segunda-feira, março 31, 2008

Capítulo 58

Oie, flores!!
Nem demorei, né? Pois é, mas nem consegui digitar o capítulo todo.=/ Era mtooooo grande! !Mas para não deixar vocês sem atualização, resolvi postar o que eu já tinha digitado e o que consegui digitar durante esse final de semana.Eu tenho provas terríveis essa semana, então nem era para eu estar aqui agora hahahaha
Beijãoooo, meninas.
Vou mimir porque já são 1:21 e eu tenho aula mtoooo cedo amanhã!
Espero que gostem do capítulo!
Quero ler os comentários, viu?
=*************

Boa leitura

Lara




Cap. 58





Teddy-Que gritaria é essa??-entrando novamente na loja com a refém. Ele a solta e olha para Harold-Onde estão o heroizinho de meia tigela e a enfermeira dele?-Harold nada fala. Teddy entende tudo-Harold, seu estúpido! O que deu em você para deixar aqueles dois saírem daqui???-a caminho da salinha sendo conduzido pelos pedidos de socorro de Mariana.

          Chegando à salinha, Teddy encontra Mariana aos prantos abraçada a Taylor, que estava desmaiado sobre a cadeira.

Teddy-O que aconteceu??
Mari-Ele desmaiou! Por favor, tirem ele daqui!! Ele precisa de um médico urgente!!!
Teddy-Maldição!!-cerrando os punhos; irritado-Mais essa agora!!
Harold-Ele desmaiou?-surgindo à porta. Teddy o olha.
Teddy-O que você está fazendo aqui, Harold? Você deixou as duas mulheres sozinhas??!-incrédulo-O que você tem na cabeça, seu burro??! Elas vão fugir!!-tencionando voltar para o salão da loja.
Mari-Por favor, ajudem aqui!!-chorando-Taylor, fala comigo!!-batendo de leve no rosto dele.
Harold-Não, Teddy! Você não vai.-segurando o braço dele. Teddy o olha surpreso.
Teddy-...-sorrindo sarcástico-O quê?
Harold-Isso mesmo que você ouviu. Eu deixei as duas mulheres sair porque já chega de manter essas pessoas aqui!-caminhando até Mariana para tentar pegar Taylor nos braços. Teddy não acreditava no que via e ouvia.
Mari-Cuidado com a cabeça dele.-ajudando Harold para que Taylor não se machucasse.
Teddy-Eu dou as ordens aqui, Harold!-se aproximando dele tomado pela raiva-Eu digo o que você pode ou não fazer!-dando um tapa no rosto dele. Harold o olha com fúria.

Harold-NÃO, TEDDY! CANSEI DE FAZER O QUÊ EU ACHO ERRADO SÓ PORQUE ERA O QUÊ VOCÊ QUERIA!-explode-VOCÊ FALOU QUE NÓS ASSALTARÍAMOS O BANCO, PEGARÍAMOS A GRANA E NINGUÉM SAÍRIA MACHUCADO! EU CONCORDEI! MAS OLHA SÓ PARA A GENTE AGORA: NÃO TEMOS CHANCE DE FUGA; TEM GENTE FERIDA E VAMOS COMPLICAR AINDA MAIS NOSSA SITUAÇÃO SE ESTE GAROTO MORRER!!-firme-A GENTE VAI ENTREGAR O GAROTO AGORA!-Teddy põe-se no meio do caminho impedindo a passagem.
Teddy-Leva o garoto, mas ela fica!-não querendo admitir que Harold dominasse a situação, mas ele realmente não queria ser culpado pela morte de alguém.
Harold-Não. Ela vai também! Chega disso! Não vou mais acatar a nenhuma ordem sua! Eu também mando! Sai da minha frente!!
Teddy-Você não vai sair daqui, Harold!-apontando o revólver para ele.
Harold-VAI! ATIRA!
Teddy-Eu não estou brincando, Harold!
Harold-Você não hesitou em atirar no moleque mesmo sem saber se o atingiria ou a mim; não é??Você não se importa em me humilhar na frente de pessoas que deveriam me temer e não caçoar de mim pelo modo como você me trata! ATIRA!-se aproximando mais dele e segurando o cano da arma.
Mari-Por favor, Teddy, deixa a gente sair.-implorando, amedrontada.
Harold-Vai. Atira. A sua pena vai ficar bem maior e assim você me livra de ser indiciado por cárcere privado além da acusação de roubo e porte ilegal de arma.
Teddy-...Harold, você quer poupar a vida desses dois mas garanto que eles vão se divertir quando te virem atrás das grades!! Para com isso, camarada.-suavizando o tom da voz para tentar bajulá-lo-A gente pode pegar o carro, a grana, a garota e fugir. Depois a gente divide tudo meio a meio.
Harold-Mentira! Mentira! Você mentiu para mim quando disse que soltaria os reféns quando a polícia desse o que pedíamos! Você mentiu quando disse que não machucaríamos ninguém! Eu sou ladrão, sim, mas assassino nunca! E se eu deixar o garoto aqui, serei culpado se algo acontecer a ele! Eu estou no comando agora, Teddy!-batendo em seu ombro com o corpo enquanto passava por ele carregando Taylor. Mariana o segue.

        Teddy permanece imóvel, atônito. Não esperava aquela reação do comparsa, que sempre havia sido tão subserviente e ingênuo. Era o fim da linha para ele, pois sem a ajuda de Harold, para quem ele delegava as piores tarefas e as mais arriscadas, Teddy sabia que não teria chance de êxito. 
Mas, pior do que saber que a polícia invadiria o prédio assim que Harold se rendesse e libertasse os reféns, era sentir o gostinho amargo da derrota; ter sido contrariado e desobedecido pela única pessoa a quem ele impunha suas vontades e comandava como queria.




* * *




Matt-Ah! Finalmente! Por que vocês demoraram tanto, hein?-sorrindo malicioso ao ver Isaac e Pietra chegarem à mesa em que ele estava.
Ike-Eu estava ganhando o meu abraço.-olhando para Pietra, sorrindo. Ela também sorri.
Matt-Beijinhos também?
Pietra-Matt!-o repreendendo. Isaac baixa os olhos, sem graça.
Matt-Ué! O quê que tem demais?!-cínico-Eu não disse nenhum absurdo! Beijinhos no rosto, eu não disse que eram na boca!
Pietra-Aham. Seu sorrisinho também quis dizer a mesma coisa.-irônica; olhando feio para ele.
Matt-Foi só uma brincadeirinha, Pi!
Pietra-Sem graça, diga-se de passagem.
Matt-Onde está o seu senso de humor, prima?
Pietra-Acho que foi parar no mesmo lugar para onde eu vou mandar você ir daqui a pouquinho.-sorrindo sarcástica.
Ike-Não quero nem saber para onde.-brinca, tentando melhorar a situação.
Matt-Muito menos eu.-levantando para abraçá-la-Vem cá, minha princesa!
Pietra-O que deu em você, Matt?-aceitando o abraço dele para sussurrar ao seu ouvido.
Matt-Desculpa. Foi uma brincadeirinha de mau gosto. Eu sei.-também sussurra, soltando-na.
Pietra-Bem, acho melhor lavarmos as mãos agora, né?-pondo sua bolsa sobre a mesa.
Matt-Eu já lavei. Só estava esperando por vocês para fazer o pedido.
Ike-Então agora é a nossa vez, Pietra.-olhando para ela, sorrindo. 

Nisto, o celular de Matt começa a tocar. Ele tira o aparelho do bolso para atender.


Matt-Alô?(...)Oi, Zac! Como você está, cara?-sorrindo. Isaac e Pietra olham para ele-O Ike está comigo, sim. Ele e a Pi. O que foi? Você parece nervoso...-Isaac enruga a testa, assumindo uma expressão preocupada. Pietra também fica preocupada, pois Matt, sempre brincalhão, ficara sério subitamente-Vou passar para ele, Zac.-estendendo o telefone para Isaac.

Ike-Desculpa, Zac: deixei meu celular no escritório...-ele é interrompido pelo irmão mais novo, que fala sobre o que havia acontecido com Taylor e Mariana-O quê?!!-espantado-Mas onde???Como isso aconteceu, Zac?!-nervoso-Eu estou indo agora para aí.-desligando o telefone. Pietra e Matt o olham.




Pietra-O que foi, Isaac? Você está com uma cara!
Ike-Eu tenho que ir agora. O Tay e a Mari...-atordoado-...Eu tenho que pegar o meu carro!-entregando o celular de volta para Matt.
Matt-O quê aconteceu, cara??
Pietra-O quê tem o Tay e a Mari??-assustada.
Ike-Eles estão sendo mantidos como reféns em uma loja na rua 43! O Zac e a Lara estão no local! Vou para lá agora!-apressado.
Pietra-...-entreabrindo a boca mas sem conseguir emitir som algum pelo susto.
Matt-Eu te levo até lá, Ike. Melhor você não dirigir desse jeito.
Ike-Valeu, cara! Acho que eu não conseguiria mesmo.-tremendo.
Pietra-Eu vou com vocês.
Matt-Fica, Pi. Não sei se é seguro...-ela o interrompe:
Pietra-Eu vou junto, Matt! Fim da história.-pegando sua bolsa sobre a mesa; decidida. Matt desiste de tentar convencer a prima.

          Os três deixam o restaurante em direção ao prédio do escritório para pegar o carro de Matt no estacionamento.





* * *



         Todos se surpreendem quando Mariana e Harold, carregando Taylor nos braços, saem de dentro da loja. Os policiais abaixam suas armas imediatamente.

     Os médicos à espera se apressam para atender Taylor e Mariana, enquanto os policiais algemavam Harold e o revistavam para apreender sua arma. Outros oficiais se certificam com Mariana de que não havia mais nenhum refém dentro da loja e invadem o local.

       Zac e Lara correm até os dois. Mariana estava muito nervosa e começa a chorar ainda mais ao ver a amiga. As duas se abraçam.

Lara-Que bom ver você, Mari!!-a abraçando mais apertado; sorrindo e chorando ao mesmo tempo.
Mari-Eu tive tanto medo, Larinha...
Lara-Mas agora está tudo bem. Graças a Deus!

       Enquanto isso, Zac tentava driblar o aglomerado de médicos e enfermeiros em volta de seu irmão sobre uma maca.

Zac-O que ele tem??? Ele vai ficar bem??-pergunta aflito para um dos médicos.

-Acalme-se, meu jovem. Nós vamos levá-lo para o hospital agora e vamos cuidar para que ele fique bem.-ajudando a pôr a maca para dentro da ambulância-Você é parente?

Zac-Sou irmão dele.

-Vamos levar o seu irmão para o hospital municipal. Você sabe onde fica?

Zac-Eu não posso ir junto na ambulância?

-Sinto muito.-entrando no veículo.

      Lara e Mariana são interrompidas em seu abraço por uma socorrista que pede para que Mariana a acompanhe até a ambulância: ela também seria levada ao hospital para ser submetida à avaliação médica assim como as outras mulheres que estiveram em poder dos bandidos.
Lara as acompanha tentando ficar perto da amiga o máximo de tempo que podia, aliviada e emocionada por vê-la bem. Ela se junta ao namorado quando se aproximam da ambulância. Zac vê Mariana e, antes que ela entrasse no veículo, os dois se abraçam. Ambos não contêm as lágrimas. Lara, expectadora daquela cena, também não.

Zac-Que bom que você não se machucou, Mari!
Mari-Graças ao seu irmão, Zac.
Zac-...Eu não acredito que isso está acontecendo!

-Moça, precisamos ir.-a enfermeira, já no interior da ambulância, chamava.

Mari-Não se preocupa, ele é forte...-com um sorriso terno-...ele vai voltar para nós.-se soltando dele. Lara segura a mão dela, chorando. Mariana beija a mão da amiga e se afasta dos dois, entrando na ambulância e desaparecendo quando a enfermeira fecha as portas com pressa.

     Zac e Lara assistem à ambulância deixar o local com sua sirene ligada, seguida por outra que levava as demais reféns.



             *      *      *



    Já no interior do veículo em que Mari estava, ela via o médico prestar os primeiros atendimentos a Taylor. A enfermeira se dirige até ela e lhe envolve os ombros com uma manta. Mari agradece: estava mesmo com frio.

     O médico tentava despertar Taylor fazendo-no cheirar uma gaze encharcada com alguma solução forte. A enfermeira segurava a embalagem do soro que começara a injetar na veia do braço não atingido dele.
Mariana, sentada de frente para a maca onde Taylor estava deitado, estica o braço timidamente e acaricia sua mão.

Mari-Você vai ficar bom. Você tem que ficar bom logo.-enxugando suas lágrimas com a outra mão. Ela desvia o olhar para tentar controlar o choro. Ver Taylor ali, naquela maca, desacordado, deixava Mariana angustiada e com medo.

     Pela janelinha na porta da ambulância, Mariana vê ao longe quando Harold e Teddy, algemados, eram conduzidos pelos policiais para dentro de uma das viaturas.
Chegava ao fim um pesadelo. Pesadelo este muito pior do que os que andavam afligindo Lara durante a noite. Ninguém sabia as consequências daquele episódio traumático, mas ele serviria para unir nossos seis amigos mais uma vez. Um novo encontro no hospital municipal soava como um déjà vu e, assim como na primeira vez, acontecimentos ruins serviriam para que suas vidas se entrelaçassem ainda mais...para que eles fossem recompensados com momentos felizes depois de tanta angustia.




* * *




        Embora com trânsito difícil e o nervosismo contra ele, Matt dirige até a rua 43 o mais rápido possível. Mas quando Isaac, Pietra e ele finalmente chegam, não havia sinal de Taylor e Mariana, muito menos de Lara e Zac. Alguns policiais que permaneciam no local informam que todos os reféns haviam sido levados para o hospital municipal. 
Imediatamente, Matt os leva para o hospital e depois segue para o escritório, onde avisaria a todos sobre o ocorrido e terminaria os trabalhos importantes que Isaac teria que concluir àquele dia.

