor segura carinhosamente o rosto dela com suas duas mãos, aumentando um pouco a velocidade com a qual se beijavam.

“O que eu estou fazendo? Ela está bêbada!”-ele pensa, se arrependendo de ter agido impulsivamente ao estar correspondendo ao beijo de Mariana-“Eu não posso me aproveitar dela.”-abrindo os olhos-“Isaac.”-lembrando do irmão e se sentindo pior ainda.

Ele interrompe o beijo.

Mariana olha para ele. Ela ofegava.

Tay-Você tem razão quando diz que eu sou um ogro.-se censurando.

Mari-...Você é o ogro mais lindo que eu conheço.-com os olhos bem pesados e a voz mole. Ela parecia sonolenta.Taylor sorri ironicamente.

Tay-Você só me beijaria bêbada mesmo.-percebendo que não havia nenhum pingo de sobriedade nela, muito menos não no que falava ou em suas atitudes.

Taylor tenciona levantar da cama, mas Mariana, ainda segurando a gravata dele, o impede de se afastar.

Mari-Eu não estou bêbada.-rindo-Eu só estou vendo um de você...Um nariz, dois olhos...mas isso é o normal...eu acho.-confusa, sorrindo-...pena que eu só vejo uma boca...-puxando a gravata dele novamente, fazendo seus lábios se encontrarem outra vez.

       Taylor tenta fazê-la soltar sua gravata tomando cuidado para não machucá-la, mas Peter adentra o quarto antes que ele conseguisse afastar seus lábios dos dela...

-Prendi o Snoopy no meu quart...-emudecendo ao ver aquela cena.

* * *

            Pietra volta para o banheiro levando as peças de roupa para que Isaac pudesse se trocar.

Pietra-Parabéns, Isaac; as suas gavetas são muito bem organizadas!-aproximando-se do box, sorrindo.

Ike-Você esperavam que não fossem?-também sorrindo.

Pietra-As do Tay não são muito, então...-ele a interrompe:

Ike-O Tay não é exatamente o que eu chamo de exemplo, Pietra.-brincando, sorrindo.

Pietra-Ow!Tadinho!-rindo-Não fala assim dele, Isaac. O Tay é o exemplo perfeito da pessoa mais apaixonante que eu conheço.

Ike-Ah claro! Ele é o seu queridinho!-perdendo o sorriso, num tom debochado.

Pietra-É. Eele é sim.-sorrindo; sem perceber a súbita mudança no humor dele.

Ike-Obrigado pelas roupas.-mudando de assunto, estendendo as mãos para pegar as roupas que ela levara para ele.

Pietra-De nada.-entregando-as para ele.

           Isaac esperava que Pietra fosse dar as costas para sair e deixá-lo sozinho para se trocar, mas ela permanece à porta do box.

Ike-Obrigado, Pietra.-agradecendo novamente, olhando para ela com um olhar que sugeria que ela deveria sair.

Pietra-Ah!Claro!-entendendo, sorrindo sem graça-Eu não posso ver o seu elefantinho, né?-Isaac deixa escapar um sorriso.

Ike-Não.

Pietra-Desculpa...Vou deixar você trocar de roupa em paz.-dando alguns passos para trás, dando tchauzinho para ele meio sem jeito antes de dar as costas para finalmente deixar o banheiro. Ela fecha a porta.

         Ao voltar para o quarto de Isaac, Pietra se encosta à porta do banheiro com um sorriso maroto nos lábios. Ela dá uma olhada para o quarto analisando cada cantinho, ainda conservando seu sorriso. É então que ela caminha até a estante onde ele guardava seus cds, interessada em descobrir as preferências musicais dele. Logo ao se aproximar da estante, algo lhe chama a atenção: um cd do Lifehouse sobre o aparelho de som. 

Pietra enruga a testa, sorrindo; e pega o cd.

Ike-Bisbilhotando as minhas coisas?-saindo do banheiro e vendo que ela tinha um cd em mãos, sorrindo.

Pietra-Apenas analisando o seu gosto musical...-mostrando o cd do Lifehouse para ele-...e constatando que você está aprovado no quesito.-sorrindo.

Ike-Mesmo se o cd for emprestado?-aproximando-se dela-Peguei emprestado com o Tay há alguns dias atrás.

Pietra-O que vale é gostar de ouvir.-ele sorri-Eu sou viciada nessa banda!

Ike-Mais do que em chocolate?-brincando.

Pietra-Ah!! Assim não vale !Não sei responder isso, Isaac!-rindo. Ele também ri.

Ike-Eu sabia que essa era uma pergunta difícil pra você.

Pietra-E lógico que você tinha que fazê-la porque você adora dificultar as coisas pra mim, não é?-sorrindo.

Ike-Eu?-sonso.

Pietra-Bobo!-dando um tapinha no peito dele, que sorri. Isaac pega a mão dela, a olhando ternamente. Pietra olha nos olhos dele.

Ike-Ouvindo esse cd, todas as músicas me fizeram lembrar de você.

Pietra-...er...-puxando educadamente sua mão, sem jeito-...Deve ser porque você sabe que eu sou fã do Lifehouse.-com um sorriso amarelo; pondo o cd onde o encontrara.

Ike-...É. É isso. Eu tenho mania de fazer esse tipo de associação.-forçando um sorriso.

Pietra-Normal. Eu também faço isso.-desviando seu olhar para os cds dele novamente-Eu não acredito! Você gosta de Dishwalla?-sorrindo.

Ike-Você conhece?

Pietra-Claro! Eu também adoro Dishwalla! Não tanto quanto Lifehouse, mas adoro.-pegando o cd da banda da qual falavam-Pena que eu nunca mais pude ouvir...Perdi o cd deles.

Ike-Perdeu?

Pietra-É. A desligada aqui esqueceu dentro de um ônibus quando estava voltando da faculdade no mês passado. Já fui em várias lojas pra comprar outro mas não encontrei.

Ike-Se quiser, eu te empresto.

Pietra-Eu adoraria! Estou com saudade de ouvir...-sorrindo-Mas não vai te fazer muita falta?

Ike-Quando eu estiver prestes a chorar de saudade, eu passo na sua casa para buscá-lo.-brincando. Ela ri.

Pietra-Combinado então.-sorrindo.Isaac também sorri.

Ike-Guarda logo na sua bolsa antes que você esqueça aqui quando for embora.

Pietra-Bem lembrado.-pegando sua bolsa sobre a cama dele-Eu não sei se você vai gostar, mas eu só vou embora depois que alguém chegar aqui para ficar com você.

Ike-Se você não quiser...-ela o interrompe:

Pietra-Eu não vou deixar você sozinho, Isaac...não com febre.-decidida.

Ike-...Obrigado, Pietra.-realmente agradecido.

Pietra-Você é chato mas eu acho que consigo aguentar mais um pouquinho.-sorrindo. Isaac ri.

Ike-Aprecio a sua generosidade.-irônico, sorrindo.

Pietra-Eu sei que eu sou cheia de virtudes.-brincando, rindo-Agora senta, Isaac.-segurando uma das mãos dele e o conduzindo até a cama, fazendo-o sentar-Tenho que secar os seus cabelos...-posicionando-se em pé de frente para Isaac e pondo sua bolsa sobre as pernas dele-Como você está se sentindo agora?-começando a passar a toalha que ele trazia em volta do pescoço, nos cabelos dele.

Ike-...Um pouco mole e com frio.-com ar cansado.

Pietra-Vai passar. Você vai ver.-sorrindo ternamente-Abraça a minha cintura e abaixa um pouco a cabeça.-pede, numa tentativa de evitar que ele continuasse mexendo tanto a cabeça enquanto ela passava a toalha. Isaac hesita, apenas a olhando sem fazer qualquer movimento-Pode abraçar, Isaac. Eu não vou desmontar.-ela mesma pega os braços dele e os enlaça em volta de sua cintura, fazendo-o encostar a testa em sua barriga. Ela volta a secar cuidadosamente os cabelos dele. Isaac fecha os olhos e respira fundo, sentindo-se desconfortável com aquele contato, que estranhamente lhe dava frio na barriga e fazia suas mãos suarem embora ele estivesse com frio-Essa cabecinha ainda dói?-passando os dedos por entre os cabelos dele como se massageasse e o acariciasse ao mesmo tempo, sorrindo.

Ike-...Um pouco.-falando baixinho, curtindo ao máximo o carinho dela.

Pietra-Não é pra dormir, hein!-se afastando dele com um sorriso maroto vendo que ele estava de olhos fechados. Isaac abre os olhos e olha para ela.

Ike-Acho que vou ficar doente mais vezes.-sorrindo.

Pietra-Por quê? Tá louco?-enrugando a testa.

Ike-Porque só assim pra você cuidar de mim.-a encarando.

Pietra-...Você faz isso comigo o tempo todo, Isaac...mesmo que na maioria das vezes seja contra a minha vontade...-sorrindo.

Ike-Pensei que você achasse que eu só faço isso pra pegar no seu pé.

