domingo, junho 24, 2007

Capítulo 48

Oi, florzinhas!!
Quanto tempo, hein! Desculpa por mais essa demora, mas a minha vidinha está uma loucura! Minhas aulas na facul. já voltaram; as provas no curso de inglês estão a todo vapor; e a amiga de você aqui está fazendo as aulas práticas de direção! \o/ Estou tão felizzzzzz!!É maravilhosa a sensação de dirigir!Meu Deus!!Eu me sinto a última bolacha do pacote quando estou ao volante!hahah Mesmo quando faço as minhas barbeiragens! Meu instrutor olha pra mim e diz: Dona Lara, dona Lara. hahahaa Coitadinho! Santo homem! Tem que me aguentar falandoo pelos cotovelos; rindo o tempo todo, e entrando na contramão hahaha(mas só de vez enquando, viu, gente?hahah Agora que eu estou na minha quinta aula; faltam dez ainda. Relevem: eu nunca havia dirigido em todos os meus vinte anos de vida! lol)

Bem, vamos ao que interessa: o capítulo!
Espero que vocês gostem!
AHHHH e comentem, por favor!!Na última atualização tiveram poucos comments!Assim eu desanimo, flores.(Olha a chantagem emocional da escritora-louca-por-comentários rs)
Obrigada por toda a força; os e-mails; scraps; a participação na comu da fic...Por TUDO!Vocês são demais!
Ahhh quem quiser que eu avise das atualizações da fic por e-mail, é só deixar um recadinho aqui com o endereço do e-mail, viu?
Quem quiser me add no msn: larah00@hotmail.com Vou adorar conversar!
Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm
Mil beijossssssss!!
Vou tentar não demorar para atualizar o próximo cap.!Jurooooo!!
Ahhhh!Neste cap. não tem música, então resolvi fazer um flashback colocando uma música que já entrou na fic. ;)
=************
Lara


Cap. 48




“ Relacionamentos são complicados porque mesmo se as pessoas são compatíveis, mesmo se o clima é especial e o cenário é mágico, o momento certo ainda é TUDO.”
( “A lot like love”-De repente amor)


          Depois da chegada de Lara, Linda e Zac ao apartamento dos Hanson, Diana, Meg, Isaac e Pietra se reúnem a eles na sala do local. Após os cumprimentos, todos sentam nos sofás daquele ambiente. Lara e Zac em um sofá de dois lugares disposto ao lado de um maior, no qual Linda, Diana e Meg estavam também sentadas. Os 5 já conversavam animadamente; e a gentileza da senhora Hanson fazia Linda perder um pouco de seu ar melancólico.


Diana-Foi muito bom você ter vindo, Linda. É um prazer vê-la novamente.-simpática.
Linda-É bom vê-la novamente também, senhora Hanson.-sorrindo.
Diana-Pode me chamar de Diana, querida.
Linda-Tudo bem, Diana.-sorrindo-Você é realmente muito jovem para ser chamada de senhora.
Diana-Bondade sua, Linda! Mas obrigada pelo “muito jovem”.
Meg-Lá vem a boa e velha modéstia da minha amiga.

Enquanto eles estavam sentados conversando, Isaac e Pietra pareciam não ser notados pelos cinco. Isaac e Pietra permaneciam em pé; num diálogo à parte:

Ike-Faça o favor...-fazendo gesto para que ela sentasse.
Pietra-Não. Obrigada. Pode sentar.-cerimoniosa.
Ike-Você acha mesmo que eu vou sentar e deixar você ficar em pé?-a encarando.
Pierta-Você acha mesmo que eu vou sentar e deixar uma pessoa bem mais velha ficar em pé?-com um sorriso debochado.-Eu tenho educação, Isaac.
Ike-Este é um dos casos em que eu te considero grandinha o bastante para receber um ato de cavalheirismo, mas em que você se comporta como se fosse criança demais para merecê-lo.
Pietra-Enquanto você não se decidir em que categoria na sua escala de crescimento devo ser definida...mesmo que eu saiba que, qualquer que seja a classificação escolhida, eu com certeza terei motivos para aborrecimentos e contestação...eu vou continuar me comportando como eu quiser. Acho bem justo; não?
Ike-Acho bem arriscado.
Pietra-Posso saber por quê?-cruzando os braços.
Ike-Porque assim eu nunca conseguirei decidir qual parte de você consegue ser mais fascinante.-a encarando.
Pietra-...-olhando-o com os olhos bem abertos; sentindo o rosto queimar pela alta concentração de sangue na região devido ao embaraço.-Fascinante não é a palavra ideal se você considerar que tem sentido positivo, o que eu não acho que se aplique ao conceito que você tem sobre as minhas “oscilações de comportamento e personalidade”.-refazendo-se da falta de jeito; tomando o uso da palavra ‘ fascinante’ como sarcasmo-Talvez você ache divertido criar justificativas para continuar me chamando de criança.
Ike-Talvez eu ainda não tenha podido ver o lado adulto que você diz ter.
Pietra-Você não quer ver, Isaac. Essa é a verdade.-olhando-o nos olhos.
Ike-Por que eu não iria querer ver?
Pietra-Devolvo a pergunta para você.
Ike-Foi você quem fez a afirmativa.
Pietra-Mas eu não posso saber o que se passa na sua cabeça.
Ike-Então como pode dizer que eu não quero ver?
Pietra-Porque é o que parece.-aumentando o um pouco o tom de voz. Aquele não era um assunto que a agradava. Ela não era o tipo de pessoa que achava ter que provar nada para quem quer que fosse, então detestava o desagradável desejo que sentia de ter que provar algo para Isaac.-Não é possível você me ver como uma garotinha quando até meu pai, a pessoa mais interessada em que eu continuasse a ensaiar o meu primeiro beijo e brincar de boneca, já se conformou com o fato de eu ter crescido.
Ike-Quando o Matt uma vez falou na sua casa que você ensaiava o seu primeiro beijo você negou.-sorrindo safado.
Pietra-Isso não vem ao caso agora. Acho que não preciso provar para você que, ensaiando ou não, aprendi sim como beijar na boca.-irritada por ele ter ignorado o discurso dela sobre ter crescido.

O tom de voz mais alto que Pietra usara, acaba chamando a atenção do quinteto que conversava. Todos olham para os dois, que ainda estavam em pé, um de frente para o outro perto da poltrona desocupada.
Ambos percebem ser alvo de todos os olhares quando não ouvem mais o barulho das vozes e risadas das outras pessoas na sala; e olham para o lado, confirmando suas suspeitas.

Ike-Agradeço por você me chamar de “gentleman”, Pietra. Mas seria grosseria minha se não fizesse você se sentir em casa.-mudando totalmente o clima e o assunto da conversa; pensando rápido em algo que não transparecesse que eles discutiam, e que ainda pudesse fazê-lo deixar Pietra contrariada. Ele sorria maroto. Pietra olha feio para ele.
Pietra-Obrigada, Isaac. Não lembro de ter te chamado de gentleman, mas devo ter dito algo parecido.-sorrindo irônica.
Ike-Agradeço o elogio da mesma forma.-fazendo reverência para ela; sorrindo safado ao vê-la tendo que forçar um sorriso para ele.-Pode sentar.
Pietra-Obrigada.-o fazendo quase a força.

Embora não tivesse ouvido o teor da conversa deles antes de atraírem os olhos de todos, Lara percebe que não era nada amistoso como eles tentaram demonstrar, pois ela nota reprovação no modo com o qual Pietra olhava para Isaac.

Zac-Pega uma cadeira na sala de janta para você, Ike.-sugerindo.
Ike-Não precisa, Zac. Vou sentar aqui.-tencionando sentar sobre o braço da poltrona em que Pietra estava sentada.-Pode?-sorrindo; olhando para ela.
Pietra-Claro.-com um sorriso falso.-Vou adorar ver você escorregar acidentalmente quando eu me distrair, também acidentalmente, e te empurrar com meu braço.-fala baixinho entre os dentes. Ele sorri safado; sentando.-Desculpa, gente. Acabei atrapalhando a conversa de vocês...Sobre o que vocês falavam?-procurando se integrar ao grupo para não mais ter que conversar com Isaac.
Lara-Eu estava contando o sacrifício que foi fazer a Linda sair de casa hoje. Ela só veio por sua causa, senhora Hanson...-desviando seu olhar de Pietra para Diana, que a olha como se ela tivesse falado algo errado. Lara percebe seu erro, corrigindo-o logo em seguida-...quer dizer...Diana.-sorrindo sem jeito. Todos sorriem.
Diana-Ah! Assim ficou melhor!-sorrindo.
Zac-Um dia ela aprende.-dando um beijo no rosto da namorada.
Linda-Eu não dei tanto trabalho assim, Larita.-contestando; sorrindo.
Zac-Ah deu sim, Linda! Só faltou se acorrentar ao portão da sua casa para não entrar no meu carro.-zoando. Todos riem.
Linda-Eu não estava no clima para sair...-assumindo um ar melancólico novamente. Lara, Diana e Zac desfazem seus sorrisos, pois eram os únicos ali que entendiam o porquê do desânimo de Linda. Diana olha docemente para ela e acaricia uma das mãos dela.
Diana-Mas...Que bom que você veio! Espero que se divirta aqui com a gente.
Linda-Obrigada, Diana.-sorrindo-Tenho certeza de que não me arrependerei de ter vindo.
Ike-A não ser depois de ver os filmes que o Tay foi alugar.-zoando.
Pietra-Se os filmes que o Tay alugar não forem tão bons, temos a opção de ficar olhando para ele. Eu até prefiro; sabia?-olhando para Isaac com um sorriso debochado-Eu o divido com você, Linda.-passando a olhar para a amiga, piscando o olho para ela, que ri.
Linda-Está certo.
Lara-Não é nenhum sacrifício, né?-brincando. Zac a olha.
Zac-Não é nenhum sacrifício; é, dona Lara?-cruzando os braços.
Lara-O Tay é lindo, amor! Não posso mentir!-rindo.
Zac-Você vai ficar olhando para ele então?-fingindo estar bravo.
Lara-Não...A menos que os filmes sejam realmente muito ruins.-provocando. Todos riem, exceto ele.
Zac-Bom saber disso.-afastando-se dela no sofá; fazendo cara emburrada-Vou arrumar alguém para olhar também quando os seus olhos não estiverem voltados para mim.
Lara-Ow!-puxando-o para perto novamente-Até parece que eu tenho olhos para mais alguém além de você, Zac.-o abraçando. Ele sorri.
Pietra-Achei que você fosse minha companheira em bisbilhotar na internet as fotos do Tom Welling!-rindo. Lara ri, fazendo sinal para Pietra silenciar. Mais risos.

Zac olha para ela fingindo indignação. A cara que ele fazia era muito engraçada, o que arrancava risos das pessoas na sala.

Lara-Isso era antes de conhecer você, amor.-sorrindo.
Pietra-Se eu não me engano, fizemos isso há uma semana atrás.-rindo.
Lara-Vou costurar a sua boca, Pê.-brincando.
Ike-Eu ajudo se você quiser.-sorrindo safado. Pietra o fuzila com o olhar; o empurrando discretamente para fazê-lo desequilibrar sobre o braço da poltrona.
Pietra-Ops! Desculpa.-sorrindo cínica.
Ike-Voltamos às desculpas novamente?-fala baixinho, voltando a sentar direito sobre o braço da poltrona.
Pietra-Acho que é o nosso ciclo vicioso. Você é mestre nisso: pede desculpas com tanta facilidade que dá até inveja.-sorrindo debochada.
Ike-Senti sarcasmo nessa declaração.
Pietra-Um elogio sarcástico.
Ike-Sarcasmo disfarçado de elogio.
Pietra-Você define bem melhor do que eu; sabia?-cínica. Ele sorri.
Ike-Cuidado com o braço.-referindo-se ao fato de Pietra tê-lo empurrado com o braço para que ele se desequilibrasse.
Pietra-Serei mais cuidadosa. Pode deixar. Os descuidos do meu braço são coordenados aos descuidos da sua boca. Como eu sei que você vai controlar a língua e pensar duas vezes antes de fazer brincadeirinhas ao meu respeito, não teremos problemas com isso.-desviando o olhar para os outros na sala. Isaac fica olhando pra ela por alguns instantes; e sorri discretamente.
Meg-O Matt sempre fala que quando vocês duas usam o computador dele, tem sempre uma foto desse ator que vocês falaram nos arquivos.-Lara e Pietra riem.
Zac-Eu me recuso a ouvir isso.-levantando do sofá.
Lara-Aonde você vai, Zac?-ainda rindo.
Zac-Deixar você à vontade para falar sobre o Tom Welling.-com um sorrisinho no canto da boca; caminhando em direção ao corredor que dava para os quartos. Lara enruga a testa sem entender nada.
Lara-Ele estava brincando, né?-olhando para Diana.
Diana-Acho que ele quer que você o paparique.-sorrindo.
Ike-A senhora o colocou no mau costume, mãe.-brincando.
Diana-Não fiz isso só com ele.-encarando-o sorrindo. Isaac imediatamente olha para Pietra que, como ele previra, o olhava sorrindo vitoriosa.
Lara-Com licença, gente.-levantando do sofá para ir atrás de Zac. 

Todos acompanham com o olhar até que ela sumisse no corredor.
Diana e Meg aproveitam para também pedir licença para irem à cozinha ver o brownie.

Linda-E a Mari, Ike? Ela não vem?-reiniciando a conversa. Pietra sente um aperto no peito por aquela pergunta lhe fazer lembrar que, provavelmente, teria que suportar vê-los juntos mais uma vez.
Ike-Vem sim, Linda. Na verdade a Mari estava aqui ainda há pouco, mas ela foi à locadora com o Tay para salvar as nossas vidas.-sorrindo-Acho que vocês não terão que ficar olhando para o Taylor em vez dos filmes.-olhando para Pietra.
Pietra-Ainda não tenho certeza disso.-com um sorriso maroto. Isaac perde o sorriso.
Ike-Então não vai nem te interessar saber os títulos dos filmes; não é?
Pietra-Quando você tiver a sua namorada aqui ao seu lado, também não vai achar isso tão relevante se levarmos em consideração que há coisas melhores para se fazer enquanto o filme rola; não?-num tom discretamente ressentido.
Ike-...Você tem razão.-a encarando. Pietra sorri forçosamente.
Pietra-Não se preocupa: ela chega logo e você mata a saudade.
Ike-Digo mesmo para você com relação ao Tay.
Linda-Você e o Tay estão namorando, Pi?-confusa com aquela conversa.
Pietra-Não, Lili.-rindo. Ela continua com a expressão de interrogação.
Ike-É que eles não se desgrudam, Linda.
Pietra-Isso foi uma declaração de censura?-olhando para ele.
Ike-De maneira alguma.-com ar irônico-Não vejo problema algum em vocês serem assim tão...amigos.
Pietra-Por pouco tempo. Acho que qualquer dia eu o peço em namoro.-sorrindo. Linda ri.
Linda-Como diz a Larita, Pi...’Você e as suas modernidades’!-Pietra também ri.
Ike-Eu diria ‘criancices’.-alfinetando.
Pietra-Eu diria ‘ Cala a boca’, Isaac!-empurrando-o novamente, fazendo-o escorregar um pouco do braço da poltrona. Linda ri-Ops! Desculpa de novo.-sorrindo sonsa. Isaac balança a cabeça com ar de reprovação; indo sentar-se ao lado de Linda no lugar que a mãe dele desocupara.
Linda-Se a Sabrina estivesse aqui, estaria tentando bancar a pacificadora entre vocês. Ela adorou vocês dois, sabiam? Um pouco antes da Larita e do Zac passarem lá em casa para me trazer até aqui, eu falei com aquela pentelhinha ao telefone. Ela está contando com vocês no aniversário dela lá em New Hampshire, hein!
Pietra-É. Eu sei.-sorrindo-Eu irei com certeza! Até combinei com ela que irei dois dias antes para passar mais tempo com ela.
Ike-Você não me falou isso.-olhando para Pietra. Ela enruga a testa.
Pietra-E por que eu teria que ter te falado?
Ike-Porque eu achei que estava combinado que nós iremos juntos.
Pietra-Você sugeriu que fôssemos juntos, mas eu não dei nenhuma resposta definitiva.
Ike-Você prefere ir de ônibus ou trem?
Pietra-Acho que você se ofenderia com a resposta.
Linda-A viagem é meio longa, Pi, é cansativa. Se eu fosse você, aceitaria ir com o Isaac. Viagem de ônibus sempre é mais desgastante e mais demorada devido às paradas...Daqui até Concord são quase 5 horas.
Pietra-Mas você está vendo como a gente se adora, né? Acho que viajarmos juntos de carro por uma hora seria mais desgastante e estressante do que se passássemos 30 horas viajando separados dentro de um ônibus.-exagerando.

Mais do que nunca, ela queria demonstrar que não suportava Isaac.
Tinha medo de dar qualquer bandeira com relação aos seus sentimentos; então os escondia através de provocações e implicâncias. Linda ri.

Ike-Também não acho agradável aturar suas birras por tanto tempo, mas fiz o convite por cavalheirismo. Você faz suas escolhas.-demonstrando certa chateação. Pietra percebe, mas não quer voltar atrás em sua decisão, embora a ideia de passar um tempo junto com Isaac a agradasse bastante. Em compensação, ela sabia que não podia continuar convivendo tanto assim com ele...Queria esquecê-lo, não ficar ainda mais apaixonada-Se você quiser ir comigo, Linda...Terei o prazer em te dar carona.
Linda-Obrigada, Isaac. Mas não precisa.-sorrindo-Combinei de ir com a mãe de uma amiguinha da Sabrina. Agradeço pela gentileza.
Ike-De nada, Linda. Mas já sabe que se precisar, pode ir comigo.-também sorrindo.
Linda-Pode deixar. Não vou esquecer.
Ike-Vou ver se a Mari quer ir junto. Vou adorar se ela for também.-comentando inocentemente; sorrindo.
Pietra-...Eu vou lá na cozinha falar com a minha tia. Com licença.-incomodada com o rumo da conversa; levantando da poltrona e saindo da sala em direção à cozinha.

      Isaac percebe que acabara falando demais, e se arrepende do comentário. Agora que sabia sobre os sentimentos de Pietra, tinha que ser mais cuidadoso para não machucá-la.
Teve vontade de ir atrás dela, mas não o faria deixando Linda ali sozinha.
Como Linda não sabia de nada e não desconfiara da desculpa que Pietra dera para deixar a sala, ela continua a conversa com Isaac sobre a festa de Sabrina, fazendo Isaac desviar o olhar da direção em que Pietra seguira para olhar para Linda.






* * *




Lara-Zac. Vem cá; vem.-caminhando pelo corredor, parando de frente para a porta do quarto dele, que estava entreaberta-Zac?-empurrando um pouquinho a porta para entrar-Esquece essa história de Tom Welling porque é brincadeira da Pê.-entrando; sorrindo. Ela estranha o fato de não encontrá-lo ao entrar-Quer brincar de esconde-esconde; é?-brincando; curvando-se um pouco para ver se ele não estava debaixo da cama.

-Já te achei.-saindo detrás da porta e abraçando-a por trás; sorrindo.