         Isaac e Pietra chegam atordoados à recepção do hospital...

Ike-Moça, por favor, eu procuro por Jordan Taylor Hanson e Mariana Meyer.
Pietra-Eles estavam envolvidos no sequestro na rua 43...Não envolvidos como agentes, claro! Eles eram reféns...-falava rápido, denunciando o quanto estava nervosa. A recepcionista a interrompe:

-Eu sei quem são, senhorita. O senhor Hanson e a senhorita Meyer estão aqui, sim.-consultando os nomes em seu computador.

Pietra-Podemos vê-los?-apressada.

-Os senhores são parentes deles?

Ike-Eu sou irmão do Taylor e namorado da Mariana.-responde instantaneamente. Pietra olha para Isaac assim que o ouve se intitular namorado de Mariana. A recepcionista olha para Pietra como se esperasse que ela também se identificasse.
Pietra-Eu sou namorada do Taylor.-mente. Agora é Isaac quem a olha, surpreso.

-Os senhores terão que aguardar na sala de espera, juntamente com o casal que chegou logo que os pacientes deram entrada aqui no hospital. Eles já estão preenchendo as fichas com os dados dos dois. Estão logo ali.-indicando um cantinho onde Zac e Lara escreviam concentrados.

Ike-Mas por que não podemos vê-los?
Pietra-Como eles estão, moça?-preocupada-Eles estão bem, não é?

-Eles estão sendo atendidos pelos médicos. Não tenho muitas informações para dar. Desculpa. Vocês terão que aguardar. Algum médico logo virá para informar sobre o quadro de saúde dos familiares de vocês.-Isaac e Pietra se olham, temendo que a resposta da funcionária fosse apenas uma desculpa para não comunicar o verdadeiro estado de Taylor e Mariana. A recepcionista percebe que eles estavam interpretando-a de forma errada-Fiquem calmos. Eu falo a verdade. Só os médicos que estão atendendo os dois podem dar mais informações.

     Isaac e Pietra ficam um pouco mais tranquilos e aceitam, mesmo que contrariados, o fato de não poderem ver Taylor e Mariana. Eles se afastam do balcão da recepção e caminham em direção à salinha onde Lara e Zac estavam.

Ike-Por que você disse que era namorada do Tay?-perguntando logo que haviam se afastado o suficiente da recepcionista. Ele a encarava-...Por acaso vocês não estão namorando mesmo...estão?
Pietra-...Não, Isaac. Não.-sem graça.
Ike-...-enrugando a testa-Então por que você disse aquilo?
Pietra-...er...Você disse que era namorado da Mari, então eu disse que era namorada do Tay...er...Achei que a recepcionista não fosse me deixar ver os dois se soubesse que eu não sou nada de nenhum deles.-Isaac para de frente para ela, a fazendo parar também.
Ike-É amiga. Isso vale muito, Pietra.-olhando para ela com ternura.
Pietra-É...eu sei.-com um sorrisinho amarelo.

        Lara e Zac ouvem vozes familiares e erguem seus rostos para ver quem se aproximava. Os dois logo levantam de seus assentos ao verem Pietra e Isaac. Lara e Pietra se abraçam. Zac e Isaac fazem o mesmo.

Ike-Nenhuma notícia?
Zac-Nada ainda.
Ike-Mas você os viu, não foi? Como eles estavam?
Zac-...-baixando os olhos.
Ike-Zac?-aflito.
Zac-Eu não te contei quando falei sobre o sequestro, mas o Tay...
Pietra-O que tem o Tay?-soltando-se de Lara e olhando para Zac ao ouvi-lo tão hesitante.
Ike-Fala, Zac!
Zac-...Ele levou um tiro...
Ike e Pietra- O quê???!
Lara-Mas...Calma, gente. Não vamos nos desesperar antes de ouvir o que os médicos têm a nos dizer.
Pietra-Um tiro?? O Tay??-sem nem ouvir o que a amiga dizia.
Ike-...Eu quero vê-lo! Eu preciso vê-lo!-nervoso.
Zac-Não dá, Ike. Eu já tentei fazer com que me deixassem ver o Tay, mas ninguém deixa. Os médicos estão cuidando dele. Temos que esperar.-fazendo-o sentar.
Ike-E a Mari? Ela também foi atingida??-preocupado.
Lara-Não. Graças a Deus, não.
Pietra-...O Tay...-com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas-...
Lara-Não fica assim, Pê...-comovida com o estado da amiga; abraçando-a novamente. Pietra nem se move, em choque-Vem, Pê. Senta.-a conduzindo até o assento ao lado de Isaac. Pietra não segura o choro. Lara morde o lábio inferior tentando não deixar que suas lágrimas caíssem, mas em vão-Não chora...por favor...

         Isaac estica o braço e envolve os ombros de Pietra, fazendo com que ela deitasse a cabeça sobre seu ombro. Esse gesto faz com que o choro aumente.

Zac-Parece que foi ontem que nós viemos para cá quando eu atropelei o Peter. E naquele dia eu pedi para nunca mais ter que pisar aqui outra vez. Que ironia!-sorrindo sarcástico. Lara segura sua mão e lhe beija o rosto-Eu queria que tivesse sido comigo, Lara! Eu queria ter levado aquele tiro...-Lara o silencia com seus lábios, afastando um pouco o rosto depois para olhá-lo.
Lara-Shiii. Não fala nada, por favor.-sussurra, roçando seu nariz no dele. Zac fecha os olhos, agradecendo a Deus pela presença da namorada naquele momento tão difícil.

       É então que um médico surge à sala. Zac e Lara, em pé, caminham imediatamente até ele. Isaac e Pietra levantam rápido e fazem o mesmo.
Todos começam a enchê-lo de perguntas sobre Taylor e Mariana e se juntam a eles as outras pessoas que também aguardavam notícias de outros pacientes do hospital.
O médico informa que Taylor estava passando por uma cirurgia para a retirada do projétil em seu braço, que seu quadro de saúde não era grave, apesar de ter perdido sangue e ter desmaiado por consequência da queda de pressão que o sangramento acarretara.

Pietra-Nós vamos poder vê-lo após essa cirurgia?

-Depois que ele for transferido do centro cirúrgico para um dos leitos de recuperação, sim. Fiquem calmos. O garoto está bem. Ele teve sorte! O disparo foi feito a uma distância pequena, mas não o atingiu de forma grave.-Isaac, Pietra, Lara e Zac ficam mais aliviados.

Zac-Graças a Deus!
Ike-E a Mariana? Como ele está?
Pietra-Ela se machucou?-preocupada-Por que também a trouxeram para cá?
Lara-Nós podemos vê-la?-o médico sorri com mais aquele bombardeio de perguntas.

-Ela só foi submetida a uma avaliação médica. Não se preocupem, ela não se machucou; só estava bastante nervosa e um pouco desidratada. Agora ela está em um dos leitos recebendo soro. Vocês podem vê-la, mas eu gostaria que nenhum de vocês fizesse qualquer coisa que a agitasse: ela precisa descansar. Ela estava muito nervosa quando chegou aqui e entrando em estado de choque. A única coisa que a fez ficar mais calma e colaborar para receber o soro foi quando fui chamado até o quarto dela e dei notícias sobre o garoto que estava com ela durante o assalto. Agora ela realmente precisa de repouso.

Lara-Nós prometemos, doutor.-prontamente; ansiosa para ver Mariana.

-Sigam-me.-pede. Os quatro obedecem. Eles andam por alguns corredores do hospital até que o médico para em frente a uma porta-Ela está aqui. Eu vou deixá-los entrar, mas não esqueçam do que me prometeram.

Pietra-Não esqueceremos, doutor.

       O médico abre a porta e adentra o local. Zac e Lara seguem-no. Quando Pietra entraria logo após Lara, Isaac segura seu braço a fazendo parar. Ela olha para ele.

Ike-Eu não vou entrar.
Pietra-...-enrugando a testa-Por quê?
Ike-O médico pediu para que não a deixássemos agitada...Depois do que aconteceu entre a gente nos últimos dias, acho que ela não vai gostar de me ver. Não quero deixá-la nervosa.-triste.
Pietra-Isaac...-ele a interrompe:
Ike-Vou ficar esperando aqui fora.-decidido.
Pietra-Tudo bem então. Se você acha melhor...-ele balança a cabeça em sinal de sim.

          Isaac a solta. Pietra entra na sala, fechando a porta ao passar.

Pietra-Oi, Mari.-cumprimentando timidamente.
Mari-Pietra!-sorri ao vê-la.
Pietra-Como você está?-se aproximando da cama dela.
Mari-Melhor agora que tudo já passou, que eu sei que o Taylor está bem, vocês estão aqui...
Zac-Vocês deram um susto enorme na gente!
Lara-Vou ter que passar um dia inteiro sem tomar café agora! Prometi isso quando pedi para que você e o Tay fossem libertados.
Mari-Ow, Larinha! Obrigada!-tocada-Mas...Como você vai conseguir ficar um dia inteiro sem café?

-Só um dia?-o médico ri-Um pedido tão grande exigiria um sacrifício maior, não?

Zac-Ela é viciada, doutor.-sorrindo.
Pietra-Vinte e quatro sem café é uma eternidade para ela! Mais do que um dia é o que eu chamaria de situação incompatível a vida nesse caso.-todos riem.
Lara-Eu pensei em prometer outra coisa...
Mari-Que outra coisa?-curiosa.
Lara-...Deixa pra lá!-rindo.
Pietra-Ah não, Larinha!Fala!
Zac-É. Fala.-sorrindo ao vê-la ficar vermelhinha por virar o centro das atenções.

-Até eu fiquei curioso.-brinca o médico.

Lara-Acredita que eu estava prestes a aumentar o número de dias de abstinência bem na hora em que vi você saindo daquela loja com o homem carregando o Tay nos braços. Fui salva pelo gongo!-mudando de assunto.
Pietra-Ah! Não vai falar, né?
Mari-Deixa ela! Depois a gente descobre.-rindo.
Lara-Que bom que você está bem depois de tudo o quê aconteceu, Mari! Você é muito forte. Se fosse eu, teria que ser sedada por dias!
Mari-Você é mais forte do que pensa, Larinha. Todos nós somos. E eu...eu...eu tive sorte por ter o Taylor comigo...Eu estou rindo agora, mas o que aconteceu não sai da minha cabeça...
Pietra-Acho melhor mudarmos de assunto. Nós te enchemos de perguntas em uma outra hora. Ainda quero dicas de direção com a super motorista que fez altas manobras no trânsito de Nova Iorque!-brinca; descontraindo o clima. Eles riem.
Lara-Nem acreditei quando ouvi pelo rádio que você estava dirigindo o carro do Tay, Mari!
Zac-A Lara ficou tão desesperada que eu me perguntei se era devido ao fato de você ter medo de dirigir e provavelmente ter ficado bastante nervosa ao volante, ainda mais na situação em que você se encontrava; ou se ela temia pela vida das outras pessoas por você estar no banco do motorista.-zoando. Risos.
Lara-Bobo!-dando um tapinha no ombro dele.

-Vocês não estavam em quatro; não?-o médico indaga de repente, notando que faltava alguém na sala. Lara, Zac e Pietra emudecem-Onde está o outro garoto?-estranhando. Lara e Zac só então percebe que Isaac não entrara.
Mari-Quem?-olhando para os amigos-O Peter? Ele está sabendo do que aconteceu?
Lara-Não. Eu não quis falar nada para o Peter antes de saber como você estava. Achei melhor ligar para a escola dele e pedir para a diretora mantê-lo alheio a tudo enquanto eu não pudesse dar notícias concretas.
Mari-Fez bem, Larita. É melhor ele saber de tudo pela minha boca, depois que já passou. Mas...E então, gente, quem está lá fora?-eles permanecem calados. O médico não entende nada. Mariana, então, compreende o motivo do silêncio-...Por que ele não entrou com vocês?
Pietra-...Ele achou que você não quisesse vê-lo. Ele não quis correr o risco de te deixar nervosa...
Mari-...-respirando fundo-Será que eu poderia conversar a sós com ele?
Zac-Tem certeza, Mari?

-Eu não sei o motivo que fez o garoto não entrar, mas se for algo que possa mesmo deixar você nervosa, Mariana, não acho uma boa ideia...

Mari-Eu preciso falar com ele, doutor. Vou ficar nervosa se prolongar esse mal-estar por mais tempo.

-Tudo bem, então. Vamos pedir para que ele entre e deixá-los a sós, mas vocês devem ser breves, porque as visitas serão encerradas por algumas horas para que você repouse.-Mariana concorda e agradece.

         Zac, Lara, Pietra e o médico deixam o quarto. Isaac vai até eles assim que os vê saindo.

-A paciente quer ver você.-se dirigindo até Isaac.

Ike-A mim?-surpreso; olhando para Pietra. Ela movimenta a cabeça positivamente, confirmando. Isaac sorri timidamente.

-Lembrando que ela não deve se alterar; ok?

Ike-Ok.



“Agora eles vão fazer as pazes, Pietra. Vão reatar o namoro e ser felizes para sempre. Não era isso que você queria?”- Pietra tentava lutar contra o apertinho no peito, forçando um sorriso ao ver Isaac sumir atrás da porta do quarto em que Mariana estava.