Pietra-Eu falo isso quando estou com raiva de você.-falando baixinho como se fingisse contar um segredo, sorrindo marota. Isaac sorri-Mas ó...-voltando a falar normalmente-....Só contei porque você está doente, mas quando você estiver melhor, esquece que eu disse isso.-beijando-lhe a testa e dando as costas para ir estender a toalha dele no banheiro.

Isaac a segue com o olhar, sorrindo. Ele deita e se cobre dos pés à cabeça com o edredon.

Pietra-Na-na-ni-na-não, senhor Isaac Hanson. Não pode ficar todo encolhidinho assim.-ao voltar para o quarto e vendo que ele estava todo coberto-Quanto mais você ficar encolhido, sem se movimentar, vai ficar se sentindo mole e a febre persiste.-aproximando-se dele e tirando o edredon.

Ike-Você não quer que eu corra ou faça abdominais, quer?-exagerando. Ela ri.

Pietra-Não seria má ideia.-brincando.

Ike-Engraçadinha!-irônico, sorrindo.

Pietra-Você tem que ficar bom logo, Isaac; esqueceu que daqui a poucos dias é o aniversário da Sabrina? Ela quer que você vá, hein!-sentando-se à beira da cama dele.

Ike-E você?

Pietra-O que tem eu?-sem entender.

Ike-Você também quer que eu vá?-a encarando.

Pietra-Eu?-enrugando a testa-Ué! O aniversário não é meu, é dela...Se você é um dos convidados, o que eu posso fazer? Eu não tenho nenhuma objeção.

Ike-Mas tem opinião. E é a sua opinião que eu quero saber.

Pietra-Se eu consigo te aturar aqui, por que não vou conseguir em New Hampshire?-sorrindo-Dizem por aí que as pessoas se acostumam fácil com o que é bom, eu já acho que sou o oposto.-zoando. Ike sorri.

Ike-Você sabe direitinho como me deixar lisonjeado.-irônico. Ela ri.

Pietra-Uma das minhas virtudes.-piscando o olho, brincando.

Ike-Uma das muitas que você tem.-sério. Pietra o olha. Os dois ficam se encarando em silêncio, até que Pietra desvia sua atenção para sua bolsa, que estava sobre a cama.

Pietra-Olha como eu sou avoada: deixei a minha bolsa aberta!-com um sorriso amarelo. Ela puxa a bolsa para si.

Ike-Cuidado com o meu cd, hein, maluquinha!-sorrindo.

Pietra-Não se preocupa...-tentando fechar o zíper da bolsa, mas em vão, pois ela estava muito cheia-...eu sou muito cuidadosa com as coisas dos outros.-tirando o cd de dentro dela para ver se conseguiria ajeitar melhor as outras coisas que havia lá-Mas se acontecer alguma coisa para o seu cd, não se preocupa que eu compro um novo pra você.

Ike-Como, se você nem encontrou para comprar para você mesma?-sorrindo maroto, percebendo que mesmo com todo o esforço dela, a bolsa não fechava.

Pietra-Ih! Tem esse detalhe.-falando sem olhá-lo, pois retirava mais algumas coisas de dentro da bolsa-Mas qualquer coisa, eu venho aqui pra cantar as músicas. Sei de cor.-brincando. Ele ri.

Ike-Gostei da ideia! Mas só aceito se além de cantar, você também fizer as coreografias que você faz quando canta sozinha no seu quarto ou debaixo do chuveiro.-ela olha para ele.

Pietra-Esquece.-sorrindo-Ai que droga! Não quer fechar!-choramingando; ainda “lutando” contra a bolsa.

Ike-O que você carrega aí dentro, Pietra?

Pietra-Ah, pouca coisa. Meu i-Pod, que eu sempre levo junto comigo...-tirando o aparelho de dentro da bolsa-...meu celular...um porta-batom...-tirando cada um dos itens citados-...carteira; as chaves de casa; uma caneta, que é sempre necessária; minha agenda, que é até pequenininha...-Isaac a interrompe:

Ike-Você chama isso de ‘pouca coisa’?-impressionado em como uma bolsa aparentemente pequena podia guardar tanta coisa.

Pietra-Faltou mencionar o guarda-chuva. Fiquei com medo de ter que encarar uma chuva como a de ontem.

Ike-Eu não acredito que tem um guarda-chuva aí dentro!-rindo.

Pietra-Você não sabia? Eu sou a Mary Poppins.-brincando; mostrando o tal guarda-chuva.

Ike-Não tem um cabide aí também?-zoando. Ela ri.

Pietra-Não. Desta vez eu esqueci o cabide em casa.-fazendo careta para ele, que ri.

Ike-Por que vocês mulheres enchem as bolsas com tanta coisa?-pegando a agenda dela para olhar.

Pietra-Porque são coisas indispensáveis, Isaac.

Ike-Pra que trazer um batom na bolsa se você já está com os lábios pintados?

Pietra-Homem é bobo mesmo.-sorrindo-Às vezes eu preciso retocar o batom depois de comer alguma coisa ou beijar alguém.-falando inocentemente; mas Isaac, que tencionava abrir a agenda dela, interrompe o que fazia e a olha imediatamente após ser pronunciado o verbo beijar. Pietra percebe que Isaac entendera maliciosamente o que ela falara-Beijar não significa necessariamente na boca, beijo de língua, Isaac...apesar de ser o mais gostoso.-não segurando o comentário e muito menos o sorrisinho maroto no canto da boca-Você é muito malicioso. Existe beijo no rosto também; sabia?

Ike-Eu não disse nada, Pietra.-baixando os olhos novamente em direção a agenda.

Pietra-Às vezes você não precisa falar, basta olhar pra mim.

Ike-Já me conhece tanto assim?-voltando a olhá-lo, sorrindo.

Pietra-Você é pior do que música chata, Isaac; por mais que eu me esforce pra não aprender a letra, não tem jeito: fica na cabeça.-implicando.

Ike-Quer dizer que eu estou na sua cabeça, é?-sorrindo safado.

Pietra-...Não. Quer dizer que, mesmo sem querer, eu aprendo coisas sobre você; justamente como acontece em relação às letras das músicas chatas. Foi isso o que eu quis dizer.-disfarçando que ficara sem graça com a pergunta dele-E nem pense em abrir a minha agenda, ou será um homem morto.-tomando rapidamente sua agenda das mãos dele, p impedindo de abri-la.

Ike-Calma. Eu não ia ler, só olhar.

Pietra-Mesmo se você quisesse ler, não poderia: eu escrevo quase tudo em português.

Ike-Então? Qual o problema?-sem entender por que não poderia nem olhar a agenda por dentro.

Pietra-Acontece que os nomes das pessoas não são traduzidos.

Ike-Tenho um pressentimento de que meu nome está escrito em alguma das folhas da sua agenda; estou certo?-intrigado.

“Alguma? Melhor dizer que está em quase todas.”-ela pensa.

Pietra-Acho que devo ter escrito uma ou duas vezes...Não sei.-mentindo.

Ike-Escreveu coisas boas ou ruins?-curioso, sorrindo.

Pietra-Escrevi coisas, Isaac. Coisas minhas.

Ike-Pelo visto não foram coisas boas.-arriscando uma previsão.

Pietra-Depende do ponto de vista de cada um.

Ike-E qual é o seu ponto de vista sobre mim?

Pietra-Você sabe.

Ike-Não. Eu não sei. Diz pra mim.

Pietra-Vou te poupar disso; você está doente.-em tom de brincadeira.

Ike-Este é mais um dos segredos que você esconde?-insistente, olhando para ela.

Pietra-...-forçando um sorriso-Você está obcecado com essa história de segredos, Isaac.

Ike-A culpa é sua.

Pietra-Minha?

Ike-Você anda muito misteriosa ultimamente, Pietra.

Pietra-Eu continuo a mesma Pietra de sempre. Talvez só agora você esteja prestando atenção em mim, Isaac. Eu não sou um livro aberto. Você tem que fazer o pequeno esforço de abrir o livro para poder lê-lo: essa sou eu.

Ike-Você não me deixa nem tentar abrir.

Pietra-Esse é o problema: eu já deixei; você é que não sabe por onde começar a ler.-enigmática.

Ike-E você quer?

Pietra-O quê? Que você leia?-ele balança a cabeça positivamente-Não é o livro que escolhe o leitor, e sim o leitor é quem escolhe o livro.

Ike-Eu não sei se gosto ou não dessa sua capacidade de me deixar sem argumentos.-sorrindo.

Pietra-Que bom que eu tenho essa capacidade!-também sorrindo, voltando a concentrar sua atenção em sua tentativa de organizar as coisas em sua bolsa para poder fechá-la. Isaac passa a ajudá-la, entregando para ela, um a um, cada objeto sobre a cama.

Ike-Coloca primeiro o guarda-chuva, Pietra; assim vai ficar mais fácil pra você ajeitar as outras coisas depois.-aconselha, estendendo o porta-batom e o i-pod para ela.

Pietra-Você tem razão.-concordando; recebendo os objetos que ele entregava.

        Isaac pega a carteira de Pietra. Ele tenciona entregar para que ela guardasse, mas algo cai de dentro dela. Os dois imediatamente olham para a cama para saber o que havia caído.

