sábado, outubro 28, 2006

Capitulo 30

Oi, florzinhas!
Bem, espero que vocês gostem deste capítulo!;) Vou ficar esperando os comentários de vocês, hein! Muito obrigada a todas que leem a fanfiction, que comentam...Fico muito feliz mesmo!

Beijão e boa leitura!

Lara


Cap. 30



Zac-Por que os seus pais não podem me ver aqui?-sem entender o alvoroço da namorada.
Lara-Porque só Deus sabe o que eles vão pensar se te virem aqui...sozinho comigo. Ai meu Deus!-pensando em alguma solução para aquele problema.
Zac-Ué, você não pode receber visitas?-rindo; ainda sem ver problema no fato de estar ali.
Lara-Não brinca, Zac! Você entendeu o que eu quis dizer.
Zac-Mas, Lara, você mora sozinha, tem um namorado...Seus pais não querem que o seu namorado venha aqui?
Lara-Não é isso...quer dizer...É e não é...
Zac-Não entendi.
Lara-Eu não vejo problema algum em ficar sozinha com você, Zac, mas eles veem, com certeza. Ainda mais se você estiver trancado com a filhinha deles...-Zac a interrompe:
Zac-...conversando, vendo dvd, dormindo e pintando as unhas.-sorrindo.
Lara-Só que, com certeza, eles irão acrescentar algo a mais a esta lista, pode acreditar.
Zac-Eu aprecio muito esse item que eles irão acrescentar.-sorrindo safado.
Lara-Eu tô falando sério, Zac.-dando um tapinha no ombro dele-Isso que você aprecia tanto é o que eles esperam que a filhinha virgem deles nem conheça ainda.
Zac-Virgem?-a encarando com os olhos bem abertos, como se estivesse surpreso.

Lara nem percebe a surpresa do namorado, pois o barulho da campainha sendo tocada novamente desvia sua atenção.

Lara-JÁ VOU, MÃE!-gritando para que eles pudessem ouvir-Se esconde aqui no quarto que eu vou dar um jeito de distraí-los pra você sair daqui e conseguir chegar até a porta da sala.
Zac-Você não vai me apresentar para eles?
Lara-Você quer conhecê-los?-surpresa.
Zac-Claro!-sorrindo-Eu quero conhecer as pessoas que me deram um grande presente.-Lara sorri toda boba-Eu amo o seu doce de leite.-rindo.
Lara-Seu bobo!-dando beliscõezinhos na barriga dele. Zac ri-Eu achei que esse grande presente fosse eu!-cruzando os braços, sorrindo.
Zac-Você ainda tem alguma dúvida disso, senhorita convencida?-sorrindo; beijando-a.

Lara interrompe o beijo, apressada.

Lara-Quando você sair, aperta a campainha e finge que acabou de chegar, ok?
Zac-Você já fez isso outras vezes?-brincando.
Lara-Não!-rindo.
Zac-Meu Deus, o que fizeram com a minha namorada certinha?-rindo.
Lara-Você me corrompeu.-sorrindo.
Zac-Infelizmente, não totalmente.-sorrindo safado.
Lara-Zac!-corando. Ele ri-Se esconde aqui e só sai quando eu vier e te disser que pode, certo?
Zac-Cer...-ela nem espera que ele confirme, sai apressada do local-...to.- balançando a cabeça sorrindo ao ver que Lara já não estava mais ali.




* * *



         Isaac, Pietra e Sabrina caminhavam pela praça indo para o local onde ele havia estacionado seu carro.
Os três caminhavam em silêncio, o que parecia incomodar Sabrina, que, de mãos dadas com Pietra, sempre dava um jeito de puxar algum assunto.

Sabrina-Você tem namorada?-olhando para Isaac, que caminhava ao seu lado. Ele ri ao ouvir aquela inesperada pergunta, quebrando o silêncio. Pietra olha para ele.
Ike-Não. Não tenho.-bagunçando os cabelos dela, sorrindo.
Sabrina-Você também não tem, não é, Pi?-passando a olhar pra ela.
Pietra-Posso saber por que a pergunta, pequena?-parando de andar e abraçando, fazendo cócegas nela. Sabrina começa a rir. Isaac ri, observando a cena.
Sabrina-Por que vocês não namoram?-perguntando logo após Pietra tê-la soltado, sorrindo. Pietra perde o sorriso. Isaac a olha.

Eles respondem ao mesmo tempo:

Pietra-Ele está saindo com alguém.
Ike-Ela não me quer.-sorrindo.

Sabrina-Como você sabe que ela não te quer?-ele ri.
Ike-Eu sou velho demais pra ela.
Sabrina-Mas ele nem tem cabelo branco, Pi.-passando a olhar para ela, com ar questionador. Pietra olha feio para Isaac.
Pietra-Ele está zoando, Sá.-balançando a cabeça com ar de reprovação.
Sabrina-Está?-voltando seu olhar para ele. Ike sorri.
Ike-Ela é imatura, Sabrina.-falando como se Pietra não estivesse ali, com um sorriso safado no canto da boca.
Pietra-E ele é insuportavelmente chato.-fazendo o mesmo joguinho dele.
Ike-Ela é teimosa.
Pietra-Ele é metido.
Ike-Ela é inconsequente.-Sabrina divida seus olhares entre os dois, os acompanhando a cada fala.
Pietra-Ele é idiota.-o encarando.
Sabrina-Vocês se amam.-afirmando, sorrindo; fazendo com que eles parassem de falar.
Pietra-De onde você tirou isso, Sá?-parando de caminhar-Que absurdo!
Ike-Por que absurdo?-também parando-Eu posso te amar como minha irmãzinha mais nova e sem juízo.-a provocando, sorrindo.
Pietra-Há.Há.Há. Como você é amável!-irônica-Pensar em você como meu irmão, me faz querer ajoelhar e agradecer a Deus por ser filha única!
Sabrina-Você...-olhando para Isaac-...não perde a chance de provocar a Pi. Você...-agora olhando para Pietra-...responde a todas as provocações dele e ainda faz questão de ressaltar o quanto o detesta.-passando a olhar para os dois-As brigas se tornam um ciclo vicioso...É, essa é uma boa técnica.

      Isaac não acredita no que acabara de ouvir daquela garotinha e ri. Pietra o olha feio.

Pietra-É uma boa técnica pra que, Sá?
Sabrina-Pra camuflar os verdadeiros sentimentos que vocês têm um pelo outro.
Ike-Quantos anos você tem?-sorrindo.
Sabrina-Idade suficiente pra enxergar o que vocês tentam esconder.
Pietra-A gente se detesta, Sá. Essa é a verdade. Eu sei que você é uma garotinha dócil e não consegue entender que pessoas se detestam às vezes...mas este é o nosso caso.
Ike-Não. Eu não te detesto.-olhando para Pietra, enrugando a testa.
Pietra-Isaac, ajuda!-falando entre os dentes. Ele sorri.
Ike-Na verdade, Sabrina, nós temos uma relação um pouco conturbada...Eu me preocupo com essa maluquinha...-a abraçando pela cintura, sorrindo-...e ela se irrita comigo por isso.
Pietra-Em outras palavras, ele quer bancar o meu pai, Sabrina.-se soltando dele.
Ike-Eu só tomo conta de você, Pietra.
Pietra-E quem te pediu isso?-o encarando-Eu te pedi?
Ike-Você é orgulhosa demais pra isso.
Pietra-Ah, eu sou orgulhosa?-rindo ironicamente.
Ike-É sim. É orgulhosa, birrenta, imatura...-Sabrina começa a rir diante da cena. Isaac e Pietra param de brigar e a olham.
Sabrina-Vocês nunca vão me convencer.-balançando a cabeça, sorrindo.

Sabrina dá as costas e volta a caminhar. Isaac e Pietra se olham. Ele segura o riso.

Ike-Quantos anos ela tem, Pietra?-observando-a enquanto ela se afastava; sorrindo.
Pietra-A idade do delírio.
Ike-Delírio?-rindo-Você diz isso por ela teorizar a respeito de nós dois?
Pietra-Tudo bem que a teoria dela é válida em alguns casos...mas não em todos, não no nosso! Ela deve estar assistindo muitos seriados na tv.-vendo-a parar diante de uma senhora que passeava com um lindo cachorro yorkshire.-Ike ri.
Ike-Você ainda não me disse quantos anos ela tem.
Pietra-Oito.
Ike-Ahh a sua idade.-sorrindo safado. Pietra o encara.
Pietra-Cuidado, Isaac, a SUA idade está te deixando surdo.-sorrindo sarcástica-Eu disse 8, querido; não 18. Eu tenho dez anos a mais que ela.
Ike-A única diferença que vejo entre vocês duas é a altura.-a provocando, sorrindo.
Pietra-Eu até poderia te mostrar...ou melhor, demonstrar uma outra grande diferença entre nós duas...-sorrindo debochada-...mas você não merece essa honra.-dando as costas e voltando a caminhar, agora se dirigindo para onde Sabrina estava brincando com o cachorrinho da tal senhora.
Ike-Fiquei curioso!-grita para ela, sorrindo safado; enquanto corre para alcançá-la.
Pietra-Isaac, me deixa em paz!-olhando para ele, que já estava caminhando ao seu lado.
Ike-Fiquei curioso pra saber que demonstraçãozinha é essa sobre a qual você falou.-sorrindo.
Pietra-Não posso te contar, Isaac. Eu seria muito malvada se te deixasse apenas com água na boca.-sorrindo marota; piscando o olho para ele.
Ike-Você ia me mostrar como brinca de casinha?-querendo provocá-la. Ela ri.
Pietra-Talvez a gente brincasse de “papai e mamãe”.-ele a encara sério.
Ike-Você também anda vendo muitos seriados proibidos para a sua idade.
Pietra-Desculpa, Isaac, mas talvez os meus conhecimentos não sejam tão virtuais assim.-deixando Isaac com cara de bobo, enquanto se aproximava de Sabrina.




* * *



Tay-Você quer brincar?-perguntando novamente; sorrindo maroto.
Mari-Primeiro preciso saber que tipo de brincadeira você está me propondo.
Tay-Vem comigo que eu te mostro.-saindo da salinha das escadas, voltando para o corredor do oitavo andar. Mariana o segue.
Mari-O que você vai fazer...-arregalando os olhos ao vê-lo apertar todas as campainhas de todos os apartamentos do andar-...Taylor!-surpresa.
Tay-Agora vem a parte em que a gente corre!-a puxando pela mão e voltando para as escadas, rindo.
Mari-Você é louco, garoto?-dando tapinhas no ombro dele.
Tay-O que foi, Mariana? Vai me dizer que você nunca fez isso?-a encarando, com um sorriso safado. Mari não consegue esconder um sorrisinho no canto da bocai-Ah eu sabia!-rindo.
Mari-Mas só fiz uma vez! E eu era criança; ou seja, isso foi há algum tempo atrás.-confessando.
Tay-Você acabou de fazer isso outra vez ainda agora, Mariana.-rindo.
Mari-Mas foi sem querer, Taylor.
Tay-Hora de relembrar a infância, então.-fazendo menção de subir as escadas para o nono andar.
Mari-Taylor, não!-segurando seu braço, rindo-Isso é loucura!
Tay-Eu sei que você quer isso tanto quanto eu.-sorrindo-Vem.-estendendo a mão para ela.