Zac-Tomara que agora aqueles dois façam as pazes.-olhando para Lara e Pietra.
Lara-Tomara mesmo! Esse clima de hostilidade não combina com duas pessoas que se gostam tanto.
Zac-O Ike tem muito carinho pela Mari! Gostou dela desde o dia em que a viu pela primeira vez, aqui mesmo neste hospital.
Lara-É...Eu lembro de como ele foi atencioso e gentil com ela.-os dois conversavam enquanto Pietra não dizia palavra alguma, apenas ouvia com grande incômodo àqueles comentários sobre Isaac e Mariana como um casal.
Pietra-...er...Eu vou até a cantina aqui do hospital para comprar alguma coisa para comer...-querendo sair dali não só pela conversa dos amigos, mas para tentar pensar em algo que não fosse o quê Isaac e Mariana estariam conversando dentro do quarto-...Vocês querem alguma coisa?
Lara-Café, por favor!-feliz por alguém ter mencionado a palavra “cantina”.
Zac-Eu não quero nada, Pi. Obrigado.
Lara-Depois de todo esse susto, do nervosismo...uma crise de abstinência seria perfeita para que eu também conseguisse um quarto aqui.-abrindo a bolsa enquanto falava para pegar sua carteira.
Zac-Exagerada!-sorrindo; também um pouco mais calmo por já ter notícias do irmão. O clima já não era tenso, o que lhes permitia arriscar algumas brincadeirinhas e sorrisos.
Lara-Exagerada nada! Pode perguntar para a Pê, para a Mari...
Zac-Para a Mari eu pergunto depois, porque agora ela deve estar muito ocupada.-com um sorrisinho maroto. Pietra fica perturbada com a insinuação de Zac; ela queria parar de tentar adivinhar o que Isaac e Mariana conversavam, porque Mari queria vê-lo a sós...



“E se ela contar para ele que eu...”-Pietra entra em pânico só de pensar naquela possibilidade, nem ousando concluir o questionamento interior.


Pietra-Ok. Apocalipse parece uma ótima palavra agora!-murmura; levando uma das mãos até a testa.
Zac-Perdão?-achando tê-la ouvido balbuciar algo.
Pietra-Eu...eu volto logo.-um pouco atordoada.
Lara-Espera, Pê. O di...-estendendo uma nota de cinco dólares-...nheiro.-vendo a amiga deixar o local apressada sem nem ao menos ter esperado para que ela disse o dinheiro para o café. Lara enruga a testa. Ela olha para Zac.
Zac-Ela está mesmo com fome!-brinca; sorrindo.
Lara-...É...acho que sim.-estranhando a saída repentina de Pietra e a sua expressão séria ao deixar o local. Lara abre a bolsa novamente para guardar o dinheiro. Ela ainda tentava compreender a atitude de Pietra quando então percebe que o modo como ela e Zac trataram o fato de Mariana e Isaac estarem juntos sozinhos, conversando por livre e espontânea vontade dela depois de tudo o que acontecera, e com grandes chances de fazerem as pazes, havia expulsado Pietra de lá-Ai não! Droga!! Que mancada, Lara!-batendo na própria testa-Eu disse que ele foi atencioso e gentil?! Ô meu Deus!! Eu deveria ter ficado quieta!-lamentando; totalmente arrependida por ter falado aquilo na frente de Pietra agora que sabia de seus sentimentos por Isaac. Zac a olha sem entender nada.
Zac-Do que você está falando, amor?
Lara-Eu deveria ter apenas concordado com você balançando a cabeça! Ai meu Santo Amaro! Eu teria sido mais sutil se tivesse mudado de assunto! Como eu não me toquei disso antes? Dizer que os dois vão terminar a conversa com um beijo apaixonado demonstraria toda a minha competência como boa e solidária amiga depois disso!-irônica; chateada consigo mesma.
Zac-Ok. Acho que aquele lance de crise de abstinência começa a fazer sentido agora.-alheio aos comentários de censura da namorada.
Lara-...-parando de falar ao finalmente perceber que Zac estava ouvindo tudo e que ele não sabia, nem poderia, tomar conhecimento do grande segredo de Pietra-...er...Comecei a falar coisas sem sentido; não é?-com um sorrisinho amarelo.
Zac-Mais ou menos.-sorrindo-Quanto daquilo era real?
Lara-...Nada! Nadinha! Nem mesmo as pausas!-cruzando os dedos atrás das costas por estar mentindo-...Eu repentinamente lembrei de uma novela que assisto!-falando a primeira coisa que lhe viera à mente.
Zac-Novela? Não sabia que você assistia a novelas.
Lara-Assisto! Gosto particularmente dessa da qual eu falei.
Zac-Nome?-intrigado.
Lara-Nome?-se fingindo de desentendida.
Zac-Da novela.
Lara-...er...Nome?...Sabe que eu não sei!
Zac-Você acompanha a novela e não sabe o nome dela?-a encarando.



“Você é uma ótima mentirosa, Lara! Mentir é feio! Mentir errado consegue ser pior ainda!”-pensa.


Lara-Eu disse que acompanho a novela?
Zac-Disse “assisto”, o que dá na mesma.-se divertindo com o nervosismo dela, que denunciava que ela estava mentindo.
Lara-Minha culpa! Totalmente! Eu quis dizer ‘ assisti ontem por acaso’! Eu estava à toa lá em casa, esperando você chegar; me sobre o sofá, liguei a tv e então comecei a ver uma cena legal a respeito de um triângulo amoroso e...Confesso! Esqueci de você enquanto o mocinho fazia de tudo pra que a mocinha acreditasse na verdade dos seus sentimentos.-Zac ri.
Zac-"Estava à toa"? Eo seu amigo Tom Sawyer?-referindo-se ao livro que ele sabia que ela estava lendo-Desde quando você fica à toa quando ainda não terminou um livro que já começou a ler na maior empolgação?
Lara-...Terminei!-a mentira aumentava.
Zac-Terminou?-desconfiado-Então você vai devolver para a biblioteca?
Lara-...Na verdade, vou ler novamente alguns dos capítulos que mais gostei!-forçando um sorriso-Eles merecem um pouco mais da minha atenção!
Zac-Deixa ver se eu adivinho: os capítulos finais; não é?-maroto.
Lara-Bingo!
Zac-Então você estava entediada porque terminou de ler “As aventuras de Tom Sawyer”, começou a acompanhar uma novela e fica remoendo algumas de suas cenas como se você também participasse delas?-encarando.
Lara-...Você tem um ótimo poder de síntese!-notando que não conseguiria convencê-lo de nada do que dissera.
Zac-E você, definitivamente, não sabe mentir.-a abraçando pela cintura; sorrindo. Lara baixa os olhos, balançando a cabeça.
Lara-É. Eu sei...-um pouco envergonhada.
Zac-Mas você se esforçou.-levantando carinhosamente o rosto dela.
Lara-Não que seja motivo de orgulho, mas eu me esforcei bastante.
Zac-Até se empolgou! Fiquei curioso sobre a história do triângulo amoroso confuso! Se o mocinho gosta da mocinha, onde entra o terceiro vértice do triângulo?-Lara fecha os olhos e respira fundo.
Lara-...A gente pode fingir que eu não disse nada?-mordendo de leve o lábio inferior.
Zac-Finjo também que não fiz algumas analogias à respeito da parte do ‘deveria ter ficado quieta’, ‘boa e solidária amiga’ e da curiosa menção a um triângulo amoroso?-ela entreabre a boca, surpresa com a indireta feita por ele.
Lara-...Por favor.-com olhar de súplica.
Zac-Como você quiser.-dando um selinho nela; fofo.
Lara-Eu sou tonta, boca grande, péssima amiga, e você é muito espertinho.-choraminga, dando um tapinha no ombro dele, que sorri.
Zac-Você é linda, a garota que eu amo, por isso também é sortuda; ótima amiga; e eu sei guardar segredos, se é o que você mais queria ouvir.-sorrindo. Lara também sorri.
Lara-Obrigada.-aliviada.
Zac-Esse negócio de segredo é perigoso; não é?
Lara-Nem me fale! Mas parece que nos persegue! O problema não é guardá-los ou que tê-los seja errado...mas quando eles vêm à tona no momento em que não desejamos, do modo que não planejamos ou por outras pessoas.

Nisso, o celular de Zac começa a tocar. Ele solta a namorada para tirá-lo do bolso e atendê-lo rapidamente, já que todos no corredor olham-no. Em hospitais qualquer barulho é bastante incômodo. 
Zac não reconhece o número que aparecia no display.

Zac-Alô?
-Humm! Muito bom ouvir a sua voz! Mas eu prefiro quando você está bem pertinho de mim, especialmente na mesma sala que eu!-Emily fala; manhosa.


Zac-...-olhando para Lara, que o olhava de volta. Zac cobre o bocal de seu aparelho celular-Amor, vou usar o telefone lá fora. Aqui no corredor dos quartos não é permitido.-só então vendo a placa que trazia estampada a proibição. Hora conveniente para vê-la!



Lara-Tudo bem.-sorrindo compreensiva-Eu vou ficar aqui esperando a Pê.-sentando em uma das cadeirinhas do corredor.
Zac-Volto em um minuto.
Lara-Vou cronometrar.-brinca. Ele dá um sorrisinho amarelo e sai.




* * *



       Isaac bate à porta antes de entrar. Mariana pede que a pessoa entre, pois já sabia que era Isaac. Mesmo assim, ele põe a cabeça para dentro antes de entrar definitivamente a fim de confirmar se ela realmente queria conversar ou se reconsideraria a questão ao vê-lo.

Ike-Posso mesmo?-timidamente.
Mari-Você foi convidado. Tem acesso livre agora.-sorrindo; deitada sobre a cama.
Ike-Que bom!-com um sorrisinho tímido; entrando no quarto e fechando a porta.
Mari-Você não ia vir aqui me ver?
Ike-...Não que eu não quisesse, Mari, mas eu achei que você não quisesse.-parado ainda próximo à porta.
Mari-Você não quer chegar mais perto? Não vou morder você.-brinca, tentando deixá-lo mais à vontade.
Ike-Obrigado por avisar.-também brinca; sorrindo. Ele se aproxima da cama dela-Como você está, Mari?
Mari-Eu estou bem. Agora que tudo passou, que eu sei que o Taylor também está em segurança...E o médico me jurou que o estado dele não é grave e que só está passando por uma micro cirurgia para a retirada do projétil...eu estou bem. Ele não mentiu para mim; mentiu?-se preocupando ao lhe ocorrer que o médico poderia ter mentido para lhe tranquilizar.
Ike-Se ele mentiu para você, então também mentiu para nós todos pois foi isso que ele nos contou.
Mari-Vocês não puderam vê-lo?
Ike-Não. Ele ainda está sendo operado.
Mari-Ainda?
Ike-O médico disse para não nos preocuparmos, Mari. Acho que temos que dar uma chance para ele e confiar.
Mari-...É. Você tem razão.-conformada, já que não tinha nada que ela pudesse fazer.
Ike-O importante é que vocês estão bem e que nada de mais grave aconteceu.
Mari-...-pensativa-Eu tive tanto medo, Ike!-seus olhos enchem de lágrimas ao repassar em sua cabeça uma série de imagens dos momentos em que Taylor e ela estiveram sob o poder dos assaltantes.
Ike-Eu nem imagino, Mari.-segurando carinhosamente uma das mãos dela.
Mari-Se não fosse pelo Taylor, eu não teria suportado...-emocionada-...Ele me protegeu o tempo todo! Até mesmo quando era ele quem precisava de proteção, ele cuidou de mim! E agora ele está numa mesa de cirurgia justamente por ter levado um tiro quando tentava me ajudar! É tudo culpa minha!-se agitando novamente; chorando.
Ike-Não. Não, Mari.-preocupado pelo nervosismo dela-A culpa não é sua. Não tem nada a ver como ninguém.
Mari-Se eu não tivesse feito aquela manobra, se eu não tivesse despertado a ira do Teddy, o Taylor nunca teria batido nele e levado o tiro!
Ike-Calma, Mari. Não fica assim.-a abraçando-Já passou. Não foi culpa de ninguém, apenas tinha que acontecer. O importante é que já passou. Pronto. Agora é olhar para frente e tentar esquecer o que aconteceu.
Mari-Não é tão fácil assim, Isaac!-molhando o ombro dele com suas lágrimas.
Ike-Eu sei. Eu sei. Mas a vida continua...-sem saber o que dizer para acalmá-la-...Garanto que o Tay vai te dizer a mesma coisa quando pudermos vê-lo.- acariciando uma das mãos dela.
Mari-Desculpa ficar chorando e falando essas coisas para você...-se afastando dele para secar suas lágrimas-...Eu sei que você tem razão...Desculpa.
Ike-Não precisa se desculpar, Mari. Eu estou aqui para o que você precisar. Se quiser chorar, pode chorar se for te fazer sentir melhor...Eu só quero que você saiba que pode contar comigo para qualquer coisa.
Mari-Obrigada.-grata.
Ike-Eu que te devo desculpas por ter começado esse assunto...Prometi ao médico que não te deixaria agitada e olha só o que eu fiz!-se censurando.
Mari-Você apenas me ouviu e tentou me tranquilizar. Eu precisava desabafar com alguém...A Larinha já estava bastante mexida com o que aconteceu, eu não queria acabar chorando na frente dela.-olhando para sua mão que Isaac acariciava enquanto a ouvia-...E apesar do nosso afastamento e da nossa situação não estar resolvida...-reticente-...você é um amigo do qual eu não gostaria de abrir mão.-passando a olhá-lo nos olhos.
Ike-...Eu também não queria abrir mão da honra de ser seu amigo, Mari.
Mari-Senta aqui.-se afastando um pouco para o centro da cama para dar um cantinho para ele. Ela bate de leve sobre o colchão indicando onde ele sentaria.
Ike-Não precisa se incomodar, Mari...-ela tenciona sentar. Isaac se aproxima mais da cama dela-Não. Não ouse se mover, mocinha. Você tem que descansar.-cuidadoso. Mari enruga a testa, sorrindo.
Mari-Eu só ia sentar, Ike!
Ike-Nada disso. O médico disse que você precisa descansar.
Mari-‘Descansar’ não significa ficar imóvel. Além disso, não consigo conversar com você sem poder olhar direito para o seu rosto.
Ike-O médico vai acabar me expulsando daqui se vir que eu estou atrapalhando o seu descanso, Mari.
Mari-Como se eu pudesse descansar, muito menos relaxar com uma agulha enfiada na minha veia!-sorrindo sarcástica.
Ike-Acho que eu incomodo menos; não é?-brinca; sorrindo. Mari também sorri.
Mari-O calmante que a enfermeira pôs no soro deve estar fazendo efeito.-zoando. Ele ri.
Ike-Devo agradecer a isso o fato de você querer conversar comigo?
Mari-Talvez tenha ajudado, mas não é o total responsável.-sorrindo.
Ike-É bom poder ver um sorriso seu para mim.-olhando para ela com ternura.
Mari-Senta aqui, Ike.-repetindo o gesto de indicar um local à cabeceira de sua cama. Isaac sorri e faz o que ela pedia.
Ike-Se o médico entrar e brigar comigo, vou dizer que você me puxou.-ela ri.
Mari-Tá certo. Pode deixar que eu confirmo.