Lara-Ai que susto!-tendo um sobressalto; rindo-Por que você veio para cá, Zac?-virando-se de frente para ele-Vem. Vamos voltar para a sala.-segurando uma das mãos dele, pronta para puxá-lo e conduzi-lo para fora do local.
Zac-Eu vim para cá porque eu sabia que você viria até aqui.-com um sorriso maroto; a beijando. Lara interrompe o beijo.
Lara-Bobo! Você queria me dar um susto, né?-dando um tapinha no peito dele-Conseguiu!-ele ri.
Zac-Na verdade, o susto não foi proposital, muito menos premeditado. A minha intenção era ficar um pouco sozinho com você...-abraçando apertado.
Lara-...Posso saber por que o senhor quer ficar sozinho aqui comigo?-erguendo uma das sobrancelhas; lendo no sorrisinho maroto do namorado as reais intenções dele.
Zac-Pra brincar de esconde-esconde...Nós vamos nos esconder das pessoas que estão lá na sala.-sorrindo safado; beijando o pescoço dela.
Lara-Tá louco, Zac? A gente não pode ficar aqui...-encolhendo os ombros, sorrindo. Ela tenta afastá-lo, mas estar ali aninhadinha nos braços dele fazia com que ela desejasse ainda mais aquele contato.
Zac-Por que não?-encostando sua testa à dela; sorrindo-Porque os outros podem estranhar a nossa saída, a demora; e consequentemente pensar que nós estamos fazendo o que você não quer que eles pensem que estamos?
Lara-Viu como você sabe!-rindo-Vem. Vamos voltar.-saindo do abraço dele.
Zac-Mas eu não queria fazer o que você está pensando...quer dizer, querer, eu quero...-sorrindo safado. Lara ri.
Lara-Zac!-rindo-Nós não estamos sozinhos na casa, sabia?!
Zac-Eu sei. E é por isso que eu não planejei fazer nada “errado”...
Lara-Então?
Zac-Então que eu só queria ficar um pouquinho a sós com você...-voltando a abraçá-la-...sentir o seu cheiro...-encostando seu nariz na nuca dela. Lara se arrepia; amolecendo o corpo. Zac sorri ao perceber que conseguia fazê-la baixar a guarda daquela forma.
Lara-Não faz assim, Zac...-completamente entregue quando ele a faz encostar à parede e vai descendo os beijos para o colo dela enquanto desabotoava os botões da blusa que ela usava-Para, amor.-segurando as mãos dele. Ela já arfava-Isso é loucura! Eu nem acredito que ainda estou aqui!-abotoando a blusa apressadamente, temendo não conseguir mais continuar mantendo o autocontrole caso Zac recomeçasse os beijos.
Zac-Vamos ficar aqui só mais um pouco, Lara...
Lara-Não, Zac. Chega.-mantendo distância dele. Nisso, eles conseguem ouvir a campainha do apartamento ser acionada-Ouviu? Mais alguém chegou. Daqui a pouco um deles vem até aqui pra ver o que nós estamos fazendo ou se ainda estamos vivos...-apressada para voltar para a sala-Não é certo ficarmos aqui enquanto todo mundo está lá...
Zac-É. Eu sei. Você tem razão, amor.-roçando seu nariz no dela; sorrindo, mas com um olhar de desapontamento. Lara percebe, então acaricia seu rosto.
Lara-Parece que nunca mais vai dar certo; não é?-sorrindo.
Zac-Armaram um complô contra nós.-brinca. Ela ri.
Lara-A segunda vez está mais difícil que a primeira. Quem diria!-passando a olhá-lo seriamente-Talvez isso seja um sinal...
Zac-Sinal?-enrugando a testa.
Lara-É. Um sinal de que...não devemos fazer de novo.
Zac-...-sem saber o que dizer diante daquela declaração. Ele a olhava com os olhos bem abertos, num misto de surpresa e incredulidade. Lara começa a rir.
Lara-Peguei você, bobo!-dando um selinho nele-É brincadeira!-vendo que ele ainda estava um tanto assustado.
Zac-...-respirando aliviado-Engraçadinha! Não teve graça!-deixando escapar um sorriso nervoso.
Lara-Você precisava ver a sua cara!-ainda rindo.
Zac-Eu imagino qual tenha sido!-passando as mãos pelo rosto; rindo também.
Lara-...Você não namoraria mais comigo se eu não quisesse mais...quer dizer...se nós não dormíssemos mais juntos?-mordendo o lábio inferior; baixando os olhos.
Zac-Por que essa pergunta?-voltando a ganhar uma expressão apreensiva. Lara o olha e acaba rindo novamente.
Lara-Calma. Eu não vou sugerir nada...Só perguntei por curiosidade.
Zac-Quer descontar o susto que eu te dei; não é?-brincando.
Lara-Quem sabe!-rindo.
Zac-Lógico que eu namoraria você mesmo se você fizesse essa escolha, Lara. Eu te amo. O que eu sinto por você vai além de algo físico...Se eu puder estar perto de você, te beijar, ou apenas segurar a sua mão, eu já me considero o homem mais feliz do mundo.-olhando-a nos olhos-Claro que eu teria que fazer um sacrifício enorme para controlar os meus desejos...-ela o interrompe:
Lara-E os seus 8 tentáculos.-completando. Ele ri.
Zac-É. Os meus 8 tentáculos também.-levantando um pouco os braços; abrindo e fechando as mãos brincando como se fosse “atacá-la”. Lara ri.
Lara-Acho que eu é quem não conseguiria controlar os meus desejos.-puxando-o pelo colarinho da camiseta, fazendo-o aproximar o rosto do dela. Lara toca os lábios dele de modo sensual.
Zac-Não reconheço você.-sorrindo-O que você fez com a minha namorada?-brincando.
Lara-A culpa é sua; sabia?-rindo-Às vezes nem eu me reconheço!
Zac-Minha? Mas eu não fiz nada...-sonso-...ainda.-tencionando voltar a prendê-la contra a parede; sorrindo safado.
Lara-E nem vai.-escapando do cerco dele-Agora nós vamos voltar para a sala e ficar comportadinhos lá.-puxando-o pela mão para finalmente saírem do quarto dele.
Zac-Sabe que eu estava até gostando da nova versão da minha namorada!-rindo; deixando-se ser guiado por ela, que também ri.
Lara-Não fica tão empolgado, Zac. A minha crise de dupla personalidade não é tão frequente assim.
Zac-Ah!-fazendo biquinho, brincando.
Lara-Bobo!-balançando a cabeça, sorrindo.

       Os dois voltam para a sala, onde Matt e Ellie haviam se juntado a Linda, Isaac, Pietra, e também a Diana e Meg, que haviam voltado da cozinha.

Matt-Oi, casal!-sorrindo ao vê-los adentrar a sala.
Lara-Oi, Matt!-também sorrindo-Oi, Ellie!-aproximando-se dele para cumprimentá-los.
Ellie-Oi, Larinha!-dando um beijo no rosto dela-Oi, Zac.-cumprimentando-o da mesma forma.
Zac-Oi!-sorrindo simpático-Que bom que vocês vieram! Agora a reunião já está quase completa.
Ike-Faltam só o Tay e a Mari.
Matt-Eles não estão aqui?
Pietra-Estão sim, Matt. Só que invisíveis. Sabe aquele conto de fadas em que um rei usava roupas invisíveis, mas que só os inteligentes podiam vê-las? Pois é. No caso, os dois estão invisíveis, e só os inteligentes podem vê-los.-zoando. Risos.
Matt-Obrigado pelo valiosa explicação, querida prima.-sorrindo-Estou aqui me perguntando por que você também não fica invisível.-também implicando. Ela ri.
Pietra-Porque como só os inteligentes poderiam me ver, eu sei que você sentiria muito se chegasse aqui e não me encontrasse.
Meg-Imagina isso 24 horas por dia!-olha para Di, rindo.
Diana-Sua casa deve ser sempre animada, Meg.
Meg-E como!-todos riem.
Zac-Imagina a tragédia, Matt: o Tay foi escolher os dvds na locadora.
Matt-O quê? Eu não acredito!-rindo-Vocês deixaram?
Ike-Não tinha outra opção. Não posso sair de casa porque a dona Diana não deixa; embora eu não esteja mais com febre e as crises de espirros tenham decidido me deixar um pouco em paz. E o Zac não estava aqui no momento em que alguém precisava ir locar os filmes.
Linda-O Taylor tem tanto mau gosto assim?-rindo.
Pietra-Tem não, Lili. É intriga da oposição!
Lara-Coitadinho, gente!-rindo.
Matt-Coitadinho? Você vai ver só quando ele chegar!
Ike-Fica sossegado, Matt. A Mari foi com ele; ainda temos salvação.
Matt-Ufa!-respirando fundo; zoando.
Ellie-Exagerado!-rindo.

Eles ouvem barulho de chave na fechadura da porta da sala. Todos olham naquela direção.

Pietra-Eles chegaram.-sorrindo.

Taylor surge à porta, seguido logo por Mariana.

Tay-Eu não disse que os nossos fãs estariam nos esperando ansiosamente, Mariana?-sorrindo ao ver todos olhando para eles.
Mari-Na minha humilde opinião, acho que eles esperavam ansiosamente pelos dvds.-rindo.
Pietra-A sua orelha não caiu, Tay?-zoando.
Tay-Ahn?-sem entender. Todos riem, exceto Mariana e ele.
Matt-Não liga para ela, Tay.-sorrindo safado-Minha prima é piradinha. Você sabe.
Tay-Nós temos mais uma visita...-fazendo sinal para que uma pessoa do lado de fora do apartamento cruzasse a porta-Encontramos com o seu amigo logo aqui na portaria, Zac.
Mari-Chegamos na mesma hora.

É então que Victor adentra o local. Lara, Zac e Diana olham imediatamente para Linda. Esta, ao ver Victor, não esconde a expressão de surpresa e, ao mesmo tempo, descontentamento. Victor também fica perceptivelmente surpreso, mas ao contrário dela, aquele encontro nunca poderia despertar nele descontentamento; embora ler nos olhos dela que vê-lo não a agradava doesse muito.

Pietra-Gente, que silêncio!-sem entender o clima pesado que se estabelecera no ambiente-Oi, Victor-amigo-do-Zac.-sorrindo-Oi, Mariana.-levantando da poltrona.
Mari-Oi, Pietra!
Victor-Oi.-sem conseguir deixar de olhar para Linda-Oi para todos.
Tay-Não vai falar comigo não, Pi?-sorrindo.
Pietra-Claro que vou, Tay! Mas o seu cumprimento é especial.-caminhando até ele para abraçá-lo. Isaac os observa.
Diana-Fique à vontade, Victor .É um prazer recebê-lo aqui em casa.-saindo da inércia, e resolvendo seguir o exemplo de Pietra para acabar com o silêncio que voltara a reinar.
Zac-Bom te ver, Victor!-querendo acabar com o constrangimento do amigo; o cumprimentando com um abraço.
Victor-Desculpa atrapalhar a reunião de vocês...Eu...Eu sinto muito.-não tirando os olhos da ex-namorada-Desculpa ter vindo assim sem avisar...
Diana-Você não atrapalha, querido...
Pietra-Por que está todo mundo tão estranho?-pergunta baixinho para Taylor ao perceber que havia algo errado ali.
Tay-Não faço a mínima ideia.-responde também baixinho; beijando-lhe o rosto.
Matt-Prazer, Victor. Eu sou o Matt.-estendendo a mão para ele-Acho que nos vimos aqui na festa do Isaac; não?
Victor-Acho que sim, Matt.-com um sorriso amarelo; tendo que desviar o olhar para ele.
Ellie-Eu sou a Ellie.-também o cumprimentando; sorrindo.
Zac-E aquela é a tia Meg, mãe do Matt; Isaac, que você já conhece, e Mariana, a namorada dele.-terminando as apresentações.
Victor-...Namorada do Isaac? Eu achei que fosse a namorada do Taylor.-comenta. Mariana e Taylor se olham sem graça.
Mari-...er...Não poderia estar mais enganado.-com um sorriso amarelo.
Victor-Então você é a namorada dele; certo?-olhando para Pietra, que tinha a cintura abraçada por Taylor.
Pietra-Não.-sorrindo-Nós somos apenas amigos.
Lara-Ela é prima do Matt, sobrinha da tia Meg.
Victor-Desculpa.
Pietra-Tudo bem.-sorrindo.
Victor-É um prazer conhecer todos vocês.
Meg-O prazer é nosso, querido.-simpática.
Pietra-Vocês esqueceram de apresentá-lo para a Linda, gente!-observando inocentemente.

       Os olhares de Linda e Victor voltam a se cruzar. Ela não poderia estar mais incomodada com aquela situação. Sentia seu coração bater tão apressadamente que quis levantar do sofá e sair correndo assim que o vira entrar, mas achou não ter forças nem para ficar de pé.

Victor-...Prazer, Linda.-estendendo timidamente a mão para ela. Lara e Zac se olham.
Linda-Acho que não precisamos de tanta formalidade, pois já nos conhecemos, Victor.-olhando para a mão que ele estendia-Conheço você bem até demais.-tentando se manter firme; buscando forças para se levantar do sofá. Ela fica em pé, de frente para ele. Victor recolhe a mão ao perceber que ela não iria segurá-la.
Lara-...E então...Que filme vocês trouxeram?-tentando desfazer o mal-estar entre os dois, mudando o foco da conversa.
Tay-Vou deixar a Mariana falar; afinal, foi ela quem escolheu todos os filmes.
Mari-Todos não. Você escolheu um; lembra?
Tay-Ah é! Você me deu essa colher de chá.-sorrindo maroto.
Mari-Viram como eu sou boazinha?-rindo.
Tay-Vamos ver se eles acham isso quando virem os filmes que você trouxe.
Mari-Muito bons, por sinal, senhor Taylor Hanson.-sorrindo.
Tay-E quem disse o contrário?-sonso.
Mari-Engraçadinho!-rindo. Isaac, Pietra, Zac e Lara olham-se sorrindo, estranhando a descontração entre os dois-O que foi, gente?-percebendo os olhares deles-Somos civilizados agora; não é, Taylor?
Tay-Com certeza.-sorrindo.
Matt-Falta só você e o Ike, Pi.
Pietra-Fala pra ele se civilizar que então a gente conversa.-alfinetando.
Ike-Então nós conversamos daqui a uns 5 anos quando você estiver crescidinha.-devolvendo a alfinetada.
Meg-Acho melhor vocês começarem a ver logo esses filmes.-rindo.
Diana-Concordo com a Meg.-olhando para Isaac-Assim vocês se comportam direitinho. Eu e a Meg vamos lá para o quarto conversar, e assim deixamos vocês mais à vontade. Juízo, hein!
Zac-Pode deixar, mãe. Eu tomo conta deles.-sorrindo maroto.
Diana-Lara, fica de olho nele; ok?-rindo. Zac finge indignação.
Lara-Com certeza, senhor...Diana.-eles riem.
Meg-Qualquer coisa, é só chamar.
Matt-Certo, mãe.

As duas deixam a sala em direção aos quartos.

Linda-...Gente, eu acho que já vou indo...-olhando para Victor-Estou com dor de cabeça...É melhor ir para casa.-desviando o olhar para Lara com ar de reprovação.


“Ai meu Deus! Ela deve estar achando que eu armei isso tudo!”-Lara pensa ao ver a forma como a amiga a olhara.


Mari-Você já quer ir, Lili?
Ike-Você chegou quase agora, Linda.-Victor baixa os olhos.
Linda-Mas já está na hora de ir embora.-decidida-Obrigada por terem me recebido na reunião de vocês...E desculpa por estar indo embora assim, mas eu realmente preciso ir.
Pietra-Ah, Linda! Tem certeza de que não dá pra ficar nem mais um pouquinho?
Linda-Desculpa, Pi. Mas não posso.-a abraçando para se despedir.

        Linda vai se despedindo de cada um na seguinte ordem: Pietra, Taylor, Isaac, Mari, Ellie, Matt e Zac...Quando ela se aproxima de Lara e a abraça, ouve a amiga sussurrar para ela:

-Eu não tive culpa de nada, Linda. Eu juro. Nem eu, nem o Zac. Nós não sabíamos que o Victor apareceria.

Linda-Tudo bem, Larita. Deixa pra lá. Tudo o que eu quero é sair daqui.-a abraçando apertado-Parece um pesadelo ter que olhar para o Victor e lembrar de tudo o que eu passei...-suspirando-Tchau, Larita. A gente se vê depois.
Lara-Tchau, Lili. Se cuida.-dando-lhe um beijo no rosto. Ela não queria insistir para que ela ficasse, pois sabia como a amiga ficava mal na presença do “ex”.
Zac-Eu te levo até a sua casa, Linda. Eu trouxe você, então eu levo.
Linda-Não. Não precisa, Zac. Eu vou sozinha. Não tem problema.
Zac-Eu te levo, Linda.
Linda-Não, Zac. Obrigada, mas não precisa mesmo.-com um sorriso de agradecimento-Tchau, Victor.-cumprimentando à distância, não querendo ser mal educada.
Victor-...Espera, Linda. Fica. Eu vou embora. Você foi convidada...Eu vim sem avisar. Foi um erro meu. Você não precisa pagar por isso.-triste.

Matt, Ellie, Mariana, Isaac, Taylor e Pietra não entendem nada.

Linda-Não tenho mais clima para ficar, Victor. Não quero estragar a animação dos meus amigos...Não sou o tipo de pessoa que gosta de fazer mal às outras.-sorrindo sarcástica-Espero que você se divirta.-caminhando até a porta-Desculpa, gente.-fala antes de sair.
Lara-Droga!-sentando no sofá, apoiando os cotovelos sobre os joelhos.
Mari-Eu não entendi nada.
Pietra-Nem eu.
Victor-É tudo culpa minha.-passando as mãos pelos cabelos; olhando para a porta-Eu vou atrás dela. Não posso me conformar com isso. Eu não posso.
Zac-Tem certeza, Victor?-pondo a mãos sobre um dos ombros dele.
Victor-Um dia ela vai ter que me contar o porquê de tanto ódio...E se eu puder, esse dia será hoje, Zac.-esperando alguma palavra de incentivo.
Lara-...Só não pressiona, Victor. Se ela não quiser falar com você, não força...-olhando para ele.
Victor-Não vou, Lara. Pode confiar.-sorrindo. Ele se apressa em sair do apartamento para alcançá-la.
Ike-Um de vocês dois pode explicar o que acabou de acontecer aqui?
Lara-Longa história, gente!
Mari-E pelo visto, confusa também.
Matt-A Linda não gosta do seu amigo, Zac?
Zac-Acho melhor vocês sentarem porque a Lara tem razão: é uma história bem longa mesmo.

Zac e Lara começam a contar todo o episódio da noite anterior na cafeteria e o misterioso fim do relacionamento dos dois há meses atrás.




* * *





Victor-Linda.-a encontrando no corredor do andar à espera do elevador.


“Droga!”-ela pensa ao vê-lo se aproximar; apertando repetidas vezes o botão de acesso ao elevador.


Linda-Por acaso eu esqueci alguma coisa no apartamento dos garotos?-tentando manter-se fria ao perceber que ele se aproximaria antes mesmo do elevador chegar.
Victor-No apartamento não. Mas esqueceu que até 4 meses atrás você me fazia o cara mais feliz do mundo...E eu achava que também fazia você se sentir assim.-olhando-a nos olhos-O que aconteceu com a gente, Linda? O que fez com que nós chegássemos a este ponto?
Linda-Victor, aqui não é o melhor lugar para conversarmos sobre isso; nem o melhor momento...-desviando o olhar do dele, pois Victor a olhava com uma expressão tão triste que Linda temia fraquejar. Toda vez que o via, sentia vontade de abraçá-lo forte, beijá-lo...Mas ao mesmo tempo, queria bater nele, xingá-lo...Não. Ela não podia cair no truque de “bom moço” dele. Não outra vez-Por favor, volta para lá; vai ver os filmes...Eu não quero conversar agora.
Victor-E quando você vai parar de me evitar, e decidir que é hora de conversar? Quando será o momento certo? Qual o lugar apropriado? Me diz, pelo amor de Deus, Linda!
Linda-...Eu não sei. Eu não sei; ok? Depois de 4 meses sem ver você, eu achei que estava sendo capaz de superar tudo; que aos poucos as lembranças de você sumiriam da minha cabeça e eu poderia fingir que você nunca havia aparecido na minha vida...que eu poderia recomeçá-la. Mas depois de ontem, eu percebi que não é tão fácil como eu pensei...e que eu posso até não tocar no assunto, mas ele ainda dói aqui dentro...e vai doer pra sempre!-desabafando-Eu sinto tanta raiva de você que às vezes isso supera o fato de eu ainda te...-emudecendo ao perceber o que estava prestes a falar.
Victor-Você ainda o que, Linda?-abrindo um tímido sorriso-Fala, por favor. Termina o que você ia dizer.
Linda-Eu nem sei o que eu estou falando, Victor! Me deixa em paz, por favor. Ver você, estar perto, ouvir a sua voz...tudo isso me faz muito mal. Será que você não percebe?!
Victor-Você me ama, Linda. Você ainda me ama.-sorrindo.
Linda-Não. Eu não amo. Amei muito, mas depois de tudo o que você fez, não amo mais.
Victor-Não era isso o que você quase falou agora há pouco.
Linda-Eu não quero ter que falar o que eu realmente sinto por você agora, Victor. É um sentimento muito feio, e mesmo você merecendo, eu me envergonho de sentir algo assim tão negativo.-tencionando dar as costas para ele, e apertar novamente o botão de acesso ao elevador.
Victor-Não é verdade, Linda.-segurando-a pelo braço, fazendo com que o corpo dela fosse de encontro ao dele. Os rostos ficam bem próximos. Os dois se encaram.

       Linda sente como se seu coração fosse sair pela boca. As pernas ficam bambas e a respiração mais intensa.

Linda-Me solta, Victor.-quase num sussurro. Os olhos estavam marejados.
Victor-Eu te amo, Linda. Por que você não acredita nisso?
Linda-Porque você só me provou o contrário...Como você quer que eu acredite?
Victor-Fala pra mim onde eu errei. Eu conserto tudo. Eu faço o que você quiser; só me fala em que eu falhei...como eu consegui te perder?-roçando carinhosamente seu rosto no dela. Linda fecha os olhos, apertando os braços dele como se quisesse se controlar para não ceder.
Linda-Deixa eu ir embora, Victor. Por favor.-arfando pelo contato do rosto dele ao seu. Ela abre os olhos, e uma lágrima corre por seu rosto.
Victor-Eu sinto tanto a sua falta...
Linda-Mas eu não sinto a sua.-sussurrando enquanto ele já quase tocava os lábios dela com os dele.