Mariana o encara; pensativa.

Mari-...-eles ouvem barulhos de passos e vozes no corredor do andar.
Tay-A gente tem que sair daqui senão vão descobrir a gente.
Mari-Você é louco, Taylor!-aceitando a mão que ele estendia; rindo.
Tay-Agora, NÓS somos.-sorrindo.

Eles sobem as escadas correndo para o nono andar.

Mari-Acho melhor irmos para o décimo; fica mais afastado do oitavo.
Tay-Profissional, hein!-rindo.
Mari-Se é pra fazer, tem que fazer direito.-rindo também.

Os dois voltam a subir as escadas, agora saindo para o corredor do décimo andar.

Tay-Agora é a sua vez, Mariana.-sorrindo.
Mari-Eu?
Tay-Claro! Você faz parte da gangue agora.-rindo.
Mari-Por que eu ainda re dou ouvidos hein?-sorrindo.
Tay-Porque eu sou uma pessoa sensata.
Mari-Não mesmo!-rindo.

         Mari se aproxima da porta de um dos apartamentos e tenciona apertar a campainha, mas se detém. Ela olha para Taylor.

Tay-Vai!-rindo.
Mari-Meu coração parece que vai sair pela boca!-falando baixinho pra ele.
Tay-Amadora.-se aproximando dela, sorrindo.
Mari-Não tenho culpa se você tem mais experiência com esse tipo de coisa do que eu.
Tay-Olha e aprende.-Taylor rapidamente aperta a campainha dos três apartamentos do andar, deixando apenas o apartamento para qual Mariana estava de frente-Esse é seu.-rindo-Rápido.-a apressando. Mari ri.

Quando ela levanta a mão e toca a campainha do apartamento, um cara surge no corredor no exato momento em que eles se preparavam para correr.

-O que vocês querem?-assustando os dois, que ainda estavam de costas.

Mari-Droga!-murmura, olhando para Taylor.
Tay-Calma.-fala apenas com o movimento dos lábios.

Eles se viram para olhar para o cara. Ele havia acabado de sair do elevador.

Mari-Como assim o que a gente quer? Nós só viemos visitar um amigo.

-E ele mora nesse apartamento aí?

Tay-Isso mesmo.-confirmando.

-Esse apartamento é do meu primo, Ian; eu vim vê-lo. Vocês também são amigos dele?

Taylor e Mariana se olham.

Mari-Ow, desculpa! Acho que nos enganamos de andar.-inventando a primeira desculpa que lhe viera à mente.

Eles ouvem barulhos de portas se abrindo.

Tay-Desculpa, cara. A gente vai procurar em outro andar.-apressado.

-Vocês querem ajuda?-tentando ser simpático.

Uma das portas dos apartamentos já estava sendo aberta. Mariana agarra a mão de Taylor.

Mari-Obrigada mas não vai ser preciso.-puxando Taylor em direção à escada. Mas ele vê que a porta do elevador estava aberta.
Tay-Por aqui.-desviando de direção.

Os dois entram no elevador, que fecha a porta logo em seguida.

-Que malucos!-o carinha fala para si mesmo, enrugando a testa. Ele já se preparava para tocar a campainha do apartamento do primo, quando as portas dos apartamentos vizinhos abrem.

-Ah não! Eu não acredito que era molecagem!-uma mulher diz ao perceber que, não só a campainha dela, mas dos outros moradores do andar haviam sido tocadas.

-Brincadeira patética!-o vizinho de porta da mulher fala.

-Eu só queria saber quem...-um outro homem fala, olhando para o garoto em frente ao apartamento vizinho ao dele-Ei, você!-se aproximando dele-Foi você, não foi?

-Eu?-sem entender-O que eu fiz?

-Ah! Que santo!-a mulher fala, irônica-Aperta as campainhas dos outros e agora finge que não sabe de nada.

-Eu não apertei campainha nenhuma! Eu vim visitar meu primo...

-Desculpa barata!-ela diz.

-Eu juro, senhora! Eu vim visitar o Ian...-apertando a campainha do apartamento do primo-Pode perguntar pra ele.

Eles esperam um pouco e nada. Ninguém aparece para atender a porta.

-Parece que o seu primo não está em casa pra vir te ajudar, garoto.-um dos homens diz.

-Eu vim sem avisar.-justificando.

-Ah, garoto, você acha que nós somos bobos?-a mulher fala.

-Não fui eu, senhora! Deve ter sido a garota e o cara que estavam aqui quando eu cheguei.

-E onde eles estão agora? Viraram fumaça?-sem acreditar.

-Não sei!

-Cai fora, moleque! Antes que eu chame a polícia!-a mulher ameaça.

-Mas...

-Desocupado!-entrando em casa, balançando a cabeça; irritado.

-Ouviu o que ela disse, hein!Vai embora; vai procurar o que fazer!-um dos homens também entra em casa.

-Eu juro, senhor...-olhando para o único que ficara. Mas este, entra em casa e fecha a porta sem dar a mínima para as explicações dele.


Enquanto isso...


Mari-Eles iam pegar a gente, Taylor!-entrando no apartamento dele, rindo. Eles estavam ofegantes.
Tay-É; foi por pouco mesmo.-rindo também.
Mari-Mas eu tenho que admitir que...foi divertido.-sorrindo. Taylor sorri.
Tay-Fico feliz em saber que este humilde ogro que vos fala, pôde te fazer sorrir.
Mari-...Quando você fala a palavra “ogro” faz com que eu me sinta estranha.-o encarando.
Tay-Estranha? Por quê?-sorrindo.
Mari-Não sei...Você usa um tom sarcástico...
Tay-Tá começando a gostar de mim e se arrependeu por me chamar de ogro, é?-sorrindo maroto.
Mari-Não!
Tay-Não?-ainda sorrindo.
Mari-Taylor, você é um ogro...mas...mas...
Tay-Mas...?-enchendo o saco.
Mari-Ah, esquece!-dando as costas pra ele-Onde está o Ike?-se dirigindo para o centro da sala.
Tay-Pelo visto, nem ele e nem o Zac estão em casa, senão isto aqui não estaria tão calmo e silencioso.-sorrindo.
Mari-Vocês arrumam a casa rapidinho, hein!-dando uma olhada geral no lugar.
Tay-Cara! É mesmo! Eles arrumavam tudo.-só percebendo por causa do comentário dela.
Mari-Você não ajudou?
Tay-Eu não estava aqui quando eles começaram a arrumar.
Mari-Aham.-sorrindo irônica-Ótima desculpa.-ele ri.
Tay-Não é desculpa.-rindo-Foi...uma feliz coincidência.-olhando para ela, que estava em pé de frente para ele-Pode sentar, Mariana.-gentil.
Mari-Obrigada.-sentando, sorrindo timidamente-Você não vai sentar também?-olhando para ele, ainda de pé.
Tay-Posso sentar ao seu lado?-sorrindo.
Mari-Claro!-com a testa enrugada-Nós estamos em paz hoje, lembra? Não vou te morder.-brincando. Ele sorri, sentando ao lado dela.

        Silêncio entre eles. Mariana mexia as pernas, olhando para as próprias mãos. Já Taylor mantinha seu olhar perdido num ponto fixo da sala, batendo com os dedos no braço do sofá.

Tay-O que nós vamos fazer agora?-quebrando o gelo; fazendo com que ela o olhasse.
Mari-Não sei...
Tay-Quer ligar para o Ike?
Mari-...Se você não se importar...
Tay-Tudo bem, eu não me importo.-sorrindo-Eu sei que você não deve achar agradável ficar aqui comigo.
Mari-Taylor, eu...-ele a interrompe:
Tay-Não tem problema. Não precisa ficar constrangida por dizer a verdade.
Mari-Mas é que...Por incrível que pareça...-reticente-...Eu me diverti com você...-o encarando-Não está sendo um pesadelo como eu achei que fosse.-Taylor sorri.
Tay-...Essa foi a coisa mais legal que você já disse pra mim.-Mariana sorri sem jeito.
Mari-Er...Vou ligar para o Ike.-levantando.
Tay-Claro. Fica à vontade.-indicando o telefone sobre a mesinha ao lado do sofá.
Mari-Obrigada.-sorrindo timidamente.




* * *



-Você demorou, filha!-após Lara ter finalmente aberto a porta.

Lara-Desculpa, mãe.-a abraçando forte-Ai que saudade!

-Eu não ganho um abraço também?-o pai dela fala, sorrindo.

Lara-Claro, pai!-o abraçando também-Desculpa pela demora...É que...eu não estava achando a minha chave...-cruzando os dedos, atrás das costas. Ela odiava mentir, principalmente para seus pais. Quando o fazia, Lara cruzava os dedos atrás das costas; era um hábito pueril, mas que para ela parecia aliviar um pouco a culpa por estar mentindo-...Desculpa.-dando um beijo no rosto dele, que sorri.

-Seu pai pensava que você não quisesse nos ver!-brincando.

Lara-Claro que não, pai!-sorrindo-Eu quase desmaiei com a surpresa, isso sim.-comenta rindo. Mas eles mal sabiam que havia muito de verdade naquele comentário-Vem, pai.Vem, mãe.-segurando a mão deles, os conduzindo para dentro do apartamento.

-Calma, filha.-sorrindo-Eu e seu pai temos uma surpresinha pra você, não é, Paul?-olhando para o marido, com um sorriso misterioso.

Paul-Exato, Susan.-pegando sobre o chão uma caixa grande embrulhada para presente. Lara nem havia percebido aquela caixa ali tão grande era sua euforia pela chegada dos pais...e pela presença do namorado escondido em seu quarto.

      Susan e Paul eram um exemplo de pais carinhosos e dedicados mas também muito protetores; principalmente Paul. Por Lara ser filha única, a atenção e os cuidados eram integralmente dela; o que para ela não era ruim, pois os pais não chagavam a sufocá-la ou controlar sua vida, mas ela se sentia na obrigação de nutrir todas as expectativas deles a respeito dela, tentando ser a filha que eles sempre sonharam ter. O medo de desapontá-los, de decepcioná-los de alguma maneira, era presença constante dentro da cabecinha dela.