Pietra desvia seu olhar para Isaac quando vê a camisinha que ganhara de Taylor com a dedicatória do mesmo.

Isaac olhava para a embalagem, lendo silenciosamente o que estava escrito nela com uma expressão séria.

* * *

          Emily estava na festa de aniversário de sua prima Ashley, sua melhor amiga. Ela permanecera no apartamento da prima mesmo com a partida de Victor, ficando com o carro do irmão.

Emily-O Victor é muito bobo! Foi embora mais cedo e está perdendo esta festona!-fala para a prima, com quem conversava na cozinha enquanto pegavam uma bebida.

Ashley-Ai priminha! O Vi está cada dia mais lindo!-encostando-se à geladeira, suspirando. Emily ri-Fazia tempo que eu não o via...Desde àquele dia, para ser mais exata.-olhando cumplicemente para a prima, que sorri.

Emily-Todo o trabalho para livrar o meu irmão daquela garçonete valeu à pena! A golpistazinha já era.-abrindo sua garrafa de cerveja.

Ashley-Tem certeza, Emily? Eu sei que faz quatro meses, mas pelo que você sempre me fala, ele liga para a casa dela só para ouvi-la; guarda fotos dela; não fica com ninguém desde o dia em que eles terminaram; quase não sai de casa para se divertir...Ele ainda é muito apaixonado por ela, prima.-lamentando.

Emily-Mas ela não quer vê-lo nem pintado de ouro, Ash.-sorrindo-Confia na sua priminha aqui: investe nele.-piscando o olho para ela-Eu te dou toda força!

Ashley-Não é fácil assim, Emily.

Emily-Claro que não! Eu tiro a garota do pé dele e você ao invés de aproveitar que ele estava tristinho, carente, não faz nada! Faz quatro meses que o Vi está solteiro e olha quando você foi ver o garoto: hoje! Só hoje!

Ashley-Entende, Emily, eu fiquei com peso na consciência...Eu estava sem coragem de olhar na cara dele depois de tudo o que eu fiz.

Emily-O que você fez? Você não fez nada!-sorrindo cínica.

Ashley-Você sabe que foi errado o que fizemos.

Emily-Errado é deixar que o meu irmão caia nas garras de uma aproveitadora, Ashley! Além disso, você é minha prima, minha melhor amiga, eu também queria te ajudar. Não vem bancar a mal agradecida agora.-fingindo chateação.

Ashley-Não, Emily! Eu não estou sendo mal agradecida. Longe de mim!-preocupada com a possibilidade de ter deixado a prima chateada-Eu sei que você agiu pensando em ajudar o Vi e a mim também.

Emily-Então aproveita, Ash! Olha, não se preocupa porque a Linda não vai continuar tendo tanta importância assim para o Vi...Daqui a pouco ele esquece. Mas você tem que aproveitar a chance para fazê-lo esquecê-la o mais rápido possível.-sorrindo.

Ashley-Eu sei.-também sorrindo-E depois que o vi hoje com aquele jeitinho fofo e carinha de menininho carente, eu fiquei mais derretida ainda por ele! Ele até falou que só veio porque era meu aniversário! Muito fofo, né? Ai ai!

Emily-Viu? Tá vendo? Com certeza ele gosta de você, boba!

Ashley-Mas e se ele descobrir o que a gente fez?-receosa.

Emily-Para com isso, Ash! Ele não vai descobrir nada! Além de nós duas, só quem sabe de tudo é a Linda. Mas ela pensa que eu sou amiguinha dela, acha que eu só quis ajudá-la...Eu a fiz prometer que o Victor nunca ficaria sabendo que eu estou envolvida nessa história. Eu fiz um draminha e a tonta prometeu imediatamente.-rindo maquiavélica.

Ahley-Você é uma atriz, hein, Emily!

Emily-Claro, querida! A vida é o meu palco e a peça tem que tomar os rumos que eu quero.

Ashley-Queria ser tão segura como você, prima.-sorrindo.

Emily-Enquanto você ficar com essa história de peso na consciência, medo, remorso, e todo esse blá blá blá, você não vai chegar a lugar algum. Consciência? É um doce?-debochada; rindo-É bom você ficar logo com o meu irmão, Ash, porque eu preciso tirar o Victor do meu pé. Ele anda atrapalhando a minha vida.

Ashley-É por causa do carinha em quem você está interessada?

Emily-É. Ele não me ajuda, só quer me criticar, dificultar as coisas pra mim! Um saco!-irritando-se-Mas eu não preciso da ajuda de ninguém para conseguir o que eu quero. Eu já tenho um plano em mente.-sorrindo misteriosa.

Ashley-Plano? Que plano?-curiosa.

Emily-Segredo.

Ashley-Ahh não! Conta, prima!-curiosa.

Emily-Não posso te adiantar pouco agora. Tudo o que eu posso dizer é que vou começar a colocar o meu plano em prática segunda-feira. É um desperdício um gato como o Zac namorando uma mosca morta! Aquela namorada dele é patética! Você precisa ver o tipinho, Ash! Tem carinha de santa, mas deve ser uma sonsa!-fazendo careta -O Zac merece coisa muitooo melhor: eu!-sem nenhuma modéstia -Mas eu vou dar um jeito nisso. Ah se vou! Segunda-feira eu também começo a trabalhar na empresa do papai.-sorrindo maliciosa.

Ashley-Prima, eu sou sua fã!-a abraçando, sorrindo.

Emily-Eu sei. Eu também sou...

Ashley-Minha fã?

Emily-Não. Minha fã.-rindo.

Ashley-Ah!!Boba!-rindo também.

Emily-Um brinde aos nossos futuros namorados!-erguendo sua garrafa de bebida.

Ashley-Com certeza!-batendo de leve sua latinha na garrafa dela, sorrindo.

Emily-Agora vamos voltar lá para a sala porque eu quero dançar.-começando a ouvir a música “Girlfriend” da Avril Lavigne vindo da sala, onde os convidados da festa dançavam.

Hey hey You you

I don't like your girlfriend

No way no way

I think you need a new one

Hey hey

You you

I could be your girlfriend

Hey hey You you

I know that you like me

No way no way

You know it's not a secret

Hey hey

You you

I want to be your girlfriend

You're so fine

I want you mine

You're so delicious

I think about you all the time

You're so addictive

Don't you know what I can do to make you feel all

right? (...)

Don't pretend I think you know I'm damn precious

And how, yeah,

I'm the motherfucking princess

I can tell you like me too

And you know

I'm right

She's like so whatever

You can do so much better

I think we should get together now

And that's what everyone's talking about

Ashley-Vamos sim. Também quero dançar muito, afinal de contas, os meus dias de solteira estão contados.-sorrindo.

Emily-Os nossos, honey.

Ashley-A partir de hoje, Emily, a sua prima é uma nova mulher. E não só porque fez 21 anos, mas porque vai começar a lutar com unhas e dentes pelo que deseja.-decidida.

Emily-É assim que se fala, garota!

As duas deixam a cozinha arriscando alguns passos para a música, cantarolando...

I can see the way

I see the way you look at me

And even when you look away I know you think of me

I know you talk about me all the time... again and again

So come over here

Tell me what I wanna hear

That I'll, yeah, make your grilfriend disappear

I don't wanna hear you say her name ever again and again and again and again ‘cause...

... Hey hey You you

I don't like your girlfriend

No way no way

I think you need a new one

Hey hey

You you

I could be your girlfriend

Hey hey You you

I know that you like me

No way no way

You know it's not a secret

Hey hey

You you

I want to be your girlfriend

Oh In a second I'll have you wrapped around my finger

Cause I can

Cause I can do it better

There's no other

So when it's gonna sink in?

She's so stupid

What the hell were you thinking?

... Hey hey You you

I don't like your girlfriend

No way no way

I think you need a new one

Hey hey

You you

I could be your girlfriend"

* * *

       Victor, Lara, Zac e Diana acomodam-se numa mesa ao final da cafeteria, próxima à parede envidraçada do local de onde se podia ver todo o movimento das pessoas na rua.

Lara-Hum! Amo esse cheirinho de café!-aspirando o aroma que o café do cliente da mesa ao lado exalava.

Zac-Viciada.-brincando, abraçando-a de lado.

Lara-Só um pouquinho.-sorrindo-É mais forte do que eu.

Diana-Encontrei uma pessoa que gosta de café mais do que eu.-também sorrindo.

Zac-Ela gosta mais de café do que de mim, mãe.-fazendo beicinho, manhoso. Diana e Lara riem.

Lara-Ow!-dando um beijo no rosto dele-Eu não consigo viver sem os dois, amor.-ele sorri.

Diana-Vai se acostumando, Lara; o seu namorado foi muito paparicado por ser o caçula da família, então ficou manhoso e dramático.-sorrindo.

Zac-Dramático, mãe?-rindo-Não fala essas coisas porque assim a senhora queima o meu filme. Só falta agora contar histórias de quando eu era criança.

Lara-Ah! Essas eu adoraria ouvir, senhora Han...-os dois a olham-...Diana.-sorrindo.

Zac-Um dia você se acostuma, Lara.-rindo.

Diana-Terei um enorme prazer em te contar todas, Lara.