      Victor sorri, pois, apesar do que acabara de falar, ela não oferecia resistência às intenções dele. Na verdade, Linda queria se opor àquilo tudo, mas era inegável que ela ainda o amava. Este era um dos motivos pelo qual ela não queria encontrá-lo novamente desde o dia em que terminaram o namoro: tinha medo de reações como a que estava tendo naquele exato momento.
O corpo dela parecia reconhecer o dele com o mais simples toque, fazendo-a sentir como se aquele contato fosse tão vital quanto o ar que ela respirava.

É então que o elevador o andar abre as portas.
Emily, que estava ansiosa para chegar logo ao apartamento, ao sair apressada do elevador dá de cara com Victor e Linda a ponto de se beijar.

Emily-Victor!!! O que você está fazendo???!-alterada.

Rapidamente, Linda afasta-se de Victor, olhando para Emily. Victor também olha para a irmã, chateado pela interrupção do quase-beijo.

Victor-Emily? O que você está fazendo aqui?
Emily-Eu é que pergunto o que vocês dois estão fazendo aqui sozinhos?-olhando para Linda.
Linda-...er...Eu já estou indo embora, Emily.
Victor-Não, Linda. Espera. A gente precisa conversar.
Linda-Nós já conversamos o bastante, Victor.-arrependendo-se por quase ter deixado que ele a beijasse.
Emily-Conversaram?-olhando assustada para Linda.


“O que será que essa estúpida falou para o meu irmão?”-pensa, receosa.


Victor-Linda, fica, por favor. Não podemos continuar assim pra sempre. Você não pode fugir cada vez que eu apareço em algum lugar em que você esteja.-ignorando o que Emily falava como se ela nem estivesse ali-O nosso encontro ontem foi uma prova de que ainda temos muito que conversar e esclarecer.
Emily-Encontro? Ontem? Você não me falou nada, Victor!!-surpresa-Vocês vêm se encontrando?-olhando para Linda.
Linda-Não, Emily!


“Preciso descobrir o que essa garçonetezinha andou falando! Ela que não tenha se atrevido a falar besteiras para o meu irmão!”-pensa, querendo descobrir a todo custo os detalhes do tal encontro que eles haviam tido e o teor da conversa.


Victor-Você ainda não disse o que está fazendo aqui, Emily.-começando a se irritar com a intromissão da irmã na conversa.
Emily-Eu vim ver o Zac. Qual o problema? Não posso?
Victor-Ele te convidou?
Emily-Não. Por acaso ele também te convidou?
Victor-...
Linda-Eu já estou indo.-inquieta-Foi bom te ver, Emily.-não demonstrando muito afeto pela ex-cunhada pois aquela era uma exigência da mesma desde que haviam ficado “amigas” e Emily dizia ajudar Linda a não cair nas mentiras do irmão.
Emily-Fica, Linda. Agora que eu cheguei você vai embora!?-lançando um olhar cúmplice para ela-Fica, Linda. O Victor e eu estamos pedindo...-Linda percebe que Emily queria mesmo que ela ficasse.
Linda-...-sem saber o que fazer. Ela queria muito conversar com sua amiga e confidente, mas não estava certa sobre continuar suportando a presença de Victor.

Victor olha para Emily, que pisca o olho para ele numa falsa indicação de que tentava ajudá-lo.

Victor-Eu prometo que não vou te importunar enquanto estivermos aqui.
Linda-Só enquanto estivermos aqui?-o encarando.
Victor-Eu já falei que não vou desistir de você, Linda.
Emily-Não começa, Victor. Assim ela não vai querer ficar...-o censurando.
Linda-...Acho melhor não, Emily...-reticente.
Emily-Você precisa ficar, Linda.-olhando-a de modo contundente; falando apenas com o movimento dos lábios-Eu preciso falar com você.
Linda-...Ah...er...Tudo bem. Eu fico.
Victor-Obrigado, Linda.-sorrindo.
Linda-Não precisa agradecer, Victor. Não é por sua causa.-ríspida; sob o olhar discretamente satisfeito de Emily. Linda caminha de volta para o apartamento dos Hanson.
Emily-Vê se aprende a ficar calado e não bancar o bobo, Victor.-seguindo a mesma direção que Linda, deixando Victor parado no meio do corredor sozinho.
Victor-Droga! Droga!-encostando a cabeça na parede; chateado por não ter conseguido conversar direito com Linda.

       Por um instante ele fica chateado com Emily por ter aparecido no exato momento em que ele conseguira fazer Linda baixar a guarda; mas ao lembrar que ela tentara ajudá-lo pedindo para que sua “ex” ficasse, sente-se agradecido. Ele decide não ficar se lamentando e aproveitar o fato de pelo menos poder ficar perto dela.

Victor também volta para o apartamento.





* * *




Pietra-Quer dizer que o Victor, amigo do Zac, é o ex-namorado da Linda?
Lara-Exatamente.
Mari-Eu estou chocada com tudo o que vocês contaram. Eu sabia por alto sobre essa história da Linda, mas não fazia ideia de que isso ainda mexia tanto com ela.
Ike-Ela chorou quando o viu?
Zac-Ela ficou pálida; surpresa...Eu achei que ela fosse desmaiar.
Ellie-Nossa! Que história!
Tay-Mas por que eles terminaram?
Lara-Isso ninguém além dos dois sabe.
Zac-Ninguém além da Linda, você quer dizer. Porque o Victor jura que não sabe de nada. Até hoje ele não entende o que aconteceu.

    Eles veem quando alguém mexe na maçaneta da porta e Linda reaparece na sala. Todos ficam surpresos com a volta dela, então mudam de assunto.

Matt-Você ainda não falou que filmes escolheu, Mari.
Mari-Dois lançamentos que ouvi dizer que são maravilhosos: “De repente amor” e “Sr. E Sra. Smith”. Já o Taylor alugou “Amaldiçoados”. Eu contestei, mas não teve jeito.-ele sorri.
Pietra-Ah! Não acredito! Eu vi “De repente amor” no cinema! É perfeito!! E “Sr. e Sra. Smith” eu não vi ainda, mas estava louca para ver! Afinal de contas, Brad Pitt é TUDO!-sorrindo.
Ike-Achei que o Tom Welling fosse “TUDO”.-implicando.
Matt-Nem me fale nesse cara!-rindo.
Pietra-Eu tenho olhos para os dois, querido. Aliás, para muitos.-com um sorriso debochado.
Ike-Ainda está na fase de sonhar que vai casar com eles?-continuando com a provocação.
Pietra-Não. Agora eu esqueci essa história de casamento e só sonho com a lua-de-mel! Você nem imagina como o Tom Welling consegue ser talentoso nos meus sonhos! Nossa! Não posso nem pensar nisso agora!-abanando-se com as mãos, com um sorriso malicioso. Isaac balança a cabeça com ar de reprovação.
Matt-Eu estou aqui, priminha!-tapando os ouvidos, brincando.
Pietra-Ok. Não vou falar então os detalhes da minha noite com o Tom no Hawaii.-todos riem, exceto Isaac.
Linda-Oi, pessoal. Voltei.-fazendo-se finalmente “ser percebida”.
Lara-Linda?
Mari-Desistiu de ir para casa?-sorrindo.
Linda-É. Resolvi ficar.
Pietra-Êêê!Que bom, Lili!-comemorando. Ela sorri timidamente.
Zac-E o Victor?
Linda-Ele está vindo aí com a Emily.
Lara-Emily?...A irmã dele?-olhando para Zac com ar de interrogação-Você a convidou, Zac?
Zac-Não me olha assim. Eu não sei de nada, amor.-fala baixinho para ela.

        É então que Emily e Victor também adentram o apartamento. Apesar de estarem confusos e curiosa a respeito da volta de Victor e Linda e sobre a presença de Emily, ninguém faz nenhuma pergunta, apenas cumprimentam a nova visita.
As devidas apresentações são feitas por iniciativa da própria Emily, que, mesmo chegando inesperadamente e sem convite, parecia mais à vontade do que qualquer um ali.
Pietra, Matt, Ellie, Isaac, Mari e Taylor dizem seus respectivos nomes após Emily ter se apresentado.

Emily-Prazer em conhecer vocês.-sorrindo-Você eu já conheço, Zac.-o abraçando.

        Ela dá dois beijos no rosto dele, sendo o último bem próximo a boca dele; sorrindo vitoriosa ao fazê-lo olhando para Lara, que fica indignada. Zac fica totalmente sem graça, mais ainda quando percebe que, obviamente, Lara não ficara contente com aquilo.

Victor-Você não vai falar com a Lara, Emily?-envergonhado pelos modos da irmã, que ainda estava abraçada a Zac.
Emily-Lara? É você?-olhando para ela-Não lembro de já termos sido apresentadas antes, querida.-sonsa-Seu rosto é bem comum, mas não lembro de você.
Victor-Ela quis dizer ‘familiar’, Lara.-agarrando discretamente um dos braços da irmã para que ela soltasse Zac.
Lara-Eu entendi bem o que ela quis dizer, Victor.-encarando Emily-Já que você não lembra de mim, não vejo problema em me apresentar. Eu sou Lara, a namorada do Zac.-segurando a mão do namorado, e puxando-o para junto de si. Zac a abraça por trás.
Zac-Eu tenho sorte, né?-beijando o rosto da namorada; sorrindo. Lara também sorri.
Emily-...É. Tem sim.-forçando um sorriso; olhando com raiva para Lara.
Victor-Podia ter ficado sem essa.-sussurra para a irmã, que o olha feio.
Emily-Me erra, Victor.-ríspida.
Mari-Mas e então, vamos ver os filmes? Estou ansiosa para assisti-los.
Pietra-Eu também! Principalmente o meu filme!
Ike-Seu filme?
Pietra-“Sr. e Sra. Smith”.-eles riem.
Matt-Poderia ser o meu filme também, já que meu sobrenome também é Smith, pentelha.-bagunçando os cabelos dela.
Pietra-Sai, Matt!-empurrando a mão dele-Poderia ser seu mas é meu, seu chato!
Tay-Ele quer o Brad Pitt, Pi.-rindo.
Matt-Você é quem quer, Tay! Pensa que eu não sei, hein!-zoando-Lógico que eu queria a Angelina!
Ellie-Ah é?-olhando para ele; beliscando um de seus braços.
Matt-Ai!Ai!-rindo-Brincadeira, Ellie!!-esquivando-se. Todos riem.
Lara-Eu voto para vermos logo “De repente amor.” Desde que a Pê assistiu e me falou que era bom, eu estou louca para ver!
Tay-Viu o perigo que foi deixar uma garota escolher os fimes?! Só água-com-açúcar.
Mari-Ah! Nem vem, Taylor!”Sr. e Sra. Smith” não é água-com-açúcar! E você alugou “Amaldiçoados”; não pode reclamar que não pôde escolher também, implicante.-dando um tapinha no braço dele, sorrindo. Ele também sorri.
Ike-Eu aceito qualquer filme que a Mari tenha alugado; eu só não aceitaria se o Tay os tivesse escolhido.-abraçando-a; sorrindo. Mariana também sorri. Pietra desvia o olhar discretamente.
Tay-Eu nunca escolheria os filmes que ela escolheu!
Mari-Claro! Quem tem bom gosto entre nós dois sou eu.-rindo.
Matt-Protesto.-brincando.
Mari-Matt!-eles riem.

      Enquanto eles discutiam a respeito da escolha dos filmes, e qual veriam primeiro, Emily aproxima-se discretamente de Linda.

Emily-Precisamos conversar, Linda.-fala baixinho entre dentes sem nem mesmo olhá-la.
Linda-Agora?
Emily-Não. Agora não. O Victor está olhando...
Linda-Ele não vai parar de olhar, Emily.
Emily-Vai sim. Eu vou dar um jeito nisso. Agora presta atenção. Quando todos estiverem distraídos pelo filme, eu finjo que vou ao banheiro e depois você me segue; ok?
Linda-Tudo bem, Emily. Queria mesmo desabafar com você, amiga.-Emily lança um sorriso falso para ela.

         Fica decidido que o primeiro filme a ser visto seria “De repente amor” por voto unânime de todas as meninas, até mesmo Pietra, que já havia visto aquele filme.
Taylor colocava o dvd enquanto todos se acomodavam.
Pietra pega a caixinha do dvd para dar uma olhada; sentando na poltrona que estava sentada antes. Matt, que senta ao lado de Ellie no chão, encostados no sofá maior, pede para que a prima dê uma prévia da história do filme.

Pietra-...Ah, vou tentar resumir um pouco do que eu lembro... O filme é sobre os encontros e desencontros entre Oliver (Ashton Kutcher) e Emily (Amanda Peet), que começam em um voo de Los Angeles para Nova Iorque. Ela é uma garota doidinha que acaba de brigar com o namorado (agora ex), guitarrista da banda de rock Bon Jovi. Oliver é um nerd que acabou o Ensino Médio e precisa decidir o que fazer da vida. Ele quer conhecê-la melhor depois da rápida experiência sexual que compartilham no banheiro do avião, mas ela não está nem aí. Mesmo assim, Oliver e Emily passam o dia juntos em Nova Iorque e resolvem que em três anos ela deve ligar para ele em uma espécie de aposta. Assim, durante mais ou menos sete anos, o filme acompanha as idas e vindas do casal, incluindo empresas, noivados e casamentos falidos.
Lara-Deve ser lindo!-sentando no sofá maior.

        Quando Zac ia sentar ao lado da namorada, Emily se apressa e o faz antes dele, impedindo que eles pudessem sentar próximos. Lara olha incrédula para ela, olhando para o namorado logo em seguida. Zac não sabia o que fazer.

Emily-Senta, Zac.-sorrindo cínica; sinalizando para que ele sentasse ao lado dela.
Zac-Não. Obrigado, Emily. A Lara e eu preferimos sentar no chão; não é, amor?-estendendo a mão para ajudar a namorada a levantar.
Lara-Claro.-sorrindo; aceitando a ajuda dele. Emily fica emburrada ao ver o sorriso de Lara.

Linda acaba sentando ao lado dela.

Emily-Ai que ódio!-murmura.
Linda-Oi?-olhando para ela.
Emily-Nada, Linda! Esquece!-ríspida.

Victor aproxima-se do sofá em que elas estavam sentadas.

Victor-Posso?-referindo-se a sentar ao lado de Linda.
Linda-...-olhando ao redor e constatando que não havia mais nenhum lugar vago para que ele sentasse, já que Mariana e Isaac haviam ocupado o sofá de dois lugares e Taylor, que poderia ser a segunda opção para sentar ao seu lado, sentara no chão, encostado à poltrona de Pietra-...O sofá não é meu, Victor. Você não precisa me pedir permissão.-não usando um tom de voz rude, mas querendo dar um quê de frieza e indiferença.
Victor-...Obrigado.-constrangido e ao mesmo tempo triste; sentando ao lado dela.

        Se Emily não estivesse tão concentrada olhando para Zac e Lara, tendo os piores pensamentos possíveis, teria dado um jeito de impedir que Victor e Linda sentassem perto um do outro. Emily estava com tanta raiva que só pensava em alguma maneira de acabar com a alegria do casal, principalmente da sua “rival.”

O filme começa.

       Zac levanta rapidamente para desligar as luzes da sala, voltando ao seu lugar no chão ao lado de Lara.
Por um momento, apenas as vozes dos personagens do filme podiam ser ouvidas.
        Todos estavam atentos ao filme...quer dizer, quase todos. Linda estava bastante incomodada por ter Victor ao seu lado. Ela nem sequer se movia, sentada de modo que se podia perceber a tensão estampada em seu rosto e evidente também em todo seu corpo.
Ela percebia o constante olhar de Victor de soslaio sobre ela, o que a fazia ficar mais desconfortável. Porém, em momento algum ela denunciava saber que estava sendo observada; nem mesmo olhava disfarçadamente. 
Não que fosse algo fácil, pelo contrário; mas ela não podia deixá-lo sentir que ela baixava a guarda; não podia deixá-lo ter a chance de se aproximar novamente como fizera há pouco, quando ela quase fraquejara em sua tentativa de não mais se deixar levar pelo cinismo e pelas mentiras do ex-namorado.


“Graças a Emily eu não fiz uma besteira! Graças a Emily eu não fui burra outra vez a ponto de deixá-lo me magoar! Não. Nunca mais vou deixá-lo fazer isso. Nunca mais.”-ela pensa; suspirando levemente.


       Ao ouvi-la suspirar, Victor questiona a si mesmo se aquela havia sido uma manifestação influenciada pela cena romântica que passava na tela da tv, ou se tinha relação com algo real...algo relacionado a ele.
Enquanto a cena romântica entre os dois personagens principais do filme transcorria, Pietra, sentada na poltrona de frente para o sofá de dois lugares onde Mariana e Isaac estavam sentados, olha para eles. Podia parecer masoquismo, mas ela não conseguia desviar o olhar dos dois, que assistiam ao filme abraçadinhos; olhando um para o outro de vez em quando, e sorrindo cumplicemente. Às vezes cochichavam alguma coisa e riam baixinho.
        Numa dessas conversinhas ao pé do ouvido, os rostos deles se aproximam bastante a ponto dos lábios quase se tocarem. A essa hora, Pietra mexia as mãos demonstrando toda a inquietação que aquela cena lhe trazia.
É então que Isaac parece sentir o peso do olhar de Pietra sobre ele, e olha sutilmente para a direção onde ela estava. Ao constatar que ela estava mesmo olhando, Isaac desvia seu olhar de volta para Mariana e, em vez de beijá-la na boca como eles estavam a ponto de fazer, afasta um pouco o rosto e a beija na testa; a fazendo encostar a cabeça em seu peito logo após. Mariana sorri; aninhando-se nos braços dele.
       Isaac olha para Pietra. Ela fica sem graça e baixa os olhos, tentando fingir que o encontro de olhares entre eles havia sido mera coincidência.
Isaac sentia-se mal ao imaginar o que Pietra sentiria se o visse beijar Mariana. Agora que ele conhecia os sentimentos que ela nutria por ele, achava que estava em suas mãos evitar ou não que ela sofresse ou passasse por algum tipo de constrangimento. 
Ao mesmo tempo, olhar para a namorada ali abraçadinha a ele, à parte de seu sentimento de culpa e de seus segredos, piorava o modo como se sentia.

Ike-Volto já, Mari.-beijando carinhosamente a cabeça da namorada antes de se levantar do sofá.
Mari-Não demora mesmo, hein! Senão vai perder partes importantes do filme.-sorrindo.
Ike-Pode deixar.-também sorrindo. Ele levanta do sofá e sai discretamente da sala.

         Pietra resiste à tentação de segui-lo com o olhar para ver para onde ele iria; fingindo estar totalmente atenta ao filme.
Já Zac e Lara estavam, sim, atentos ao filme. Embora Zac tentasse desviar a atenção da namorada com alguma gracinha ou beijnhos no pescoço.

Lara-Para, bobo!-sorrindo; encolhendo os ombros-Presta atenção no filme.
Zac-Eu não consigo parar de olhar pra você.-também sorrindo.
Emily-Shiii!-aproximando o rosto dos dois, que estavam sentados no chão, encostados no sofá em que ela estava sentada.

        Lara olha para ela com ar de indignação, pois eles falavam tão baixinho que não podia estar atrapalhando a compreensão do filme.
        Zac olha para Lara e balança a cabeça discretamente, como se dissesse para ela não dar importância. Eles voltam a prestar atenção no filme.
É então que Emily, disposta a qualquer coisa para importunar Lara, dá uma joelhada nela quando finge querer se ajeitar melhor no sofá.