          Os dois se olhavam mas o silêncio que se instaurara no quarto fazia com que eles evitassem um pouco o olhar um do outro para se sentirem menos desconfortáveis.
Estava claro que nenhum deles sabia como começar o assunto que os reunira ali, mas havia uma tensão entre eles desde o instante em que Isaac adentrara o quarto, o que não os deixava esquecer, muito menos fugir, da conversa que daria fim ao clima chato. Eles precisavam disso.

Mari-Agora eu entendo o que você quis dizer quando tentou explicar as vezes em que beijou a Pietra. As circunstâncias...elas realmente podem ter grande influência sobre os nossos atos.-o encarando após quebrar repentinamente o silêncio no quarto.
Ike-Mari, eu preciso que você ouça o que eu tenho para dizer sobre tudo isso...Nós ainda não conversamos direito e eu não pude me desculpar o bastante pelo que fiz e pela forma com a qual você descobriu...-ela o interrompe:
Mari-Você não precisa explicar mais nada, Ike.
Ike-Mas enquanto eu não conseguir te contar como os beijos aconteceram e o porquê deles terem acontecido...-ela o interrompe novamente:
Mari-Eu já sei de tudo.
Ike-...Sabe? Como? Se você não pareceu ouvir nada do que eu disse nas poucas “conversas” que tivemos desde àquele dia lá em casa?!
Mari-Você tem bons anjos da guarda; sabia?
Ike-Ahn?-confuso.
Mari-Você conversou com o meu irmão quando foi até lá em casa para tentar falar comigo. O Peter foi um importante advogado de defesa para você.
Ike-...-um pouco surpreso.
Mari-Além disso, a Pietra foi me procurar ontem.
Ike-O quê?-agora ele estava realmente surpreso-Ela foi procurar você?
Mari-Não era para você ficar sabendo. Ela me fez prometer que não falaria nada, mas eu achei que você deveria saber que ela foi ontem até a minha casa para defender você; tomar para ela parte da culpa pelos beijos e pedir que eu ouvisse o que você tinha para me dizer. Ela falou sobre o quanto você gosta de mim e de como está triste por termos brigado...Ela pediu que eu te desculpasse.
Ike-...-entreabre a boca, mas sem ter palavras para comentar aquela revelação.
Mari-Seja porque você queria fazê-la parar de gritar; para confirmar a mentira de uma garotinha ou por impulso mesmo, eu sei que em nenhuma dessas vezes você pensou em me machucar.
Ike-Pode ter certeza que não, Mari.
Mari-Você nem chegou a pensar em mim, Ike.
Ike-...Mari, eu...-baixando os olhos.
Mari-Não estou te culpando ou cobrando nada. Eu só disse algo que você também pode confirmar: quando você beijou a Pietra era como se eu não existisse...era como se nada mais existisse para você...não era?
Ike-Eu não estou apaixonado, Mari.-olhando para ela outra vez.
Mari-Ninguém aqui falou em ‘estar apaixonado’.
Ike-...Mas é isso que você pensa.
Mari-E você também. Tanto que foi a primeira coisa em que você pensou, embora quisesse expressar o contrário.
Ike-...
Mari-Por que é tão difícil assim para você assumir isso?
Ike-Eu não beijei a Pietra intencionalmente, Mari. Foi impulso...Não sei! Mas como seu namorado, eu sei que agi errado. Eu deveria ter te contado antes; deveria ter me afastado dela logo quando o primeiro beijo aconteceu!
Mari-E por que você não pôde se afastar?
Ike-Porque...porque ela é prima do Matt.
Mari-Não, Ike. Você sabe que não foi por isso.
Ike-...Eu não quero que você pense que eu nunca gostei de você, Mari! Eu gosto muito de você! Eu queria ser um bom namorado, o namorado que você merece ter.
Mari-Eu sei, Ike. Você não tem que se preocupar porque eu sei que o fato de você ter beijado a Pietra e de ter se apaixonado por ela não significa que não gosta de mim ou que não se esforçou para ser um bom namorado. O fato de você tentar negar que está apaixonado por ela desde o tempo em que nós dois começamos a namorar é uma prova de que você se importa comigo, que não quer me chatear ou me deixar mal. Mas nós não precisamos disso agora, Ike. Nós precisamos ser sinceros um com o outro para que possamos voltar a ser amigos...bons amigos como antes. A única coisa que deveríamos ter sido desde o começo: amigos. Eu estava carente. Você também. Nós nos gostamos bastante e acabamos confundindo esse carinho com algo que parecia legal no momento, mas agora eu vejo claramente que nos precipitamos. Eu nunca estive apaixonada por você, Ike; assim como você nunca esteve apaixonado por mim. Nós não temos que ter vergonha de sermos honestos porque são as mentiras que fazem com que pessoas que se gostam realmente se separem.
Ike-Eu não sei o que sinto por ela, Mari.-revela subitamente, como se as palavras de Mariana tivessem-no obrigado a tomar coragem para falar. Mari abre um sorriso terno, feliz por ter conseguido fazer com que Isaac confiasse nela.
Mari-O que falta para você descobrir?
Ike-Eu não sei. Eu não sei...
Mari-Se eu significo algum obstáculo para isso, eu quero que você saiba que nossa situação está resolvida: terminamos o namoro e somos amigos. Ótimos amigos como nunca seríamos como namorados! E isso eu não quero perder nunca. Nunca mesmo!-segurando forte a mão de Isaac, que sorria comovido-Você teve tanta consideração comigo lutando contra os seus sentimentos para me preservar, e só agora eu pude ver tudo com tanta nitidez! Se de alguma forma eu sou um motivo para que você não queira assumir seus sentimentos pela Pi, por favor, considere-se livre de qualquer obrigação ou satisfação que você acha que me deve. Eu digo isso como sua amiga, como amiga da Pietra e como alguém que quer que vocês sejam felizes.-sincera.
Ike-Não te deixaria constrangida se...-ela o interrompe:
Mari-Não.-antecipando a resposta para a pergunta dele-Vocês dois juntos seria a confirmação do que todo mundo já sabe: vocês estão apaixonados.
Ike-A Pietra te disse isso? Que está apaixonada?
Mari-...-lembrando que Pietra pedira para que ela não contasse para Isaac sobre seus sentimentos-Não. Ela não me falou nada sobre isso. Nós só conversamos sobre você e a nossa briga.
Ike-Então como você pode parecer tão certa de que a Pietra e eu temos que ficar juntos?
Mari-Porque vocês se beijaram; porque vocês sempre arrumam um jeito de ficar juntos; porque falam coisas bonitas um do outro quando não estão perto...-Ike sorri-...Eu acho que ela também gosta de você, Ike.-tentando demonstrar casualidade enquanto falava sobre sua teoria.
Ike-Eu achei um bilhete que ela escreveu para a Lara, Mari. Ela deixou cair no meu quarto há alguns dias atrás.
Mari-Bilhete?-não entendendo o que aquilo tinha a ver com o que eles conversavam-Por que você lembrou desse bilhete, Ike? Você leu?
Ike-Eu não sabia que papel era aquele! Estava debaixo da minha cama...então eu peguei e li, sim.
Mari-Ai meu Deus! O que tinha escrito nele?-suspeitando.
Ike-A Pietra está apaixonada por mim.-Mariana arregala os olhos ao ouvir aquilo. Ela sabia sobre os sentimentos de Pietra, mas desconhecia o fato de Isaac também já saber.




* * *




      Pietra caminhava em direção a cantina do hospital sem saber onde esta ficava. Apesar de estar mesmo com fome, ela queria caminhar até a cantina para ficar um pouco sozinha e parar de pensar em Isaac e Mariana.

Pietra-Para de pensar nisso, Pietra! Eles vão se acertar e você deve ficar feliz com o namoro deles! Nada de ficar imaginando que um dia você terá chances com ele! Cai na real! Ele mesmo disse para a recepcionista que era namorado da Mari!-murmurava enquanto seguia algumas plaquinhas que indicavam o caminho para a cantina. Como estava distraída, acaba esbarrando em uma das enfermeiras que passava pelo andar-Ooops! Desculpa!-sem graça.

-Tudo bem. Não tem problema.-simpática; porém apressada.

Pietra-Será que você poderia me informar onde fica a cantina?

-Fica no final daquele corredor ali.-apontando a direção-A segunda salinha à direita.

Pietra-Obrigada.

-De nada, querida.-a deixando sozinha novamente.


       Pietra segue o caminho que a enfermeira indicara. Por um lado, dava graças a Deus por não ter mais que ficar circulando perdida por aqueles corredores, mas em compensação a mente não tinha que continuar trabalhando para achar o local: estava livre para deixar que Isaac monopolizasse seus pensamentos.

Pietra-Será que eles estão se beijando agora?-parando de repente em frente à salinha da cantina-Ai não!!-passando as mãos pelos cabelos-Eu tenho que parar de me torturar assim!-falando para si mesma, sem nem se tocar que a porta de vidro do local a deixava à vista de todos no interior da sala-Tenta pensar em outra coisa, Pietra. Outra coisa.-nisso, ela olha diretamente para a porta e vê um casal sentado à uma das mesas olhando para ela-Ótimo! Sou a louca do lugar!-murmura com um sorriso sarcástico, empurrando a porta para entrar. É então que ela sente o cheiro de sonhos dentro do local e, imediatamente, associa o agradável aroma ao que sentira quando estivera dentro da cozinha da cafeteria onde Linda trabalha-Linda!-lembrando da amiga e, consequentemente, da conversa que ouvira entre Linda e Emily.


“ Eu tenho que contar para a Larita tudo o que eu descobri!”-pensa; saindo da cantina apressada. Sua entrada e partida quase que sem intervalo de tempo atraíra os olhares curiosos não só do casal do início, mas de todos que lá estavam. Mas Pietra nem ligava se as pessoas pensariam que era louca ou algo do tipo: ela tinha que encontrar Lara. Não podia correr o risco de esquecer algo tão importante outra vez.






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domingo, março 16, 2008

Capítulo 57

Flores do meu jardim, finalmente, né???
Eu sei que vocês ficam curiosas, ansiosas pelos capítulos de FIL, mas eu juro pra vocês que fico louquinha quando não atualizo o blog logo! Juro mesmo! Dá a sensação de que qualquer coisa que eu faça quando consigo um tempinho livre é errada se não for atualizar o blog! Mas eu faço o máximo que posso, gente. Eu sei que dá raiva ler e ficar na expectativa de ler o resto e esse resto nunca vem, principalmente se estamos esperando alguns acontecimentos, mas, ó, eu não esqueço de vocês nunquinha.
Ahhh quanto ao acontecimento que todas esperam, eu sei que parece que eu enrolo, mas não é. Eu planejei coisas que são muito legais e que conduzem ao que vocês mais querem. Eu poderia tentar apressar as coisas, mas não ia ser legal, sabe? Cenas engraçadas, fofas, interessantes, sairiam se eu fizesse isso. Mas eu garanto que está bemmmm perto! * fechando a boca para não entregar o ouro*

Obrigada pela paciência, ou a falta dela hahah Porque de todo jeito, isso é bom. É sinal de que estão gostando tanto que querem me matar de vez em sempre porque eu não publico logo os capítulos!hahaha Mas não me matem, por favor, porque assim a fic fica sem final!ahahah

Sério, agora!(Não que antes não fosse!)Meninas, FIL está com um especial no site do Who?Is !Quem quiser dar uma conferida, tem entevista comigo, curiosidades sobre a fic...Está bem legal!Eu adorei!Obrigada às donas do site que fizeram um especial muito fofo!!O endereço é este:

http://whois.pangoni.com.br/destaque.html

Deixem um recadinho no guestbook com a opinião de vocês, florzinhas!As meninas, e eu, claro, vou adorar saber a opinião de vocês sobre o especial.

Outroo avisinho antes de ir direto ao assunto: FIL está concorrendo a mais um award, gente!!E dessa vez, vim fazer propaganda aqui!hahaha No award passado eu não fiz, mas agora eu ficaria feliz se vocês votassem caso vocês achem que FIL merece ganhar em alguma das categorias.

http://br.geocities.com/donttellmehistory/FormulariodeVotacao.doc

É só preencher o formulário, salvar e mandar por e-mail para: hitzfanfictions@yahoo.com.br

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm

Pleaseeee, comentem!!Amooo os comments de vocês!
=*********
Boa leitura!

Bem, é isso!Vamos ao que interessa?? ;)

Lara





Cap. 57





      Zac não consegue responder à pergunta da namorada. Ele estava assustada e tentava ouvir se o locutor repetiria a placa do carro...




“...foram encontrados os documentos de Jordan Taylor Hanson, o proprietário do veículo, que, de acordo com testemunhas, está ferido no braço por um disparo feito por um dos bandidos...”