Lara-Ow, mãe...Pai! Não precisava...-recebendo a caixa das mãos do pai, sorrindo.
Susan-Tenho certeza que vai ser muito útil.-sorrindo.
Lara-Ai, tô louca pra ver o que é!-entrando no apartamento com a caixa, sorrindo. Os pais a seguem. Lara parecia uma criança, rasgando ansiosamente o papel de presente que envolvia a caixa. Paul e Susan riem ao ver a filha sentada no chão com a caixa sobre as pernas.
Paul-Esse aí é um presentinho meu e da sua mãe, mas eu tenho um só meu pra te dar depois.-piscando o olho para ela, sorrindo. Lara abre um largo sorriso.
Lara-Pai, o senhor não existe!
Susan-Vou ficar com ciúme desse jeito, hein!-brincando.
Lara-Ow mãezinha!-rindo-Ah!Não acredito!-após ter aberto a caixa-Vou poder voltar às minhas boas e velhas rotineiras manhãs cheias de cafeína!-sorrindo; tirando de dentro da caixa uma cafeteira nova.
Paul-Desta vez, escolhemos preta pra ver se dá mais sorte, já que a “branquinha” não te ajudava muito.-sorrindo.
Lara-Ow pai, não fala assim da “branquinha”!
Susan-Por falar nisso, o que você fez com ela?
Lara-Nada. Ela continua na cozinha, no mesmo lugar de sempre.
Paul-Agora você vai doar para um ferro-velho, não é?-rindo.
Lara-Não, pai. Eu não vou conseguir me desfazer dela...Eu a comprei com o meu primeiro salário...-sorrindo ao ter algumas lembranças a este respeito.
Susan-Eu lembro que quando liguei pra você na época, você contou toda feliz sobre a sua “branquinha”.-rindo.
Lara-Então?-sorrindo-Eu vou colocar a “pretinha” do lado da “branquinha” e elas serão amigas.-levantando e abraçando os pais-Obrigada!Amei!
Paul-Que saudade que eu estava de você, filhota!-bagunçando os cabelos dela. Lara ri.
Lara-Eu também, pai.
Susan-Seu pai e eu vínhamos ontem, mas nosso vôo atrasou...Nós queríamos fazer uma surpresa pra você.
Lara-E fizeram mesmo!-sorrindo.

“Meu Deus! O Zac!”-finalmente lembrando do namorado trancado em seu quarto.

Lara-Pai, mãe, vocês não querem levar as malas de vocês lá para o quarto de hóspedes, não? Eu sei que vocês devem estar cansados...
Susan-Com certeza, minha florzinha. Eu estou exausta!
Lara-Ai que saudade de ouvir a senhora me chamando assim!-Susan sorri. Desde que Lara era bebê, sua mãe a chamava de florzinha. Era dele que Lara lembrava sempre que chamava suas amigas assim.
Paul-Eu também estou morto!
Lara-Então vamos lá pra eu ajeitar o quarto pra vocês.-segurando a mão da mãe, sorrindo.
Paul-Vou pegar as malas que deixei ali fora.-apontando para as duas malas pequenas à porta.
Lara-Quer ajuda, pai?-tencionando ir pegar uma das malas.
Paul-Tá me chamando de velho, é?-brincando.
Lara-Não, pai.-rindo.

Lara leva os pais até o quarto de hóspedes; uma suíte que ficava ao lado do quarto dela.

Paul-Fazia tempo que não vínhamos aqui.-pondo as malas sobre a cama.
Lara-Um mês e três dias para ser mais exata.-os pais dela sorriem-Vocês bem que podiam ter me avisado que vinham, não é! Assim eu teria arrumado melhor o quarto para receber vocês.
Susan-E estragar a surpresa? Assim não teria graça, Lara!
Lara-É...com certeza.-murmura com um sorriso no canto da boca-Eu vou lá no meu quarto buscar lençóis e outra colcha de cama porque essa está aí faz tempo.-querendo arrumar uma desculpa para ir até até seu quarto-Volto já.-saindo apressada.

Quando Lara entra em seu quarto, Zac se esconde dentro do banheiro temendo ser outra pessoa.

Lara-Zac?-chama baixinho, ao passar os olhos pelo quarto e não encontrá-lo.
Zac-Pensei que você tivesse me esquecido aqui!-saindo do banheiro.
Lara-Ai que susto!-levando as mãos ao peito.
Zac-Por que você demorou tanto?
Lara-Eu não pude vir antes, Zac...Desculpa.
Zac-Eu estou me sentindo um criminoso, sabia?
Lara-Pior que eu também...Mas eles não podem te ver aqui...Eles vão pensar que eu não sou mais...-baixando os olhos.
Zac...virgem?-a encarando.





* * *




       A medida em que Pietra e Isaac vão se aproximando de Sabrina e da senhora dona do cachorrinho o qual a menina afagava o pelo, estas falavam alguma coisa e lançavam sorrisos para eles.

Pietra-Aqui está você, hein, pequena!-chegando junto delas, sorrindo.

Logo em seguida, Isaac também estava ali, ao lado dela.

Sabrina-São eles.-olhando para a senhora, sorrindo. Esta, por sua vez, olha para Isaac e Pietra, sorrindo de modo simpático.
Senhora-Ah! Vocês têm uma filha adorável! Devem se orgulhar da garotinha esperta que vocês tem.

          Isaac e Pietra se olham sem entender absolutamente nada, até que Sabrina se põe entre os dois, segurando uma das mãos de cada um dos dois.

Pietra-Deve haver algum engano...-olhando para Sabrina, pois estava claro que aquilo era ideia dela-...Nós...-Sabrina a interrompe:
Sabrina-Eles são os melhores pais do mundo! E se amam muito.-juntando as mãos dos dois e saindo do meio deles, com um sorriso maroto. Isaac olha para Pietra e tem vontade de rir da expressão abismada dela.
Senhora-A gente percebe isso só em olhar para a carinha dos dois. Vocês fazem um lindo casal!
Pietra-...-ela tenciona falar alguma coisa enquanto puxava sua mão que Isaac segurava, mas ele a interrompe, segurando firme a mão dela para que ela não soltasse.
Ike-A senhora é muito gentil.-sorrindo. Pietra olha para ele, enrugando a testa.
Senhora-A Sabrina estava me falando que tem apenas oito anos...Vocês são tão jovens pra ter uma filhinha com essa idade!
Ike-Nós casamos muito cedo, não é amor?-olhando para Pietra, com um sorriso maroto.
Pietra-...-ele aperta levemente a mão dela-...Ah!...Foi sim...amor.-com um pouquinho de sarcasmo ao pronunciar a palavra “amor”.
Senhora-Você parece uma criança, querida!-olhando docemente para Pietra.
Pietra-Ah...obrigada.-forçando um sorriso.
Ike-Eu digo isso para ela quase todos os dias.-com um sorriso safado. Pietra enfia uma de suas unhas na mão dele. Isaac quase deixa escapar alguma manifestação de dor, mas se contém, disfarçando com um sorriso.
Sabrina-Ele também diz que a ama todo o tempo!-sorrindo.
Senhora-Ow, que lindo!-encantada-Vejo que a Sabrina tem muita sorte por ter nascido numa família tão linda e amorosa.
Pietra-Nós somos pais amorosos mas também tentamos passar pra ela coisas importantes sobre a vida...Senso de justiça, honestidade...-olhando Sabrina nos olhos ao dizer esta palavra-...A mamãe sempre fala que é feio mentir, não é, Sá?
Sabrina-É sim, mamãe.-sorrindo timidamente.
Senhora-Estou cada vez mais encantada com vocês, meus jovens! Eu não tive filhos...apenas tenho a Mabel pra me fazer companhia...-olhando ternamente para sua cachorrinha. Isaac e Pietra visivelmente se compadecem com o que ouviam-...mas se tivesse filhos, gostaria que fossem assim como vocês.-acariciando o rosto de Pietra e logo em seguida o de Isaac; sorrindo.

“Grandes mentirosos!”-Pietra pensa, chateada por estar mentindo para aquela boa senhora.

Pietra-Fico lisonjeada mas...não somos tão dignos das suas palavras...Somos um casal normal; brigamos; cometemos erros...
Senhora-Não seja modesta, querida! Sabrina disse que vocês nunca brigam!-sorrindo.
Ike-Ela disse isso?-segurando o riso.
Pietra-Isso não poderia estar mais longe da verdade.-murmura para si mesma.
Senhora-Ahn?-não tendo escutado direito o que ela dissera.
Ike-Também te amo, amor.-beijando a mão de Pietra, sorrindo safado. Ela o encara, indignada.
Sabrina-Eu não disse que eles dizem ‘eu te amo’ um para o outro sempre?!-sorrindo-Beija a mamãe, papai.
Pietra-O quê?-pega de surpresa-Não, Sabrina...-agora disfarçando a surpresa com uma expressão de timidez.
Sabrina-Por favor, mamãe! Eu acho tão lindo quando vocês fazem isso!-com olhar de súplica.
Pietra-Faz alguma coisa, Isaac.-fala entre os dentes para ele, forçando um sorriso.

        Pietra queria que Isaac desse um jeito de pôr fim àquela história de beijo; achava que já estavam indo longe demais. Mas, para sua maior surpresa, Isaac interpreta as palavras dela de modo diferente e lhe dá um selinho.

Ike-Pronto, filha.-sorrindo timidamente.
Senhora-Sua mãe está com vergonha, Sabrina; ficou até vermelhinha!-vendo que Pietra enrubescera.
Sabrina-Ah, mas eu queria beijão, pai! Que nem o da foto da lua-de-mel de vocês.
Pietra-Foto? Que foto?-deixando escapar, completamente admirada pela capacidade de Sabrina de inventar histórias mirabolantes.
Ike-Aquela foto, amor, da nossa lua-de-mel...lembra?-olhando para ela, esperando uma confirmação.
Pietra-Ahh! Claro!-fingindo ter lembrado.
Senhora-Onde vocês passaram a lua-de-mel?-sorrindo.
Isaac e Pietra falam de uma só vez:

Pietra-Austrália.
Ike-Brasil.

Senhora-Ahn?

Pietra e Isaac falam juntos novamente:

Pietra-Brasil.
Ike-Austrália.

Sabrina-Na verdade, eles passavam parte da lua-de-mel no Brasil e depois foram para a Austrália.-consertando tudo rapidamente.
Senhora-Ah.-sorrindo.
Sabrina-Eles têm uma foto no Brasil em que eles estão se beijando em uma praia...É linda a foto!-sorrindo-Por falar nisso, eu ainda estou esperando o beijo da foto, hein!
Pietra-Sabrina...
Sabrina-Por favor, mãezinha!-com cara de pidona-Eu sei que a senhora está morrendo de vontade de beijar o papai.-Isaac olha para Pietra com um sorriso safado.
Ike-Está, amor?
Sabrina-E o papai também está louco para beijá-la; tá escrito no sorriso dele!-emendando, já que Pietra parecia estar se segurando para dar uma boa resposta para a brincadeirinha dele.
Pietra-Está, amor?-com um sorriso sarcástico; devolvendo a brincadeirinha. Isaac fica sem jeito.
Sabrina-Beija! Beija! Beija!-a senhora ri.