Zac-Acho que eu vou evitar outros encontros entre vocês duas.-brincando. Eles riem.

       Diana olha para Victor, que até então estava calado alheio à conversa; virando o rosto para trás e para os lados, inquieto.

Diana-Procurando alguém?-arriscando a pergunta. Zac e Lara olham para ele.

Victor-...er...Eu?-virando o rosto para olhar para Diana, ficando sem graça-Não. Ninguém.-com um sorriso amarelo.

“Acho que ela não está aqui.”-Victor pensa, sem reconhecer se o que sentia era alívio ou decepção quanto à possibilidade de encontrar Linda ali.

Diana-Eu achei que você estivesse procurando por alguém porque os seus olhinhos pareciam percorrer cada cantinho do lugar.-sorrindo.

Victor-...É que...Fazia tempo que eu não vinha aqui...Acho que queria ver se muita coisa havia mudado desde a última vez em que estive nesta cafeteria.-suspirando discretamente.

Lara-Aqui pode mudar tudo, exceto o café expresso e as minhas amigas.-sorrindo-Não teria a mesma graça vir até aqui se não visse mais a Linda e a Dayse.

Victor sente um frio na barriga ao ouvir o nome “Linda”.

Zac-Olha a Linda ali.-acenando para que ela pudesse vê-los.

          Lara também começa a acenar para ajudar o namorado. Diana vira o rosto para olhar para trás e ver de quem eles falavam, já que Victor e ela estavam sentados de costas para a direção em que Linda estava.

Victor parece ficar petrificado, sem fazer qualquer movimento. Ele apenas baixa um pouco a cabeça. Engole a seco. Sua boca estava seca, suas mãos suavam, seu coração batia em descompasso...

Lara-A Lili é um amor, Diana. Todo mundo que vem aqui gosta dela.-sorrindo, vendo a amiga também sorrindo ao percebê-los ali-A cafeteria sempre tem muito movimento mas a maioria das pessoas não se importa de esperar um pouco se for para ser atendido por ela ou pela Dayse, que é outra fofa.

            Linda pede licença às pessoas à mesa em que atendia, e se dirige até a mesa na qual ela vira Zac e Lara.

Victor continuava sem olhar para trás. Mas pelos sorrisos de Zac e Lara, ele previa que Linda aproximava-se. Mais do que ansioso para vê-la, Victor estava ansioso para ver como a ex-namorada reagiria ao vê-lo.

Linda-Quem é vivo sempre aparece, né?-aproximando-se da mesa, sorrindo, olhando para os amigos. Victor desvia seu olhar para a vidraça, fingindo olhar para a rua. Seu coração ia sair pela boca.

Zac-Eu sempre falo para Lara: “Vamos dar uma passada na cafeteria, dar um ‘alô’ para a Linda”, mas ela diz que prefere aproveitar o tempo dela com o loirinho aqui.-brincando, sorrindo safado. Linda ri. Diana e Lara também.

Lara-Olha que mentiroso!-rindo; dando tapinhas no braço dele.

Zac-Você não prefere passar o seu tempo comigo?-fingindo indignação.

Linda-Deixa de ser egoísta, Zac! Eu sei que é você quem rouba a minha amiga de mim.-sorrindo.

Zac-Eu tenho que roubar mesmo. Você não a ouviu dizer que eu estava mentindo? Isso é sinal de que se eu não roubá-la, ela nunca vai ter tempo para mim.-se fazendo de coitadinho.

Lara-Ow meu Deus! Como ele está carentinho!-p abraçando, sorrindo. Zac também sorri.

Diana-Dramático.-rindo. Linda olha para Diana pela primeira vez, só então a percebendo ali.

Zac-Linda, esta é a minha mãe. Mãe, esta é a Linda.

Linda-Que prazer conhecê-la, senhora Hanson.-sorrindo.

Diana-O prazer é meu, querida. Afinal, você é a famosa Linda.-sorrindo também.

Linda-Famosa? Eu?-sem jeito.

Diana-Estes dois não pararam de falar em você desde que decidimos vir até aqui.

Linda-Eles são muito gentis.-olhando ternamente para o casal.

Zac-E aquele é um amigo da faculdade e do meu futuro trabalho, Linda.-indicando Victor.

Linda olha para ele, sentindo a estranha sensação de conhecer aquele garoto mesmo que não conseguisse ver o rosto dele, pois Victor fingia estar distraído e não ouvir que Zac falara com ele.

Lara-Victor.-chamando.

       Aquele nome...Linda sente um frio na barriga ao ouvir aquele nome; o repetindo silenciosamente apenas com o movimento dos lábios.

Sem ter como fugir da situação, Victor vira o rosto para olhá-la. Ao vê-lo, Linda entreabre a boca, surpresa, e com o susto deixa cair a bandeja que segurava. O barulho do objeto caindo atrai os olhares das pessoas sentadas às mesas próximas. 

Lara, Zac, Diana, e até mesmo Victor, se assustam.

Linda estava pálida.

Lara-Algum problema, Lili?-tencionando levantar para ajudar.

Diana-Ela está muito pálida!-preocupada.

Zac-Você está bem, Linda?-levantando.

Victor-O que você está sentindo, Linda?-também levantando, ficando preocupado.

Linda-...er...-desviando seu olhar de Victor, um pouco atordoada-...Não tenho nada. Eu estou bem.-abaixando-se para pegar a bandeja. Ela tremia-...A mesa quinze está me chamando. Eu vou pedir para a Dayse atender vocês.-querendo sumir dali o mais rápido possível.

Lara-Tem certeza de que está bem, Li?

Linda-Tenho. Não se preocupa, Larinha. Eu nunca estive tão bem...faz 4 meses que eu estou maravilhosamente bem.-olhando para Victor, que baixa a cabeça, chateado por saber que aquela indireta. O modo como ela reagira ao vê-lo demonstrava a insatisfação dela com aquele encontro-...Eu só estou meio atrapalhada com as mesas...-evitando olhar para ele novamente-...Vou chamar a Dayse.-saindo dali com pressa.

       Os quatro seguem-na com o olhar enquanto ela se afastava, vendo quando ela quase esbarrara com outra garçonete da cafeteria.

Lara olha para Zac.

Lara-Aconteceu alguma coisa.-convicta do que dizia.

Diana-Ela estava tremendo! Parecia nervosa...

Zac-Nervosa por quê?-sentando-se, olhando para a namorada-Você tem ideia do que seja, amor?

Lara-Não. Nem imagino.-também sentando; preocupada com a amiga.

Zac-Ela ficou daquele jeito depois que viu você, Victor. Vai ver se assustou com a sua feiúra.-zoando o amigo, tentando amenizar o clima. Lara ri.

Lara-Bobo!-dando um tapinha no braço dele, que ri. Victor força um rápido sorriso, mas deixando Diana intrigada.

“O jeito como ela me olhou...Meu Deus, o que eu fiz para ela me odiar? Por que isso está acontecendo comigo?!”-Victor pensa, pronto para dizer a todos que estava indo embora.

Mas, mal ele abre a boca para falar, Dayse se aproxima da mesa deles fazendo com que eles a olhassem.

Dayse-Oi, gente!-sorrindo-Quanto tempo!

Lara-Oi, Dayse!-sorrindo também-Que saudade!-recebendo um beijo da amiga.

Zac-Tudo bem, Dayse?-simpático.

Dayse-Tudo bem sim, Zac. Graças a Deus!-olhando para Diana-É a sua mãe?

Zac-É. Como você sabe?

Dayse-Chutei.-sorrindo. Diana também sorri.

Lara-Você viu a Linda, flor?-Victor se interessa pela conversa.

Dayse-Vi. Foi ela quem falou pra mim que vocês estavam aqui e pediu para que eu os atendesse. Ela estava estranha...Trocou o pedido de uma mesa e acabou derramando café na própria roupa.

Victor-Mas ela está bem? Se queimou?-chamando atenção pelo tom preocupado, mas sem se importar em não disfarçar isso.

Dayse-Não sei. Ela foi para a cozinha. Eu não pude falar com ela.

Diana-Pobrezinha! Ela talvez esteja precisando de alguém...

Victor-Onde fica a cozinha?-passando pela cadeira de Diana e aproximando-se de Dayse. Todos o olham surpresos.

Dayse-...-olhando bem para o rosto de Victor e o reconhecendo, pois quando namorava Linda, Victor ia bastante à cafeteria-Os clientes não costumam frequentar a cozinha.-falando de maneira educada, mas lançando para ele um olhar que denunciava que ela o reconhecera.

Victor-Eu preciso ver como a Linda está.

Dayse-E se ela não quiser ver você?-Zac, Lara e Diana não estavam entendendo nada; apenas alternando seus olhares entre os dois enquanto ouviam a conversa.

Victor-Ela vai ter que falar pra mim então. E dizer também o porquê. Não é justo que eu seja o único que não sabe por que ela não quer me ver.-dando as costas para se afastar dali.

Zac-Do que vocês estão falando?

Lara-Vocês já se conhecem?-enrugando a testa.

Dayse-Aonde você vai?-ignorando as perguntas deles. Victor vira o rosto para olhá-la.