Zac-Meu irmão??!!-parando o carro subitamente no meio da rua. Por sorte, o carro logo atrás dele na faixa mantinha uma boa distância de segurança,o que evita uma batida.
Lara-É o Tay?!!-arregalando os olhos.
Zac-É! É o Tay!!-em pânico-E ele está ferido!!!




“...e os documentos de Mariana Meyer, que conduzia sob ameaças o veículo no momento da fuga. Mais informações dentro de alguns instantes.”




Lara-A Mari também está com ele, Zac?? Ela estava dirigindo??-como se quisesse confirmar se ouvira direito-Os dois são reféns?!-atordoada.
Zac-...-em choque.

         Os carros atrás de Zac começam a buzinar incessantemente.

Lara-Aii meu Deus!! Eu estava sentindo que algo ruim aconteceria! Esse aperto estranho no peito...-já com vontade de chorar.

       Os sons vindos das buzinas dos carros fazem com que Zac volte a si, movendo seu veículo novamente para desobstruir a via.

Zac-Nós vamos pra lá agora!-apressado; nervoso.
Lara-Claro!-angustiada-Meu santo Amaro, cuida deles! Por favor!

        Zac pega o caminho de mais fácil acesso para a rua 43. Eles não estavam tão longe do local, o que permitiria que eles chegassem rapidamente, mas os desvios feitos nas proximidades da rua 43 dificultavam o tráfego.
A demora para ter mais notícias sobre Taylor e Mariana afligia o casal. Lara tentava acalmar o namorado para que ele pudesse dirigir com segurança, mas ela não conseguia disfarçar quão preocupada e nervosa estava.

Lara-Não precisa ficar nervoso, amor. Eu tenho certeza que eles estão bem. Você vai ver. Talvez o Tay nem esteja ferido...Pode ser um engano...Fica calmo porque vai ficar tudo bem...-gesticulando enquanto falava continuamente-Faz como eu. Eu nem estou nervosa.-forçando um sorriso, embora procurasse evitar olhar para ele-Eu sei que eles estão bem, então não temos com o quê nos preocupar...-Zac desvia o olhar da direção e olha para ela.
Zac-Você está me deixando nervoso, Lara.-tentando gentilmente fazê-la parar de falar.
Lara-...-emudecendo. Os olhos dela estavam marejados-Desculpa...Desculpa.-percebendo que não parara de falar por um só instante desde o momento em que soube do assalto-Eu só queria ajudar...-sem conseguir controlar as lágrimas. Ela estava bastante nervosa; não dava para esconder isso.
Zac-...Não chora, amor. Por favor.-em tom de súplica, pois se já estava nervoso antes, vê-la chorar só o deixava mais desesperado.
Lara-...Desculpa, Zac...-enxugando as lágrimas-...Eu queria te ajudar mas só estou atrapalhando; não é?
Zac-Não, Lara. Você não está atrapalhando...-dividindo a atenção entre o volante e a namorada-Você não atrapalha nunca.-segurando o volante com uma mão só para afagar os cabelos dela.

        Por fora, Zac demonstrava calma e tentava não pensar no irmão para se concentrar ao volante e tranquilizar Lara, mas por dentro ele sentia seu coração bater a mil por hora num compasso desesperado, preocupado...Ele também queria chorar, mas não podia. Tinha que ser forte...por ele e por Lara.




* * *




       Harry estaciona seu carro em frente ao prédio da cafeteria. Pietra tira o cinto de segurança, já se preparando para deixar o veículo.

Pietra-Muito obrigada por ter me trazido até aqui, Harry. Gentileza sua ter desviado do seu caminho por minha causa...-olhando para ele com um sorriso de agradecimento.
Harry-Eu que agradeço você ter me deixado ficar mais alguns minutos com você.-fofo. Pietra baixa os olhos, um pouco sem jeito.
Pietra-...Você não existe, Harry!-sorrindo timidamente.
Harry-Existo, sim. Só você que não vê, Pi.-levantando carinhosamente o rosto dela para que pudesse olhá-la.
Pietra-...Não é verdade, Harry! É claro que eu vejo você!-com um sorrisinho amarelo.
Harry-Mas não do jeito que eu gostaria.
Pietra-...-desviando o olhar para o painel do carro-Eu preciso ir agora. Tenho que falar com a minha amiga e depois ir para casa para tomar banho e almoçar rapidinho...Não posso me atrasar para o ensaio do musical; não é?-sorrindo-Nem você, hein!-tentando fugir daquele climinha estranho.
Harry-Se você quiser, eu te espero e te deixo em casa.-não querendo insistir no assunto para não deixá-la desconfortável, principalmente por desejar que ela aceitasse sua companhia por mais algum tempo.
Pietra-Não. Não precisa, Harry. Obrigada pela oferta...que devo confessar, é tentadora...mas eu não sei se vou ser breve e...também depende do movimento na cafeteria, que é bem intenso nesse horário, o que mantém a Linda, minha amiga, super ocupada e com pouco tempo para conversar...-Harry a interrompe:
Harry-Ok.Ok, Pi. Não precisa se explicar tanto. Já valeu a tentativa só por ter considerado a oferta como “tentadora”.-um pouco tristonho, mas dando ‘meio-sorriso’ para disfarçar o desapontamento.
Pietra-Eu estava sendo sincera quando disse isso, Harry. E não porque voltar para casa de carro é bem melhor do que de ônibus...Isso também! Claro!-Harry sorri com o jeitinho dela-...mas a companhia é o que faz do convite a maçã do jardim do Éden.-brinca. Ele acaba rindo.
Harry-Quer ser minha Eva?-brinca também.
Pietra-Eu gosto do meu nome.-sorrindo.
Harry-Eu também gosto.-sorrindo-Não mudaria nem isso em você.
Pietra-...-sem jeito-...Nem o fato de eu falar demais?
Harry-Nem isso.-ela o encara. Harry sorri-Ok. Ok...mas só um pouquinho. Seria uma pequena mudança. Minúscula, eu diria.-ela ri.
Pietra-Desculpa! Eu vim falando durante todo o percurso.-cobrindo o rosto com as mãos fingindo estar envergonhada. Ele ri.
Harry-Acho que vou levar anos para me recuperar.-zoa.
Pietra-Mas existe alguma possibilidade de cura?
Harry-Nada que ver você dançando não cure.-maroto.
Pietra-Ótimo, então. Você se cura ainda hoje e eu durmo com a consciência tranquila.-eles sorriem, pairando o silêncio dentro do carro-...Bem, acho que esta é a deixa para eu sair...
Harry-Não vai morder a maçã?-brinca. Ela sorri.
Pietra-Hoje não. Já falei demais dentro do seu carro, Harry. Vou te poupar agora. Afinal de contas, tem mais no ensaio de hoje. Você não merece aguentar uma tagarela como eu torturando os seus ouvidos por tanto tempo.-inclinando o corpo para frente para beijá-lo no rosto. Harry move a cabeça de modo a fazer com que seus lábios se encontrassem. Pietra se surpreende, abrindo bem os olhos enquanto Harry tinha os seus fechados. Ela entreabre a boca pelo susto, o que facilita o encaixe dos lábios deles. Harry já tencionava intensificar aquele contato quando Pietra, educadamente, afasta o rosto-...er...hmm...Desculpa por falar tanto. Levamos tempo demais nessa despedida!-com um sorrisinho amarelo-Eu já deveria ter deixado você livre há séculos!-extremamente sem graça, falando mais rápido ainda.
Harry-Desculpada.-com um sorriso bobo.
Pietra-...Tchau, Harry.-abrindo a porta do carro para sair-...Obrigada pela carona.
Harry-Tchau, Pi.-sorrindo largamente-Obrigado pelo beijo...-ela o interrompe:
Pietra-Roubado.-saindo; já recuperada da surpresa.
Harry-Maravilhoso.-sorrindo.
Pietra-Breve.-fechando a porta.
Harry-Suficiente.
Pietra-Suficiente para quê?-à janela.
Harry-Para querer ainda mais.-maroto.
Pietra-Eu sabia que eu não devia ter perguntado.-murmura; temendo que, de qualquer forma, Harry pudesse confundir as coisas-A gente se vê, Harry.
Harry-Até daqui a pouco no ensaio.
Pietra-Até.-não tão animada quanto ele, já que previa que uma conversinha com Harry seria necessária depois daquilo.

           Pietra se afasta do carro e acena para Harry quando este o liga novamente.




“ Como eu queria ter correspondido àquele beijo! Corresponder aos sentimentos de quem realmente gosta de mim!...E se eu desse uma chance ao Harry? Talvez eu pudesse esquecer o Isaac...Não! Não, Pietra! Isso não é justo! Não seria justo com o Harry! Ninguém deve usar as pessoas! Eu não posso brincar com os sentimentos dele.”-Pietra pensa, parada no meio da calçada enquanto observava o carro de Harry sumir ao final da rua.



      Pietra “desperta” de seu estado absorto quando ouve barulhos de buzina vindos dos carros que trafegavam por ali.

Pietra-...Quanto barulho!-incomodada. Ela finalmente se dirige até a porta da cafeteria.

      Ao entrar, Pietra encontra o local cheio. Embora fosse horário de almoço e as pessoas devessem fazer refeições mais consistentes, o curto período de tempo fazia as pessoas procurarem opções mais rápidas e práticas. Bolos, tortas, biscoitos, sanduíches...os pedidos eram os mais diversos e os funcionários tinham que trabalhar arduamente para conseguir satisfazer a todos.
Dentre tantas pessoas, Pietra lançava o olhar pelo local a fim de encontrar Linda. É então que, ao caminhar em direção ao balcão para não ficar parada no meio das mesas enquanto procurava a amiga, Pietra avista Karen, uma das atendentes, quando esta passa pelo balcão.

Pietra-Karen. Karen.-a abordando.
Karen-Oi, Pietra!-sorrindo; mas visivelmente apressada.
Pietra-Oi, Karen!-também sorrindo-Eu sei que você está ocupada e eu não quero atrapalhar...Eu só estou procurando a Linda. Preciso falar rapidinho com ela.
Karen-A Lili estava aqui ainda há pouco, Pietra. Mas acho que ela foi para a cozinha...não sei. Isso aqui está uma loucura! Ela deveria estar atendendo também, mas aconteceu alguma coisa e ela foi para a cozinha.-fazendo sinal para que as mulheres sentadas à uma das mesas próximas ao balcão avisando que estava indo-Se eu pudesse, iria chamá-la para você, mas agora não posso...Se você quiser esperar...
Pietra-Eu não posso ir até a cozinha falar com ela?
Karen-...A cozinha não é aberta para visitação, você sabe...
Pietra-É...eu sei.-um tanto desapontada.
Karen-...mas para algumas pessoas a gente sempre abre uma exceçãozinha e dá um jeitinho.-sorrindo. Pietra também sorri.
Pietra-Valeu, Karen! Prometo que será rapidinho!
Karen-Aproveita e fala pra ela voltar aqui para o salão porque estamos precisando dela.
Pietra-Falo, sim.-se apressando em direção à cozinha. Karen vê quando ela some atrás da porta de acesso à cozinha e, então, volta ao trabalho.

        Dayse se aproxima da mesa que Karen servia e, discretamente, puxa o braço dela para sinalizar que precisava conversar.
Karen olha de forma cúmplice para Dayse e serve o casal à mesa rapidamente, soltando um sorriso amarelo ao se afastar com um “Bom apetite”.

Karen-O que foi, Dayse?-passando a se preocupar ao ver a expressão da colega de trabalho.
Dayse-Eu estava servindo as mesas mais ao fundo do salão, mas eu tive a nítida impressão de ter visto a Pietra entrar aqui. Era ela?
Karen-Era. Era a Pietra, sim.
Dayse-...-sinalizando para alguns clientes que os atenderia logo-...E ela já foi?
Karen-Não. Ela queria falar com a Linda e...-Dayse a interrompe:
Dayse-Você não a deixou entrar na cozinha; deixou?-a encarando.
Karen-...-entreabrindo a boca, preocupada com a possibilidade de ter feito algo errado-...Por quê?
Dayse-Ah, não, Karen!-pondo uma das mãos sobre a testa.
Karen-Por quê?? O que tem de errado? Eu sei que não pode toda essa movimentação lá, mas há pessoas para quem a gente libera às vezes...
Dayse-Esse é o problema, Karen!-entregando sua bandeja para Karen com pressa-Atende aquela mesa ali pra mim, por favor. Eu volto já.
Karen-Mas...Pra onde você vai?! Dayse! O que aconteceu?!-nenhuma resposta: Dayse já estava longe. Karen a segue com o olhar, vendo-a entrar na cozinha assim como Pietra. Ela enruga a testa, confusa-Ai meu Deus! O que será que eu fiz de errado?-murmura.




* * *




        A cozinha da cafeteria era bem grande. Pietra passa os olhos pelo local na tentativa de encontrar a amiga, mas não a vê. Ela se aproxima de um senhor que confeitava um bolo e pergunta por Linda.

-A Linda? Acho que eu a vi entrando na sala de estoque.-não muito certo-Fica atrás daquela porta ali.-indicando.

Pietra-Aquela com a janelinha de vidro?

-Exato.-simpático.

Pietra-Obrigada.

-De nada.

Pietra-Ai que tortura entrar aqui quando o meu estômago está roncando e o cheirinho é tão bom!-fala para si mesma, olhando para os pãezinhos doces e os sonhos que estavam sendo feitos por onde ela passava a cominho da tal sala de estoque.

      Pietra abre a porta e adentra o local. Era uma sala larga e razoavelmente longa, cheia de estantes e caixas. Tinha uma temperatura bem amena e agradável, além de ser clara.
Pietra observava as prateleiras das estantes enquanto caminhava por entre elas. Ela pensa em chamar Linda para localizá-la ali, mas hesita ao ouvir vozes vindas do corredor de prateleiras ao lado.

-Eu não acredito que você disse a ele que foi até o apartamento!!