         Isaac e Pietra olham um para o outro. Ele solta a mão dela e a abraça pela cintura, a fazendo virar-se de frente para ele.
       O coração de Pietra batia tão rápido com a previsão dela do que estava para acontecer, que ela teve medo de que, ao trazê-la contra seu corpo, Isaac pudesse de alguma maneira perceber o quão acelerado estavam seus batimentos cardíacos.
Os dois ficam se olhando por um tempo. Pietra estava imóvel; apenas esperava os movimentos de Isaac. Este, por sua vez, parecia pensar se deveria ou não fazer aquilo.
       Isaac beija-lhe a testa de modo carinhoso, colando sua testa na dela logo após.

Ike-Posso?-perguntando quase num sussurro.

           Pietra nada responde, apenas baixa os olhos e umedece os lábios. Isaac, então, fecha seus olhos e toca os lábios dela com os seus. Pietra também fecha os olhos e entreabre os lábios para que Isaac encaixasse os dele entre os dela.
Eles se movimentavam devagar...Pietra envolve seus braços ao redor do pescoço dele.
O beijo era tímido, apenas com inocente movimentos de lábios como vários beijos em um só, mas, definitivamente, Isaac e Pietra pareciam bastante conectados. Nem pareciam fazer esforço para que aquele relacionamento parecesse real.
       Sabrina sorri; seus olhinhos brilhavam com aquela cena.




* * *



Mari-O celular do Ike está desligado.-pondo o telefone de volta no gancho.
Tay-Talvez a bateria tenha descarregado.-olhando para ela-Ele me falou um dia desses a respeito da bateria do celular dele estar descarregando rápido.
Mari-Ah.-compreendendo.

          Mariana volta a sentar, agora não mais ao lado de Taylor, e sim em uma poltrona ao lado do sofá em que ele estava.

Silêncio.

Tay-Como está o Peter?-querendo começar algum assunto para pôr fim àquele silêncio. Mari o olha, sorrindo.
Mari-O Peter está bem, graças a Deus! Ele já está 100% de novo, voltando a me deixar preocupada com as saidinhas dele.-Tay sorri-Um dia desses, ele foi a um parque de diversões e eu fiquei em casa com o coração nas mãos com medo que ele pudesse se machucar.
Tay-Irmã superprotetora.
Mari-Só um pouquinho.-rindo-Mas você tem que concordar que há vários brinquedos perigosos em um parque de diversões para uma pessoa que acabou de se recuperar de um acidente. Por falar em parque, eu tenho que falar para a Larinha que chegou esse parque aqui: ela ama parques de diversões.
Tay-Por que nós não vamos hoje?-sugerindo com um sorrindo.




* * *



Lara-...Zac...-um tanto sem graça-Eu...-antes mesmo que ela completasse o que ia dizer, a voz de sua mãe a interrompe:

-Filha...-batendo à porta do quarto.

Lara olha rapidamente para Zac. Este se esconde no banheiro novamente.

Lara-Oi, mãe.-vendo-a adentrar o quarto.
Susan-Hum...cheiro de esmalte!Você estava pintando as unhas, filha?
Lara-Estava, mãe.-indicando a cestinha de esmaltes sobre a cama.
Susan-Tá explicado, então.-sorrindo-Vim ajudar você a pegar os lençóis e a colcha de cama.
Lara-Ah, claro. Eu já ia pegar...-se dirigindo até seu guarda-roupa.

Lara tira de dentro do guarda-roupa alguns lençóis, fronhas e uma colcha de cama. Susan a ajuda a segurar tudo.

Lara-Mãe, vai levando isso para o seu quarto que eu vou só guardar minha cestinha de esmaltes no banheiro e vou pra lá.
Susan-Tudo bem.-dando um beijo na testa da filha e deixando o quarto.

Lara pega sua cestinha e vai para o banheiro.

Zac-Ela já foi?-saindo de trás do Box. Lara ri.
Lara-Já sim.-pondo a cestinha sobre a pia.
Zac-Tá rindo, hein?-a abraçando, sorrindo.
Lara-Temos que admitir que isso é no mínimo cômico!-dando um selinho nele.
Zac-Com certeza.
Lara-Agora eu tenho que voltar lá para o quarto dos meus pais, Zac.-saindo dos braços dele-Quando eu sair daqui, você sai também e vai direto pra sala. Eu deixei a porta aberta pra você poder sair. Vem.-o conduzindo pela mão.

Já à porta, quando Lara tencionava sair, Zac a segura pelo braço.

Zac-Seu pai é ciumento?-ela sorri.
Lara-Tanto quanto você?
Zac-É sério, boba!-rindo baixinho-Ele é ciumento?
Lara-Você vai descobrir daqui a pouco.-sorrindo misteriosa.

Lara deixa seu quarto e vai para o quarto de seus pais. Zac observa quando ela fecha a porta logo após ter entrado, e corre em direção a sala, saindo do apartamento.

Zac-Ufa!-respirando fundo, encostado à porta do apartamento pelo lado de fora; aliviado por ter conseguido sair sem ser visto.




* * *



Isaac e Pietra ainda se beijavam quando ouvem Sabrina bater palmas para eles.

Sabrina-Êêêê!-sorrindo; feliz.

         Pietra abre os olhos e se afasta de Isaac, um tanto sem jeito. Ela baixa os olhos procurando não encará-lo. Isaac, também um pouco sem graça, passa uma das mãos pelo canto da boca para limpar o que havia sujado pelo batom dela.

Ike-Satisfeita agora?-olhando para Sabrina.
Sabrina-Muito!-sorridente.
Pietra-Agora está na hora de irmos, não é...filha?-forçando um sorriso-Esqueceu que nós vamos visitar a sua vó?-inventando uma desculpa qualquer para acabar com aquela farsa de vez.
Sabrina-Vocês vão me deixar lá pra sair pra namorar depois, não é?-com um sorriso sapeca. Isaac e Pietra se olham. Ele deixa escapar um sorriso.
Senhora-A filha de vocês é adorável!-acariciando os cabelos da Sabrina, se divertindo com as atitudes da garota para com seus “pais”.
Pietra-É. Ela é sim.-sorrindo; mas olhando para Sabrina com os olhos bem abertos como se a censurasse através daquilo-...Agora nós temos mesmo que ir, senhora. Foi um prazer conhecê-la.-estendendo a mão para ela.
Senhora-Imagine, querida!O prazer foi todo meu!-apertando a mão de Pietra, sorrindo.
Ike-A senhora é muito simpática.-também sorrindo.
Senhora-Obrigada, meu jovem.-pegando uma das mãos dele e pondo sobre a mão de Pietra que ela ainda segurava-Parabéns pela linda família de vocês!

Isaac e Pietra falam ao mesmo tempo:

Pietra-Obrigada.
Ike-Obrigado.-eles se olham.

Ele pisca o olho pra ela discretamente. Pietra deixa escapar um tímido sorriso.
Eles terminam de se despedir da senhora. Sabrina a abraça e depois também se despede de Mabel, a cadelinha, e os três, Sabrina, Isaac e Pietra, seguem seu caminho em direção ao local onde estava o carro dele.

Quando eles haviam se afastado um pouco...

Pietra solta a mão de Isaac e para de caminhar. Ele e Sabrina também param.

Pietra-Pelo amor de Deus, Sabrina, o que deu em você? O que foi aquilo?
Sabrina-Uh oh!-fazendo cara de quem já esperava tomar bronca.
Pietra-Isso que a gente fez foi muito feio!-balançando a cabeça-Eu quase tive um troço quando você me chamou de mãe!
Sabrina-Desculpa, Pi.-baixando a cabeça.
Ike-Por que você fez isso, Sabrina?-paciente.
Sabrina-Eu juro que não fiz por mal! Eu não queria mentir...Mas enquanto eu estava brincando com a Mabel, vocês foram se aproximando e aquela senhora achou que vocês fossem meus pais e eu...-Pietra a interrompe:
Pietra-E você resolveu confirmar ao invés de desmentir, não é?
Sabrina-Eu só quis ver como vocês ficariam se estivessem juntos de verdade...
Pietra-Mas aquilo tudo não passou de farsa.
Sabrina-O beijo que eu vi também foi uma farsa?-com um sorriso no canto da boca. Isaac olha para Pietra, esperando a resposta que ela daria.
Pietra-...Claro que foi! -indignada-Aquele beijo foi tão falso quanto a história que nós encenamos para aquela pobre senhora, Sabrina.
Sabrina-Você está brava comigo, Pi?-com uma carinha triste.

      Pietra a olha; respira fundo e balança a cabeça negativamente.

"Ela é apenas uma criança, Pietra!"-ela pensa, tentando se acalmar e forçando um sorriso.

Pietra-Não, Sá, não estou brava com você.-abrindo os braços para oferecer-lhe um abraço. A garotinha abre um largo sorriso e a abraça.
Sabrina-Desculpa, Pi. Eu juro que nunca mais faço isso!-Isaac sorri ao vê-las abraçadas. Sabrina sai dos braços de Pietra e olha para ele-Desculpa também, Isaac...
Ike-Não precisa se desculpar, Sabrina.-bagunçando o cabelo dela. Ela ri-Você tinha que fazer alguma travessura do tipo pra poder me convencer de que tem apenas oito anos. Eu já estava ficando assustado achando que você fosse apenas uma anãzinha de 30 anos!-brincando. 
Pietra-Tinha que ser inventar uma mentira absurda daquelas?? Não podia ser algo mais apropriado para a idade dela?!!-censurando Isaac por ele não demonstrar nenhuma repreensão ao que Sabrina havia feito.
Ike-Você, mais do que ninguém, deveria entender que nem sempre as crianças fazem o que realmente seria apropriado para a idade delas.-implicando.
Pietra-Beijar seria uma delas????-o encarando. Isaac fica sem jeito.
Sabrina-Por favor, não vão brigar por minha causa!-triste.
Pietra-...Nós não estamos brigando, Sabrina.-tentando controlar seu nervosismo. Aquela beijo havia mexido com ela e o fato de Isaac tratar o episódio como uma brincadeira estava incomodando. Mas ela não podia descontar em Sabrina. Ela era uma criança. Além disso, eles também tinham parte da culpa naquela situação já que, como adultos, não deveriam ter sustentado toda a mentira- Está tudo bem.-acariciando os cabelos dela.