Victor-Acho que ainda lembro onde fica a cozinha.-decidido, ele começa a caminhar por entre as mesas, caminhando na direção em que ele achava ser a certa.

Dayse-Eu não posso dar força para Linda agora, Lara; por favor, vai atrás dele.-apreensiva; pois sua vontade era ajudar a amiga, mas três mesas chamavam por ela.

Lara-...-confusa-Claro. Eu vou lá.-levantando e fazendo o que Dayse pedia, seguindo a direção que Victor tomara.

Diana e Zac olham para Dayse com interrogações em suas faces.

Dayse-Eu sei que eu estou parecendo meio louca agora mas não posso explicar nada porque é um problema pessoal da Linda.-fazendo sinal pedindo paciência para as pessoas de uma das mesas que a chamavam.

Diana-Tudo bem, querida.-compreensiva.

Zac-Só me responde uma coisa; você e o Victor já se conheciam?

Dayse-Ele é ex-namorado da Linda, Zac.

Zac-...Da Linda?-surpreso.

Dayse-Vou ter que anotar rapidinho o pedido de vocês. Desculpa por essa correria, mas hoje duas garçonetes faltaram, então Linda, eu, Kelly e Mandy temos que nos virar em mil para atender a todas as mesas.

Diana-Não precisa pedir desculpa. Sua correria é compreensível.-simpática-Eu vou querer apenas um cappuccino.

Dayse-E você, Zac?

Zac-...Eu nem sei mais o que pedir...Não sei se a Lara queria cappuccino ou café expresso...a única certeza é que ela não vive sem os biscoitos daqui.-sorrindo-Acho melhor você trazer quatro cappuccinos e os biscoitos.-um pouco indeciso mas fazendo o pedido mesmo na ausência da namorada e do amigo.

Dayse-OK. Prometo trazer o mais rápido possível.-anotando tudo-Volto logo.-encaminhando-se para as mesas mais à frente da cafeteria.

Zac-O Victor e a Linda...Que coincidência!-comentando.

Diana-Por isso ele estava tão tenso quando chegamos aqui. Ele deve gostar muito dela ainda. Tomara que eles se acertem.

Zac-Ou pelo menos não briguem.-temendo...ou quem sabe, prevendo.

* * *

           Ao ouvir a voz de Peter e perceber a presença dele no quarto, Taylor, rapidamente, afasta-se de Mariana, fazendo-a soltá-lo. Ele levanta da cama e olha para Peter, que não esboçava nenhuma outra expressão a não ser a de surpresa.

Tay-...er...Peter, eu...Eu posso explicar...-sem graça.

Mari-Peter!-sorrindo ao ver o irmão. Ela aperta os olhos como se tentasse ver melhor alguma coisa nele-Você também só tem uma boca...-rindo-Viu como eu não estou bêbada, Taylor?-tentando levantar da cama mas caindo sentada sobre ela antes mesmo de pôr os dois pés no chão. Ela ri-Hum! Eu estou meio tonta!-pondo as mãos na cabeça-Parece aquela vez em que a mamãe foi comigo no carrossel e eu passei mal, lembra Peter?-sorrindo. Peter apenas balança a cabeça positivamente, mas com o olhar triste ao perceber o quanto a irmã estava bêbada e muito mais triste por saber os motivos que a levaram a beber tanto-Eu também fui a um parque de diversões com você, Taylor. Você me salvou dos monstros, lembra?-sorrindo.

Tay-Você tem que descansar agora, Mariana.-paternalmente-Depois a gente conversa. É melhor você deitar...-percebendo que os olhos dela estavam baixos e que ela logo dormiria.

Mari-Não. Claro que você não lembra, não é?-olhando-o irritada; ignorando totalmente o que ele havia dito-Você só lembra da Pietra! Claro!-ela olha para Peter-Ele é um ogro! Eu odeio ogros!-Taylor enruga a testa, sem entender a súbita mudança de humor dela.

Peter-Mari, o Taylor tem razão...É melhor você deitar.—aproximando-se da cama-Eu vou fazer um café bem forte e amargo para você.-firme, querendo conter a agitação dela.

Mari-...Você está chateado comigo, Peter?-olhando para ele. Seus olhos enchem de lágrimas-Não fala assim comigo...Eu não quero que você me odeie. Eu só tenho você...-com a voz embargada; baixando a cabeça. Peter se arrepende do modo duro com o qual falara com ela.

Peter-Eu não estou chateado com você, Mari.-ajoelhando-se de frente para ela, sorrindo-Você é minha irmã e eu te amo muito...Eu só quero o seu bem.-os olhos dele também estavam marejados.

Mari-...Você acha que o papai e a mamãe teriam orgulho de mim?-levantando o rosto para olhá-lo.

          Taylor observava a cena, ainda mais comovido pelo sofrimento de Mariana. Ela queria parecer forte, intocável, mas sua fragilidade, sensibilidade e doçura conseguiram estragar o disfarce dela àquela noite.

Peter-Sem sombra de dúvidas, Mari. Os nossos pais teriam muito orgulho de você, assim como eu tenho.-acariciando o rosto dela. Mari sorri, enquanto lágrimas escorriam por suas faces-Eu te amo.

Mari-Eu também te amo, Peter.-o abraçando-Desculpa por eu não ser uma boa irmã.

Peter-Você não é mesmo uma boa irmã, Mari...-beijando-lhe o rosto-Você é uma ótima irmã.-sorrindo. Ela tabém sorri-Agora a senhorita vai deitar e esperar quietinha aqui enquanto eu vou fazer um café pra você; tudo bem?-carinhoso.

Mari-Tudo bem.-concordando, sorrindo. Os olhos dela pesavam.

Mariana volta a deitar. Peter a cobre com o edredon.

Peter-Fica aí, hein!  Eu não vou demorar.-ficando em pé novamente. Mariana faz que “sim” com a cabeça , fechando os olhos.Peter olha para Taylor-Não liga para as coisas que ela disse...-falando baixinho.

Tay-Eu já estou acostumado.-sorrindo, ainda um pouco sem graça por não ter explicado para Peter a cena que este vira.

Peter-Eu vou fazer o café...Se bem que parece que ela não vai estar acordada para beber...-vendo que a irmã já cochilava-Você vai ficar aqui?

Tay-Não. Não. Eu já estou indo embora. Eu só vim trazê-la. Agora que ela está em casa, é a minha vez de ir para a minha.-os dois deixam o quarto de Mariana, dirigindo-se para a sala. A porta já estava aberta, pois Peter passara primeiro para prender Snoopy, e Taylor não fechara a porta porque tinha Mariana nos braços quando entrara. Os dois andavam em silêncio. Ambos sabiam que o assunto do beijo também caminhava entre eles mas nenhum ousava a tocar no assunto; até que, ao parar à porta, Taylor olha para Peter-...Peter, aquilo que você viu no quarto da Mariana...Eu posso explicar. Eu nunca me aproveitaria da sua irmã. Ela me beijou e...Eu não estou querendo me fazer de vítima, tão pouco de inocente, mas...-Peter o interrompe:

Peter-Não precisa explicar nada, Taylor. Eu vi a Mari segurando a sua gravata. Além disso, eu sei que você não seria capaz de beijá-la contra a vontade dela...Principalmente depois dessa demonstração de carinho e cuidado que você deu hoje. Muito obrigado.-batendo fraternalmente no ombro dele.

Tay-Não precisa agradecer, Peter. Apesar das nossas briguinhas, eu gosto da Mariana.-sorrindo timidamente-Pena que eu não tenha cuidado dela tão bem assim...-chateado-Nós nos perdemos um do outro e quando eu a encontrei, ela havia bebido bastante, já que não falava coisa com coisa...

Peter-Ela segurou toda a dor que estava sentindo, tentando fingir pra mim que estava bem mas eu sabia que ela não estava.

Tay-É por causa da morte dos pais de vocês, não é?

Peter-Hoje era o aniversário da nossa mãe.

Tay-...Sinto muito, Peter. Eu não sabia disso...Ela não me disse.-comovido.

Peter-A Mari não gosta de falar. Ela prefere tentar esquecer; sai pra se distrair...mas por dentro ela sabe que não engana nem a si mesma.

Tay-Por isso que ela quis ir para a exposição mesmo que fosse comigo...-compreendendo.

Peter-A nossa mãe sempre ia para exposições de fotografia e levava a Mari junto. Elas adoravam.-com um sorriso melancólico.

Tay-Se eu soubesse que ela estava triste e que tudo isso terminaria assim, não a teria deixado sozinha nenhum segundo sequer. A culpa foi minha.-passando as mãos pelos cabelos-O Ike pediu que eu cuidasse dela, mas eu não o fiz.

Peter-Você não teve culpa de nada, Taylor.

Tay-Eu não estava com ela quando deveria, Peter.

Peter-O que você acha que poderia fazer? Impedi-la de beber? Você acha que a Mari te obedeceria em alguma coisa?

Tay-...Não.-deixando escapar um sorriso no canto da boca-Ela é muito teimosa.

Peter-Você fez muito por ela hoje, Taylor, e eu te agradeço bastante por isso. Obrigado mesmo.