-Eu sei que você pediu para eu nunca mencionar nada disso, mas eu não consegui me segurar diante do cinismo dele!-Pietra reconhece a voz de Linda.

-Primeiro de tudo: nem era para você falar com ele!-a outra pessoa fala de modo exaltado.

Pietra-...Eu conheço essa voz!-murmura baixinho; estranhando o teor da conversa-Pietra, que coisa feia ficar ouvindo a conversa alheia!-tencionando deixar o local.

-Não é tão fácil assim, Emily! O Victor não para de me procurar!!

Pietra-Emily?!-surpresa; parando onde estava.

-E você parece que adora isso! Parece que esquece de tudo o que eu contei pra você; da garota que estava com ele lá em casa no dia em que eu te levei lá para finalmente conhecer os meus pais, já que o Victor desmarcava os encontros porque tinha vergonha de você, Linda! Esqueceu do que aconteceu depois?! Ele te traiu e te abandonou no momento em que você mais precisava!

Pietra-...-arregalando os olhos.

Linda-Eu sei, Emily! Eu sei! Não precisa falar como se tentasse me fazer lembrar algo que eu NUNCA esqueço! Eu nunca vou esquecer!

Emily-Mas esquece que eu te ajudei! Esquece que eu vim até aqui depois que te conheci e abri os teus olhos com relação ao meu irmão! Tudo o que eu te pedi foi que não falasse para ele de forma alguma sobre o meu envolvimento nisso, e o que você fez?!!-com um sorriso irônico.

Linda-Eu fiz o que você pediu! Eu não contei sobre você, Emily! Eu só falei sobre ter ido à casa de vocês, mas não que foi você quem me levou até lá!

Emily-O Victor chegou todo felizinho ontem e não quis me dizer o porquê...Eu desconfiei na hora que tinha algo a ver com você! Claro!-indignada-Como você pôde beijá-lo, Linda???!!

Linda-Ele me beijou!!

Emily-Mas você mesma disse que correspondeu!-elevando o tom de voz.

Linda-Eu amo o seu irmão, Emily!-também alterada.

Emily-Ama??? Ama o cara que tem vergonha de você; que te traiu; que quando eu contei sobre a sua gravidez ele disse com todas as letras que provavelmente o filho não era dele e que não assumiria a criança????!!!!

Pietra-...gravidez??!-tapando a própria boca instantaneamente, temendo ser descoberta-...Gravidez...-repetindo a palavra baixinho como que para digeri-la. Ela estava atônita.

      De repente, o celular dentro da bolsa de Pietra começa a tocar e vibrar. Imediatamente, ela tenta abrir a bolsa para desligá-lo mas o nervosismo a atrapalha. O barulho do toque era abafado, mas ao abrir a bolsa, este se intensifica.

Emily-Que barulho é esse, Linda??

Pietra-Droga!-murmura. Pietra fecha a bolsa novamente e como o telefone não parava de tocar, ela sai rapidamente do local para não ser vista.

      Ao cruzar a porta depois de sair, Pietra a fecha com cuidado para não fazer barulho e abre a bolsa logo em seguida para pegar o celular. Quando vira o corpo para se afastar dali e sair o mais rápido possível da cozinha, ela dá de cara com Dayse.

Dayse-Pi! Ainda bem que eu te encontrei!-ofegante-Você não entrou na sala do estoque; entrou?-visivelmente apreensiva.
Pietra-...Não. Não.-mentindo-Eu estava procurando a Linda mas meu celular começou a tocar...-finalmente com o aparelho em mãos-...Eu tenho que ir agora, Dayse.-atordoada; respirando intensamente-Depois eu falo com a Lili. Tchau.-se despedindo rapidamente da amiga e indo embora.
Dayse-...-olhando pelo vidro da janelinha na porta-...Ela entrou.-vendo que a porta não estava fechada direito.




* * *




Pietra-Alô?!-atendendo ao telefone sem nem ao menos olhar para o número e o nome que apareciam no visor.

Ike-...Oi, Pietra.-timidamente.

Pietra-...-ao reconhecer a voz de Isaac, ela tira o aparelho do ouvido e olha para o display como se quisesse acreditar que era ele mesmo do outro lado da linha.
Ike-Alô?-estranhando o silêncio dela-Pietra?
Pietra-...Desculpa. Eu ainda estou aqui.-recolocando o celular ao ouvido, já fora da cafeteria.
Ike-Você está ocupada?
Pietra-Não. Não. Pode falar.-caminhando para se afastar do prédio da cafeteria.
Ike-...Eu sei que é inesperado e...Você até deve estar estranhando que eu esteja ligando para você, assim como estranhou quando liguei ontem...-fazendo rodeios.
Pietra-Não que isso seja ruim, só...eu me surpreendo quando acontece. Mas se virar um hábito, não vou reclamar.-mordendo de leve o lábio inferior, não acreditando que  havia falado aquilo.
Ike...Não?-sorrindo. Matt balança a cabeça sorrindo ao vê-lo sorrir.
Pietra-Não. Desde que você não me deixe esperando muito para saber o motivo da ligação porque eu sou muito curiosa.-brinca, para atenuar o que dissera anteriormente.
Ike-...er...O Matt e eu estávamos aqui no escritório e vamos sair para almoçar porque é nosso horário de trabalho...
Pietra-Muito justo.-zoa; sorrindo. Ele ri, sem graça.
Ike-Explicando demais; não é?
Pietra-Você já foi mais direto.-marota.
Ike-...É. Acho que sim.-com um sorrisinho amarelo. Ele olha para Matt, que movia os lábios dizendo Convida logo-...er...Como eu dizia, a gente estava saindo para almoçar em um restaurante aqui perto e o Matt...-Matt o encara-...quer dizer...eu pensei em te convidar para almoçar conosco.
Pietra-...-sorrindo; surpresa-...Almoçar com vocês dois?
Ike-Se te parecer atraente...

Pietra-O Matt te obrigou a isso?

Ike-Está apontando um lápis em direção ao meu olho esquerdo.-brinca. Ela ri.
Pietra-E você não quer ficar cego, claro.
Ike-A ideia foi minha, Pietra. Sério.
Pietra-...-ela sente borboletas no estômago ao ouvir aquilo.
Ike-E então...Você aceita?
Pietra-...Onde eu encontro com vocês?-ele sorri.
Ike-Eu passo aí na sua faculdade e pego você.

Pietra-Eu não estou na faculdade. Eu estou pertinho da entrada oeste do Central Park. Eu ia pegar um metrô para chegar em casa mais rápido em casa.
Ike-Fica aí que eu vou te pegar.
Pietra-Não. Eu encontro com vocês em frente ao prédio do escritório de vocês. O trânsito por aqui está estranho. Acho que fizeram alguns desvios porque o congestionamento em algumas ruas próximas está mais intenso. Eu pego um metrô e chego aí mais rápido.
Ike-Tem certeza? Não tem problema se o trânsito estiver complicado...-ela o interrompe:
Pietra-Chego aí daqui a pouco.-ele ri da forma com a qual ela decide o impasse.
Ike-Ponto final.
Ike-Até daqui a pouco, então.-sorridente.
Pietra-Até.-desligando o celular, sorrindo toda boba-Ahh!-soltando gritinhos e dando pulinhos de alegria. É então que ela vê algumas pessoas, que por ali passavam, começarem a olhar para ela. Pietra fica com vergonha e guarda o telefone na bolsa outra vez, voltando a caminhar-Ai meu Deus! O que isso significa?? O que essa ligação, o convite...o que tudo isso quer dizer? Por que ele faz isso?!-ela se questionava baixinho, seguindo caminho para a estação de metrô.

Naquele momento, Pietra já não lembrava do que ouvira na cafeteria, ela só pensava em chegar logo ao prédio do escritório em que Isaac trabalhava para vê-lo.






* * *




Teddy-Achei uma merreca nessa porcaria de loja!-se aproximando de Harold com um maço fino de cédulas-Deixei as moedas no caixa para vocês não dizerem que eu sou um ladrão sem coração.-sorrindo cinicamente, olhando para as duas funcionárias da loja.
Mari-Idiota!-resmunga indignada.
Teddy-O que você disse?-a encarando.
Tay-Ela falou comigo.-se apressando em responder por ela-É assim que ela me chama: idiota. Apelido carinhoso.-forçando um sorriso. Mari o olha. Ele abre bem os olhos como se dissesse para ela não falar nada.
Teddy-Você tem uma ótima namorada.-irônico.
Mari-Ele não é meu namorado!-contesta.
Teddy-Você só sabe dizer isso, garota?!-pondo o dinheiro no bolso da calça.
Mari-Não. Também sei dizer que você é um...-Taylor a interrompe:
Tay-Você tomou o seu remédio hoje, Mariana? Acho que ainda não fez efeito.-sorrindo sarcástico.
Teddy-Vai! Fala o que eu sou, gata. Vou ter prazer em ouvir a sua opinião.-girando o revólver como ameaça indireta.
Mari-...Você é um ótimo líder. Comanda o Harold muito bem.-resistindo à vontade de dizer poucas e boas para ele.
Teddy-Hum! Um elogio?! Pensei que o seu tom fosse indicativo de algo grosseiro...-cínico-Obrigado, gata.-dando um beijo no cano de seu revólver.
Harold-Eu não sou comandado! Eu também sou líder! O Teddy disse pra mim que eu também seria o líder! Não foi, Teddy?-protesta.
Teddy-Cala a boca, Harold.-sem paciência.
Harold-Mas eu também sou líder.-choraminga.
Teddy-Então pensa em alguma coisa inteligente para tirar a gente dessa! Não estou mais aguentando ficar aqui preso olhando para a tua cara e tendo que ouvir essas mulheres choronas!-se referindo às vendedoras e à cliente da loja, que não paravam de chorar-Pensa em algo para fazê-las parar!
Harold-Soltá-las?-arrisca um palpite. Harry o fuzila com o olhar.
Teddy-Acho que eu até consigo ouvir essas idiotas chorando por mais algum tempo mas não consigo ouvir as besteiras que saem dessa sua boca grande!-rude.
Harold-Só quis ajudar, Teddy.-constrangido.

       O telefone sobre o balcão onde ficava o caixa do estabelecimento começa a tocar. Teddy e Harold se entreolham.

Teddy-...Deixa que eu atendo, pode ser a polícia. Já devem ter conseguido o número daqui.
Harold-A polícia? Eles querem fazer compras agora?-confuso. Teddy dá um tapa na cabeça do comparsa-Ai!! Por que você me bateu, Teddy??
Teddy-Outra pergunta óbvia como “por que eu te bati ” e eu arranco os teus dentes, Harold!-indo atender ao telefone.
Mari-Por que você deixa que ele trate você assim?-olhando para Harold.
Harold-Assim como?
Mari-Ele manda, você obedece. Ele bate em você e você se cala.
Harold-O Teddy não manda em mim!
Tay-Duvido que você faça alguma coisa por conta própria!-olhando para Mariana, percebendo que Harold podia servir como peça-chave para tirá-los dali.
Harold-Se eu quiser matar todos vocês, eu posso! Duvidam?-Mariana e Taylor olham um para o outro.
Tay-Não. Não duvidamos.-achando melhor parar com a estratégia.

-EU NÃO VOU ENTREGAR NINGUÉM!! EU QUERO UM OUTRO CARRO PARA FUGIR E COLETES A PROVA DE BALAS PARA MIM E PARA O MEU PARCEIRO.-Harry gritava ao telefone-SEM ACORDOS! OU VOCÊS FAZEM O QUE EU QUERO OU EU MATO TODOS OS REFÉNS! EU NÃO ESTOU BRINCANDO!-desligando bruscamente-Esses policiais acham que eu sou otário!!-espiando a movimentação dos policiais através da parede envidraçada na parte frontal da loja-Droga! Droga!!-chutando uma arara com roupas, derrubando no chão.

       Com o braço são, Taylor traz Mariana para mais perto de si, acariciando a cabeça dela sobre seu peito. Ela aperta os olhos e se encolhe ao ouvir o barulho da arara de ferro atingindo o chão. As outras mulheres choram mais ainda.

Teddy-CALA A BOCA! PAROU O CHORO!-berra. Elas se calam apavoradas.

Harold-Você grita demais, Teddy!-reclama.
Teddy-...-encarando-o com ar de perplexidade-Ora, ora, quem está colocando as garrinhas de fora! Eu grito quando eu quiser, Harold! Você não tem nada a ver com isso, sua anta!
Harold-...-olhando para Taylor e Mariana-...Eu não sou anta.-baixando o tom de voz. Mariana balança a cabeça. Harold desvia o olhar.
Teddy-A polícia quer que a gente liberte os reféns e se entregue! Essa é boa!-irônico-Pedi um carro. Eles têm que nos dar um carro e coletes à prova de balas para fugirmos!
Mari-Eles dão o carro.Vocês fogem. Eles perseguem; cercam e prendem.-sorrindo debochada.
Teddy-Eu levo você junto, garota metida!-irritado com o sarcasmo dela.
Mari-A perseguição será a mesma.
Tay-Mari.-a repreendendo baixinho.
Teddy-Eu te mato então.
Mari-Ótimo! Mata e eles não terão motivos para serem cuidadosos. Facilitaria o trabalho deles poder atirar no carro com vocês dois dentro sem nenhum refém.-sem perder o sorrisinho.
Teddy-Eu posso te matar agora. Ainda terei quarto reféns.-tencionando se aproximar deles. Taylor solta Mariana e se arrasta rapidamente pondo seu corpo à frente do dela como proteção.
Tay-Antes de você tocar em um fio de cabelo dela terá que passar por cima de mim!-com raiva. Teddy começa a rir.
Teddy-Que bonitinho! O herói protegendo a enfermeira!-zoando-Fica na tua, garoto! Um sopro meu e você já era!
Harold-Deixa os dois, Teddy!

         Teddy ia dizer algo, provavelmente bem grosseiro a julgar pelo modo zangado com o qual olhava para Harold. Mas o telefone da loja volta a tocar.