          Isaac olha para Pietra e move os lábios dizendo tregua. Pietra concorda com um discreto movimento de cabeça.

Ike-Agora...vamos?-sorrindo-Eu ainda estou devendo um passeio de carro para uma certa garotinha...ou melhor, duas garotinhas.-olhando para Pietra, sorrindo de modo implicante.
Pietra-Quem será essa outra garotinha, hein?- o encarando como se perguntasse pela tregua que ele havia sugerido. Ike alarga o sorriso.
Ike-Você não sabe?-cínico.
Pietra-Não.-sonsa.
Sabrina-Vocês são engraçados!-rindo, se sentindo melhor a respeito da situação-Vem, vamos.-se posicionando entre os dois e pegando uma das mãos de cada um, os puxando.

         Isaac e Pietra se olham, sendo guiados por Sabrina. Isaac dá língua para Pietra. Ela faz careta para ele, desviando seu olhar do dele logo em seguida; disfarçando um sorriso no canto da boca.

Já dentro do carro de Isaac...

Sabrina ia sentada no banco traseiro, enquanto Pietra ia no banco do carona, ao lado de Isaac.

Ike-Como o meu carro está lindo hoje!-sorrindo; pronto para ligar o carro-Não é sempre que meu humilde carro tem o privilégio de transportar duas gatas!-Sabrina ri.
Pietra-E a Mariana?-o encarando.
Ike-Meu carro é acostumado a transportar UMA gata por vez, DUAS é raridade.

Pietra nada fala, apenas desvia seu olhar para a janela do carro.

Ike-Por que você sempre faz essa cara quando eu te elogio?-dividindo sua atenção entre ela e a direção. Pietra o olha.
Pietra-Cara? Que cara? Esta é a única cara que eu tenho; não posso mudar.
Ike-E se eu fosse você, não ia querer mudar porque ela é linda.-sorrindo maroto.
Pietra-Para, Isaac.-baixando os olhos para não ter que encará-lo.
Ike-Tá vendo? Fez de novo!
Pietra-Você está viajando!
Ike-Estou, é? Então por que você sempre pede pra eu parar de te elogiar?
Pietra-...Porque...porque...Ah, do mesmo jeito que eu sempre peço pra você parar de me encher o saco também!
Ike-Por quê?-insistente.
Pietra-Porque eu não gosto. Eu não me sinto confortável. Não gosto desse tipo de brincadeira, Isaac.
Ike-Mas por que achar você bonita tem que ser brincadeira? Me explica.-a encarando.
Pietra-...-ela desvia seu olhar, de Isaac para Sabrina-Ah, a Sá dormiu.-vendo-a deitada sobre o banco, dormindo feito um anjo.
Ike-Dessa vez, você não vai conseguir fugir do assunto, Pietra.
Pietra-Eu não estou fugindo de nada...-sem saber o que dizer, pois Isaac falava a verdade: ela estava tentando mudar de assunto-Eu só vi que a Sá acabou dormindo e comentei.
Ike-Então vamos deixá-la dormir em paz e voltar ao que falávamos.
Pietra-Por que nós estamos tendo essa conversa, Isaac?-encarando o olhar dele-O que isso importa pra você?
Ike-Eu queria entender o porquê disso, já que, se o Taylor fala que você é linda, você sorri, agradece...mas se eu o faço, você me olha como se eu estivesse saindo de uma nave extraterrestre.-Pietra baixa os olhos-Eu não vejo mal nenhum quando falo que você é linda...Eu acho isso! Por que tem que ser brincadeira? O fato de você ser mais nova; de eu te achar uma criança ainda...-ela revira os olhos ao ouvi-lo dizer aquilo-...não muda o fato de você ser linda! Dois amigos podem elogiar um ao outro, não podem? A menos que eu não seja seu amigo...O que eu lamentaria muito, porque gostaria de ser.

“Só resta saber se eu quero ser sua amiga, Isaac...só amiga.”-ela pensa, encostando a cabeça no encosto do banco do carro, fechando os olhos.

Ike-Nós somos ou não somos amigos, Pietra?-a encarando. Ela abre os olhos.
Pietra-Somos...claro.-forçando um sorriso, querendo encerrar o assunto.




"Seems like everyone else has a love just for them
I dont mind, we have such a good time, my best friend
But sometimes, well...
I wish we could be more than friends
Tell me do you know?
Tell me do you know?
Oh..

I get so breathless, when you call my name,
I've often wonderd, do you feel the same?
There's a chemistry, energy, a synchronicity
When we're all alone,
So don't tell me
You can't see


What im thinking of

I can understand that you don't want to cross the line,
And you know i can't promise you things,
Will turn out fine,
But i have to be honest, I want you to be mine
Tell me do you know?
Tell me do you know?
Oh...

I get so breathless, when you call my name,
I've often wonderd, do you feel the same?
There's a chemistry, energy, a synchronicity
When we're all alone,
So don't tell me
You can't see
Oh!

Cause i’ve tried to do this right in your own time
I've been telling you with my eyes, my heart's on fire,
Why dont you realise?
Tell me do you know?
Tell me do you know?
I get so breathless...

(Breathless- Corinne Bailey Rae)



* * *



TINDON TINDON!-a campainha do apartamento de Lara toca.

“É o Zac!”-ela pensa; sorrindo disfarçadamente.

Paul-Quem será?-olhando para a filha.
Lara-Vou ver quem é, pai.-terminando de arrumar a cama de casal em que os pais dormiriam.
Susan-Você está esperando alguém, filha?-percebendo a agitação de Lara.
Lara-...Eu tenho quase certeza de que é uma pessoa que eu gostaria muito que vocês conhecessem...-sorrindo.
Paul-Já sei. É do sexo masculino e se chama “namorado”, não é?-Lara ri-Sua mãe me falou que você está namorando...Você não ia me contar?
Lara-Eu sabia que ela falaria pra você, pai.-o abraçando; sorrindo-Vou lá atender a porta.-saindo do quarto.
Paul-Por que será que eu não gosto nada disso, hein?-olhando para a esposa.
Susan-Porque tem medo de que a sua filhinha passe a ter outro homem na vida dela além de você.-o abraçando e dando-lhe um rápido beijo-Vem, vamos lá conhecer o nosso genro.
Paul-Você fala assim pra me fazer chorar, não é?-brincando. Ela ri.
Susan-Paul, a nossa filha cresceu! Ela não é mais aquela garotinha de trancinhas que pulava corda e brincava de boneca.
Paul-Bons tempos aqueles em que o meu coração não sofria tanto ao ouvir a palavra “garoto.”No máximo, quando a Lara falava disso, era sempre para reclamar que tinham puxado os cabelos dela ou quebrado alguma de suas bonecas.-sorrindo; saudosista.
Susan-Você não existe, amor!-rindo-Vem; vamos.-o puxando pela mão em direção a sala.


Na sala...

Zac-Oi!-sorrindo ao ver a namorada abrindo a porta.
Lara-Estranho...parece que estive com você até três minutos atrás!-brincando.
Zac-Engraçado mesmo!Também sinto isso!-entrando no apartamento e a abraçando pela cintura; rindo-Você deveria tomar mais cuidado; a porta da sua casa estava aberta.-com um sorriso maroto. Ela ri.
Lara-Vou ser mais cuidadosa daqui pra frente.

         Quando eles estavam prestes a se beijar, Paul e Susan aparecem no local. Paul rapidamente se faz perceber, fingindo uma tosse repentina.
Lara e Zac se separam.

Zac-Boa tarde.-sorrindo timidamente.
Susan-Boa tarde.-sorrindo simpática. Paul permanece calado, apenas olhando para Zac. Susan dá um discreto cutucão no marido.
Paul-Boa tarde.-ainda o analisando.
Lara-Zac, esse é o meu pai, Paul; e aquela é a minha mãe, Susan. Pai, mãe, este é o meu namorado, Zachary.
Zac-Mas podem me chamar de Zac.-sorrindo.
Susan-Ah, você é o famoso Zac!
Zac-Famoso?-olhando para Lara, sorrindo. Esta acaricia a mão dele.
Susan-A minha filha fala muito sobre você.
Zac-Ela também fala muito dos senhores...e muito bem.-timidamente-É um prazer conhecê-los.-estendendo a mão para cumprimentar Susan.

       Susan dá alguns passos para frente e pega a mão de Zac. Nisto, ela vê as unhas dele todas borradas com esmalte. O olhar que ela lançara para a mão dele faz com que o próprio Zac olhe para a sua mão. É aí que ele percebe o que havia prendido a atenção da mãe da namorada.

Susan-O prazer é todo meu.-com um sorriso amarelo; soltando a mão dele.

“Dang it! Ela viu! Ela viu!”-Zac pensa, enquanto escondia a mão dentro do bolso da calça; forçando um sorriso.

Lara-Pai, o senhor não vai falar com o Zac, não?-sorrindo para seu pai.
Paul-...Ah, claro, minha filha.-com um sorriso um tanto forçado-Muito prazer, meu jovem.-estendendo a mão para ele.

“Deus! O que eu faço agora?”-Zac pensa, agitado; olhando para aquela mão estendida para ele.




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domingo, outubro 22, 2006

Capitulo 29

Cap. 29




Ela continuava sem olhar para trás.