Tay-De nada, Peter.-sorrindo meio envergonhado-Boa noite. Vai lá ver como ela está. Não vou mais tomar o seu tempo.

Peter-Tomara que ela já tenha dormido.-sorrindo-Amanhã eu tiro com a cara dela.-brincando. Taylor ri, mas ficando sério logo em seguida.

Tay-Só não conta para ela sobre o beijo, Peter. Por favor. Ela não vai gostar de saber que me beijou, mesmo que bêbada. Aliás, só bêbada mesmo para ela me beijar.

Peter-Pode deixar. Eu prometo que não falo nada.

Tay-Obrigado.-os dois fazem um cumprimento com as mãos-Tchau, Peter.

Peter-Tchau, Taylor. Mais uma vez, obrigado.-sorrindo. Taylor lança um último sorriso e deixa o apartamento, caminhando para o corredor em direção aos elevadores. Peter fecha a porta-Quando você vai entender que eu te conheço melhor do que ninguém, Mari. Você pode tentar enganar a si mesma, não a mim.-falando para si mesmo, balançando a cabeça.

* * *

Isaac olhava para a camisinha, mudo.

“Ih! Ele deve estar pensando besteira!”-Pietra pensa, tencionando pegar a embalagem para guardar na bolsa. Mas Isaac o faz primeiro, atraindo o olhar dela para si.

Ike-Foi com o Tay que você perdeu a virgindade, Pietra?-a encarando, sério. Pietra, que se surpreende com aquela pergunta tão direta e estranha vinda de Isaac, começa a rir. Isaac fica irritado, sem saber o motivo das risadas dela-O que eu perguntei de tão engraçado? Você está apaixonada pelo Taylor, Pietra? É isso?

Pietra-Desculpa. Eu não estou rindo de você...-tentando controlar o riso-...É que você tem de convir que é no mínimo estranha essa pergunta quando você sempre duvidou da minha vida sexual ativa aos 18. Além disso, a sua cara está hilária! Nem meu pai fez essa cara quando soube que eu não era mais virgem!-pressionando os lábios para não rir. Isaac a fuzila com o olhar.

Ike-Foi com o Taylor?-insistente.

Pietra-O Tay é um fofo, Isaac! Eu amo muito o seu irmão mas nós nunca passamos do estágio do beijo.

Ike-Ele te beijou??

Pietra-NÓS nos beijamos.-sorrindo-Mas somos só amigos. O Tay é o irmão que eu sempre quis ter...É como o Matt. Só que eu nunca beijaria o Matt, essa é a diferença.-rindo-Quer dizer...Eu já beijei o Matt uma vez. Ele foi o meu primeiro beijo.

Ike-O Matt?-pego de surpresa.

Pietra-É.-sorrindo-Eu tinha treze anos. Na verdade, eu quase o obriguei a me beijar. Eu fiquei apaixonada por um garoto da escola e eu sabia que ele também gostava de mim. Só que eu nunca havia beijado ninguém na boca antes, mas o garoto já. Então eu não ficava com ele porque tinha medo de não saber direito o que fazer. Daí eu tive a brilhante ideia de pedir para o Matt me ajudar. Expliquei toda a situação para ele e pedi pra ele me beijar. Lógico que ele riu, tirou muito com a minha cara, mas como era muito ciumento comigo naquela época, fez doce pra me ajudar. Mas eu acabei o convencendo.-sorrindo como se pudesse visualizar a cena-Foi muito engraçado! Até o beijo acontecer, a gente riu muito antes. Nós até batemos nossas cabeças uma na outra em uma das tentativas! Quando a gente já se beijava e eu havia parado de interromper para fazer as minhas perguntas, o meu pai abriu a porta do meu quarto.-rindo-Ele ficou meio em estado de choque. O pobre do Matt não sabia o que falar! Ele nem queria olhar para o meu pai de tanta vergonha! Então eu contei tudo para o papai. Expliquei que eu pedira para o Matt me beijar e que não passara de um beijo didático. Ele ficou meio assim...Coitadinho! A filhinha dele estava crescendo, mesmo contra a vontade dele.-sorrindo-...Até hoje ele me vê como uma garotinha de nove anos!

Ike-Acho que eu me daria bem com o seu pai.-implicando.

Pietra-Engraçadinho!-irônica-Depois daquele dia, meu pai passou a brincar com o Matt falando que ele ia ter que casar comigo.-rindo-Mas ele levou numa boa a história. Hoje ele ri disso, mas ainda brinca com o Matt dizendo que nós dois namoramos.-sorrindo-Agora me dá isso aqui.-pegando a camisinha das mãos dele-Foi um presente do Tay.

Ike-Então não foi com ele que você teve a sua primeira vez, não foi?-desconfiado.

Pietra-Não, Isaac.

Ike-Foi com o cara da respiração boca-a-boca?

Pietra-Você ainda lembra da história do Rodrigo?-rindo.

Ike-Foi com ele?-repetindo a pergunta.

Pietra-Foi com ele, sim, Isaac. Eu tinha dezesseis anos; foi na casa de praia da família dele; era uma sexta-feira, o meu dia da semana preferido...Quer mais alguma informação ou essas satisfizeram a sua curiosidade?-sorrindo sarcástica.

Ike-Preferia ter sido poupado de todas elas.-meio irritado.

Pietra-Eu não acredito que você pensou que eu e o Tay...-rindo.

Ike-Não é tão absurdo assim quando eu já peguei vocês dois juntos na cama dele duas vezes.

Pietra-Você nos viu deitados na cama, Isaac. Isso não quer dizer nada!

Ike-Mas ouvir você se declarar pra ele significa muita coisa.-a encarando.

Pietra-Ahn? Do que você está falando?-enrugando a testa.

Ike-Eu ouvi você falando para o Tay que o ama, Pietra; aqui mesmo, na cozinha do apartamento. Eu entrei na cozinha e você se declarava para ele.-num tom de indignação.

Pietra-...Eu sempre falo para o Tay que o amo, Isaac. Qual o problema?

Ike-O problema é você negar que está apaixonada pelo Taylor quando você mesma confirma como fez agora.

Pietra-Eu já disse que o amo como um irmão. Se eu estivesse apaixonada pelo seu irmão, falaria agora pra você. Não teria problema algum. Queria mesmo estar apaixonada por ele, só assim a minha vida não estaria tão complicada.

Ike-Você não está apaixonada por ele, mas o beija?-a censurando.

Pietra-E você está apaixonado por mim?-o encarando-Porque você já me beijou três vezes, Isaac. Se é tão errado assim beijar alguém por quem não se está apaixonado, acho que é melhor você soltar a pedra porque o seu telhado é de vidro.-ele emudece.

Ike-...-totalmente sem graça.

Pietra-Eu não estou entendendo o porquê dessa conversa. Por que você está falando comigo nesse tom de raiva? O que foi, hein? E se eu estivesse apaixonada pelo Tay? E se nós tivéssemos dormido juntos? Por que essa ideia te incomoda tanto? Você está com ciúme de mim, Isaac?

Ike-Ciúme de você?-olhando-a como se ela tivesse falado algum absurdo-Claro que não, Pietra! Por que eu teria ciúmes de você? Que absurdo! Isso sim é um absurdo!-rindo.

Pietra-Desculpa se eu te ofendi com a minha pergunta infame.-debochada-O que você, um adulto crescido, o senhor maturidade, iria querer com uma fedelha como eu, não é? Infantil, meio doidinha...Não. Claro que não! É realmente um absurdo. Eu sou tão desprezível pra você que a pergunta foi mesmo muito infeliz.-chateada; guardando tudo em sua bolsa de qualquer jeito e forçando o zíper dela com raiva.

Ike-Não foi isso que eu quis dizer, Pietra.-amenizando o tom de voz, percebendo que ela ficara chateada.

Pietra-Eu entendi o que você quis dizer, Isaac.-sem encará-lo, pois seus olhos haviam enchido de lágrimas subitamente.

“Você é ridícula, Pietra!! Por que você foi falar aquilo? Ele NUNCA vai olhar pra você como você quer, sua boba! NUNCA!”-ela pensa, com vontade de bater nela mesma.

Ike-Eu não te acho desprezível.

Pietra-Você não precisa ficar se explicando.-finalmente conseguindo fechar a bolsa.

Ike-Claro que preciso. Você colocou palavras na minha boca, Pietra.

Pietra-É melhor você colocar o termômetro para ver se a febre cedeu.-levantando da cama, ainda evitando olhar para ele.

Ike-Você vai embora?

Pietra-Você merecia que sim, mas, infelizmente, eu não vou conseguir fazer isso.-fria.

Ike-Eu não quis dizer que você não é atraente ou interessante, Pietra...-ela interrompe a justificativa dele:

Pietra-Para, Isaac. Já chega! Não precisa se preocupar, a minha auto-estima não fica abalada por eu não ser o tipo de garota que você considera atraente. Por que eu ligaria para isso?-sorrindo sarcástica-Você também não faz o meu tipo. Estamos quites.

Ike-Então por que eu, mais uma vez, acho que você está com raiva de mim?

Pietra-Porque você sabe que é tão chato que é impossível uma pessoa passar dois segundos com você e não ficar com raiva do mundo.-dirigindo-se até a porta do quarto dele.