Lara-Ai!-geme baixinho, já começando a ficar irritada. Zac a olha.
Zac-O que foi, amor?
Emily-Desculpa, Lara. Foi sem querer.-sorrindo cínica. Lara respira fundo para controlar a raiva.
Lara-Tudo bem...-educada-Mas toma mais cuidado, Emily; por favor.
Emily-Não se preocupe. Serei mais cuidadosa.-sonsa.
Zac-O que aconteceu, Lara?-pergunta baixinho ao ouvido dela.
Lara-Nada, amor. Deixa pra lá.-procurando não se estressar. Ele sorri.
Zac-Eu te amo; sabia?-conseguindo arrancar um sorriso dela também.
Lara-Eu também te amo.-os dois vão aproximando os rostos para se beijar, quando Emily percebe a movimentação deles; e curva-se bastante até pôr a cabeça entre eles, atrapalhando o clima outra vez.
Emily-Zac, você viu que o nome da personagem principal é Emily?-inventando qualquer bobagem como desculpa para interromper o beijo dos dois e chamar a atenção de Zac.
Zac-Vi sim, Emily.-com um sorriso amarelo.
Lara-Desde o começo do filme.-a encarando com um sorriso sarcástico.
Emily-Mas ela não é mais bonita do que eu; é, Zac?-encostando o rosto no ombro dele.
Zac-...As duas são muito bonitas, Emily...-sem graça.
Emily-Você me acha mesmo bonita?-abrindo um largo sorriso, mas não tanto pelos elogios de Zac, e sim pela cara que Lara fazia.
Zac-...Claro, Emily. Você é muito bonita. Você sabe disso.-olhando para a namorada; preocupado com o modo o qual ela o olhava.
Emily-Hum! Você é tão cheiroso, Zac!-encostando seu nariz no pescoço dele.
Zac-...er...Obrigado...-com um sorriso amarelo.

        Lara solta um risinho irônico; olhando para Zac com incredulidade. Ela levanta do chão, chateada. Ela estava indignada por ele não cortar as investidas de Emily.

Zac-Aonde você vai, Lara?-segurando a mão dela.
Lara-Preciso de um pouco de ar.-sarcástica; soltando-se dele, e indo até a varanda do apartamento. Emily sorri satisfeita, mas disfarçando o seu sorriso logo em seguida.
Emily-Ela ficou com raiva de mim, Zac?-fazendo-se de inocente; beijando o pescoço dele de modo sensual. Zac se afasta dela; também levantando do chão.
Zac-Não, Emily. Não foi de você que ela ficou com raiva.-seguindo a mesma direção que Lara tomara.

          Mesmo Zac indo atrás de Lara, Emily dá-se por satisfeita ao ver que o clima entre o casal não tinha mais nada a ver com romance. Só de imaginar uma possível discussão entre os dois, ela tinha vontade de rir.
         Victor olha para ela como se quisesse demonstrar que sabia que a saída de Zac e Lara tinha alguma relação com ela. Emily lança um sorriso debochado; ignorando o irmão e seu olhar de repreensão.
 Emily então lembra de sua segunda missão àquela noite além de conturbar o namoro do casal: descobrir o que Linda e Victor haviam conversado.

Emily-Por favor...-curvando-se um pouco para falar com Matt, que estava sentado no chão perto do sofá dela. Matt e Ellie a olham-...Vocês sabem me dizer onde fica o banheiro?-falando um pouco mais alto para que Linda, ao seu lado, pudesse ouvi-la.
Matt-Claro.-simpático-Você está vendo aquele corredor ali?-indicando-Terceira porta à direita.
Emily-Obrigada.
Matt-De nada.

Emily levanta; olhando de soslaio para Linda, que entende o sinal.

Linda-...er...Eu vou com você, Emily. Também quero ir ao banheiro.-levantando.

As duas deixam a sala sob o olhar de Victor, que nem desconfiava que aquela era apenas uma desculpa e que ele era o principal motivo dessa desculpa.




* * *




          Assim que Isaac adentra a cozinha, avista logo em cima da mesa o brownie que sua mãe fizera. Ela o pusera ali para que esfriasse antes de servi-lo.

Ike-Hum!! Está com uma cara ótima!-se aproximando da mesa; sorrindo maroto. Ele se põe a olhar para o doce e então lembra de Pietra; sorrindo maroto.


“ Pietra-Acho que eu vou lá para a cozinha, Isaac. Sua mãe está fazendo brownie...Quero ver se consigo pelo menos beliscar um pouquinho.Não sei se vou agüentar esperar muito para provar.O Tay sempre me falou que o brownie da mãe de vocês é espetacular!
Ike-E é mesmo.-desencostando-se da porta e aproximando-se dela.
Pietra-...Então eu vou lá.-querendo fugir dali.O clima entre eles estava estranho.Isaac sério; olhava-a de modo estranho...
Ike-Espera.-segurando um dos braços dela, fazendo-a olhar para ele.
Pietra-...-esperando que ele dissesse o que pretendia.
Ike-...-sem saber o que dizer já que tencionara comentar sobre sua descoberta a respeito dos sentimentos dela, mas desistindo.
Pietra-Você quer me falar alguma coisa?-enrugando a testa, pois ele ainda segurava seu braço.
Ike-...Você não acha que está bem grandinha para beliscar comida; não?-falando a primeira coisa que lhe viera à cabeça.
Pietra-Lá vem você com seu discursinho patético.Não dá pra você se decidir, não?Uma hora eu sou criança e imatura demais, outra hora eu cresço no seu conceito e sou classificada como ‘bem grandinha’...Preciso saber o que eu sou para você, Isaac.
Ike-Criança demais para fazer coisas de adultos, e ‘bem grandinha’ para fazer coisas de crianças menores de 9 anos.-dando seu primeiro sorriso durante aquela conversa.
Pietra-Vai me dizer que você nunca belisca comida mesmo depois de ter ganhado o diploma de adulto careta?-sarcástica.
Ike-Não.
Pietra-Sabe por que às vezes as crianças mentem, Isaac?Porque elas vêem os adultos mentirem.-encarando-o.
Ike-Você é a criança e eu sou o adulto?-sorrindo safado.
Pietra-Eu sou a sábia criadora dessa teoria e você é o mentiroso que serviu de inspiração para ela.-sorrindo vitoriosa. “



Não resistindo à tentação, ele, cuidadosamente, belisca a parte de baixo do brownie, tirando um pedacinho.

Ike-Em sua homenagem, maluquinha.-murmura; deixando escapar um sorriso.

        Como se o pensamento de Isaac tivesse chamado, Pietra surge à porta da cozinha. Rapidamente, ele esconde as mãos atrás das costas; encostando-se à mesa.

Pietra-...-surpresa ao vê-lo-...Eu não sabia que você estava aqui...-só então descobrindo que Isaac não fora ao banheiro ou para seu quarto como ela pensava.
Ike-Vai dar meia volta só porque eu estou aqui?-a encarando; sorrindo.
Pietra-Não...mas só porque a sede não me permite.-sorrindo sarcástica; aproximando-se dele-Por que você parece...assustado?-enrugando a testa.
Ike-Eu?-tentando mudar de expressão-...Não vi você entrar...
Pietra-Entrei invisível, Isaac. Lembra o que eu falei sobre a roupa invisível do rei? Apenas os inteligentes podem ver.
Ike-Você está sugerindo que eu não sou inteligente, mocinha?-fingindo indignação.
Pietra-Acho melhor eu não responder a essa pergunta, Isaac.-o encarando-Você não me vê nem quando eu pareço estar inteiramente exposta, imagina invisível!-sorrindo sarcástica.
Ike-Eu se fosse você não teria tanta certeza. Você poderia se surpreender...-sorrindo misterioso. Ela ergue uma das sobrancelhas.
Pietra-Como assim?
Ike-...No dia em que você perceber que eu consigo ver você mesmo quando esta não é a sua vontade, eu te falo.-continuando com ar misterioso.
Pietra-...-sorrindo irônica-Eu não tenho certeza se vou viver até os 100 anos, Isaac.-ele ri.
Ike-Você acha que vai levar tanto tempo assim?
Pietra-...Talvez esse dia nunca chegue.-séria.
Ike-Pessimista.
Pietra-Realista.-enrugando a testa ao perceber que Isaac se esquivava e se virava sempre que ela fazia algum movimento; parecia que ele escondia algo-O que você tem nas mãos, Isaac?-o encarando.
Ike-...O que eu tenho nas mãos?-sonso-...Os dedos!
Pietra-Haha! Muito engraçado! Eu riu depois; ok?-irônica-O que você está escondendo atrás das costas?-desconfiada.
Ike-Eu? Nada!-segurando o riso.
Pietra-Então por que você está com os braços para trás e se movendo como se eu não pudesse ver as suas mãos?
Ike-Elas estão invisíveis.-zoando.
Pietra-Ah claro! Então não posso vê-las; não é?-cínica.
Ike-Somente os inteligentes podem.-sorrindo.
Pietra-Engraçadinho!-balançando a cabeça com ar de reprovação. Ela vê o brownie sobre a mesa e tem uma precisa conclusão-...Eu não acredito que o senhor deixe-de-ser-criança andou fazendo o que há pouco tempo atrás me censurou por fazer?!-olhando para ele, com um sorrisinho no canto da boca.
Ike-Não sei do que você está falando.-sorrindo sonso. Com aquilo, Pietra tem certeza de que estava certa no que concluíra.
Pietra-Deixa eu ver as suas mãos, Isaac! Eu não acredito!-tentando segurar os braços dele; rindo. Isaac, então, a abraça para afastar suas mãos do alcance dela. Ao sentir os braços dele a envolvendo, Pietra para de se mexer, ganhando uma expressão séria-...Assim não vale, Isaac.-saindo do abraço dele. Isaac percebe a causa daquela súbita mudança; arrependendo-se do que fizera.
Ike-...Tudo bem. Eu confesso o meu crime.-mostrando para ela o pedacinho de brownie que havia tirado.
Pietra-Eu sabia!-deixando escapar um sorrisinho-Você não tem vergonha, Isaac?
Ike-Não.-sorrindo-Quer?-oferecendo o pedaço para ela.
Pietra-Não. Não vou fazer essa maldade com você.-sorrindo. Ele também sorri.
Ike-Eu pego outro.
Pietra-Sua mãe vai ver, Isaac!-dando um tapinha no ombro dele, que ri.
Ike-Eu sou especialista, Pietra.-mostrando para ela como havia feito; pegando outro pedacinho sem deixar nenhuma evidência.
Pietra-Seu gradissíssimo mentiroso!-rindo-Você disse que nunca fez isso!
Ike-É que eu sou tímido; não gosto de exibir os meus talentos, Pietra.-sorrindo safado; dando o outro pedaço para ela, que ri.
Pietra-Eu não deveria...mas não consigo resistir...-aceitando. Isaac sorri. Os dois comem seus respectivos pedaços-Hum! Que delícia!-revirando os olhos de modo exagerado, fazendo Isaac rir.
Ike-Você quer água, não é?
Pietra-Por favor, Isaac. Estou morrendo de sede.
Ike-Gelada?
Pietra-Aham.

Isaac caminha em direção à geladeira. Pietra se encosta à mesa, posicionando-se no lugar que antes havia sido de Isaac. Ela o observa.

Ike-Copo meio cheio ou meio vazio?-zoando; abrindo a geladeira e pegando uma garrafa com água.
Pietra-Cheio. Não gosto de nada pela metade.-ele sorri-Você não estava gostando do filme ou veio para cá só para beliscar o brownie?-recebendo o copo que ele lhe estendia.
Ike-As duas coisas.
Pietra-Beliscar o brownie eu até compreendo, mas não estar gostando do filme...Ele é lindo!!
Ike-Lindo?-fazendo cara feia-Aquela garota é uma inconsequente; ela é imatura...Vai acabar deixando o cara louco!
Pietra-A culpa não é dela, Isaac. Definitivamente, ela não é nada disso que você está falando. O que tem demais em ir atrás do que se quer correndo todos os riscos que isso requeira? O que tem demais fazer o que tem vontade se isso não fizer mal a ninguém?-incomodada com a descrição que ele dera para a personagem do filme.
Ike-Ela desviou toda a vida do cara, Pietra.
Pietra-Eles se apaixonaram, Isaac! Como você espera que um amor não mude a sua vida? De qualquer maneira, um amor muda tudo!
Ike-Eu não acho que eles se amem.
Pietra-Você nem viu o final do filme ainda!
Ike-Mas o final não conta, Pietra! É claro que os dois vão ficar juntos porque esse filme segue a regra de previsibilidade de todos os outros do gênero. Só que ao longo da história eles não parecem tão certos sobre o que você chama de “amor”.
Pietra-Lógico, Isaac! Isso vem com o tempo. É normal que se tenha dúvidas sobre os sentimentos...mas é maravilhoso quando se consegue desvendá-los; entendê-los...O problema é que, na maioria das vezes, eles vão contra a nossa vontade. Mas não dá para ser racional quando o assunto é o coração.
Ike-Eu acho que dá sim.
Pietra-Isso vai além da racionalidade. A menos que você queira negar o que sente, se acha que isso é mais conveniente...aí sim vai buscar desculpas “racionais” para o que eu chamo de fuga. Isso é medo. É covardia.
Ike-É tentar fazer o que é certo. Ela tinha um noivo!
Pietra-Mas ela não amava esse noivo!
Ike-Mas também não tinha certeza se amava o outro.
Pietra-No fundo, no fundo, ela tinha certeza, Isaac. O medo é que a fez hesitar. Eles não conseguiram ver logo o que estava bem na frente deles desde o começo.
Ike-Só que ninguém pode magoar os sentimentos dos outros como se fosse a coisa mais normal do mundo, Pietra.
Pietra-Mas nessas situações alguém sempre sai machucado. Não dá para ir contra isso.
Ike-E se você fosse a parte da história que sai machucada, ainda pensaria assim?-a encarando.
Pietra-...Isso...Essa...Essa conversa não é sobre mim, Isaac.-tencionando dar as costas com a desculpa de pôr o copo sobre a pia da cozinha. Ele a segura pelo braço.
Ike-Mas eu quero saber o que você pensa, Pietra. Você continuaria com essa visão resignada se você fosse a pessoa a sair machucada?




* * *




         Emily e Linda caminham em silêncio até a metade do corredor dos quartos. Ao chegar em frente ao banheiro, as duas param.

Linda-Acho que agora nós podemos conversar.-Emily olha para os lados para se certificar de que poderiam mesmo conversar.
Emily-O que você está fazendo aqui, Linda? Você e o Victor combinaram esse encontro? Fala a verdade.
Linda-Não, Emy. Nós nos encontramos aqui por acaso...Eu vim para cá por muita insistência do Zac e da Larita...-Emily a interrompe:
Emily-Você é amiga da mosc...da moça namorada do Zac?-preocupada após ouvir o carinho no modo com o qual Linda dissera o nome de Lara.
Linda-Muito! Ela é uma das minhas melhores amigas, Emily...Assim como você, claro. Tenho muito para te agradecer, amiga. Você já me ajudou tanto...Acho que nunca serei capaz de te agradecer o bastante.
Emily-Tem uma forma de agradecimento, Linda.
Linda-Qual?
Emily-Você tem que ser sempre sincera comigo. Isso é a única coisa que eu espero em troca de você. Eu sou sua amiga e, por isso, te ajudei. Mesmo prejudicando os planos do meu irmão, não poderia jamais continuar permitindo que ele brincasse com você.
Linda-É incrível como vocês dois são diferentes, Emy! Se o Victor fosse pelo menos 1/3 do que você é...-triste.
Emily-Infelizmente, nada é perfeito; não é?-querendo chegar direto ao ponto-Olha, fala a verdade, Linda. Você e o Victor vêm se encontrando?
Linda-Não, Emily. Eu quero distância do seu irmão! Nós só nos encontramos ontem, pela primeira vez em 4 meses...E hoje aconteceu de novo. Mas não causei nada. Pelo contrário. Quando você chegou, eu já estava indo embora; não queria ficar aqui tendo que olhar para ele...Só fiquei porque você pediu.
Emily-Mas sobre o que vocês conversaram? Você não falou nada sobre mim; não é?
Linda-Claro que não, Emily! Ele bem que tentou arrancar alguma coisa de mim, mas eu não falei nada.
Emily-Nada mesmo?
Linda-Não. Nada.-Emily respira aliviada.
Emily-Mas e...você também nunca falou sobre mim para a sua amiguinha?
Linda-Para a Lara?
Emily-Ela mesma.
Linda-...-antes que ela pudesse responder, Diana e Meg saem do quarto de Diana, que ficava ao lado do banheiro, fazendo-as emudecer subitamente.
Diana-Oi, meninas! Tudo bem?-sorrindo simpática.
Meg-Estão perdidas?-brincando.
Emily-Não.-adiantando-se em responder-Viemos ao banheiro; mas já estávamos voltando para a sala.-Linda apenas confirma com um movimento de cabeça.
Diana-Ah.-compreendendo-Então vamos juntas, queridas. Vou servir para vocês o brownie que eu fiz.
Meg-Nós estávamos saindo justamente para chamar a todos para o lanche. Vocês dvem estar famintos.-sorrindo.

Emily força um sorriso, enquanto Linda sorri espontaneamente.
Emily não estava satisfeita com a interrupção de sua conversa, mas já ficara tranqüila por saber que Linda não falara dela para Victor.


“Ela é amiga da estúpida traça de livros! Ai que ódio!! Vou ter que ficar de olho nessas duas!”-Emily pensa.


As quatro caminham em direção à sala.





* * *



        Lara olhava para a vista do pôr-do-sol na varanda do apartamento. Ela tentava controlar a raiva que estava sentindo olhando aquela cena, que de tão linda a fazia relaxar um pouco.
Zac, que havia saído atrás dela logo que ela deixara a sala, vai se aproximando da namorada devagar até se posicionar ao lado dela, sem nada dizer.
Lara também não fala nada, continuando a observar o pôr-do-sol. É então que Zac decide quebrar o silêncio.

Zac-Você se incomoda se eu ficar aqui com você?
Lara-Achei que você quisesse ficar lá na sala com a Emily.-mantendo o olhar fixo no mesmo ponto.
Zac-Olha pra mim, Lara.
Lara-...-ela respira fundo, e o faz.
Zac-Por que você veio pra cá?
Lara-Eu precisava de ar. Eu disse antes de vir.
Zac-Por que você não me chamou para vir junto?
Lara-Porque você estava muito ocupado.
Zac-Eu não estava ocupado com nada, Lara.
Lara-A Emily deixou você vir? Achei que ela fosse te aspirar todo para os pulmões dela.-sarcástica.
Zac-É por isso que você está me olhando assim...como se estivesse com raiva?
Lara-‘Como se estivesse’, não. Eu estou com raiva, Zac. Estou com raiva dela e de você também.
Zac-De mim?
Lara-É melhor você me deixar sozinha, Zac. Eu detesto quando me sinto assim...então eu não quero falar com você agora...
Zac-Mas eu quero saber por que você está com raiva de mim!? Eu não fiz nada.
Lara-Exatamente por isso. Você mesmo explicou os meus motivos. Eu sou sua namorada; acho que mereço um pouquinho de respeito; não? A Emily já demonstrou que não gosta de mim desde a primeira vez em que nos vimos, então dela eu não espero consideração ou qualquer coisa boa. Mas com você é diferente! Como você acha que eu me sinto vendo o meu namorado ser agarrado por outra garota; ser acariciado, cheirado por outra...Ela quase beijou a sua boca, e você não fez nada! Você não fez NADA!
Zac-...Mas...O que você queria que eu fizesse, amor?
Lara-Eu não sei, Zac! Mas você tinha que dar um basta nisso. A Emily só faz esse tipo de coisa porque você não a repreende. É como se você não se importasse...ou melhor, como se até gostasse que ela se comporte assim com você.
Zac-Você sabe que não é verdade.
Lara-Eu não sei de mais nada.
Zac-...Você não está sendo justa, Lara. Em momento algum eu dei motivos para que ela fizesse essas coisas.
Lara-Quer motivo maior do que não fazer nada logo no começo quando ela quase beijou a sua boca na minha frente?
Zac-Ela é irmã do Victor, amor; agora filha do meu chefe...não posso tratá-la mal...
Lara-Eu não estou dizendo para você tratá-la mal...Eu só não acho que por ela ser irmã do seu amigo e filha do seu chefe, possa fazer o que quiser de você. Mas se você não se opõe...quem sou eu para fazê-lo.-sarcástica.
Zac-Não foi isso que eu quis dizer, Lara.-passando as mãos pelos cabelos-Tenta me entender.
Lara-Está um pouco difícil, Zac. Eu tenho que entender o fato da Emily poder dar em cima de você descaradamente porque ela é irmã do Victor ou porque você vai trabalhar para o pai dela, e entender também que você não fazer nada. -sarcástica-Mas se um amigo meu de infância faz o mesmo, você não só acha que eu posso, mas que eu devo fazer algo a respeito. Não é estranho?
Zac-Por que você trouxe o Jason para essa conversa?
Lara-Por quê? Ele é o melhor exemplo de como isso funciona. A diferença é que ele nunca tentou me beijar na boca sabendo que eu estou namorando; e se ele o fizesse, claro que eu tomaria alguma atitude. Mas não importa se nós fomos namorados ou não, ele me respeita demais para fazer esse tipo de coisa.
Zac-Desculpa se ele foi melhor namorado do que eu sou, Lara.-chateado.
Lara-...Eu não disse isso, Zac.
Zac-Você é bastante eloquente; não precisa de muitas palavras para dizer o que quer. Você sempre acha a forma ideal.