Sabrina-Balança, Pi!-tendo a velocidade de seu balançador diminuída, já que Pietra, inerte ao ouvir a voz de Isaac, havia parado de balançá-la.
Pietra-Desculpa, Sabrina.-voltando a balançá-la; tentando manter sua atenção concentrada ali, não em Isaac.
Ike-E então, qual das opções você vai escolher?-parando ao lado dela.
Pietra-Eu diria que eu devo estar sempre no lugar errado, na hora errada, causando o que eu chamaria de infeliz coincidência, brincadeira de mau gosto, desagradável acaso.-ríspida-Gostou da resposta?-o encarando com um sorriso sarcástico.
Ike-Gostei da combinação criativa que você fez.-sorrindo.
Pietra-O que você quer, Isaac?-virando o corpo, ficando de frente para ele; cruzando os braços.
Ike-Nós temos que conversar, Pietra. A noite de ontem foi confusa e...Aconteceram coisas que não deveriam ter acontecido, e uma delas foi aquele beijo...-ela o interrompe:
Pietra-Achei que você tivesse dito tudo isso ontem. Por favor, me poupa de mais essa ladainha.-irritada.
Ike-Por que nós não podemos conversar como duas pessoas civilizadas, Pietra?
Pietra-Porque eu não sei se você é uma.
Ike-Ah, eu não sou?-irônico-Você me ataca até quando eu respiro e eu que não sou civilizado?
Pietra-A vida seria bem mais fácil pra mim se você não respirasse mesmo.-sarcástica.
Ike-Do que você está com raiva, hein? Eu juro que não entendo! Eu vim te pedir desculpas, tentar consertar as coisas e não estou entendendo o porquê dessa agressividade toda.-a encarando.
Pietra-...-nem ela conseguia entender aquela súbita irritação; aliás, ela procurava mascarar a raiva que estava sentindo de si mesma pelo modo como seu corpo estava reagindo à presença de Isaac; pela raiva gratuita que sentia a cada pedido de desculpa dele; por se importar com o fato dele considerar aquele beijo um erro...
Ike-Tudo o que eu quero, Pietra, é que as coisas entre nós não fiquem estranhas.
Pietra-As coisas entre nós nunca foram o contrário de estranhas, Isaac.
Ike-E pelo visto ficaram piores, não é?
Pietra-Esquece essa história de beijo, Isaac? Porque eu já esqueci. Não sei por que você está tão preocupado com isso...Eu não vou contar pra ninguém, se é isso o que te aflige.
Ike-Não é disso que eu estou falando, Pietra. Eu fiz, eu assumo. O que me interessa é saber sobre você!-a encarando-Fiquei preocupado ontem porque eu...eu achei que poderia ter te ofendido com o beijo...Não sei! Na verdade, eu...eu só queria saber o que está se passando na sua cabeça agora porque tudo o que penso é que eu não tinha o direito de ter feito aquilo...Você é muito novinha...Eu me senti como se tivesse me aproveitado de você!
Pietra-Eu não sou mais criança, Isaac!Vê se entende isso de uma vez por todas!-o encarando-Você não se aproveitou de mim, do contrário, a sua língua não teria entrado tão facilmente dentro da minha boca, ok?!-cruzando os braços-Quanto ao que eu penso sobre ontem...Pra mim, não mudou nada! Mudou pra você?
Ike-...Não.Não mudou nada.
Pietra-Então não se preocupe; eu não me apaixonei por você, ok?-sorrindo sarcástica-Foi só mais um beijo na minha vida...Não significou nada...nem pra mim, nem pra você.-forçando um sorriso-Simples assim!
Ike-...É...simples assim.-um tanto mexido pelo modo como ela falava.
Pietra-Agora que você tirou da consciência a culpa de ter "se aproveitado de mim", pode ir pra sua casa e descansar sua cabecinha sobre o travesseiro em paz novamente.-sorrindo sarcástica-Eu estou indo embora; tenho que levar a Sabrina de volta pra cafeteria. Vamos, não é, Sá?-olhando para o balançador em que a menina estava...quer dizer, deveria estar-Sabrina?-com os olhos arregalados, vendo que Sabrina não estava mais ali.



* * *



         Enquanto conversava com Isaac, Pietra não percebe quando Sabrina deixa o balançador e se dirige para uma gangorra, onde duas crianças já brincavam.
Sabrina se detém ali, olhando-os subir e descer com o movimento do brinquedo. Ela queria brincar também, mas precisava de mais uma pessoa para isto.
Sabrina já se preparava para dar meia volta e retornar para o balançador, quando ouve alguém falar com ela:

-Ei!Espera!-a garotinha que estava na gangorra desce do brinquedo e se dirige até ela.

Sabrina-Você falou comigo?

-Aham.-balançando a cabeça positivamente-Qual é o seu nome?-sorrindo.

Sabrina-Sabrina.-sorrindo de volta para ela-E o seu?

-Lara. E esta...-mostrando a boneca de pano que trazia em um dos braços-...é a Amélia. Aquele ali...-apontando para a gangorra-...é o Alex.-Lara faz sinal chamando o amigo.

Alex-Você não quer mais brincar, Lara?-se aproximando das duas.
Lara-Alex, esta é a Sabrina.
Alex-Oi!-timidamente.
Sabrina-Oi!-sorrindo.
Lara-Você quer brincar com a gente?
Sabrina-Se eu puder...-sorrindo.
Alex-Agora nós vamos brincar do quê?
Lara-Que tal esconde-esconde?
Sabrina-Legal!-animada.
Alex-Vocês se escondem e eu conto, tudo bem?
Lara-Ótimo!
Alex-Vou começar a contar, hein!-se encostando em uma árvore-Um. Dois. Três...

Lara e Sabrina se olham, sorrindo, e correm juntos para se esconder.




* * *



          Mariana e Taylor deixam o prédio dela, indo em direção ao local onde ele estacionara seu carro.

Mari-Aonde você vai me levar, Taylor?-caminhando ao lado dele.
Tay-Na verdade, eu ainda não havia parado pra pensar nisso.-sorrindo.
Mari-Não estava nos seus planos me levar pra sair, não é?
Tay-Não estava nos meus planos você aceitar sair comigo.-ela sorri-Você gostaria de ir para algum lugar em especial? Alguma sugestão?
Mari-Nada em mente.
Tay-Hum...-com ar pensativo-Ontem, depois da festa, o Zac estava falando em nos reunirmos lá em casa pra ver o vídeo que o Ike fez...O que você acha?
Mari-Ah, eu tô louca pra ver esse vídeo!-animada.
Tay-Feito!-sorrindo.
Mari-Assim eu vejo o vídeo, mato a saudade do Ike e ainda aproveito pra pegar a bolsa com as minhas coisas que deixei na casa de vocês ontem.
Tay-Por falar em saudade, espero que a Pi também apareça por lá.-chegando junto de seu carro, se encostando nele; sorrindo também. Mariana o encara.
Mari-...Você e a Pietra...-de frente pra ele-...Vocês...-reticente.
Tay-A gente...?-sorrindo. Ele sabia perfeitamente o que ela queria dizer.
Mari-Vocês têm alguma coisa?-com ar de displicente curiosidade.
Tay-...-sorrindo safado-Por que você está perguntando isso?
Mari-Ah, não sei...curiosidade!-sorrindo-Vocês fazem um belo casal.
Tay-Você acha mesmo?-sorrindo de volta.
Mari-Acho sim. Por que, você não?
Tay-Pelo contrário! Só fiquei surpreso por você achar isso.
Mari-Surpreso?
Tay-É. Desde quando você concorda que um ogro combine com uma linda princesinha?-sorrindo maroto.
Mari-Ué, você nunca ouviu falar em “Sherek e Fiona”; “A Bela e a Fera”; “A Dama e o Vagabundo”...?-sorrindo sarcástica-É duro acreditar, mas os ogros também amam.
Tay-Acho que isso foi um elogio!?-rindo.
Mari-Quem sabe.-misteriosa.

Silêncio entre os dois. Eles ficam apenas olhando um para o outro.

Tay-...Er...Vamos?-quebrando o gelo.
Mari-Claro.-com um sorriso amarelo.




* * *



        Zac e Lara acabam adormecendo no meio do filme. A noite anterior havia deixado os dois muito cansados; parecia que levaria um bom tempo até que eles repusessem o sono perdido.
Passado algum tempo, um barulho de buzina de carro vindo da rua e chegando ao quarto através da janela aberta, desperta Lara de seu sono leve: ela abre os olhos.
Após piscar os olhos, ainda sonolenta, Lara levanta um pouco a cabeça, antes repousada sobre o peito de Zac, passando a contemplar o rosto do mesmo. Ela sorri.
Cuidadosamente, ela ergue seu corpo até não tocar mais o corpo do namorado; sentando-se à beira da cama e volta a olhar para Zac. Ele parecia um anjo dormindo calmamente.
      Lara dá uma última olhadela para o namorado, sorrindo, e levanta da cama; deixando o quarto logo em seguida.



* * *



Pietra-Ai meu Deus! Cadê a Sabrina?-começando a se desesperar.
Ike-Sabrina é a garotinha que estava no balançador?
Pietra-É. É sim.-passando os olhos pelo playground, procurando ter uma visão geral-Ela é sobrinha de uma amiga e eu a trouxe para brincar um pouquinho.
Ike-Como você pode se responsabilizar sobre uma criança se nem ao menos é responsável por si mesma?-Pietra o olha feio.
Pietra-Não vem bancar o grande adulto pra cima de mim, não, Isaac! Agora não!-começando a se deslocar dali-Sabrina!-chamando-Sabrina!-já bastante preocupada.
Isaac a seguia.
Ike-Esta praça não é muito grande; ela não deve estar muito longe.-falando ao alcançá-la-Como você foi perdê-la de vista?
Pietra-Se você não tivesse aparecido, nada disso teria acontecido!
Ike-Ah, a culpa agora é minha?-rindo ironicamente.
Pietra-Eu me distraí por sua causa!-ainda caminhando pelo parquinho-Sabrina!
Ike-Por minha causa?-indignado-Você é uma grande irresponsável, Pietra, isso sim.
Pietra-Para, Isaac!-parando de frente para ele-Para!-nervosa. Seu coração já estava a mil. Isaac percebe o quão preocupada ela estava e decide não falar mais nada -Ao invés de você ficar preocupado em me repreender, já seria de grande ajuda se você não me atrapalhasse! Vai embora!-dando as costas pra ele; indo até onde duas mulheres conversavam.
Ike-Você acha mesmo que eu vou te deixar sozinha agora, teimosa?-falando baixinho, balançando a cabeça, enquanto via Pietra se distanciando.
Pietra-Desculpa atrapalhar, mas...Vocês não viram uma garotinha loira, olhos verdes, cabelos ondulados...-Isaac, que aparece logo atrás dela, a interrompe:
Ike-Pietra, não seria melhor se você descrevesse como a garota estava vestida, assim fica mais fácil, já que crianças loiras e de olhos claros não são raras por aqui?
Pietra-Você ainda não foi embora?-revirando os olhos ao vê-lo ali.
Ike-Ela usava um vestido branco com estampas coloridas e tinha uma fita, também branca, prendendo parte dos cabelos.-ignorando o comentário de Pietra, tomando a frente da situação. Ela o olha, enrugando a testa.
Pietra-Bom observador, hein!-num elogio cheio de sarcasmo. Isaac a olha.
Ike-Eu observo coisas que você nem imagina.- Pietra ergue uma das sobrancelhas; havia algo de misterioso no olhar que ele lhe lançara ao dizer aquelas palavras.

-Acho que eu a vi, sim.-uma das mulheres responde-Se não me engano, ela passou correndo por aqui junto com outra garotinha.

Pietra-Com outra garotinha?
Ike-Você perdeu duas crianças ao invés de uma só?-a encarando.
Pietra-Você vai perder os dentes se não calar a boca!-lançando-lhe um rápido olhar de censura e logo voltando a olhar para as duas mulheres-Vocês viram para onde elas foram?

-As duas correram para lá.-a outra mulher diz, apontando em direção ao outro lado da praça.