Teddy-Depois a gente retoma nossa conversinha.-caminhando até o balcão.
Harold-Você não pode brincar com o Teddy, menina.-falando baixo para Mariana.
Tay-Ele que não pense em fazer mal a ela!
Harold-Você está ferido. Acha mesmo que pode impedi-lo de alguma coisa?
Mari-Solta a gente, por favor.-implorando; chorando.
Harold-Quando a polícia der os coletes, a gente solta.
Vendedora 1-Promete, moço?-choramingando.
Vendedora 2- O outro não vai deixar!
Harold-Nós queremos machucar ninguém. Não se preocupem.
Cliente-Não querem machucar e o rapaz levou um tiro?!
Harold-Ele bateu no Teddy!
Mari-Eu quero ir embora daqui!-voltando a ficar nervosa.
Harold-O Teddy já está negociando.-compadecido.
Tay-Ele não manda em nada, Mari. O outro é quem manda. Temos sempre que esperar pelas decisões do outro.
Harold-Eu também mando! Por que vocês ficam dizendo que eu não mando? Eu faço parte disso!-indignado-Eu dou ordens também!
Mari-Então solta a gente.
Harold-O Teddy e eu somos um time. Eu não posso decidir nada sem consultá-lo. Isso não é ser um time.
Tay-Mandar você calar a boca; bater em você e negociar sozinho é trabalhar em time?-o encarando.
Harold-...Eu mando vocês calarem a boca agora. Isso é uma ordem.-apontando o revólver para Taylor; incomodado com o que eles diziam. Mariana e Taylor obedecem contrariados. Harold se afasta dos reféns e senta mais à frente da loja, vendo às escondidas a movimentação da polícia pela vidraça do local. Ele podia ver o policial que estava ao telefone com Teddy.

-TEM QUE SER DO MEU JEITO!-Teddy falava, sem paciência.

        Taylor volta a se encostar à parede. Mariana percebe que ele não estava bem, pois estava ainda mais pálido e se encostava à parede como se o corpo não tivesse tanta força. Mari tira alguns fios de cabelo que caiam sobre o rosto dele e nota que ele suava frio.

Mari-Taylor, você precisa ver um médico.-preocupada.
Tay-...Eu estou bem, Mari.-não querendo afligi-la; tentando parecer forte.
Mari-Não. Não está.
Vendedora 2- Ele está pálido!
Mari-E suando frio também.-aflita.
Cliente-Pode ser pressão. Talvez a pressão dele tenha caído!-também se preocupando.
Vendedora 1-Tem uma salinha no final da loja onde tem café e água para os clientes. Às vezes eu deixo alguns biscoitinhos e bolachas salgadas para fazer um lanche...Se ele comer algo salgado pode ser que melhore...
Tay-...Eu estou bem...-com os olhos baixos.
Mari-Harold. Harold.-chamando. Este a olha-O Taylor não está passando bem. Ele perdeu sangue...A pressão caiu...-nervosa.
Vendedora 2-Deixa ele ir até a salinha lá nos fundos para comer alguma coisa, beber água.-pede; comovida.
Harold-A pressão caiu?-levantando e indo até eles.
Mari-Ele está mal!-preocupada. Harold olha para Taylor e verifica que ela falava a verdade.
Harold-Vai, garoto. Pode ir lá para essa tal salinha. Come rápido e volta pra cá.
Cliente-Ele não parece capaz de conseguir ir sozinho.
Mari-Eu vou com ele.
Harold-...Não sei...Não acho uma boa ideia...
Mari-Você não tem coração? Ele pode ficar inconsciente se a pressão cair muito!-elevando o tom da voz.

-O que está havendo aqui?-Teddy se aproxima.

Harold-O garoto não está bem, Teddy.
Mari-Liberta o Taylor, por favor!-suplicando.
Teddy-Era só o que me faltava! O moleque morrendo!

-Por favor, entreguem o refém ferido e nós daremos um jeito de atender às exigências de vocês á medida do possível. Pelos menos o refém ferido como amostra da intenção de começar uma negociação tranquila.-um policial usa o megafone para manter contato com todos no interior da loja.

Harold-O que aconteceu com o telefone?
Teddy-Eu acabei puxando o fio com raiva quando eles disseram que antes de negociar eu deveria soltar alguns dos reféns.
Mari-Solta o Taylor. Ele está ferido; a pressão baixa...
Vendedora 1-Liberta o moço. Ele pode morrer aqui!-assustada.
Teddy-É...Acho que vou ter que deixá-lo ir. Entrego o brinquedinho danificado para ganhar coisa melhor.-friamente.
Tay-Não. Eu não vou. Solta todas elas e me deixa aqui. Eles negociarão mais rápido se for para salvar a vida de alguém.
Mari-Não, Taylor! Você tem que ir!
Teddy-O garoto falou algo certo...-pensativo.
Harold-Se ele morrer, a gente responde por isso também.-pensando alto, preocupado.
Mari-Taylor, você tem que ver um médico.
Tay-Eu não saio daqui se você não for comigo.
Cliente-Ai meu Deus! Eu não quero mais ficar aqui!-aos prantos-Já que ele não quer ir, me deixa sair no lugar dele!
Vendedora 2-Eu também quero ficar livre, mas se for para escolher uma pessoa apenas, acho que o garoto deve ir primeiro. Ele não parece nada bem.
Mari-Liberta o Taylor, Teddy.
Tay-Solta todas elas e me deixa aqui, cara.-com a voz fraca.
Mari-Não!-entrando em desespero.
Teddy-Vocês querem parar com isso?!!-irritado-Eu decido!
Tay-Eu não saio daqui se a Mariana ficar.
Mari-Você não pode fazer isso, Taylor!! Você está louco?? Quer morrer??
Tay-Não vou conseguir sair sabendo que você ainda está presa aqui, Mari.
Teddy-Muito romântico!-zombando-Ele é realmente muito apaixonado por você, hein?!-olhando para Mariana.

          Mariana olha para Taylor, segurando uma das mãos dele.

Mari-Eu vou ficar bem, Taylor. Aceita sair. Você precisa...-deixando uma lágrima correr por seu rosto.
Tay-Você acha mesmo que eu vou ficar melhor saindo daqui sem saber o que está acontecendo com você??
Mari-E você acha que eu vou conseguir continuar aqui vendo você definhar assim sem poder fazer nada para ajudar?? Que eu vou ficar bem se a sua situação se complicar ainda mais e eu me culpar porque você levou um tiro para me ajudar?!!
Tay-...-com um sorrisinho mole-...Somos dois grandes egoístas, então.
Mari-Isso é sério, Taylor!
Tay-E eu falo sério, Mari...-respirando com dificuldade-...Eu não abro mão de você!-a encarando.
Mari-...-extremamente tocada com a atitude e as palavras dele.

-POR FAVOR, LIBERTEM O REFÉM FERIDO. NÓS ESTAMOS DISPOSTOS A NEGOCIAR. SÓ PRECISAMOS TER A CERTEZA DE QUE NINGUÉM SAIRÁ MAIS MACHUCADO DISSO TUDO.-insiste o policial, falando através de um mega-fone.

Cliente-Ele não quer ir! Eu quero! Eu tenho que sair daqui! Por favor, me soltem!-desesperada.
Teddy-Ô garoto, eu vou ser bonzinho e deixar você escolher. Você quer ir ou eu posso libertar essa mulher maluca? É você ou ela. O que vai ser?
Mari-Ele!-se apressando em responder.
Teddy-Eu não estou falando com você.-a censurando.
Tay-Eu não vou.-Mariana põe as mãos no rosto, balançando a cabeça com ar de reprovação.
Harold-Tem certeza?
Tay-...-balança a cabeça positivamente.
Teddy-Harold, pega essa mulher e vai com ela até a porta. Quando eu der a ordem, você abre a porta e a deixa sair.
Harold-Eu? Por que eu??
Teddy-Porque eu estou mandando.
Harold-Não é arriscado?
Cliente-Não precisa me levar.-levantando-Eu mesma vou sozinha, assim ninguém se arrisca por minha causa.
Teddy-Não se mexe senão você vai ficar aqui.-grosso. A mulher emudece-Deixa que eu a levo.-decidido-Vem você também.-sinaliza para uma das vendedoras levantar-Você será meu escudo.
Vendedora 1-Moço, não me machuca, por favor.-implora; levantando.
Teddy-Então fica calada.-passando um dos braços pelo pescoço da vendedora, apontando seu revólver para a cabeça dela. Ele faz o mesmo com a outra mulher.

         Teddy as leva até a porta da frente da loja. Os policiais logo podem ver pela vitrine a imagem dos três. Teddy abre a porta. Todos os policiais abaixam as armas sob as ordens do policial que comandava a operação.

Teddy-O garoto não vai ser liberado agora. Ele está mal. Muito mal. Mas para tê-lo, vocês precisam arranjar o carro com tanque cheio e os coletes que eu pedi.

-LIBERTE OS REFÉNS E NÓS GARANTIMOS A SEGURANÇA DE VOCÊS...-Teddy o interrompe:

Teddy-Vou soltar um refém só e se vocês não trouxerem o que eu pedi, vou perder a paciência!-ameaça.

        Teddy solta a refém que seria entregue. A mulher corre em direção a um dos policiais, aliviada por estar livre.

-POR QUE VOCÊ NÃO SOLTA A OUTRA REFÉM?-sugere o policial.

Teddy-Depois que eu tiver conseguido que todas as minhas exigências sejam atendidas.-voltando para o interior da loja com a vendedora.

      Alguns policiais conduzem a mulher até uma das ambulâncias estacionadas ali em frente, procurando saber se ela estava bem e quais as condições dos remanescentes sob o poder dos bandidos. 
Vários jornalistas tentavam fotografá-la, fazer perguntas, filmar, mas os oficiais protegiam-na para que ela se recuperasse do susto.

-E o garoto ferido? Como ele está?-o médico pergunta depois de tê-la examinado rapidamente.

-Ele não está nada bem, doutor.-deitada sobre a maca da ambulância, ainda bastante agitada. O policial comandante. que buscava informações a respeito dos bandidos e da situação dentro do estabelecimento, ouve a declaração da senhora.

-Droga! Temos que tirá-lo de lá com urgência!-olhando para o médico. Os dois se mostravam preocupados.



                           *           *        *



      Zac e Lara chegam ao local. Zac estaciona seu carro um quarteirão antes do cerco da polícia e, alegando parentesco com os reféns, consegue furar o bloqueio que os policiais faziam para conter os repórteres e alguns curiosos e adentrar a área.

Zac-Meu irmão está lá dentro! É meu irmão que está lá!-cruzando a fita de isolamento e ajudando Lara a passar.
Lara-Uma das minhas melhores amigas também!-fala angustiada para um dos policiais-Como eles estão??!

-Estamos tentando negociar com os bandidos. Esperamos conseguir a rendição dos dois para que os reféns sejam liberados...principalmente o garoto ferido. Você é o irmão dele?

Zac-Sou, sim.-nervoso-Ele está bem?? Vocês têm alguma notícia dele?
Lara-E da Mariana? Uma garota loira, cabelos cumpridos...Ela também está bem?!

-Calma. Calma. Nós ainda não sabemos ao certo o que está acontecendo lá dentro.-Lara entreabre a boca, atônita.

Lara-Ai meu Santo Amaro! Não diz isso, moço! Eles têm que estar bem! Vocês têm que tirá-los de lá!-chorando. Zac a abraça, fazendo-a encostar o rosto em seu peito.
Zac-Calma, amor.-tentando disfarçar sua aflição, mas uma lágrima já brotava no canto de um dos olhos dele-Por que vocês não dão logo o que eles querem?!!-olhando para o policial-Vocês não podem deixar pessoas de bem sob a mira de bandidos! O meu irmão está ferido!!-passando uma das mãos pelos cabelos, procurando não se alterar.

-Eu entendo o nervosismo de vocês, a preocupação, mas nós estamos fazendo o possível para que tudo termine bem.-apreensivo-Se nós dermos o carro que eles querem, eles levarão pelo menos um dos reféns com eles para assegurar que nós os seguiríamos com cautela. Usariam essa vida como trunfo e seria bastante arriscado.

Lara-Mas eles devem estar apavorados, moço!!-ainda abraçada a Zac-Eles também correm perigo ficando tanto tempo com pessoas que têm armas e que já mostraram que não hesitarão em usá-las!-o rosto dela já estava vermelho e bastante molhado pelas lágrimas. Zac a aperta carinhosamente em seus braços como se quisesse passar força.

-Podem ter certeza que queremos que isso chegue logo ao fim tanto quanto vocês...-ele é então interrompido por outro policial que se aproxima deles.

-O chefe autorizou trazer o carro que eles pediram, Jack. É arriscado, mas é o único jeito de conseguir tirar o garoto logo de lá. Não podemos deixá-lo sem atendimento médico .A refém libertada falou que ele estava sangrando bastante.-Lara levanta o rosto e olha para Zac. Este, tinha os olhos arregalados.

-Tudo bem, Brian. Eu vou falar com a central e pedir um veículo com urgência.

-Eu vou acionar reforços para fechar as principais saídas da cidade que ficam próximas daqui.-se afastando.

-Eu tenho que voltar ao trabalho agora. Acho melhor vocês irem para perto da ambulância. É mais seguro.-aconselha.

Zac-Nós queremos acompanhar tudo!

-Sinto muito, mas na área que fica depois daquela marca...-indicando uma linha branca desenhada no asfalto bem próxima à calçada da loja-...só a polícia pode ficar.

Lara-Mas...-ele a interrompe:

-É a ordem, senhorita.-não esperando que ela o contestasse-Com licença.-encaminhando-se para uma das viaturas ali paradas.