       Lara entreabre a boca para falar alguma coisa, mas Diana aparece na varanda, fazendo ccom que ela desistisse da ideia.

Diana-Meus queridos, vim chamá-los para...-percebendo que pelas carinhas deles que eles estavam discutindo antes que ela chegasse-...Algum problema?-olhando para eles.

Zac olha para Lara.

Lara-Não, senhora...Diana. Está tudo bem.-com um sorriso amarelo; sem graça.
Diana-Tem certeza? Vocês parecem chateados com alguma coisa.
Zac-Impressão sua, mãe.
Lara-É. Nós só viemos até aqui para tomar um ar...
Diana-Ar, não é? Sei...-desconfiada-Bem, eu vim para chamá-los para comer o brownie. Todos já estão indo para a cozinha. Venham. Quem sabe vocês não melhorem essas carinhas, hein!-segurando uma das mãos de cada um deles como se conduzisse duas crianças.

Zac e Lara se olham, mas logo desviam o olhar.

Os três se juntam aos outros na sala, que os esperavam para só então irem para a cozinha.





* * *




Pietra-É difícil falar sem estar vivenciando, Isaac. Eu não sei como pensaria ou agiria...Eu não quis dizer que temos que machucar alguém de propósito; eu só disse que não podemos evitar mesmo se quiséssemos...É a vida. Essa pessoa pode ser eu, você...-ele a interrompe:
Ike-...a Mariana.-Pietra o encara.
Pietra-Você está se referindo a alguma coisa específica, Isaac? Eu achei que, assim como eu, você falava sobre a história do filme. Eu me enganei?
Ike-Essa nossa conversa se aplica à vida, Pietra. Não é sobre um mundinho feito de castelos de areia baseado em filmes, mas sobre o mundo real.
Pietra-Só que eu ainda não entendi aonde você quer chegar.
Ike-Esse é o problema: nem eu sei aonde eu quero chegar.
Pietra-Você está me deixando confusa.
Ike-É você quem está me deixando assim.
Pietra-Eu?-enrugando a testa.
Ike-É. Você sim. E agora eu estou me sentindo a pior pessoa existente na face da Terra.
Pietra-Por causa do filme?-confusa-Mas não foi eu quem escolheu, Isaac!
Ike-Não é só por causa desse filme, Pietra...É por causa de mim, de você, do beijo que eu te dei em frente a Paradise...É por tudo! Eu tive que sair da sala porque eu não aguentei olhar para a Mariana e pensar que eu a...eu a traí. Eu traí a minha namorada. Ela não merecia isso.
Pietra-Mas você não gosta de mim, Isaac. Você mesmo disse que foi um beijo impulsivo, apenas para me calar.
Ike-Mas isso não exclui o fato de eu ter te beijado, Pietra. Maldita hora em que eu fui atrás de você àquele dia! Se você não tivesse gritado...

Pietra ouve as palavras de Isaac como se recebesse um soco no estômago.

Pietra-Eu não acredito que você está tentando me culpar pelo que aconteceu, Isaac!!? Eu não te pedi para ir atrás de mim.-se exaltando.
Ike-Eu não estou tentando culpar você; eu só queria poder voltar no tempo e não ter feito o que eu fiz.
Pietra-Agora é tarde demais.
Ike-Ah! Obrigado por me fazer sentir melhor.-irônico.
Pietra-O que você quer que eu diga ou faça?-aumentando o tom de voz.
Ike-Eu queria que você não tivesse gritado quando eu tentei te ajudar.-também falando mais alto.
Pietra-Engraçado! Você diz que não está tentando me culpar, mas as suas palavras te contradizem. Você deveria olhar um pouquinho para trás e lembrar que eu gritei, sim, mas que em momento algum te pedi para me beijar. Você me beijou três vezes, Isaac; e nenhuma delas fez qualquer sentido pra mim.
Ike-Mas você sempre correspondeu!-ambos já estavam quase gritando.
Pietra-Isso não me torna culpada de nada, Isaac! Quem tomou a iniciativa de me beijar foi vocêVocê me beijou três vezes! Você é comprometido; eu não!

        É então que os dois olham para o lado e veem Zac, Lara, Taylor, Meg, Matt, Linda, Victor, Ellie, Diana, Emily...e Mariana parados à porta.
Todos estavam surpresos com o que acabavam de ouvir. Até Taylor, que já sabia de tudo, se surpreende, pois sabia que nenhum dos dois, Isaac ou Pietra, esperava que aquilo viesse à tona daquela maneira. Ele baixa a cabeça.
     Mariana olhava para os dois em estado de choque. A boca entreaberta e o rosto pálido denunciavam sua incredulidade.
         Isaac engole a seco.
        Pietra fica bastante vermelha. Estava com tanta vergonha que seria capaz de se esconder no forno se pudesse. Seus olhos se enchem de lágrimas.

Ike-...Mari...Eu posso explicar...-totalmente sem graça.



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segunda-feira, junho 04, 2007

Capítulo 47

Oi, florzinhas!
Bem, desculpa mais uma vez pela demora!Mas tive vários probleminhas que me impediram de atualizar a fic antes. Mas ó, quero que vocês saibam que morro de dor na consciência quando fico sem atualizar.O que mais quero é que vocês se divirtam lendo a minha humilde história.
Bem, hj não vou me alongar aqui no pedido de desculpas para que vocês possam ir direto ao que interessa: o capítulo.Espero que gostem!
Ahhh!Obrigada pelos desejos de melhoras.Estou melhorando da faringite!\o/
Tenho que aproveitar a última semana de férias sem estar dodói senão nem vou poder dizer que tive férias =/
Mil beijos para vocês!
Obrigada por tdooooo!
Vou esperar ansiosa pelos comments, hein!
Ahhh e não deixem de daruma passada na comu da fic, flores.;)Tem uma perguntinha lá para vocês.

Ahhh quem quiser que eu avise das atualizações da fic por e-mail, é só deixar um recadinho aqui com o endereço do e-mail, viu?

Quem quiser me add no msn: larah00@hotmail.com Vou adorar conversar!

Ahhh e só para lembrar: quem tiver orkut e quiser entrar na comu de FIL é só entrar aqui:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm



Agora vamos ao que interessa!Vou deixar vocês lerem o capítulo.
Espero que gostem.
Mil beijossss
Lara





Cap. 47



TRIM TRIM!TRIM TRIM!- o telefone do quarto de Pietra começa a tocar.

Pietra, que dormia um sono intranquilo, acaba acordando assustada.
Ela tateia sua mesinha de cabeceira a fim de alcançar o telefone. Pensou em desligá-lo e voltar a dormir, mas reconsidera ao pensar que poderia ser alguma coisa importante.

Pietra-Alô?-com a voz mole e rouca; ainda de olhos fechados.
Matt-BOM DIA, PRIMINHA!-grita sorrindo.

Pietra-Ah, não!Matt!-reconhecendo a voz do primo-Me deixa em paz.-desligando o telefone, pondo ao seu lado na cama. Ela volta a se encolher; puxando o edredon para se cobrir melhor.

 Matt adentra seu quarto.

Matt-Acorda, dorminhoca!-discando no telefone que segurava o número da prima outra vez, fazendo o aparelho dela tocar novamente-Hora de acordar!-sorrindo.
Pietra-...mmm...Sai, Matt!-resmungando; pegando um travesseiro e colocando sobre a cabeça, pois o telefone ao seu lado tocava insistentemente.
Matt-O dia lá fora está lindo, Pi!-caminhando até a janela do quarto dela; afastando as cortinas e abrindo a janela para que os raios de sol pudessem penetrar no local. Ele volta a se aproximar dela e tira o travesseiro de cima de sua cabeça-Acorda!
Pietra-Se o dia está tão lindo assim, vai aproveitar e me deixa dormir! Eu estou com sono, Matt!-choramingando; segurando seu edredon para que o primo não conseguisse tirar dela como tentava fazer.
Matt-Eu até faria isso, se o almoço já não estivesse pronto e a minha querida mãe não tivesse dito que o filhinho deveria esperar mais um pouco para almoçar para que a priminha dorminhoca dele não almoçasse sozinha.-conseguindo puxar o edredon dela.
Pietra-Pode dizer para a tia Meg que eu não me importo de almoçar sozinha se puder dormir mais um pouco; que ela pode deixar o meu primo guloso comer a vontade.-deitando de bruços para esconder seu rosto da luz solar.
Matt-Fiu! Fiu!-sorrindo ao ver o short curtinho do baby doll da prima.
Pietra-Para, Matt!-pondo as mãos sobre seu bumbum-Olha que eu vou dizer para a Ellie, viu?
Matt-Ela não vai nem ligar.-dando de ombros; rindo.
Pietra-Eu já disse que você pode ir almoçar. O que você está esperando para devorar até os talheres da casa?-levantando um pouco o rosto para olhá-lo.
Matt-Estou esperando que você almoce primeiro para que eu não devore os talheres e você tenha que comer com as mãos. Viu como eu sou um ótimo primo?-sarcástico.
Pietra-E para provar que sou uma ótima prima também, digo que não me incomodo de comer com as mãos desde que você me deixe dormir em paz. Combinado?
Matt-Não.-sorrindo.
Pietra-Por que não? Matt, eu fui dormir muito tarde. Estou morta. Você não tem pena de mim?
Matt-Não. Você sabe que a minha vida não teria sentido se eu não pudesse perturbar você, Pi.-jogando nela o travesseiro que tirara de suas mãos.
Pietra-Ahh seu filho da...-pegando o travesseiro e ficando em pé sobre a cama.
Matt-Ó! Olha que a minha mãe é a sua tia querida!-rindo. Ele põe os braços na frente do rosto para que o travesseiro que Pietra jogara não o atingisse.
Pietra-Você vai ver, Matt! Ainda vou fazer batucada no seu quarto quando você estiver dormindo!-pegando seu outro travesseiro para jogar nele também. Mas Matt a agarra pelas pernas e a faz deitar sobre um de seus ombros-Ahhhhh!!-grita pelo susto-Me solta, seu louco!-apertando com força os braços dele, temendo cair.
Matt-O que você andou fazendo ontem, hein, mocinha? Aliás, o que você e o Tay andaram fazendo?-rindo; divertindo-se com a apreensão dela.
Pietra-Não é da sua conta!-rindo-Me solta!
Matt-Malcriada! Vou dizer para a tia Melanie que você não me deixa cuidar de você.-sorrindo.
Pietra-A minha mãe sabe perfeitamente que quem precisa de cuidados é você, honey!
Matt-Não foi isso o que ela deu a entender quando ligou agora a pouco.-implicando; pondo-a em pé de volta na cama.
Pietra-Minha mãe ligou?-ajeitando os cabelos.
Matt-Há três horas atrás.-falando sério-Eu falei que você estava dormindo, daí ela disse que ligaria mais tarde.
Pietra-Ah!-fazendo beicinho-Ela não deixou recado?
Matt-Não. Só disse que eu tomasse conta de você; e que dissesse para você me obedecer. Ahh! Ela também disse que você deveria me contar onde esconde os seus chocolates!-tentando continuar mantendo ar de seriedade, mas sem conseguir segurar o riso.
Pietra-Até parece que eu caio nessa!-rindo; bagunçando os cabelos dele-Fala sério! Ela não ligou, né?-passando a desconfiar do que ele dissera.
Matt-Ligou sim. Pode perguntar para a mamãe. As duas ficaram tricotando ao telefone por um bom tempo.-sério.
Pietra-...Hum...sei!-sem acreditar.
Matt-É sério, Pi. Ela ligou mesmo.-falando a verdade.
Pietra-Por que você não me acordou, Matt?! Eu queria falar com ela! Estou morrendo de saudade!
Matt-A tia Mel pediu que eu não te acordasse.
Pietra-Como você é obediente!-irônica; ele ri.
Matt-Sou mesmo. Esperei três horas para vir aqui te encher o saco. Foi um sacrifício!
Pietra-Imagino que sim.-rindo também-Vou ligar lá para o Brasil agora...-descendo da cama para procurar seu telefone no meio da bagunça que estava sua cama.
Matt-Nem vai adiantar. Tia Mel disse que ela e o tio Paulo estavam indo para o Rio de Janeiro; e ligariam para você de lá.
Pietra-Eles foram para o Rio? Será que aconteceu alguma coisa com os meus avós paternos?-deduz; já que, apesar de morar em São Paulo, seu pai nascera no Rio de Janeiro e seus avós paternos ainda moravam lá.
Matt-Não, Pi. Está tudo bem com os seus avós.
Pietra-Como você sabe?
Matt-Foi a primeira coisa que a tia Melanie disse para eu dizer pra você antes de falar da viagem deles. Ela sabia que você ficaria preocupada.
Pietra-Acho que você não sabe que nos números ordinais, ‘primeiro’ vem antes de tudo; não é, Matt?-dando beliscõeszinhos na barriga dele, que ri.
Matt-A ordem dos fatores não altera o produto, cara prima.
Pietra-Mas dá sustos, seu bobo!-tendo as mãos seguradas por ele.
Matt-Agora que a senhorita já acordou...-ela o interrompe:
Pietra-Por livre e espontânea pressão...-acrescentando. Ele sorri.
Matt-Vou descer e falar para mamãe que podemos almoçar. Ela está numa euforia para ir visitar a tia Diana. Hoje será o último dia que ela ficará na cidade. As duas querem passar o dia juntas.
Pietra-Ah! É mesmo! O Tay até me chamou para ver dvd na casa dele hoje.
Matt-Então se arruma aí e desce para almoçar porque depois do almoço nós estamos indo para lá. Se você quiser carona...-soltando-a.
Pietra-Claro!-sorrindo.
Matt-Mas tem que se arrumar rápido, hein! Senão eu te deixo aqui.
Pietra-Até parece!-rindo. Ele também ri.
Matt-Você abusa porque sabe que eu nunca cumpro com as minhas ameaças, não é, fedelha?-tencionando fazer cócegas nela, que se esquiva escapa dele.
Pietra-Eu sei que você me ama.-sorrindo marota.
Matt-Amo nada.-fazendo pouco caso.
Pietra-Você confirma ainda mais quando tenta negar.
Matt-Você faz isso melhor que eu.-sorrindo. Pietra arregala os olhos.
Pietra-Como assim?-sentindo um frio na barriga ao ouvir aquele comentário.
Matt-Como assim o quê?-confuso.
Pietra-Por que você disse que eu faço isso melhor do que você?-intrigada com o que ele falara.
Matt-Ué! Eu sempre revido as suas implicâncias devolvendo com as mesmas palavras. Eu estava me referindo ao fato de você também dizer sempre que não me ama mesmo quando eu sei que você demonstra justamente o contrário.-sem entender a interrogação da prima quanto ao seu inocente comentário-Por quê? Eu deveria aplicar isso a algo específico?-a encarando; percebendo que ela ficara inquieta com aquilo.
Pietra-...Não!-forçando um sorriso-Eu só queria te encher o saco!
Matt-Tem certeza? Achei que você tivesse pensando que eu me referia a algo em especial...
Pietra-Fiz de propósito pra te pegar, bobo!-puxando as bochechas dele; rindo forçosamente-É claro que eu sabia que você estava falando de nós dois!-empurrando-o até a porta-Agora vai descendo para almoçar que eu vou tomar banho rapidinho e desço logo em seguida. Prometo que não demoro.-fazendo o primo sair do quarto; já pronta para fechar a porta.
Matt-Você nunca cumpre esse tipo de promessa.-não percebendo que ela queria fugir do assunto anterior.
Pietra-Que calúnia!-fingindo indignação.
Matt-Se você não descer logo vou ficar telefonando, hein!-sorrindo.
Pietra-Ai meu Deus! Tenho que conversar seriamente com a tia Meg sobre o perigo que é deixar você com um telefone a disposição.-rindo.
Matt-Perigo é ficar esperando por você e criar raízes no chão por isso.
Pietra-Se eu demoro é porque você fica o tempo todo me atrapalhando.
Matt-Ah! Eu te atrapalho?-sorrindo ironicamente. Ela prevê que o primo argumentaria mais a respeito.
Pietra-Tchau, Matt! Tchau!-fechando a porta; rindo.
Matt-Cinco minutos.-abre a porta e enfia a cabeça dentro do quarto.
Pietra-Get lost, Matthew!-empurrando a porta e trancando; balançando a cabeça rindo.
Matt também ri; finalmente dando as costas para descer as escadas em direção a sala de jantar.

    Pietra caminha por seu quarto arrumando a bagunça que Matt fizera com seu edredon e os travesseiros. Ela pensa no deslize que cometera ao quase deixar o primo intrigado por seu súbito nervosismo com relação ao ingênuo comentário que ele fizera.

Pietra-Você ainda vai acabar falando demais, Pietra. Controla a sua língua antes que você se arrependa depois que o estrago já estiver feito.-fala para si mesma; aliviada por ter escapado de mais aquela situação-Outro fora desses e o seu segredo já era.-passando as mãos pelos cabelos-Ai! Não quero nem pensar se um dia o Isaac descobrir o que eu sinto...Eu não conseguiria mais olhar para ele!-bate na madeira de sua penteadeira, querendo afugentar aquele pensamento.

         Pobre Pietra! Mal sabia que o que ela mais temia já havia acontecido. Ela estava prestes a ter que encarar Isaac sem a consciência de que seus sentimentos não poderiam estar mais transparentes para ele.




* * *



         O dia que passara havia sido agitado para todos os moradores da casa Hanson. Nem mesmo o enfermo Isaac tivera o descanso de que precisava. O resultado disso foi o lento despertar dos membros daquela família...quer dizer, daqueles que dormiram na residência.

        Diana foi a primeira a acordar. Não conseguia acordar tarde mesmo se não tivesse ido dormir cedo. Ela prepara o almoço; e logo acorda os dois filhos para que se alimentassem. Preocupação de mãe.
        Taylor demora um pouco até mesmo para abrir os olhos para olhá-la, principalmente depois que ela começa a acariciar seus cabelos. Diana sorri ao perceber que assim só o faria ter ainda mais vontade de dormir. Ela para. Taylor abre os olhos para iniciar sua reclamação com jeito manhoso. Com um pouquinho de esforço, ela consegue fazê-lo levantar.
Ao sair do quarto de Taylor, Diana segue para o quarto de Isaac. Com menos dificuldade, o filho mais velho abre os olhos. Ela fica contente ao constatar que, apesar dos espirros, ele não tinha mais febre. Após ouvir a promessa do filho de que logo levantaria, Diana deixa o local para pôr a mesa do almoço.
       Assim que a mãe sai do quarto, Isaac senta e esfrega os olhos. Acordara confuso, pois tinha em sua cabeça várias imagens da noite anterior: Pietra cantando enquanto pensava que ele dormia, o bilhete...Teria sido apenas um sonho?
Ele enruga a testa; olhando para sua mesinha de cabeceira. Rapidamente, ele se aproxima da mesinha e abre a gaveta como se quisesse verificar se o bilhete do qual lembrava era ou não real.
O bilhete estava lá. Não havia como fugir da realidade. E dali a pouco tempo, Isaac também não poderia fugir do encontro com Pietra. Não sabia mais como agir diante dela...Para falar a verdade, não sabia mais como agir consigo mesmo depois daquela descoberta.




* * *




-Zac.Zac.-Lara batia de leve no peito do namorado enquanto o chamava baixinho-Zac.-beijando vários pontos da face dele.

      Zac se mexe um pouco, sorrindo ao sentir o toque dos lábios de Lara e ouvi-la chamar seu nome. Ele abre os olhos. Lara sorri; apoiando os braços sobre o tórax de Zac, que estava deitado sobre o chão.