Pietra-Ai meu Deus do céu! Aquele lado dá pra um cruzamento perigoso!-aterrorizada com a possibilidade de Sabrina sofrer qualquer tipo de acidente-Obrigada.-agradecendo rapidamente e andando apressada na direção em que a moça indicara.
Ike-Obrigado.-reforçando o agradecimento, de modo mais calmo; a seguindo logo depois-Pietra, espera.-tentando fazê-la parar.
Pietra-Sabrina!-ela estava tão aflita que parecia não ouvi-lo...ou, mesmo que ouvisse, preferia fingir que não-Aonde você foi parar, Sabrina?-falando para si mesma; passando as mãos pelos cabelos num gesto que denunciava todo o seu nervosismo.

       Apesar de ser uma praça, o lugar podia ser considerado grande. Um pouco afastado do playground, havia um espaço bastante arborizado onde alguns artistas pintavam retratos de pessoas que ali frequentavam; além de uma charmosa sorveteria ao centro do local.
Pietra perdia seu olhar nos rostos das pessoas por quem passava, parecia estar cega pelo nervosismo.
Isaac segura seu braço, a fazendo parar.

Ike-Calma, Pietra.
Pietra-Calma? Calma? Eu perdi uma garotinha de 8 anos de idade, Isaac?-com a voz embargada-Eu perdi a Sabrina! Eu a perdi!-já chorando-Você tem razão, eu sou uma irresponsável!
Ike-Não.Você não é.-a abraçando; arrependido de tê-la chamado assim.

-HUMM!-Sabrina, Lara e Alex falam em coro, surgindo detrás de uma frondosa árvore.
Pietra se solta dos braços de Isaac e olha na direção de onde aquele som viera.

Pietra-Sabrina!-sorrindo ao vê-la. Ela corre ao encontro da menina e a abraça-Você quase me matou de susto, sua danadinha! Onde você estava, hein? Você está bem? Se machucou?-ajoelhando-se de frente para ela, examinando o rosto, os braços da garota...preocupada.

        Isaac sorri ao ver a cena; aproximando-se delas.
Sabrina, Alex e Lara se olham sem nada entender.

Sabrina-Nós estávamos brincando de esconde-esconde, Pi.-sorrindo inocentemente-Aqueles são Lara e Alex, meus novos amigos.-indicando o casalzinho. Estes sorriem.

Pietra levanta, secando as lágrimas.

Pietra-Esconde-esconde, né? Mais alguns minutos dessa brincadeirinha de vocês e eu é que me esconderia...em um caixão, a sete palmos do chão!-Ike ri.
Sabrina-O que aconteceu? Por que você estava chorando?-preocupada.
Pietra-Sabrina, você sumiu e quase me matou do coração! Eu nem sei como ainda estou aqui de pé!-tentando se acalmar.
Ike-Exagerada!-rindo.
Pietra-Exagerada?-o encarando.
Ike-Pra eles, nada aconteceu, Pietra; não assusta os três.-falando baixinho para ela.

       É, Isaac tinha razão. Para os pequenos, aquele ar preocupado de Pietra, o que ela dizia...nada daquilo fazia sentido. Eles só estavam brincando; não sabiam que estavam “perdidos”.

Sabrina-Você está brava por que a gente atrapalhou o namoro de vocês?-baixando os olhos.
Lara-Desculpa, moça. A gente só achou o abraço de vocês bonitinho.-com voz de arrependimento.
Alex-Ei! Eu não achei bonitinho, não!-protestando.
Pietra-Nós não somos namorados.-olhando para Isaac, que apenas ria sem fazer nenhuma observação para contestar o emprego da palavra “namoro”-Ele é meu pai.-irônico.
Lara-Pai?-arregalando os olhos.
Ike-É que ela ainda brinca de boneca.-fingindo contar um segredo. Lara e Sabrina sorriem.
Alex-Boneca? Eca!-fazendo cara feia. Isaac ri.
Pietra-Mas eu prefiro os bonecos, sabe? De preferência, bem vivinhos.-encarando Isaac, sorrindo sarcástica.
Ike-Você vai poder brincar com eles quando crescer, não se preocupe.-encarando o olhar dela.
Pietra-Você gosta de se iludir.-sorrindo marota.
Ike-O que você quer dizer com isso?
Pietra-Se eu quisesse dizer com todas as letras, teria dito; não?-batendo de leve no ombro dele, piscando o olho com um sorriso debochado no rosto. Isaac balança a cabeça, sorrindo discretamente-Agora se despede dos seus amiguinhos porque a gente já vai, Sabrina. Por hoje, chega de sustos.
Sabrina-Ah!-lamentando-Já?
Lara-Deixa ela ficar mais um pouquinho, por favor!-com cara de pidona.
Pietra-...Acho melhor não...-Isaac a interrompe:

-Que tal um sorvete?-sorrindo.

Lara, Sabrina e Alex-Êêê!-comemorando.

         Pietra olha para Isaac, apertando os olhos enquanto balançava a cabeça com ar de reprovação. Ele sorri.
Ike- Mas vocês tem que perguntar para as mães de vocês se vocês podem,-olhando para Lara e Alex.
Alex- A gente conhece o sorveteiro. Ele conhece as nossas mães.
Lara-Minha mãe diz que não posso aceitar nada de estranhos mas o sorveteiro é nosso amigo.
Alex-Elas deixam. A gente conhece quase todo mundo nessa praça.-já apressando a conclusão. Ike olha para Pietra.
Pietra-Não vem, não. A ideia foi sua. Não sei de nada.
Ike- Aquelas ali são as mães de vocês?-vendo que duas mulheres olhavam atentas na direção deles. Os dois balançam a cabeça positivamente-Então a gente vai lá falar com elas. Pietra, você vem junto.
Pietra-Eu?
Ike-Claro. -parecendo óbvio.
Pietra-Não quer que elas pensem que você é um predador de criancinhas?-sussurra pra ele, que sorri.
Ike-Mostrando que tenho uma criança...aliás, duas, sob minha responsabilidade, não vou parecer um "predador de criancinhas".-sussurra de volta, sorrindo implicante. Pietra fica indignada. Mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, ele a puxa pela mão-Vem.- as crianças correm.

Pietra congela um pouco ao sentir a mão dele segurando a dela mas solta sua mão assim que se recupera da surpresa do gesto dele.

Pietra-Só porque é para os pequenos.- resmunga, se apressando para seguir as crianças. Isaac sorri.


Os dois se aproximam das duas senhoras e as crianças já se apressavam em contar sobre a oferta do sorvete. Isaac se apresenta, assim como Pietra e ele pergunta se as crianças poderiam tomar sorvete com eles já que Sabrina adoraria a companhia dos novos amigos. As duas senhoras se olham e , sob as súplicas das crianças, permitem.
Elas já se preparavam para abrir suas bolsas e pegar dinheiro, mas Ike se antecipa em dizer que era um presente dele. As duas sorriem, agradecem e dizem para eles voltarem assim que acabassem de tomar o sorvete pois já estava na hora de ir embora.

Os cinco voltam a caminha em direção a sorveteria. Isaac sorria ao ver a empolgação das crianças conversando sobre que sabor escolheriam.

Ike-Quem chegar por último vai lamber sabão!-fazendo com que os três corressem eufóricos em direção a sorveteria ao centro da praça; deixando ele e Pietra para trás.
Pietra-Que coisa feia! Tsc, tsc, tsc.-balançando a cabeça-Não pense que também vai me comprar com um sorvete, titio Isaac. Isso só funcionava quando eu tinha a idade deles, fique o senhor sabendo.
Ike-E por que eu iria querer te comprar, posso saber?-sorrindo.
Pietra-Primeiro, porque você me chamou de irresponsável, criança...sei lá mais do que...Segundo, porque quer dar uma de tio legal...Essas crianças teriam pesadelos se te vissem sem essa máscara de bom moço; posso te garantir.
Ike-Pode garantir, é?-sorrindo-Você já sonhou comigo?
Pietra-Eu disse pesadelo, não sonho!-o encarando feio.
Ike-Pesadelo ou sonho, não importa; eu já estive preenchendo sua cabeça em algum momento.-sorrindo safado-Muito interessante...
Pietra-Você vai lamber sabão, Isaac.-desconversando; pondo-se a andar rapidamente em direção a sorveteria, o deixando para trás.

Isaac sorri, vendo-a se afastar.




* * *




         Taylor abre a porta de seu carro para que Mariana entrasse.

Mari-Obrigada.-sorrindo.
Tay-De nada.-dando a volta por fora do veículo para entrar no mesmo-Está confortável aí, senhorita?-olhando para ela, sorrindo.
Mari-Até que você está me saindo um ogro bem simpático.-rindo, enquanto colocava o cinto de segurança. Taylor também ri.
Tay-Isso parece bom.
Mari-E é, pode acreditar.-sorrindo.

        Eles ficam se olhando, sorrindo, até que Mariana baixa os olhos, rindo discretamente.

Tay-O que foi?-contagiado pelo riso dela.
Mari-Nada!-balançando a cabeça, sorrindo.
Tay-Fala, Mariana.-também sorrindo.
Mari-É coisa boba, Taylor.
Tay-Eu me interesso por coisas assim também.
Mari-Curioso!-rindo.
Tay-Sou mesmo. Conta.-com cara de criança pidona. Mari balança a cabeça negativamente-Por favor.-pondo sua mão sobre a dela, que estava repousada sobre a perna, num gesto inocente.

         Mari olha para ele, passando logo a dirigir seu olhar para a mão dele sobre a sua. Ela puxa a mão discretamente.Taylor se toca do que havia feito e sorri sem graça.

Mari-...-voltando a olhá-lo, com um sorriso amarelo-...Eu só pensei no meu pai. Se ele visse nós dois juntos...Eu sei que nós não estamos juntos, juntos como um casal, mas eu quero dizer...-atrapalhada-...Eu falo de estar com você no seu carro...
Tay-Eu entendi.-sorrindo maroto.
Mari-É, você entendeu!-querendo ir direto ao assunto-Se ele nos visse juntos...-Tay ri-Para, Taylor!-também rindo.
Tay-Desculpa.-tentando segurar o riso.
Mari-Do que você ta rindo?
Tay-Nada. Só gostei da sua explicação sobre não estarmos juntos, mas estarmos juntos.-rindo.
Mari-Bobo!-dando um tapinha no ombro dele, sem graça.
Tay-Desculpa.-tentando ficar sério novamente-Pode falar.
Mari-Ah, eu só pensei no meu pai porque se ele nos visse aqui...-encarando Taylor para que ele não risse-...a primeira coisa que ele diria para você, antes mesmo que você abrisse a boca para cumprimentá-lo, seria ‘ Quais são as suas intenções com a minha filha, rapaz?’.-Tay ri.
Tay-Eu diria ‘Sua filha é um tanto...irritante, mas eu tenho boas intenções: vim em missão de paz.’.-eles riem.
Mari-Irritante, é?
Tay-Se eu falasse “instável” você me bateria.-rindo.
Mari-Com certeza!-rindo também-Mas eu não sou irritante, você que é.
Tay-Melhor não entrarmos nesta discussão antes que a missão de paz vá por água abaixo.-sorrindo.
Mari-Concordo.-percebendo que aquela era a decisão mais sábia-Mas irritante é você!-sorrindo. Ele balança a cabeça, rindo.