Ike-Aonde você vai?

Pietra-Vou esperar na sala que alguém chegue. Talvez lá a espera pareça menos...eterna.-saindo.

          Isaac põe as mãos no rosto e balança a cabeça.

Ike-Você só fala besteira, Isaac!-levantando da cama e indo para a sala. Pietra sentava-se no sofá quando ele adentra o local-Você não precisa ficar se não quiser, Pietra.-ela revira os olhos ao ouvir a voz dele.

Pietra-É uma maneira sutil de dizer que você quer que eu vá embora?

Ike-Não. Eu só não quero que você se sinta na obrigação de ficar aqui mesmo contra a sua vontade.-aproximando-se do sofá.

Pietra-Se você ficar calado, talvez a ideia de ficar aqui não seja tão insuportável assim.

Ike-Atchin!Atchin!-espirrando.

Pietra-Saúde.

Ike-Obrigado.-sentando-se no mesmo sofá que ela, mas mantendo-se um pouco à distância.

Pietra-Por que você não vai descansar no seu quarto?-com um sorriso sarcástico.

Ike-Porque é muito feio deixar as visitas sozinhas.

Pietra-Eu prometo que não vou pensar mal de você por causa disso.-debochada.

Ike-Mas eu vou conseguir me sentir pior do que eu já estou.-olhando para ela, que desvia o olhar.

Pietra-Você verificou a sua temperatura?-tentando mudar de assunto, já que Isaac não iria ficar calado, tão pouco deixá-la sozinha.

Ike-Olha pra mim, Pietra.

Pietra-Eu não preciso olhar pra você pra ouvir o que você fala.

Ike-Mas não vai poder ver nos meus olhos a sinceridade do que eu vou te dizer.

Pietra-Eu nem sei se quero ouvir.-olhando para ele.

Ike-Quando eu te perguntei se você gostava do Taylor ou pareci irônico com relação ao fato de vocês terem se beijado...Eu...Eu não senti ciúmes de você...-ela o interrompe:

Pietra-Eu já entendi isso, Isaac. Não precisa repetir.-aborrecida-Por que você não ficou afônico, hein?

Ike-Calma. Deixa eu terminar.-pedindo-...Eu não senti ciúme de você...Eu não sinto ciúmes de você...mas também não sei explicar direito o que eu sinto.-Pietra aperta os olhos e o olha um tanto surpresa-Eu sinto uma necessidade de te proteger, de cuidar de você; fico com medo que alguém te machuque...Então eu me incomodo com certas coisas, me preocupo...-reticente.

Pietra-E o que isso significa, Isaac?-implorando com o olhar para que ele dissesse o que ela queria ouvir.

Ike-Não sei. Eu não sei.-como se aquilo o deixasse um pouco angustiado-Comecei a pensar nisso há alguns dias atrás. Sempre que você fala do Tay, eu percebo todo o carinho que você sente por ele e...Não sei...Talvez eu tenha um carinho fraternal por você e me sinta mal porque você não gosta de mim tanto quanto gosta dele.

Pietra-...Carinho fraternal?-desapontada.

“ Cai na real, Pietra! Se enxerga! Põe de uma vez por todas nessa sua cabeça oca que o Isaac não gosta de você. Para de se iludir.”-ela pensa, vendo cair por terra a sua primeira, e pelo visto única, ilusão com relação aos sentimentos que Isaac tinha por ela. Por um momento, ela teve a esperança de que ele sentisse por ela o mesmo que ela sentia por ele-“Esquece o Isaac, boba. Esquece.”

Ike-É. Acho que eu tenho certa inveja da cumplicidade que você tem com o Tay. Queria que você tivesse por mim pelo menos um terço do que sente por ele.

Pietra-Por que você quer tanto isso? Que diferença isso faz pra você, Isaac?

Ike-...Eu sinto que preciso disso, Pietra.

Pietra-Só que eu nunca vou gostar de você como eu gosto do seu irmão.

Ike-Por quê não? Você disse que gosta dele como um irmão, por que eu não posso ser como um irmão pra você também?

Pietra-...-baixando os olhos-Porque...porque eu te...

Ike-Porque você...?

Pietra-Porque eu te...eu te acho um chato. É isso, Isaac. Você pega muito no meu pé, implica demais comigo, e o Tay não.-falando bem rápido, num fôlego só, antes que desse tempo para mudar de ideia e desabafar sobre seus reais sentimentos.

Ike-Então é esse o problema?

Pietra-...Ah, Isaac! A gente não escolhe como gosta das pessoas, a gente simplesmente gosta.

Ike-Agora a situação se inverteu: eu é que fiquei me sentindo desprezível.

Pietra-Não. Eu não tinha intenção de te fazer se sentir assim...Se eu te achasse desprezível, não estaria aqui com você e muito menos me preocuparia se você está ou não bem.

         Eles ouvem barulho na fechadura da porta. Os dois olham para ela, esperando pra ver quem entraria no apartamento.

Ike-Você não morre mais.-vendo Taylor adentrar o local. Pietra sorri.

Tay-Eu era o assunto de vocês?

Pietra-Mais ou menos.-levantando do sofá e o abraçando-Graças a Deus você chegou!-sussurra ao ouvido dele, que fica preocupado pelo modo apertado como Pietra o estava abraçando, parecia que precisava de ajuda.

Tay-O que aconteceu, Pi?-perguntando baixinho.

Pietra-Eu quase falei tudo pra ele, Tay.-ele acaricia os cabelos dela e lhe beija a testa, conduzindo-a pela mão para se aproximarem do sofá onde Isaac continuava sentado. Isaac apenas os observava.

Tay-Você está melhor, Ike?-sem conseguir olhar diretamente nos olhos do irmão devido ao que acontecera entre ele e Mariana àquela noite.

Ike-Estou sim. A Pietra cuidou de mim.-olhando para ela.

Pietra-Eu não fiz nada demais, Isaac.-com um sorriso amarelo.

Ike-E como foi a exposição, Tay? Você e a Mari se divertiram?

Tay-...Essa é uma longa história.

Pietra-O que houve?-percebendo que Taylor não parecia entusiasmado.

Ike-Algum problema, Tay?

Tay-Hoje era o aniversário da mãe dela, Ike; você sabia?

Ike-Aniversário da mãe dela?-surpreso-Não. Ela não me falou nada.

Pietra-Eu sabia. A Larita me disse.

Ike-A Mari contou isso pra você, Tay?

Tay-Não. Eu só descobri depois que ela bebeu bastante na galeria e eu tive que levá-la nos braços para o carro; ela chorava e falava da mãe, do pai...Então quando a levei para casa, o Peter me contou.

Ike-A Mari ficou bêbada? Ela chorou?-preocupado.

Pietra-Conta isso direito, Tay.-também preocupada.

Tay-Nós chegamos à galeria e até então tudo bem. Vimos várias fotos, ela estava explicando algumas coisas pra mim, mas...-ele começa a contar a história desde a hora em que ele e Mariana chegaram à exposição até o momento em que Peter contara-lhe sobre a importância daquele dia para eles; omitindo, obviamente, o beijo em Mariana.

Pietra-Nossa! Tadinha!-comovida.

Ike-Era um dia tão difícil pra Mari e eu nem fiquei ao lado dela...Eu não acredito nisso!-inconformado.

Tay-Você não sabia, Ike.-tentando confortá-lo.

Pietra-O máximo que você poderia fazer hoje era passar gripe pra ela, Isaac.-ele a olha feio-Só estou tentando ajudar.-sorrindo marota. Taylor olha para ela, sorrindo também.

Tay-Ficou feliz assim por que eu cheguei, é?-fazendo cócegas na barriga dela, que se contorce rindo.

Pietra-Se eu disser que sim, você para de fazer cócegas?-rindo.I saac os olhava. Pietra percebe.

Tay-Boba!-abraçando-a por trás.

Pietra-Agora você chegou, eu vou embora, Tay. Já está ficando tarde.

Tay-E você acha que eu vou deixar você voltar pra casa sozinha? Nada disso. Eu vou te levar.

Pietra-Mas você tem que ficar fazendo companhia para o seu irmão.

Ike-Não precisa se incomodar comigo, Pietra.-olhando para Taylor-Pode levá-la, Tay. Eu vou dormir agora...-levantando do sofá.

Pietra-E a febre, Isaac?-preocupada.

Ike-Não dispense a companhia do seu amigo por causa da minha febre.

Pietra-Deixa de infantilidade, Isaac.-Taylor olha para os dois sem entender aquela conversa.

Ike-Você tem razão; eu estou sendo muito infantil hoje. Já falei bobagem demais. Devo ter te enchido muito...Boa noite.-seco; deixando a sala.

Tay-Tem certeza de que você ia falar pra ele que está apaixonada? Pelo clima, vocês estavam brigando antes de eu chegar.

Pietra-Shiii! Tá louco, Tay? Fala baixo!

Tay-Desculpa.-arregalando os olhos e pondo as mãos sobre os lábios. Pietra ri da cara engraçada que ele fazia.