Lara-Bom dia.-ele abre um largo sorriso.
Zac-Não poderia começar melhor depois de ser acordado por você.-piscando os olhos algumas vezes para finalmente mantê-los abertos.
Lara-Não está com dor nas costas, não? Nós acabamos dormindo aqui mesmo na sala, Zac...no chão.-acariciando o rosto dele-Você acordou no meio da noite? Se sentiu desconfortável?
Zac-Dormindo juntinho de você como eu poderia me sentir desconfortável?-sorrindo-Dormi feito pedra.
Lara-Você não acordou no meio da noite?-enrugando a testa.
Zac-Não. Por quê?
Lara-Porque a janela da varanda está fechada e...Eu lembro que enquanto nós namorávamos aqui ontem à noite, ela estava aberta....Achei que você tivesse fechado.
Zac-Talvez a senhora Collins tenha fechado.-arriscando um palpite.
Lara-É. Pode ser.-dando um selinho nele-Por falar nela, acho que ela já foi para casa. Quando eu acordei, levantei e circulei pelo apartamento, mas nem sinal dela.-estranhando-Será que ela dormiu mal? Me chamou e eu não acordei?-saindo de cima do namorado; preocupada-Você acha que eu devo ir até o apartamento dela para perguntar como ela está?
Zac-Ahn? Acho que não ouvi isso.-sentando; olhando pra ela com incredulidade.
Lara-Por quê?-sem entender. Ele sorri maliciosamente ao perceber que ela não havia entendido o que ele quisera dizer.
Zac-Para que incomodar a senhora Collins?-levantando; ficando de frente para ela-Talvez ela queira que nós dois fiquemos mais à vontade...-a abraçando com um sorriso maroto.
Lara-Ahhh! Entendi até onde você quer chegar com essa sua teoria...-sorrindo.
Zac-E qual a sua opinião sobre esse assunto?-beijando o pescoço dela.
Lara-...Acho que...É melhor deixar a senhora Collins em paz; não é?-sorrindo-Se ela foi embora assim tão rápido é porque devia ter alguma coisa importante para fazer...
Zac-Exatamente.-sorrindo cínico-E como nós já estudamos bastante durante ontem à noite; e eu provei ser um namorado exemplar ajudando você a manter a concentração nos estudos, mereço um prêmio.
Lara-Ah claro!-rindo-Até parece que eu sequer olhei para algum dos livros que eu trouxe aqui para a sala. Eu bem que tentei quando ouvi barulhos vindos do corredor e achei que a senhora Collins fosse aparecer a qualquer momento, mas você, como namorado exemplar que é, não deixou.-dando provocantes beijinhos no lóbulo da orelha dele enquanto falava baixinho em seu ouvido.
Zac-Eu não estava te segurando...Você estava livre para olhar e até folhear os livros.-sorrindo safado; acariciando as costas dela por baixo da blusa do pijama, seguindo lentamente em direção aos seios da namorada. Lara se arrepia; sentindo as pernas ficarem bambas.
Lara-...Você sabe que as suas mãos conseguem me prender sem precisar de esforço...-ofegante, pois ele já tocava seus seios.
Zac-Eu quase fiquei louco ontem, sabia?
Lara-E quer me enlouquecer hoje, não é?-envolvendo o pescoço dele, acariciando-lhe a nuca com firmeza. Ora puxando de leve os cabelos dele fazendo a cabeça pender para trás.

         É então que eles começam a se beijar nos lábios. Zac beijava a namorada com tanta gula que sua intensa movimentação fazia com que ela desse passos para trás pelo peso do corpo dele inclinando-se ao dela. Lara acaba esbarrando no sofá, o que a faz desequilibrar e os dois acabam caindo sobre o móvel. Eles se olham e riem.

Zac-Desculpa, amor.-ajeitando-se sobre ela-Te machuquei?
Lara-Não.-sorrindo-Está tudo bem...Vem.-o puxando pela camisa para que eles voltassem a se beijar.

       De repente, a porta da sala é aberta. Senhora Collins adentra o local com duas sacolas de compras em mãos, o que a impede de segurar a porta antes que esta fechasse sozinha de forma abrupta e ruidosa.
Zac e Lara se assustam; olhando para a direção de onde viera o barulho. Eles acabam caindo do sofá, só então fazendo a senhora Collins perceber o que havia interrompido.

Zac-Ouch!- ao bater as costas no chão; pois havia sido o que mais sofrera pela queda, já que Lara caíra sobre ele tendo sua queda amortecida.
Lara-...Senhora Collins!-sem conseguir evitar a surpresa ao ver a senhora ali parada olhando para eles. Lara enrubesce subitamente .Até Zac estava visivelmente constrangido.

-...er...Desculpa pelo susto. Não foi intencional...-sem graça.

Lara-...Não...Não tem problema...-com um sorriso amarelo; sem saber o que dizer.
Zac-Esse susto foi até bem providencial. A Lara estava com soluço e eu estava fazendo cócegas nela como último recurso para tentar fazê-la parar de soluçar.-inventa; até surpreendendo a si mesmo por sua rápida imaginação. Lara olha para ele comprovando que ele não era o único que se surpreendera com a história improvisada-Agora já passou o soluço; não foi?-desviando seu olhar para a namorada.
Lara-...Já.Passou sim, amor.-forçando um sorriso; respondendo com um rápido movimento de cabeça. Ela e Zac sentam.
Zac-Obrigado, senhora Collins.-também forçando um sorriso, mas querendo fazer careta pela dor que sentira nas costas quando se movera.
Lara-...É...Muito obrigada. Eu já estava quase ficando sem ar de tanto que soluçava. Achei que fosse ter uma síncope ou algo parecido porque, além de soluçar, me deu uma crise de riso e...-ela tentava explicar de forma que a situação soasse lógica, mas seu embaraço a fazia falar rapidamente acompanhando a ordem com a qual as ideias surgiam em sua cabeça. Ela cruzava os dedos atrás das costas, o que acabou sendo de grande ajuda pois deixava transparecer menos o nervosismo dela já que assim ela não podia gesticular como fazia quando estava nervosa. Zac olha para a namorada como se pedisse para ela ir devagar com as explicações pois na procura por certa coerência no que dizia ela podia acabar exagerando e comprometendo a “veracidade” dos fatos-...er...-entendendo o olhar que ele lançara para ela-...Mas graças a Deus...e à senhora...o soluço passou!

-Ainda bem mesmo que eu cheguei. Porque acho que as cócegas, Zachary, estavam deixando a Lara ainda mais sem ar, por isso ela não ria. Pelo contrário, vocês dois estavam bem calados.-num tom sarcástico; demonstrando não ter dado crédito a história contada. Lara e Zac não conseguiam disfarçar o embaraço diante daquele flagra-Mas que bom que você não terá uma síncope, Lara, e que o Zachary não terá que inventar métodos para acabar com soluço...huh?-aproximando-se do sofá perto de onde eles estavam caídos.


“Acho que vou ter uma síncope agora!”-Lara pensa; morrendo de vergonha.


Zac-Eu já havia esgotado todos os meus métodos.-Lara levanta; ajudando Zac a fazer o mesmo.

-Deu para perceber. Você recorreu a um dos mais perigosos na sua última tentativa.-com um olhar de “vocês-sabem-sobre-a-que-me-refiro”.

Lara-...er...A senhora dormiu bem?-tentando mudar de assunto, ajeitando discretamente a blusa do pijama, que estava torta e amarrotada.

-Dormi sim, querida. Obrigada por se preocupar.-sorrindo-Acho que vocês é que não devem ter dormido muito bem...Acabaram adormecendo no chão. Pobrezinhos! Estudaram muito?-Zac e Lara se olham.O tom que a vizinha usara era indecifrável para eles, que não conseguiram deduzir se aquilo era uma pergunta inocente ou se havia certa ironia em todo o comentário.

Lara-...Acho que dormimos antes de estudar o necessário...-morde de leve o lábio inferior.

-Você já ligou para casa avisando que acabou ficando por aqui, Zachary? Sua família pode ter ficado preocupada já que você saiu apenas para trazer alguns livros e não voltou para casa.

Zac-Muito bem lembrado, senhora Collins. A minha mãe deve estar mesmo preocupada...-mente-Acho melhor eu ir embora...

-Ah! Justo agora que eu trouxe umas coisinhas para preparar um almoço para nós!-desapontada; mostrando as sacolas que segurava-Eu não quis mexer nos seus armários, Lara, então resolvi pegar algumas coisas em casa mesmo. É uma forma de agradecer pela sua hospitalidade comigo, querida.-afagando os cabelos dela, sorrindo ternamente.

Lara-Não precisa se incomodar, senhora Collins...

-Não é incômodo, meu anjo. É o mínimo que posso fazer por um casalzinho tão gentil. Eu sei que acabei atrapalhando vocês com a minha presença aqui ontem à noite...-Lara tenciona falar algo, mas senhora Collins apressa-se em concluir o que dizia-...Não se preocupe em tentar justificar nada para mim, Lara. Eu peço desculpas porque só agora percebi que estraguei a noite de vocês; e juro que essa não foi a minha intenção...Longe de mim tecer qualquer crítica, até mesmo porque não tenho esse direito; então vocês não precisam explicar nada para mim. Mas mesmo assim, tentaram fazer com que eu não me sentisse constrangida ou intrusa...Mesmo se tivessem outros planos para ontem, foram gentis o bastante para acolher esta velhota intrometida.-sorrindo-Agradeço a vocês pelo respeito que tiveram comigo, crianças.-passando as mãos de modo carinhoso pelos rostos do casal-Ah se eu tivesse a imaginação de vocês no meu tempo de juventude! Eu teria usado essa história do soluço quando meu pai apareceu em casa e me pegou num amasso...É assim que vocês falam?-Zac e Lara se olham rindo-...com um namoradinho.

Lara-Eu não tenho tanta imaginação, senhora Collins. O Zac é quem tem!-sorrindo. Ela estava começando a se sentir à vontade depois das palavras da vizinha.
Zac-Eu?-olhando para ela, rindo-Cada dia você me surpreende com o que sai da sua cabecinha.-segurando carinhosamente uma das mãos dela. Senhora Collins sorri.

-Agora que ninguém vai mais estudar ou ter crises de soluço, não é? Que tal almoçarmos?  Prometo fazer algo bem gostoso.

Lara-Estou mesmo com fome.-sorrindo; consentindo então com a ideia da senhora. As duas olham para Zac.

-Você não vai me fazer uma desfeita, Zachary!

Zac-Jamais, senhora Collins.-sorrindo; as fazendo sorrirem também. Lara dá um selinho no namorado.

         Zac se oferece para ajudar a senhora Collins com as sacolas. Os três seguem para a cozinha onde, com o clima mais ameno depois da conversa que tiveram, eles ajudavam a boa senhora a preparar o almoço. Eles se divertiam com as histórias que ela contava a respeito de sua mocidade e seus namorados.




* * *




        Eram duas horas da tarde quando Mariana abre os olhos, despertando de seu sono e para as conseqüências de seus atos na noite anterior...

Mari-Ai!...mmm...-mexendo-se sobre a cama; levando as mãos à cabeça-Ai minha cabeça!-murmura; apertando os olhos ao se sentir tonta por tencionar levantar de uma vez. Ela apenas senta, tentando se recuperar da tontura.

        Mariana olha para si mesma e percebe que ainda vestia o vestido com o qual fora para a exposição. Ela enruga a testa. Por que ainda estava com aquela roupa? Por que sua cabeça parecia querer explodir? Estas eram perguntas que lhe vinham à cabeça ao se ver daquele jeito.
Embora ela se esforçasse para lembrar de alguma coisa que explicasse o motivo pelo qual estava trajada daquela forma e a insuportável dor de cabeça que sentia, seu árduo esforço era em vão.

Mari-...Peter.-pensa alto; acreditando que o irmão era o único que poderia esclarecer suas dúvidas. E a primeira delas tinha a ver com Taylor.

        Lentamente, sentindo o corpo pesado, Mariana põe-se de pé. Estava sentindo náuseas, o que a faz ir direto para o banheiro de seu quarto ao invés de procurar o irmão como pretendia antes.
Como se adivinhasse que Mariana havia finalmente acordado, Peter surge à porta do quarto da irmã e estranha o fato dela não ter acordado até aquele momento. Ele bate à porta para ver se ela já havia despertado, mas por não ouvir nenhum sinal de movimento ou voz vindos de dentro do quarto, decide entrar. Eçe não tencionava acordá-la, apenas queria verificar se ela estava bem. 
Ao entrar, vê que Mariana não estava deitada na cama.

Peter-Mari? Mari, onde você está?-percorrendo o espaço do quarto. É então que ele vê que a porta do banheiro dela estava fechada-Mari! Abre essa porta!-batendo à porta preocupado-Você está bem? Fala comigo, Mari!-começando a se desesperar com a falta de respostas por parte da irmã.

       Só então ele ouve o barulho do trinco da porta sendo destravado. Rapidamente, ele abre a porta. Mariana estava sentada no chão encostada ao vaso sanitário. Ela pusera para fora tudo o que havia bebido na exposição.
Peter fica aliviado ao ver que, apesar de ter vomitado, Mariana estava bem. Ele nem sabia ao certo o que pensou quando não a encontrou na cama, mas havia ficado bastante preocupado.

Peter-Estava demorando para acontecer isso, hein!-referindo-se a reação do organismo dela.
Mari-O que eu andei aprontando ontem, Peter?-levantando e caminhando até a pia para lavar o rosto. Estava começando a se sentir um pouco melhor.
Peter-Você não lembra?-ela olha para ele.
Mari-Quase nada.-com o rosto molhado-Mas pelo visto bebi bastante.
Peter-Acho que seu estômago e fígado quiseram te lembrar desse detalhe.
Mari-E depois desse lembrete vou lembrar também de uma promessa que vou fazer agora: nunca mais vou beber.
Peter-Vou pegar um gravador. Você pode repetir?-sarcástico.
Mari-É sério, Peter.-pegando uma toalha para enxugar o rosto.
Peter-O Taylor também vai gostar de saber disso.
Mari-O Taylor? Por quê?
Peter-Você não lembra mesmo de nada?-com um sorriso misterioso.
Mari-Eu lembro que estava na galeria com ele e nós dançávamos no meio do hall...Daí lembro que eu estava deitada na minha cama e você apareceu...Só isso. Tenho apenas lembranças confusas dessas duas ocasiões...
Peter-Você não lembra que foi trazida nos braços pelo Taylor?
Mari-Não!-surpresa-Ele me trouxe nos braços?
Peter-Você estava tão bêbada que nem podia caminhar sozinha.
Mari-...-boquiaberta-Ai meu Deus!-cobrindo o rosto com a toalha-Eu não acredito nisso!
Peter-Pode acreditar, maninha. É a mais pura verdade.
Mari-O que mais eu fiz? Eu dei vexame na galeria?-descobrindo o rosto.
Peter-Isso eu não sei dizer...Só sei o que vi acontecer aqui.-a olhando seriamente.
Mari-...Que cara é essa, Peter?...Ai-meu-Deus! O que foi que eu fiz?-preocupada.
Peter-Chorou muito.-não mentindo, apenas omitindo o mais grave.
Mari-Só chorei?
Peter-Não sei.-mentindo; lembrando que Taylor pedira para que ele não contasse para ela do beijo caso ela não lembrasse de nada.
Mari-Como assim não sabe?
Peter-Não sei. Quando o Taylor te trouxe, veio deitar você na sua cama enquanto eu prendia o Snoopy no meu quarto. Você sabe que o Snoopy tem uma certa implicância com ele; não sabe?-com um sorriso amarelo; querendo mudar o foco do assunto. Mas Mariana percebe o truque do irmão.
Mari-E você não veio até o meu quarto para me ver?-retomando o assunto; desconfiada-O Taylor não te falou o que eu fiz na galeria?
Peter-Quando eu vim para o seu quarto você já estava dormindo.-mente novamente.
Mari-Tudo bem. Mas e quanto a minha segunda pergunta?-o encarando.

Confusa, Mari achava que Peter escondia alguma coisa dela mas algo ligado ao que ela fizera na galeria, não em casa. Ela nem sonhava que estava enganada quanto a isso.

Peter-Não. Ele não contou.
Mari-Nadinha?
Peter-Se contou, não lembro.-desviando o olhar para evitar olhá-la.
Mari-Não lembra ou não quer falar? Eu não acredito que você está mentindo para mim, Peter! Você sabe, sim, de alguma coisa e não quer me contar. Eu te conheço. Olha para mim.
Peter-Eu já disse que não lembro, Mari. Se você tem o direito de não lembrar de nada por que eu também não posso ter esquecido algo?-fingindo ter ficado chateado pela desconfiança dela para disfarçar o fato de não saber mentir para a irmã.
Mari-...Desculpa.-arrependida-Você tem razão. Desculpa. Se eu quisesse lembrar não teria bebido; não é?-sarcástica.
Peter-Não se preocupa, Mari. Se você tiver dado vexame na frente de pessoas desconhecidas, se te serve de consolo: elas talvez nunca mais te vejam na vida. E se virem, provavelmente não lembrarão de você, muito menos de algo errado que você tenha feito.-tentando confortá-la.
Mari-...É. Pode ser.-consentindo, mas ainda incomodada com aquela possibilidade.
Peter-Você está com fome?-numa nova tentativa de mudar de assunto.
Mari-Não...Estou enjoada.-fazendo cara feia-A minha cabeça melhorou um pouco, mas ainda parece que vai explodir.
Peter-Mesmo assim, acho que você deveria comer alguma coisa. Já passa das duas horas e...-ela o interrompe:
Mari-Já passa das duas horas? Nossa! Dormi demais!!
Peter-Não faz mal, Mari. Hoje é sábado; lembra? Você não tem aula e nem precisa ir para a biblioteca.-sem entender o motivo de tanta agitação.
Mari-Mas hoje é o último dia da senhora Hanson aqui em Nova Iorque. O Ike havia me falado que ele e os irmãos fariam uma reuniãozinha de despedida para ela. Seria muito indelicado se eu não fosse, Peter.-dirigindo-se até o box do banheiro-E você sabe como eu demoro a escolher o que vestir...Não quero chegar atrasada.-abrindo o chuveiro-Agora, se você me der licença, vou tomar banho. Preciso de um banho urgente. Estou me sentindo um trapo.
Peter-...Tudo bem, Mari. Vou deixar você tomar seu banho em paz. Mas ó, vai ter que comer algo antes de sair, hein!S enão, nada feito.-deixando o banheiro.
Mari-O que é isso, pirralho? Essa fala é minha!-rindo; mas logo levando as mãos à cabeça por sentir algumas pontadas-Ai! Que droga! Tenho que tomar uma aspirina, isso sim.-murmura.

        Ela se despe e vai para debaixo do chuveiro, relaxando com a água quentinha. Embora o banho estivesse realmente muito bom, ela não demora mais que o necessário ali. Estava bastante ansiosa para ir até a casa dos Hanson. Mariana não gostava de chegar atrasada em seus compromissos, mas ela tinha plena consciência de que aquele não era o único motivo que a fazia ter pressa para sair.




* * *



Lara-Quem diria! A senhora Collins sempre tão séria e com ar conservador...Apesar de ser um amor de pessoa...-acrescentando-...era a maior namoradeira quando tinha a minha idade! E eu que sempre achei que ela tivesse sido bem calma e comportada a vida toda!-rindo-Você ouviu as histórias que ela contou? O meu pai taparia os meus ouvidos se a visse contando as peripécias da juventude dela na minha frente! Ele diria que eu seria influenciada!-Zac ri.
Zac-Imagino o seu pai fazendo isso.
Lara-Acho que ele taparia principalmente os seus.-eles riem.
Zac-Por quê? Eu sou um santo!-sorrindo cínico; parando o carro em frente a cafeteria que eles costumavam frequentar, próxima a casa da namorada. 

      Após almoçar com a senhora Collins, eles decidem passar na cafeteria para que Lara pudesse tomar o seu tão sagrado café, já que por terem acordado tarde a primeira refeição deles havia sido o almoço, não o café-da-manhã.

Lara-Aham. Santo!Sei.-sorrindo; irônica-Se nem a minha vizinha de sessenta anos é tão puritana como eu pensei que fosse, você, quarenta anos mais novo e com dois braços que parecem se multiplicar e se transformar em tentáculos quando querem; é um santo? Essa sua carinha de anjo engana, Zac, mas não tanto.-dando um selinho nele.
Zac-Eu e a senhora Collins não temos culpa por você ser puritana.-sorrindo maroto.
Lara-Eu não sou puritana.
Zac-Ah não? E quem é que sempre acha que as pessoas vão pensar mal da gente se descobrissem que somos um casal jovem, mas normal como outro qualquer, que mantém um relacionamento mais íntimo?
Lara-Isso é uma crítica, senhor Zachary Walker Hanson?-o encarando.
Zac-Não. É apenas uma justificativa para contestar o fato de você negar ser puritana.-sorrindo.
Lara-Deixa eu ir comprar o meu café.-tirando o cinto de segurança.
Zac-Ficou chateada?-incrédulo, mas preocupado.
Lara-Não. Só quero logo matar o meu desejo e suprir a minha necessidade de cafeína.-tencionando abrir a porta.
Zac-Ah é! O seu vício preferido.-fingindo ressentimento.
Lara-É. O meu vício preferido. Principalmente porque ele não vai olhar para mim e dizer que eu sou puritana.
Zac-E mesmo se ele pudesse falar, não teria tempo já que você nem deixa o café esfriar um pouco antes de bebê-lo.-brincando.
Lara-Mais um ponto a favor.-saindo do carro. Zac sorri; saindo rapidamente atrás dela.

Antes que ela adentrasse a cafeteria ele a detém, pondo-se no meio do caminho.