Lara-Ai, Zac! Eu queria ver o Tay e a Mari!! Eu quero que eles saiam logo dali!-chorando.
Zac-Eu também, amor. Eu também.-acariciando os cabelos dela; deixando que suas lágrimas também escorressem por seu rosto.
Lara-Você não vai tentar ligar para o Ike de novo? Talvez ele atenda dessa vez.-sugere, enfiando as mãos nos bolsos de seu próprio casaco.

-Ei, vocês dois!-outro policial se aproxima deles-Vocês são parentes do dono daquele carro?-mostrando o automóvel de Taylor. Zac e Lara notam pela primeira vez o carro ali.
Zac-Sim, senhor.-com um nó na garganta ao pensar no que o irmão deve ter passado dentro do veículo e o que estaria passando naquele momento.

-Preciso que vocês me acompanhem para pegar os pertences que estão no interior do veículo.

Zac-Tudo bem, senhor.-resignado diante de sua incapacidade de resolver a situação. Ele sabia que tentar ficar calmo era a melhor alternativa. O policial se desloca em direção ao carro de Taylor. Zac e Lara, de mãos dadas, seguem-no.




* * *




       Mal avista Pietra despontar na esquina, Isaac abre um largo sorriso, o que não passa despercebido para Matt, que o olhara imediatamente a fim de captar sua reação.

Matt-Linda; não é?-maroto.
Ike-Sem dúvida alguma.-responde distraidamente; sem tirar os olhos dela como se estivesse encantado.
Matt-Vou dizer para ela.-sorrindo.
Ike-Ahn? Dizer o quê?-olhando para o amigo, “despertando”.
Matt-Dizer que você a acha linda.-naturalmente.
Ike-Ela já sabe que é, Matt.-ficando sem graça.
Matt-Mas não sabe que você acha.
Ike-Sabe, sim. A Pietra não precisa que alguém diga que ela é linda, ela sabe que todo mundo olha para ela e pensa “Wow!”.-brinca; sorrindo.
Matt-Principalmente se todo mundo olhar para ela do jeito que você estava fazendo ainda agora.-Isaac perde o sorriso.
Ike-...Olhando para ela de que jeito? Do que você está falando?-enrugando a testa; sério. Matt ri.
Matt-Quer mesmo que eu fale sobre isso agora?-vendo que Pietra se aproximava deles-Eu posso descrever a sua cara de bobo e o sorrisinho fácil que...-Isaac o interrompe:
Ike-Não. Não precisa.-se apressando em fazer Matt parar-Eu não sei do que você está falando, mas conversamos sobre isso depois.-nervoso com a possibilidade de Pietra ouvir alguma coisa.
Pietra-Conversam sobre o quê? Já cheguei interrompendo algum assunto sério?-pergunta sorrindo ao ver a expressão séria de Isaac.

Matt sorri maroto. Ele entreabre a boca para falar, mas Isaac se adianta:

Ike-Não era nada, Pietra. Nada importante.-forçando um sorriso-O seu primo é que deu para pegar no meu pé hoje.
Matt-Eu?-cínico.
Pietra-Ah é? Que bom! Eu empresto o Matt pra você por mais algum tempo se isso fizer com que ele fique ocupado o bastante para esquecer de mim.-brinca.
Matt-Eu não pego no pé de ninguém. Que calúnia!-fingindo indignação. Ela ri.
Pietra-Pobrezinho! Tão inocente!-o abraçando e beijando o rosto dele-Oi, Isaac.-cumprimentando à distância depois de soltar o primo.
Ike-Oi, Pietra.
Matt-Nossa! Que cumprimento caloroso!-irônico-Você não vai dar um abraço no Ike também, Pi?
Pietra-...-sem graça. Isaac também fica, principalmente por causa do olhar de Matt.
Ike-Se você não quiser, não precisa...-percebendo que ela ficara constrangida.
Pietra-Não. Não é isso! Por mim, tudo bem. Mas se você não quiser...
Ike-Não precisa se sentir obrigado a me abraçar.
Pietra-E você não precisa se sentir obrigado a aceitar que eu abrace você...-reticente.
Matt-Quanta cerimônia por causa de um abraço!!-sorrindo maroto-Até parece que vocês nunca fizeram isso antes! Eu sei que vocês não são bem exemplo de ‘melhores amigos’, até costumavam brigar bastante; mas vocês têm andado tão juntos ultimamente que um simples abraço parece no mínimo aceitável na relação de vocês. A menos que alguma coisa tenha mudado e esse contato pareça desconfortável agora...-provocando.
Pietra-Bobagem, Matt!-forçando um sorriso-Nada a ver!
Ike-Não aconteceu nada. Ninguém mudou. Nada mudou. O que poderia ter mudado?
Matt-Não sei. Achei que vocês pudessem me responder já que são vocês que estão fazendo um drama por causa de um abraço!
Pietra-Ninguém aqui está fazendo drama por nada, Matt.
Matt-Ah não?-irônico.
Pietra-Não. Acontece que...que...-até Isaac a olha, interessado no que ela diria-Ah! Isso de abraço já deu muito problema...e...é isso! Não vou mais sair abraçando o Isaac sem saber se isso parece certo para ele.-explica atrapalhadamente, intimidada pelos olhares dos dois.
Matt-Drama!-implicando.
Ike-Você pode me abraçar, Pietra. Não tem nada de errado nisso.
Matt-Concordo. Abraços nunca foram problemas. Beijos, sim.-Pietra o fuzila com o olhar-O que foi?Falei alguma coisa errada?-sorrindo cínico.
Pietra-Se eu posso te abraçar, Isaac, então por que você pareceu tão sem jeito quando o Matt sugeriu isso?-o encarando.
Ike-...-entreabre a boca mas sem emitir som algum-...Porque...porque você pareceu sem jeito com a sugestão. Então eu fiquei sem jeito também.
Matt-Enquanto vocês discutem a relação, eu vou andando. Meu relógio insiste em correr os ponteiros pelos números de forma mais acelerada quando se trata da minha hora de almoço. Encontro vocês no restaurante.-sai deixando-os com caras de bobos.
Pietra-...O que deu nele?-sorrindo sarcástica-Que ele adora implicar comigo, me fazer pagar micos e afins, isso é notório. Mas com você?! Achei que vocês fossem aliados quando se trata de me encher o saco.-olhando para Isaac.
Ike-Eu também pensava assim.-estranhando as indiretas de Matt.
Pietra-Será então que ele me deixa participar quando você for o alvo? Posso contribuir ativamente.-brinca, sorrindo; tentando quebrar o clima.
Ike-Espero que não.-sorrindo também. Silêncio entre os dois. Eles evitam se olhar.
Pietra-...A ideia do convite foi mesmo sua?-bem direta; rompendo o silêncio. Ele a olha.
Ike-Foi, sim.-timidamente.
Pietra-Ah. Legal.-baixando os olhos como se tomasse coragem para falar mais alguma coisa-...Por quê?-voltando a encará-lo.
Ike-...Por quê?-sem saber o que dizer-...Porque...Nós estávamos falando sobre você e então eu pensei que seria legal almoçar com você de novo como fizemos ontem no shopping...Não sei...Foi uma ideia.-sem graça.
Pietra-Vocês estavam falando sobre mim?-erguendo uma das sobrancelhas.
Ike-É.-sorrindo-O Matt estava contando sobre como encontrou você empolgada com uma coroa de princesa em frente ao espelho hoje pela manhã.-Pietra põe as mãos sobre a testa; envergonhada.
Pietra-Ai meu Deus!! Ele tinha que contar isso! Claro!-rindo.
Ike-Que bom que você gostou.-fofo.
Pietra-...Às vezes eu quero mesmo acreditar que sou uma princesa.
Ike-Você é, sim. Com ou sem coroa.
Pietra-...-enrubescendo pelo olhar dele-Quer dizer que vocês ficam falando sobre mim; é?-mudando de assunto. Isaac sorri.
Ike-Às vezes.
Pietra-Bem ou mal?-sorrindo.
Ike-Depende do nosso humor.-brinca. Ela ri.
Pietra-Vou parar por aqui com as perguntas. Não quero nem saber o quê vocês conversam ao meu respeito. Não acho que sou um assunto interessante para as horas de almoço de vocês, mas, assim sem saber o conteúdo das conversas, fico lisonjeada.
Ike-Na verdade, nós conversamos sobre você também nas pausas para um café.-zoando. Pietra o olha apertando os olhos e balançando a cabeça com ar de censura.
Pietra-Muito engraçado!-disfarçando um sorrisinho no canto da boca. Isaac sorri-...Obrigada pelo convite, Isaac.
Ike-Obrigado por ter aceitado.-olhando-a com ternura. Ela sorri timidamente.
Pietra-Devo confessar que me senti honrada com a ligação.
Ike-E eu me sinto honrado com a sua presença.-Pietra sorri. 

       Os dois ficam se olhando por alguns segundos ate que Pietra procura as mãos dele, tocando-nas  com as suas. Isaac segue os movimentos dela com o olhar. Pietra conduz as mãos dele até sua cintura fazendo com que elas repousassem ali. Ela então fica nas pontas dos pés e enlaça seus braços ao redor do pescoço dele num singelo abraço. Isaac sorri, fechando os olhos e sentindo o cheiro bom que exalava dela. Pietra sente seu coração bater descompassadamente e logo o solta, se  afastando dele.

Pietra-...Er...Diz para o Matt que...que você teve o seu abraço também, ok?-sem acreditar que havia feito aquilo.
Ike-Pode deixar. Eu digo, sim.-sem perder o sorriso.
Pietra-...Agora vamos; não é? -tentando disfarçar o nervosismo-Afinal de contas, não é só o relógio do Matt que tem ponteiros bem ativos.-brinca-Se duvidar, quando chegarmos ao restaurante, o Matt já vai estar terminando de comer.
Ike-Tem razão.-rindo. Os dois começam a caminhar em direção ao restaurante, que ficava dois quarteirões à frente.




* * *





        Enquanto Teddy esteve fora da loja com as duas reféns, Harold autoriza Mariana a ajudar Taylor a chegar até a salinha da qual uma das vendedoras da loja falara. Taylor estava cada vez mais fraco, o que tornava essencial que eles achassem logo algo que elevasse a pressão dele ao nível normal.

Mari-Fica aí quietinho que eu vou procurar por aqui, Taylor.-tirando o braço dele de seus ombros para sentá-lo em uma cadeira que lá havia. Taylor praticamente desliza pelo assento; o corpo parecia mais pesado do que ele podia aguentar-Ai meu Deus, me ajuda!-nervosa.

       Mariana ajeita Taylor antes de começar a procurar. A salinha era pequena: apenas uma mesinha de quatro cadeiras com uma cafeteira e copos sobre ela; uma pia com armário embutido na parte inferior e um frigobar.
Mariana abre todas as portas do armário e só encontra guardanapos e toalhas de mesa.

Mari-Onde estão os biscoitos que ela disse que tinha aqui??-já se desesperando ao olhar para trás e ver Taylor ainda mais pálido e debilitado-Droga! Droga!-batendo uma das portas do armário com força, enraivecida por sua impotência naquele momento-Calma, Taylor. Tudo vai dar certo...-com vontade de chorar.
Tay-Sabe como...eu...vou...te...chamar...agora?-falando entre pausas devido à fraqueza. Sua voz estava tão fraca que saía da boca como um sussurro.
Mari-Não fala nada, Taylor. Fica caladinho; ok?-em tom maternal-Eu vou aproveitar que aqui tem água e vou limpar um pouco o seu braço.-pegando um dos guardanapos de pano e molhando sob a torneira.
Tay-...Penélope charmosa.-conclui o que dizia; sorrindo mole. Mariana se ajoelha de frente para ele.
Mari-Isso não é hora para brincadeira, Taylor. Fica quietinho, por favor.-pondo delicadamente seu dedo indicador sobre os lábios dele. Taylor vira um pouco o rosto para poder continuar falando.
Tay-Eu...brinco...para...você...não...ficar...nervosa...
Mari-...-comovida-Aguenta mais um pouquinho. A gente vai sair daqui.-derramando algumas lágrimas enquanto tirava a camiseta que amarrara em torno do braço dele.
Tay-Aii!-geme quando ela toca seu braço.
Mari-Desculpa.-fazendo careta como se também pudesse sentir a dor. Ela começa a passar cuidadosamente a pontinha molhada do guardanapo de pano nas marcas de sangue do braço dele. Algumas vezes, Taylor esquivava o braço instintivamente.
Tay-...Eu estou...tonto...-pendendo a cabeça para o lado, pálpebras um pouco baixas.
Mari-Não, Taylor! Pelo amor de Deus, não fica assim! Abre os olhos!-soltando o guardanapo e centralizando a cabeça dele com as mãos-Taylor, não!-chorando-Aguenta mais um pouquinho! Não me deixa aqui sozinha! Por favor!-passando as mãos pelo rosto dele e deslizando a cabelos umedecidos pelo suor.
Tay-...Des...culpa...-quase num sussurro.
Mari-Por que você está pedindo desculpas, Taylor?-enrugando a testa; cada vez mais preocupada com a moleza dele.
Tay-...-fechando os olhos, prestes a desmaiar.
Mari-Não! Abre os olhos, por favor! Não faz isso comigo!!-o abraçando-Taylor! Taylor!-beijando os lábios dele impulsivamente. Taylor abre os olhos com esforço, surpreso. Mariana se afasta de repente; parecendo também surpresa com o que havia feito.
Tay-...Quero...passar mal..sempre...se...se esse...for...o jeito...de...conse...guir ...um beijo...-com um sorrisinho mole. Nisto, ele fecha os olhos de vez, desmaiando.

Mari-TAYLOR!!!!-segurando o corpo de Taylor para que ele não caísse da cadeira-SOCORROO!!-gritando-ALGUÉM ME AJUDA AQUI!!!!!! SOCORRO!! O TAYLOR DESMAIOU!!!-chorando; aterrorizada.







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