Pietra-É só você chegar e eu vejo a luz no fim do túnel.-sorrindo.Tay também sorri mas Pietra percebe que havia algo de melancólico no olhar dele-Qual o seu problema?

Tay-Ahn?-sem saber do que ela falara, já que ela mudara de assunto de uma hora para outra.

Pietra-Eu sei que tem alguma coisa errada com você. Não quer conversar?-olhando-o com ternura.

Tay-...Acho que você é a minha luz no túnel, Pi; porque eu passei o caminho de volta para cá planejando a que horas eu te acordaria amanhã na sua casa para conversar com você.

Pietra-Viu como eu facilito a sua vida? Já estou aqui. Nem precisou esperar até amanhã.-sorrindo. Ele também sorri-Eu também queria muito falar com você, Tay.

Tay-Quer ir para o meu quarto conversar?

Pietra-Urgente. Pelo visto, nós dois precisamos.-consentindo. Eles seguem para o quarto dele.

* * *

Ai meu Deus! Por que o Victor tinha que aparecer aqui? Por quê?-Linda estava na cozinha da cafeteria. Ela tirava seu avental, sujo de café. Seu nervosismo era visível.

Ela levanta um pouco a blusa, que acabara sujando também, e vê que sua barriga estava um pouco vermelha.

-Tudo bem aí, Linda?-um dos funcionários que trabalha na cozinha pergunta.

Linda-Tudo bem sim.-forçando um sorriso-Só dei uma de desastrada enquanto servia uma mesa, mas não teve consequências graves.

-Que bom então!-sorrindo; passando por ela e atravessando a cozinha para voltar ao trabalho.

        Victor adentra o local. Como a cozinha não era tão grande, ele logo avista Linda, que estava de costas para a porta pela qual ele entrara.

Victor caminha até ela.

Victor-Você se machucou, Linda? Precisa de ajuda?-bastante preocupado .Linda vira-se de frente para ele, surpresa com a aparição dele na cozinha.

Linda-...-olhando-o, mas sem conseguir dizer nada.

Victor-Deixa eu te ajudar, Linda.-tencionando aproximar-se dela. Linda reage, tensa com a possibilidade de contato físico com ele.

Linda-Não chega perto de mim.-dando passos para trás, mantendo a distância-O que você está fazendo aqui? Você não pode entrar aqui dentro, Victor.

Victor-Eu vim ver se você estava bem...se não precisava de mim.-triste pelo modo com o qual ela olhava para ele.

Linda-Veio ver se eu estava bem?-rindo ironicamente-Conta outra, Victor! Desde quando você se importa com o que as outras pessoas sentem? Desde quando você se importa com o que eu sinto?

Victor-...-assustado com a hostilidade dela.

Linda-Eu não preciso de você...por favor, vai embora. Eu não quero mais te ver.-suavizando o tom de voz, sem conseguir manter a pose de durona.

Victor-Por que, Linda? Por que você não quer me ver? Explica pra mim pelo amor de Deus!-angustiado.

É então que Lara chega ao local. Ao avistar Linda e Victor juntos e, embora não ouvisse a conversa pois eles não elevavam o tom de voz, Lara conclui que aquilo era uma discussão só pelos gestos da amiga. Ela se encaminha até eles.

Lara-Algum problema, Linda?-interrompendo a conversa dos dois.

Linda-Todos, Lara.-abraçando a amiga-Por favor, diz para esse garoto que eu não quero vê-lo nunca mais na minha vida.-Lara olha para Victor, sem graça.

Lara-...Você ouviu o que ela disse, né, Victor?-mordendo o lábio inferior; constrangida.

Victor-Eu não saio daqui, Lara, enquanto ela não conversar comigo.

Linda-Eu não quero conversar com você, Victor. Vai embora.-com a voz fraca, quase num sussurro.

Victor-Por que você está me tratando assim? Nós precisamos conversar e você sabe disso.

Lara-...er...Eu vou voltar lá para fora pra vocês poderem conversar...-desconfortável por estar ali.

Linda-Não, Lara. Fica aqui comigo.-segurando o braço da amiga.

Lara-Ai meu santo Amaro!-murmura.

Victor-Eu te amo, Linda. Eu te amei desde a primeira vez que eu te vi...-com os olhos cheios de lágrimas-Você nem imagina o quanto eu estou sofrendo desde o dia em que você terminou comigo sem eu nem ao menos saber o porquê!

Linda-Você é muito cínico, Victor!-exaltando-se novamente-Como você pode dizer que me ama depois de tudo o que você fez? Eu nunca vou te perdoar, Victor! NUNCA!-começando a chorar-Sai daqui! Eu não aguento mais olhar pra você, ouvir a sua voz...Me deixa em paz!-todos na cozinha dirigem seus olhares para eles. Linda fica sem graça, baixando a voz-Se você sentiu, pelo menos uma vez, algum sentimento verdadeiro por mim, Victor, some da minha vida. Não me faz sofrer mais do que você já fez, por favor. Esquece que eu existo porque é isso que eu estou tentando fazer com relação a você.-com olhar de súplica.

Lara-...Por favor, Victor, vai embora.-implorando; vendo que a amiga estava muito abalada com a presença dele.

Victor-Mas eu tenho o direito de saber o que foi que eu fiz pra ela, Lara. Eu preciso saber.-olhando para a ex-namorada-Você sempre fala como se eu tivesse plena consciência do ‘mal’ que eu te fiz, mas eu juro que não sei do que você está falando.

Linda-Você sabe muito bem o que você fez, Victor. Põe a mão na consciência e tenta lembrar. Não me faz sofrer mais do que você já fez.-abraçada a Lara, chorando.

Lara-Por favor, Victor...-já quase chorando também.

Victor-...Tudo bem; eu vou embora.-deixando algumas lágrimas rolarem por seu rosto-Mas eu vou provar pra você que eu te amo, Linda, e que eu nunca fiz e nunca faria nada para te magoar. Eu não sei por que te perdi, mas eu sei por que eu te quero de volta.-firme, enxugando suas lágrimas. As lágrimas de Linda multiplicam-se ao ouvir aquilo e ver Victor chorando. Ela esconde o rosto no ombro da amiga, não querendo mais olhar para o ex-namorado. Ele abaixa a cabeça, triste-Cuida bem dela por mim, Lara.

Lara-...Pode deixar.-bastante tocada com toda aquela situação.

Victor deixa a cozinha, arrasado. Ele tentava controlar suas lágrimas, mas a dor que ele sentia era mais forte do que seu auto-controle.

Ele volta para a mesa na qual Zac e Diana estavam sentados. Ambos já bebiam seus cappuccinos.

Victor-Eu estou indo embora, Zac. Foi um prazer conhecê-la, senhora Hanson.-querendo ir embora dali.

Zac-Você está chorando, Victor?-assustado.

Diana-O que aconteceu, meu filho?-aflita.

Victor-A Lara explica pra vocês...Preciso ir pra casa agora.-apressado.

Zac-Eu te levo, cara...-tencionando levantar.

Victor-Não precisa, Zac. Fica. Eu vou caminhando.-batendo fraternalmente no ombro dele-Obrigado por tudo. Tchau, senhora Hanson.

Diana-Tchau, querido.-com dó dele.

Zac e Diana seguem-no com o olhar até vê-lo sair da cafeteria.

Zac-Pelo visto, as coisas entre eles não melhoraram.-lamentando.

Diana-Olha a Lara ali.-vendo que ela caminhava até eles.

Lara-Onde está o Victor?

Zac-Foi embora. Ele estava arrasado. Eles brigaram?

Lara-Na verdade, nem chegaram a se falar direito.

Diana-E como a Linda está?

Lara-Tão arrasada quanto ele. Ela não para de chorar.-triste-Eu estou preocupada com ela, Zac. Será que você poderia levá-la para casa? A Lili não está bem para voltar para casa sozinha.

Zac-Claro.

Lara-Eu vou lá na cozinha para ajudá-la a arrumar as coisas dela pra gente ir.

Zac-Tudo bem. Eu só vou pedir a conta e espero vocês aqui.

Lara-Obrigada, amor.-dando-lhe um rápido selinho, agradecida-Vou falar com a Linda. Deixei a Dayse tomando conta dela, mas ela não pode ficar lá por muito tempo. Eu volto logo.

Zac-Ok.-ela segue novamente para a cozinha.

* * *

        Sem saber o porquê, mas se sentindo um idiota, Isaac volta para seu quarto. Ele estava com raiva de si mesmo por não ter estado ao lado de Mariana num dia tão difícil para ela; por ter sido um pouco grosso com Pietra antes de ir para seu quarto; com raiva por não conhecer direito os próprios sentimentos...

Isaac estava tão contrariado que sua dor de cabeça e a sensação de mal estar aumentavam.

Decidido a dormir para esfriar a cabeça e esquecer aquele dia, Isaac puxa o edredon para poder deitar sobre sua cama.

Ele apaga a luz do quarto e caminha até sua cama para finalmente deitar.

        Sua distração era tamanha, que ele não vira quando uma folhinha de papel, que caíra da agenda de Pietra quando os dois ainda conversavam no quarto dele, fora parar no chão com o movimento brusco do edredon.

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