Zac-Você me esqueceu no carro.-fazendo biquinho; manhoso.
Lara-Não esqueci. Deixei você lá.-tentando disfarçar um sorriso; achando fofa a carinha que ele fazia.
Zac-Mas depois da cafeína, eu sou o seu segundo vício.-enlaçando a cintura dela, sorrindo.
Lara-Quem disse?-sonsa.
Zac-Você mesma disse.
Lara-Não lembro disso.
Zac-Mas eu lembro muito bem.
Lara-Então eu devo ter mentido.
Zac-Não. Você cruzou os dedos atrás das costas quando disse isso.-ela deixa escapar um sorriso. Zac também sorri.
Lara-Sai, Zac! Não quero falar com você, seu bobo!-querendo fugir dos braços dele.
Zac-Por quê?-sorrindo cínico.
Lara-Porque você é insuportável. Vai. Me solta.-dando um tapinha em um dos braços dele, que ri.
Zac-Não.
Lara-A gente...quer dizer, você, está atrapalhando o fluxo das pessoas na calçada.-eles estavam exatamente bem no meio da calçada da cafeteria.
Zac-Você é a puritana mais linda que existe no mundo; sabia?-ignorando o que ela dissera.
Lara-Ainda não estou certa se gosta desse adjetivo, Zac. Então é melhor você não abusar enquanto a sua namorada aqui não sair do estado de abstinência de cafeína.-ele ri.
Zac-Você pode não estar certa se gosta do adjetivo, mas a cada dia que passa eu tenho mais certeza de que amo você do jeitinho que você é, e não mudaria você nem se pudesse.
Lara-Zac...- escondendo o rosto contra o peito dele. Zac sorri, beijando-lhe a cabeça com ternura.
Zac-Não mudaria principalmente o fato de você nunca conseguir fingir que está bravinha comigo.-sorrindo safado. Lara levanta a cabeça para olhá-lo.
Lara-Eu te detesto.-rindo.
Zac-Até parece.-a beijando.Lara enlaça seus braços em volta do pescoço do namorado; acariciando sua nuca do jeito que ele gostava.

Eles se beijavam calmamente; pareciam não lembrar mais que agora estavam parados no meio da porta da cafeteria bloqueando a passagem.
É então que uma moça que pretendia entrar no local cutuca Lara.

-Com licença, por favor.-educadamente. Lara olha imediatamente para ela, interrompendo o beijo.

Lara-...er...Claro! Desculpa.-sem graça; afastando-se de Zac para permitir que a moça pudesse passar. Zac olha para ela, sorrindo.
Zac-Você está vermelha.
Lara-E você está sujo de batom.-passando carinhosamente um de seus polegares sobre os lábios dele-Vem.-puxando-o pela mão-Quero tomar logo o meu café e também falar com a Linda. Ainda não consegui falar com ela depois do que aconteceu aqui ontem.
Zac-Por falar nisso, também não conversei com o Victor.
Lara-Chata essa situação, né?
Zac-E complicada também.-Lara consente com um movimento de cabeça. Os dois entram na cafeteria.

       Pelo horário, a movimentação no local estava calma. Logo de cara, Lara avista Dayse ao balcão. Os dois caminham até ela.

Lara-Oi, Dayse!-sorrindo.
Dayse-Oi, Larinha!-simpática-Oi, Zac!
Zac-Oi, Dayse!-sorrindo ao ver que ela até já sabia seu nome.
Dayse-Já até sei o que você veio fazer aqui, Larinha: tomar cappuccino. Acertei?-arriscando um palpite.
Lara-Errou, florzinha. Hoje eu quero café puro. Tamanho grande.
Dayse-Não tomou café hoje, não foi?-rindo.
Lara-Nenhuma gota.
Zac-Viciada.-olhando para a namorada com um sorriso implicante.
Lara-Chato.-mostrando a língua para ele. Dayse ri.
Dayse-Vai beber aqui ou é para “viagem”?
Lara-Para “viagem”, Dayse.
Dayse-Ok.-sorrindo-E você, Zac? Vai querer café também?
Zac-Ao contrário da sua amiga, Dayse, eu só tenho um vício: ela.-Lara olha para ele, sorrindo.
Lara-Owww!-dando um estalado beijo na bochecha dele.
Dayse-Vou pedir pra você conversar com o meu namorado, Zac. Quem sabe assim ele aprende com você como falar coisas assim.-brincando. Ela dá as costas para preparar o pedido da amiga.
Lara-Você está vendo a Linda, amor?-passando os olhos pelo local-Eu não a vi ainda.
Zac-Também não a vi.
Lara-Dayse, a Linda está na cozinha?
Dayse-A Lili não veio trabalhar hoje, Larinha.-voltando ao balcão com o copo embalado para viagem.
Lara-Não?
Dayse-Não. Ela ligou pra cá hoje cedo falando que estava um pouco indisposta...Acho que ainda é consequência do que aconteceu ontem. Ela estava com uma vozinha triste...
Lara-Eu tenho certeza que sim.
Dayse-Eu pensei em perguntar algo sobre isso, mas achei melhor não tocar no assunto. Ela ficou mal depois do encontro inesperado com o Victor. Fazia 4 meses que ela não o via...
Lara-Queria poder animá-la....-triste.
Zac-O que você acha de passarmos na casa dela para ver dvd lá em casa? Assim ela se distrai um pouco...não sei...
Lara-Ótima ideia, amor!-o abraçando-Vou fazê-la sair de casa nem que seja a força.-brinca.
Dayse-Faz isso, Larinha. A Lili tem que sair dessa. E ela vai precisar da nossa ajuda para isso.
Lara-Pode deixar, Dayse.-piscando o olho para a amiga.

        Zac vai até o caixa para pagar o café da namorada. Ao voltar ao balcão, Lara e ele se despedem de Dayse e deixam a cafeteria.
Já de volta ao carro, Lara combina com Zac que eles não deveriam falar sobre o episódio da noite passada com Linda. Zac concorda. Eles então seguem para a casa dela.





* * *



Diana-Vai sair, meu filho?-olhando para Taylor, que adentrava a sala vestindo calça jeans, tênis, camiseta e uma jaqueta, o que denunciava que ele pretendia sair.
Tay-Vou até a locadora, mãe. Daqui a pouco o Matt chega aqui com a tia Meg e a Pietra...-Isaac olha para Taylor, sentindo um frio na barriga ao ouvir que ela também estaria presente na reuniãozinha deles. Diana percebe a súbita mudança na expressão facial do filho mais velho-...Vou locar alguns filmes para a gente passar o tempo enquanto a senhora e a tia Meg põem o assunto em dia.-beijando a testa da mãe; pronto para se dirigir até a porta.
Diana-Isso me fez lembrar do tempo em que todos nós morávamos em Tulsa...Antes da Meg e do Doug irem morar no Brasil. Você não era nascido, Tay. Só você, Ike.-acariciando a cabeça do filho, que estava repousada sobre seu ombro. Os dois estavam sentados no mesmo sofá-Eu ia para a casa da Meg ou ela ia lá para casa...Nós passávamos horas conversando enquanto você e o Matt, ainda com meses, ficavam nos carrinhos em frente a tv. A gente colocava em algum canal para crianças e vocês se distraiam com a tela colorida assim nós podíamos conversar e vocês acabavam dormindo depois de algum tempo.-lembrando com um sorriso saudosista-Pena que ela logo teve que viajar para o Brasil e nós só iríamos nos ver de novo depois da morte do Doug...-entristecendo.
Ike-Mas agora vocês reviverão os velhos tempos, dona Di.-sorrindo; tentando levantar o astral da conversa-E o melhor: vocês não precisam mais se preocupar em arrumar alguma distração para nós.
Tay-Boa, Ike!-sorrindo-Graças a Deus agora nós podemos escolher sozinhos. Acho que você e o Matt acabavam dormindo por causa do tédio.-brincando. Eles riem.
Ike-Mas eu não estou muito tranquilo deixando a escolha dos filmes de hoje nas suas mãos, Tay.-implicando; sorrindo.
Tay-Você está insinuando que eu não tenho bom gosto para filmes?
Ike-Não estou insinuando. Estou afirmando.-Taylor faz cara de indignado.
Tay-Depois desse comentário, não espere nenhum filme de ficção científica.-com um sorriso vitorioso, já que aquele era o gênero de filme do qual Isaac realmente gostava.
Ike-Está vendo, mãe? Eu tenho que ir com ele.
Diana-Eu já disse que não vou deixar você sair de casa hoje, filho. Está frio lá fora; não quero que você se exponha a isso, e piore do resfriado.-em tom bem maternal.
Tay-Isso mesmo, dona Diana. Deixa ele de castigo em casa.-rindo. Isaac mostra a língua para o irmão, que dá de ombros sorrindo-Agora deixa eu ir antes que o Matt chegue e queira ir comigo. Ele é seu puxa-saco.-rindo.
Ike-Em compensação a Pietra é sua puxa-saco.
Tay-Ela não é puxa-saco; é simplesmente inteligente o bastante para ficar do lado certo.-sorrindo maroto-Estou indo lá. Volto logo.-girando o chaveiro da chave do carro em um dos dedos indicadores-Tchau.-dando as costas; caminhando até a porta. 

Quando ele põe a chave na fechadura e abre a porta, dá de cara com Mariana, que estava prestes a tocar a campainha. Os dois não conseguem disfarçar a expressão de surpresa diante daquela coincidência. Eles ficam se olham por alguns poucos segundos antes que Mari quebrasse o gelo falando com um sorriso tímido:

-Oi.

Tay-Oi, Mariana.-procurando refazer-se da surpresa com um sorriso amarelo.
Mari-Vai sair?-supondo ao vê-lo arrumado.
Tay-É. Estou de saída.
Mari-Ah.-deixando escapar a discreta interjeição que soava como lamentação. Taylor enruga a testa com um sorrisinho maroto. Ela então percebe o que havia feito, e o que ele provavelmente interpretara com aquilo-...Não. Eu não lamentei o fato de você estar saindo...Foi um “Ah” involuntário. Foi um “Ah” de “entendi”, não um “Ah” de “Que pena”.-explicando-se apressadamente, denunciando seu embaraço. Taylor ri discretamente, balançando a cabeça positivamente.
Tay-Ah.-com um sorrisinho safado no canto da boca, cínico-Um “Ah” de “entendi”, não um “Ah” de “Que pena”.-zoando. Ela o olha feio, com ar de reprovação.
Mari-Acabei de mudar de ideia, Taylor: o meu “Ah” foi um sinônimo reduzido de “Ah, que bom!” ou “Ah! Que alivio!”-sorrindo sarcástica-Eu chegando e você saindo é sinal de sorte.
Tay-Então você precisa prestar atenção na entonação que usa com determinadas interjeições. O seu “Ah” conseguiu ser tão contraditório quanto você.-provocando.
Mari-Eu contraditória? Por quê? Você acha que eu vim aqui para ver você?
Tay-Eu não disse isso. É você quem está dizendo.-sonso-Você veio aqui para me ver? Fico lisonjeado, Mariana!
Mari-Você está distorcendo as minhas palavras, convencido. Eu vim ver o meu namorado, o que te exclui totalmente de ser o motivo da minha visita.
Tay-Não sei quem tem mais sorte: eu, por não ser o seu namorado; ou você, por ter vindo ver o Ike mas ter conseguido chegar a tempo de ter a felicidade de me encontrar ainda em casa.-implicando; sorrindo. 

       Ele adorava vê-la com carinha de brava; achava Mariana ainda mais bonita, principalmente quando ela apertava os olhos quando se indignava com algo que ele falava. Mas na verdade, enquanto a provocava com suas brincadeirinhas, pensava que Isaac era sem dúvida quem tinha mais sorte, afinal de contas, Mariana era a namorada dele.

Mari-O Ike está, Taylor?—não querendo continuar aquela conversa; séria. Taylor afasta-se da frente da porta deixando Mari ter uma melhor visão do interior do apartamento.
Tay-Ike. Visita para você.-chamando atenção do irmão e da mãe, que conversavam e nem perceberam a movimentação à porta.
Ike-Mari!-sorrindo diante daquela agradável surpresa. Diana também sorri ao vê-la.
Mari-Oi, Ike!-entrando no apartamento; passando por Taylor de modo indiferente. Ele sorri safafo-Oi, Diana!-aproximando-se do sofá, cumprimentando Diana com dois beijos no rosto, e o namorado com um tímido beijo na boca.
Diana-Você não morre mais, querida!-sorrindo.
Mari-Eu? Por quê?-também sorrindo.
Ike-Eu estava aqui falando para a mamãe que ia ligar para você lembrar da nossa sessão de dvd daqui a pouco. Você não poderia faltar.-acariciando uma das mãos dela, que sentara ao seu lado no sofá.
Mari-Eu não perderia isso por nada! Principalmente porque eu queria me despedir da sua mãe...-olhando para Diana, que lhe lança um terno olhar de agradecimento-...e também matar a saudade que eu estava de um certo garoto, sabe?-passando a olhar para Ike, que sorri.
Ike-Eu também estava com saudade de você, Mari. Não nos víamos desde antes de ontem...Queria ter podido ir a exposição de fotos com você.
Mari-Não tem problema, Ike. Eu não teria sido boa companhia para você ontem...
Tay-Eu que o diga!-alfineta.
Diana-Taylor!-o censurando.
Mari-Eu não ligo para ele, Diana. Já estou acostumada.-o fuzilando com o olhar. Ele sorri.
Ike-Você não ia para a locadora, Tay?-numa indireta para que ele fosse logo embora e parasse de implicar com Mariana.
Tay-Achei que você não quisesse que eu fosse.-sorrindo sonso.
Ike-Eu tenho outra escolha? Se ao menos o Matt chegasse logo...-é então que ele olha para Mariana e sua expressão denuncia que ele tivera uma ideia.T aylor parecia ter entendido perfeitamente o que o sorriso do irmão queria dizer. Mariana enruga a testa sem entender por que todos passaram a olhá-la.
Mari-O que foi?
Tay-Ike, eu prometo que trago para você todos os lançamentos de ficção científica que tiver na locadora. Não precisa disso...-adiantando sua reação.
Mari-Não precisa do quê?
Ike-Você vai salvar a nossa sessão de dvd, Mari.-sorrindo.
Mari-Como assim?
Tay-Ele quer que você vá até a locadora comigo. É isso.-apressando em explicar; parecendo não ter gostado da ideia.
Ike-Assim eu vou ter a certeza de que vamos ver bons filmes.
Diana-Ele confia mesmo em você, Mariana.-sorrindo-Porque quando ele deixa a escolha de filmes nas mãos de alguém é porque confia mesmo.-brinca.
Mari-Ou confia menos no gosto da pessoa escolhida.-olhando para Taylor, sorrindo.
Tay-O que seria injusto SE fosse verdade.-a encarando.
Ike-Você se incomoda em ir com ele, Mari?
Tay-Você deveria perguntar se eu me incomodo.-resmunga.
Mari-...-ela pensa em fazer uma brincadeira sarcástica para alfinetar Taylor, mas desiste por vergonha de fazê-lo na presença de Diana-Não. Tudo bem. Eu vou.-fazendo questão de responder sem ânimo e em tom de indiferença.
Tay-Quer pular de alegria e correr para me abraçar?-sorrindo irônico.
Mari-É o seu desejo mais secreto?-usando o mesmo tom que ele, que fica meio mexido e sem graça com aquela pergunta.
Tay-Estou indo nessa. Se você for também, Mariana, eu vou estar esperando lá fora...-dando as costas e caminhando até a porta; deixando o apartamento.

            Mariana olha para Isaac com cara de menininha que havia acabado de fazer alguma travessura. Ele sorri.

Diana-Vocês se dão bem, hein!-brinca.
Mari-Como cães e gatos.-eles riem-Deixa eu ir antes que ele vá sozinho e me deixe aqui.-dando um rápido beijo no namorado, e levantando do sofá-Tchau, Diana.
Diana-Tchau, querida.-sorrindo.
Ike-Não deixa ele trazer nada trash, Mari.
Mari-Pode deixar.-piscando o olho para ele; sorrindo. Ela sai do apartamento, deixando Diana e Isaac sozinhos.
Diana-Você acha mesmo prudente deixá-los saírem juntos?-sorrindo.
Ike-Eles se implicam, mas são inofensivos.-rindo.




* * *



           Mariana caminha ao encontro de Taylor, que estava parado no corredor do andar em frente aos elevadores.

Tay-Eu já ia sem você.-adentrando o elevador que já estava de portas abertas à espera.

        Mariana percebe a mudança de humor dele para com ela. Assim que a vira à porta do apartamento, ele não resistira à vontade de provocá-la; não conseguira disfarçar o sorriso, e os seus batimentos cardíacos não o deixaram fingir que aquela não fora uma agradável surpresa. Mas ao vê-la com Isaac, sentira-se culpado pelos sentimentos que nutria pela namorada do irmão.

Mari-Foi o que eu imaginei.-o seguindo. Taylor aperta o botão para o subsolo-Nós vamos de carro?Achei que a locadora fosse aqui perto.

      Tocava baixinho uma música lentinha dentro do elevador, mas os dois pareciam nem ouvi-la. Começava os primeiros acordes de “Hero do Enrique Iglesias.

Tay-Dois quarteirões.-ele estava pouco à vontade com a companhia dela; procurando não olhá-la.
Mari-Dá para ir a pé, Taylor.
Tay-Você prefere assim?-ainda com o olhar fixo na porta do elevador; estranhando os dedos das mãos.
Mari-Se não for te incomodar...
Tay-Eu ia de carro para ser mais rápido.
Mari-Então deixa. Esquece o que eu falei. Vamos de carro.-se arrependendo da sugestão.

Taylor percebe que havia sido um pouco frio com Mariana.

Tay-Eu não me importo de ir andando, Mariana.-olhando-a pela primeira vez dentro do elevador. Ele aperta o botão para o andar térreo.
Mari-Não tem problema se você quer ir de carro, Taylor. Eu apenas sugeri...-ele a interrompe:
Tay-E eu aceito a sua sugestão.
Mari-Tem certeza que aguenta tão longa caminhada na minha companhia?-sarcástico.
Tay-Talvez seja você que não consiga suportar a minha companhia.
Mari-Você não queria mesmo que eu viesse com você; não é?
Tay-Eu? Você é quem não queria vir comigo.
Mari-Acho que deu para perceber nitidamente que não manifestei tanta resistência ao fato.-realmente ela não se opusera a ideia. Pelo contrário. Aquela seria uma boa oportunidade para que ela pudesse conversar a sós com ele a respeito da noite na exposição. Não lembrar de nada da noite anterior a estava deixando angustiada; principalmente por ter ficado intrigada depois da conversa que tivera com Peter.
Tay-Por causa da minha mãe.-afirmando com um certo ressentimento; desviando seu olhar. Mariana vira delicadamente o rosto dele para que ele voltasse a olhar para ela.
Mari-Não. Por causa de você.-o encarando-...e por mim também.


"Would you dance if I asked you to dance?
Would you run and never look back?
Would you cry if you saw me cryin'?
Would you save my soul tonight?...



Tay-...-silenciando; mas expressando sinal de interrogação com o olhar.
Mari-Achei que depois de ontem nossa relação poderia mudar...quer dizer...sei lá...Estou bastante agradecida por você ter aceitado ir comigo à exposição...E também não posso esquecer de quando você me ajudou quando o Snoopy ficou doente ou quando se preocupou comigo no dia em que quase fui atropelada por um ciclista maluco...Eu sei que nem sempre me mostrei agradecida, e que continuo tendo acessos de raiva quando você dá seu sorrisinho irritante seguido de alguma provocação ou frase idiota que demonstra o quanto você é convencido...-ele a interrompe:
Tay-Você poderia deixar claro se a sua intenção é mostrar que subi na sua escala de conceito, ou me denegrir até provar que eu não deveria ser tão pretensioso a ponto de achar que todo esse seu discurso é um disfarce para um pedido de desculpas?-sorrindo.
Mari-Você consegue fazer com que eu repense os meus bons atos; sabia?-também sorrindo.
Tay-Se facilita as coisas para você, vou considerar isso como um pedido de desculpas. Não precisa se humilhar se é assim que você está se sentindo. Está perdoada.-sorrindo safado.

     Ele tenciona sair do elevador, que acabara de abrir as portas ao chegar no térreo. Mariana o puxa pelo braço, fazendo-o ficar.

Mari-Eu não acho que estou me humilhando, Taylor. É sério.-olhando-o nos olhos-Acho que realmente te devo um pedido de desculpas e...Eu sou namorada do seu irmão...não tem sentido continuar brigando com você...até porque eu não antipatizo mais com você...pelo menos não tanto quanto antes.-ele sorri.
Tay-Você nunca vai fazer isso certinho, né?-ela também sorri.
Mari-Eu estou tentando. Mas quando vejo, já te alfinetei.
Tay-Acho que eu estranharia se você não fizesse isso.
Mari-Eu também me sentiria estranha...
Tay-Então o que você propõe?
Mari-Tudo o que eu queria propor com o meu discurso sobre ser grata por tudo o que você fez por mim, mesmo se às vezes não pareço reconhecer...ou  demonstro agradecimento na hora, mas pareço esquecer minutos depois; é que nós poderíamos tentar ser amigos de verdade. Não sei se você quer ser meu amigo, mas pelo menos queria que você soubesse que eu gostaria de ser sua.
Tay-Minha?-sorrindo safado; não resistindo à chance de fazer a brincadeira.
Mari-Sua amiga, Taylor!-dando um tapinha no ombro dele; rindo.


Would you tremble if I touched your lips?
Would you laugh?
Oh please tell me this.
Now would you die for the one you love?
Hold me in your arms tonight...



Tay-Vou dar uma olhadinha na minha agenda e ver se ainda tem espaço para te colocar na minha ilustre lista de amigos.-zoando.
Mari-Vai me telefonar quando essa analise for feita ou pedirá para a sua secretária fazer esse serviço?Isto é, se você tiver um tempinho na sua vida de super-herói.-ele ri.
Tay-Você é a mocinha que me dá mais trabalho, Mariana.
Mari-Você fala isso por ontem?-assumindo um tom de seriedade.
Tay-Não. Por todas as vezes que eu tentei fazer você gostar de mim.-sorrindo timidamente.
Mari-Eu poderia ter te poupado de tanto trabalho; não é?
Tay-Não vou reclamar. Acho que acabou valendo a pena todo o esforço.-fofo. Ela sorri.


I can be your hero, baby.
I can kiss away the pain.
I will stand by you forever.
You can take my breath away.



Mari-Amigos?-estendendo a mão para ele.
Tay-Não vou ter que te dar conselhos amorosos ou passear com o seu cachorro; não é?-brincando.
Mari-E eu não topo dividir meus picolés com você ou acatar as suas ideias malucas como a de dançar no meio de uma exposição atraindo todos os olhares.-ele ri.
Tay-Ideia maluca, mas bem que você gostou.
Mari-Isso não vem ao caso agora.-desconversando-Mas alguma consideração a fazer para o nosso ‘código de amizade’?
Tay-Vou poder implicar com você de vez em quando.
Mari-Então te chamar de convencido e continuar odiando o seu sorrisinho irritante também é permitido.
Tay-Fechado.-sorrindo; apertando a mão que ela estendia para ele.
Mari-Fechado.-também sorrindo.


“ Como eu vou esquecê-la se a cada dia nós ficamos mais próximos?”-ele pensa enquanto ainda segurava a mão dela e admirava seu sorriso-Pior do que tê-la somente como amiga é não tê-la de jeito algum.”

Tay-Então acho que agora nós podemos ir para a locadora; não? O Isaac deve estar pensando que eu sequestrei a namorada dele.-soltando a mão dela com um sorriso amarelo.
Mari-Espera, Taylor. Antes de irmos, eu gostaria de te perguntar uma coisa...É sobre ontem à noite...-reticente.
Tay-O que tem ontem à noite?-sentindo frio na barriga; achando que ela se referia ao beijo que eles haviam dado um no outro.
Mari-...er...O Peter disse que você me levou para casa...Eu não lembro de nada...
Tay-...-respirando aliviado, mas de forma discreta-Você bebeu demais.
Mari-É. Eu sei. Exagerei.
Tay-Mas você fica sexy quando bebe.-sorrindo.
Mari-Não zomba de mim, Taylor!-sem jeito-Eu estou angustiada...E você não deveria ter deixado que eu bebesse tanto!-escondendo o rosto entre as mãos.
Tay-Eu?-rindo-Você sabe que eu já não tenho muita credibilidade com você sóbria, imagina bêbada!
Mari-...Eu fiz muita besteira?-temendo a resposta-...Eu disse muita besteira? Por favor, Taylor, fala para mim. Eu preciso que você seja honesto comigo.
Tay-...Você não fez nada demais...Só me agarrou e me beijou.-arriscando para saber qual seria a reação dela. Mariana começa a rir-O que foi?-enrugando a testa.
Mari-Para de brincadeira, Taylor! Eu nunca faria isso! Imagina! Beijar você?-incrédula. De repente ela para de rir-Eu não fiz isso...Fiz?-o encarando; apreensiva.
Tay-Achei que você tivesse acabado de dizer que não fez.
Mari-Não faz isso comigo, Taylor! Pelo amor de Deus! Eu nunca bebi tanto...Nunca acordei no dia seguinte sem lembrar das coisas; sem ter consciência do que disse ou fiz. Eu sempre quis saber o que eu faria quando bebesse como fiz ontem, mas...Agora que estou vivenciando a situação, estou apavorada.
Tay-Por quê?
Mari-Porque dizem que quando as pessoas bebem, elas acabam sufocando o lado racional e deixam que o subconsciente prevaleça. Fazem coisas que têm vontade; são levadas pelos instintos; buscam o que desejam...
Tay-Do que você tem medo, Mariana?-a encarando.
Mari-Do que eu desejo.-responde quase num sussurro.


Would you swear that you'll always be mine?
Would you lie?
Would you rub in mind?
Am I in too deep?
Have I lost my mind?
Well,I don't care
You're here tonight.



Tay-Como assim?
Mari-Eu não sei o que eu desejo, Taylor. Talvez você pense que eu não conheço a mim mesma...E acho que é bem por aí mesmo...Mas...Se eu escolho deixar o que quer que seja no subconsciente é porque é lá onde isso tem que ficar. Eu tenho medo de ter feito algo do qual me envergonharia...
Tay-Algo em especial?
Mari-Não. Apenas medo de qualquer coisa.-baixando os olhos-Acho que estou nas suas mãos agora. Eu não lembro de nada; e estou aqui perguntando pra você o que fiz ontem à noite...se gritei, chorei, se fiz algum escândalo na exposição...
Tay-Se você corre o risco de se torturar com isso, por que quer tanto saber?
Mari-Porque eu quero saber se mereço mesmo ser torturada.-voltando a olhá-lo.
Tay-Dramática.
Mari-Fala logo, Taylor!-nervosa-Eu não fiz strip-tease; fiz?-ele ri.
Tay-Eu não tive tanta sorte.-sorrindo safado.
Mari-Bobo!-batendo de leve sobre o peito dele-Você e a sua forte atração por um rabo-de-saia, hein!
Tay-Exceto freiras, mães e avós, porque tenho respeito.-brincando. Ela ri.
Mari-Você está me enrolando, Taylor! Fala!-Mariana estava visivelmente tensa.
Tay-O quê?-cínico.
Mari-Taylor!-rindo nervosa.
Tay-...-pensativo-Não, Mariana.-a encarando de modo sério.
Mari-Não o quê?-confusa.
Tay-Você não fez nada demais. Não fez nada do que não faria sóbria. Acho até que você é a bêbada mais gentil que eu conheço: só me chamou de ogro e brigou comigo. Carinhosa como sempre.-irônico; sorrindo. Mariana respira fundo, aliviada.
Mari-Graças a Deus!-sorrindo.
Tay-Ah claro! Me tratar mal não entra na sua lista de arrependimentos; não é?-fingindo indignação.
Mari-Desculpa, Taylor!-rindo-Devo ter sido bem mais rude com você do que sou consciente.
Tay-Até que nem tanto.-sorrindo misteriosamente ao lembrar do beijo-Talvez eu até prefira você bêbada.
Mari-Sinto muito te desapontar, mas dê adeus a essa parte transviada de mim. Não vou mais fazer isso. E se eu não tiver a mesma sorte de ontem? E se você não estiver comigo com quem eu vou brigar e assim ficar ocupada demais para fazer algum escândalo?-ele ri.
Tay-Me chama que eu vou até você.-sorrindo ternamente.


I can be your hero, baby.
I can kiss away the pain.
I will stand by you forever.
You can take my breath away.



You can take my breath away.




Mari-Agradeço a gentileza, mas prefiro não arriscar. E se você estiver ocupado com algum dos seus rabos-de saia? E se você estiver sem tempo para bancar o meu herói?
Tay-Eu sempre tenho tempo para os amigos. Não é isso o que somos agora?-ela sorri.
Mari-É sim. E é por isso que eu acredito no que você está dizendo...
Tay-Não se preocupa, Mariana. Esquece esse assunto. Você consegue ser certinha até quando não tem consciência de que está sendo.-acariciando timidamente os cabelos dela. sente vontade de beijá-la, mas se afasta logo que cogita fazer alguma loucura-E para te mostrar que, como o seu mais novo amigo, eu também confio em você, vou deixar você escolher todos os dvds da nossa sessãozinha de hoje. Aceita?-querendo pôr fim àquela conversa.
Mari-Claro!-sorrindo-Até porque foi para isso que o Ike me pediu para que eu viesse com você...-ele a interrompe:
Tay-Uma brincadeirinha e eu falo para o cara da locadora que não te conheço.-brincando.
Mari-Não está mais aqui quem falou.-rindo; pondo as mãos sobre a boca.
Tay-Melhor assim.-sorrindo.

Os dois saem do elevador e se dirigem até a portaria, de onde partem a caminho da locadora.




* * *





TINDON TINDON!-a campainha do apartamento dos Hanson toca.

          Diana e Isaac eram os únicos em casa. Mas como ele tomava banho, Diana, que preparava brownie na cozinha, é quem tem que abrir a porta.

Diana-Meg!-cumprimentando a amiga com um forte abraço.
Meg-Que bom te ver de novo, Di!-Pietra, logo atrás da tia, assistia a cena com um sorriso. Diana a vê.
Diana-Oi, querida!-soltando-se de Meg para abraçar Pietra-Tudo bem?
Pietra-Oi, Diana! Tudo bem sim. E você?
Diana-Estou bem. Obrigada por perguntar.-sorrindo-Entrem. Sintam-se em casa.-fazendo sinal para que elas entrassem-Onde está o Matt? Achei que ele viesse também.-estranhando a ausência dele.
Pietra-Ele deve chegar daqui a pouco. A Ellie, namorada dele, ligou um pouco antes de sairmos de casa para avisar que ainda estava no curso de francês, então o Matt achou melhor nos deixar aqui logo para só depois ir buscá-la lá.
Diana-Entendi. Mas que bom que ele virá!-fechando a porta após elas terem entrado.

          Pietra olha em volta e estranha a ausência dos irmãos Hanson, mas nada fala.

Meg-Que cheirinho gostoso, Di! Você está cozinhando algo?-sentindo o aroma que vinha da cozinha.
Diana-Brownie.-sorrindo.
Meg-Não acredito! Faz tempo que não como brownie! Você sabe que eu nunca consegui aprender a fazer isso; não sabe?-rindo-Uma pena!
Diana-Em compensação, não faço muffins como você faz, Meg.
Meg-Até parece, Di! Os seus muffins são ótimos!
Diana-Bondade sua.-Pietra ri.
Pietra-Não sei qual das duas é a rainha da modéstia.-elas sorriem.
Diana-Pobrezinha! Tendo que aguentar nós duas falando de assuntos de cozinha.
Pietra-Não tem problema.-sorrindo.
Diana-Você deve estar nos achando duas chatas, isso sim!-pondo as mãos sobre os ombros dela-Um dos garotos está no quarto. Pode ir até lá, querida. Nós não vamos nos ofender se você preferir se juntar a um jovem como você.-conduzindo-a até o corredor que dava para os quartos.

       Pietra não tem nem tempo para argumentar, pois Diana e Meg logo voltam a seus assuntos culinários dirigindo-se até a cozinha. Pietra as segue com o olhar; elas estavam empolgadas com a conversa.

Pietra-Pelo visto, elas é que queriam se livrar de mim.-murmura baixinho, sorrindo. Ela então olha para o corredor novamente-Será que quando a Diana falou que um dos garotos estava aqui ela se referia ao Tay?-só então se questionando a esse respeito-Lógico que deve ser ele!-concluindo com um sorriso; começando a caminhar ao longo do corredor. Ao chegar em frente ao quarto de Taylor, cuja porta ficava quase paralela a porta do quarto de Isaac, ela bate à porta-Tay? Você está aí?-sem ouvir nenhuma resposta-Tay?-pondo a mão na maçaneta-Olha que eu vou abrir, hein! Se estiver pelado, não se veste.-brinca.

-Sinto desapontá-la, mas ele não está.-Isaac aparece à porta de seu quarto, logo atrás dela. Ele ouvira uma voz no corredor quando se vestia após o banho, então apressara em se vestir achando se tratar de Mariana, que poderia já ter voltado da locadora.
Mais do que pelo susto, Pietra gela ao ouvir a voz de Isaac.




“Droga! Três irmãos, três possibilidades; e eu fico sempre com a que eu não quero! Ou pelo menos não deveria querer.”-ela pensa; respirando fundo antes de virar para olhá-lo.


Pietra-Você estava descansando? Dormindo? Desculpa se fiz barulho...É que a sua mãe falou que um de vocês estava em casa, e disse para eu vir até aqui então eu...-ele a interrompe:
Ike-Então você achou que pudesse ser o Taylor.-completando o pensamento dela.
Pietra-...É.
Ike-Sinto tê-la desapontado mais uma vez.-encostado à porta com os braços cruzados. Ele estava lindo naquela posição, o que fazia Pietra ficar desconcertada por não conseguir deixar de olhar para ele.
Pietra-Você não tem culpa.
Ike-Eu sei. Mas não posso perder o costume de sempre pedir desculpas para você.
Pietra-Eu preferiria que você não fizesse disso um costume.
Ike-Você não gosta que eu peça desculpas?
Pietra-Eu só não gosto que você sempre tenha motivos concretos para se desculpar. O que não é o caso agora, então as desculpas não são necessárias.
Ike-Pena que não seja tão fácil assim pedir desculpas quando se tem motivos concretos.
Pietra-...Realmente não é.-ela percebe que Isaac a olhava de modo diferente. Não sabia o que tinha de diferente naquele olhar, mas se sentia desconfortável. Era como se ele pudesse saber que o coração dela batia acelerado desde o momento em que ouvira a sua voz, como se ele pudesse sentir o frio na barriga dela...Ou pior: saber que ela estava apaixonada...por ele. Rapidamente, ela desvia o olhar-...er...Por que nós começamos isso de desculpas mesmo?-forçando um sorriso-Acho que eu vou lá para a cozinha, Isaac. Sua mãe está fazendo brownie...Quero ver se consigo pelo menos beliscar um pouquinho. Não sei se vou aguentar esperar muito para provar. O Tay  me falou que o brownie da mãe de vocês é espetacular!
Ike-E é mesmo.-desencostando da porta e se aproximando dela.
Pietra-...Então eu vou lá.-querendo fugir dali. 

O clima entre eles estava estranho. Isaac sério; olhava-a de modo estranho...

Ike-Espera.-segurando um dos braços dela, fazendo Pietra olhar para ele.
Pietra-...-esperando que ele dissesse o que pretendia.


Eu não podia ter lido aquele papel. Eu não deveria saber o que ela sente...Eu não tenho esse direito.”-Isaac pensa; sentindo-se mal ao olhá-la nos olhos e perceber a sua inocência diante do que ele sabia, do esforço que ela fazia para disfarçar seus sentimentos por ele.
Isaac sentia como se não pudesse nunca se desculpar o bastante por ter invadido o coração dela daquela maneira.


Ike-...-sem saber o que dizer já que tencionara comentar sobre sua descoberta a respeito dos sentimentos dela, mas desistindo.
Pietra-Você quer me falar alguma coisa?-enrugando a testa, pois ele ainda segurava seu braço.
Ike-...Você não acha que está bem grandinha para beliscar comida; não?-falando a primeira coisa que lhe viera à cabeça.
Pietra-Lá vem você com seu discursinho patético. Não dá pra você se decidir, não? Uma hora eu sou criança e imatura demais, outra hora eu cresço no seu conceito e sou classificada como ‘bem grandinha’...Preciso saber o que eu sou para você, Isaac.
Ike-Criança demais para fazer coisas de adultos, e ‘bem grandinha’ para fazer coisas de crianças menores de 9 anos.-dando seu primeiro sorriso durante aquela conversa.
Pietra-Vai me dizer que você nunca belisca comida mesmo depois de ter ganho o diploma de adulto careta?-sarcástica.
Ike-Não.
Pietra-Sabe por que às vezes as crianças mentem, Isaac? Porque elas veem os adultos mentirem.-o encarando.
Ike-Você é a criança e eu sou o adulto?-sorrindo safado.
Pietra-Eu sou a sábia criadora dessa teoria e você é o mentiroso que serviu de inspiração para ela.-sorrindo vitoriosa.
Ike-Eu não minto, Pietra. Apenas omito coisas...Você também faz isso.-a encarando-Todo mundo faz.-emendando; tentando consertar o que dissera para que soasse como algo geral, não específico-Vai me dizer que você não faz?
Pietra-...Faço. Mas só omito o que realmente não acho relevante expor para as outras pessoas. Se eu disser que não belisco os bolos que a tia Meg faz, ou os muffins que ela tira do forno e fala para eu não comer até esfriar, eu estaria mentindo.
Ike-E quando diz que não gosta de mim; você está mentindo ou omitindo algo?-não resistindo a tentação de fazer aquela pergunta.

        Pietra entreabre a boca como se além de não saber o que dizer, tivesse ficado sem jeito com ela.
Embora não quisesse que Pietra soubesse que ele havia descoberto que ela estava apaixonada, Isaac ansiava em seu íntimo que ela falasse sobre aquilo com ele. Não queria sentir como se tivesse invadido a privacidade dela, mas que ela desejasse que ele o fizesse.

-Alguém em casa?-eles ouvem a voz de Zac, que acabara de chegar no apartamento com Lara e Linda.

Pietra-O Zac chegou.-desviando seu olhar para o corredor, sorrindo aliviada por ter aquela frase bastante óbvia para dizer naquele momento-Será que a Larita veio com ele?-soltando-se de Isaac-Vou lá falar com ele.-atravessando tão rápido o corredor que Isaac até se surpreendera com mais aquela prova de que Pietra nunca falaria sobre seus sentimentos com ele.

   Isaac então caminha até a sala logo em seguida, juntando-se aos recém-chegados para cumprimentá-los. Diana e Meg também vão para a sala depois da chegada do filho mais novo, de Lara e Linda. Esta última, que relutara bastante para não sair de casa, fora vencida pela insistência do casal, e ali estava. Um pouco abatida e desanimada, mas já melhorando o astral pelo contato com os amigos.



* * *



Emily-Ai que ódio do Victor, Ashley!-soltando aquela frase assim que a prima atende ao telefone.
Ashley-Emily? O que foi, prima? Por que tanta raiva?-assustada.
Emily-Você acredita que o Victor acabou de sair daqui dizendo que ia para a casa do Zac e não quis me levar??! Idiota!! Disse que queria conversar com ele e que não me levaria porque eu atrapalharia a conversa deles dando em cima do Zac...E ainda teve o descaramento de falar que eu com certeza faria com que ele ficasse constrangido principalmente por ter a certeza de que eu deixaria o Zac assim! Pode?-Emily falava tão alto e com tanta raiva que Ashley tirava o fone do ouvido algumas vezes.
Ashley-Calma, Emily! Fica calma!
Emily-Calma? Calma? O Victor é o pior irmão do mundo! Ao invés de me ajudar com o Zac, querer ver a irmã feliz, fica se preocupando com a idiota da ex-namorada dele! Garanto que foi choramingar no ombro do Zac! Hoje ele acordou todo emburrado: só pode ter sonhado com a garçonetezinha e caído da cama! Ele devia me agradecer por ter livrado ele de uma cilada! Uma não, duas!
Ashley-Mas você não teve culpa do que aconteceu com a Linda depois da cena que nós armamos aí na sua casa, Emy.
Emily-E você não sabe como eu lamento não poder dizer que causei aquilo. Mas pelo menos contribuí. Isso é o que me consola um pouco.-com um sorriso maquiavélico.
Ashley-Nossa, prima! Eu posso até ter gostado de ter separado os dois, até porque, como você mesma diz, nós ajudamos o Vi a se livrar daquela golpista. Mas quanto ao que aconteceu depois...Eu não acho legal você dizer que lamenta não ter sido a total responsável.
Emily-Lá vem você com as crises de babaquice, Ashley! Me poupe! Eu quero que a Linda se dane! Agora que ela é carta fora do baralho, eu tenho mais com o que me preocupar.E que r saber de uma coisa? Não preciso do Victor para nada! Muito menos para conseguir o que eu quero. Eu vou fazer tudo sozinha. E agora.-sorrindo.
Ashley-O que você está pensando em fazer, prima?-curiosa.
Emily-Eu estou indo para a casa do Zac a-go-ra.





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