        Taylor se ajeita no banco do motorista, pondo o cinto de segurança. Depois ajeita o espelho retrovisor e faz menção de pôr a chave na ignição.

Mari-O que foi isso no seu dedo, Taylor?-só agora vendo que ele tinha um curativo em um dos dedos da mão.
Tay-...-sorrindo maroto-...O que tem o meu dedo?-sonso.
Mari-Você se machucou?-apontando para o dedo dele com band-aid.
Tay-Ah!-ainda sonso-Isso aqui...-sorrindo-...Não foi nada! Eu...eu prendi o dedo na porta do meu quarto ontem à noite.-mentindo.
Mari-Ah.-compreendendo.
Tay-Ficou preocupada comigo, foi?-sorrindo safado. Mari o encara.
Mari-Nós estamos num momento pacífico, Taylor, não me faça quebrar esse clima.-ele ri.
Tay-Obrigado por se preocupar.-ainda com o mesmo sorrisinho no rosto.
Mari-Eu não estava preocupada, Taylor.-o encarando-Nunca te passou pela cabeça que não só você pode ser curioso?
Tay-Curiosidade, né?-irônico; ainda sorrindo.
Mari-Nós vamos ficar o domingo todo aqui dentro do seu carro?-tentando mudar de assunto. Ela, definitivamente, não estava disposta a brigar com Taylor, mas aquele sorrisinho...Aquele sorrisinho soava como um convite irrecusável para o inicio de uma boa briga.

“Eu não suporto quando ele sorri assim, Deus!"-pensa; se controlando para não manifestar nenhuma reação contra o alvo de sua raiva.

Tay-A intenção era te tirar de casa, Mariana; você não pode reclamar, já que estamos fora dela.-sorrindo. Mari o encara-Tudo bem!Brincadeira!-rindo-Vamos.-finalmente ligando o carro.



* * *



          Algum tempo depois, Lara volta para seu quarto. Zac continuava dormindo. Ela se posta ajoelhada próxima a cama e acaricia o rosto do namorado.

Lara-Dorme, amor.-falando baixinho enquanto acaricia os cabelos dele, sorrindo-...Eu te amo.-dando um selinho nele.

      Nisto, ela levanta e se dirige até o banheiro do seu quarto. Zac abre os olhos assim que ela dá as costas, sorrindo.
Alguns segundos depois, Lara volta para o quarto, fazendo menção de sair de lá para ir até a sala.
Zac, com os olhos discretamente entreabertos, percebe que ela deixaria o local, então se contorce um pouco pela cama, abrindo os olhos logo em seguida, fazendo de conta que havia acabado de acordar.

Zac-Aonde você vai?-apertando os olhos e se espreguiçando. Lara sorri ao ouvir a voz dele.
Lara-Acordou, Bela Adormecida!-sorrindo. Ele ri.
Zac-Eu estava esperando um beijo apaixonado que me despertasse do sono profundo, mas não ganhei um...-manhoso.
Lara-Não seja por isso.-se aproximando da cama e dando-lhe um beijo. Zac sorri.
Zac-Pra onde você ia?
Lara-Eu ia pra sala pintar as unhas.-mostrando para ele uma cestinha com esmaltes.
Zac-E por que você pensou em fazer isso?-enrugando a testa, sorrindo.
Lara-Antes de você e da Pietra chegarem, eu já estava pensando em fazer isso...eu só dei uma breve adiada na minha tareda.-sorrindo.
Zac-E...-sentando-...eu não posso fazer nada para que esse sua tarefa seja adiada por mais algum tempo?-manhoso. Ela ri da carinha de coitadinho que ele fazia.
Lara-Convença-me.

       Zac abre um largo sorriso e levanta da cama para abraçá-la. Eles se beijam.
Ainda sem parar de beijá-la, Zac tira a cestinha de esmaltes das mãos dela e a põe sobre a cama; pondo, logo em seguida, os braços dela em torno de seu pescoço. Lara acaricia sua nuca.
A medida em que o beijo vai se tornando mais exigente, Zac começa a ficar engraçadinho, pondo as mãos por debaixo da blusinha dela.
Ao sentir as mãos dele percorrendo suas costas, Lara se solta dele, sorrindo; pegando de volta a sua cestinha de esmaltes.

Lara-Nada convincente.-indo sentar-se sobre a poltrona que ficava ao lado de sua cama, deixando Zac no vácuo com cara de bobo.
Zac-Você não deixou que eu terminasse de te convencer...-sorrindo safado.
Lara-Eu já estou convencida de que você é um polvo...não só com oito, mas com mil tentáculos.-rindo-Boa tentativa, Zac.-procurando um esmalte dentre os vários vidrinhos na cesta.
Zac-Você quer me deixar louco, é isso?-ainda parado no mesmo lugar.
Lara-Eu apenas quero pintar as minhas unhas, amor.-sem nem olhá-lo, falando com um ar displicente. Mas Zac percebe um sorrisinho no canto da boca dela.
Zac-Seu namorado está aqui totalmente disponível pra você e você o troca por um vidro de esmalte?-rindo.
Lara-Qual você prefere, Zac: branco ou pérola?-mostrando os frascos para ele, sorrindo.
Zac-Parece a mesma coisa.-sentando sobre a cama, de frente para ela.
Lara-Não. Não é. Olha só.-pintando seus dedos polegares, cada um com uma cor-Ai! Eu não sou muito boa pra pintar a mão direita.-meio atrapalhada.
Zac-Eu pinto pra você.
Lara-Não. Muito obrigada.-rindo.
Zac-Ué, o que tem demais? Você tem um namorado multifuncional.-sorrindo safado-Já que você não quer que eu demonstre pra você a minha melhor função...-ela o encara de boca aberta, corando. Ele ri-...eu posso demonstrar...-ela o interrompe:
Lara-...a pior delas, não é?-completando a frase dele-Zac, você vai fazer meleca nas minhas mãos! Não!-rindo.
Zac-Não vou.-também rindo, puxando a poltrona onde ela estava sentada para mais perto da cama.
Lara-Você está rindo!Vai sim!-escondendo as mãos.
Zac-Eu não mereço um voto de confiança?-segurando o riso, tentando manter uma expressão séria. Lara o olha, pensativa. Ele junta as mãos e faz cara de pidão.
Lara-Tá.-ele sorri-Pinta um dedo. Mas se ficar feio, a gente para de brincar de manicure, certo?-rindo.
Zac-Quer brincar de médico? Eu prefiro.-sorrindo malicioso.
Lara-Zac!!!!- escondendo o rosto com as mãos. Ele ri-Manicure e não se fala mais nisso.
Zac-Já que não tem outro jeito...-fazendo beicinho.
Lara-Bobo!-dando-lhe um selinho.





* * *




Ike-Tem certeza de que não quer sorvete, Pietra?-segurando seu sorvete,  aproximando da mesa da sorveteria onde Pietra, Lara, Sabrina e Alex estavam sentados-Todas as crianças já estão tomando sorvete, só falta você.-sorrindo.
Pietra-Você tem sorte por estarmos entre inocentes, que não merecem ouvir coisas que você merece.-o encarando feio. Ele ri; puxando a cadeira ao lado dela e sentando.
Sabrina-Pí, você não gosta de sorvete?
Lara-Está tão gostoso.-sorrindo.
Alex-Está mesmo.-concordando prontamente.
Pietra-Eu gosto, pequenos, mas...eu estou sem vontade agora.-olhando de soslaio para Isaac.
Ike-Ela é birrenta.-olhando para Sabrina, sorrindo.
Pietra-Eu sou birrenta e você é um chato.
Ike-Só você quem acha.
Pietra-Além de chato, é convencido.
Ike-E você é birrenta e chorona.-sorrindo.
Pietra-Chorona?-indignada-Você nunca me viu chorando!
Ike-Ah não? E o que foi aquilo que saiu dos seus olhos ainda a pouco? Limonada?-irônico.
Pietra-...Eu estava nervosa, Isaac.-sem poder contestar, apenas justificar.
Ike-Porque é irresponsável.-a provocando.
Pietra-Eu não sou irresponsável.Você mesmo disse isso pra mim; esqueceu?-sorrindo.
Ike-Eu disse justamente porque você estava chorando.
Pietra-Ah, Isaac, vai se...-antes que ela terminasse de falar, ouve murmúrios de admiração, que a fazem interromper sua frase: Sabrina, Lara e Alex as olhavam com os olhos bem abertos. Pietra fica sem jeito-Er...-olhando para eles com um sorriso amarelo-...Oi!
Ike-Muito bonito o maravilhoso exemplo que você quer dar para eles, Pietra.Você vai terminar a frase, soletrá-la, depois escrevê-la para cada um deles e ensiná-los em que ocasiões usar?-sorrindo irônico.
Pietra-Desculpa, pequenos.-sem graça-Eu...eu só ia mandá-lo...-Isaac a interrompe:
Ike-É melhor você não tentar consertar; vai ficar pior.-sujando o nariz dela com sorvete, sorrindo maroto.
Pietra-Para, Isaac!-dando um tapa no ombro dele-Seu idiota!
Ike-Olha a língua, mocinha. Esqueceu que tem crianças aqui?-segurando as mãos dela para que ela não lhe batesse mais; sorrindo.
Pietra-Com certeza eles devem conhecer a palavra ‘idiota’, já que acabaram de te conhecer e você é o perfeito exemplo de um!-conseguindo soltar-se dele, irritada.

Ela passa a mão sobre seu nariz para limpar o que Isaac sujara. Sabrina, Alex e Lara ainda observavam a cena.

Alex-Vocês se odeiam?-desviando a atenção de todos para si.

Isaac e Pietra se olham.

Ike-Vai lá, Pietra, pode responder. Ladies first.-sorrindo maroto.
Pietra-Como você é cavalheiro!-sorrindo irônica-Ele perguntou pra você também; não posso responder por nós dois. Se eu nem mesmo posso dissertar sobre os meus próprios sentimentos, como vou poder fazê-lo a respeito dos seus?-o encarando.
Ike-Com isso de ‘não poder dissertar sobre os seus sentimentos’, você quer dizer que não sabe se me odeia?-sorrindo safado.
Pietra-Não! Eu só quis dizer que não posso falar por você.
Ike-Então fale por você.-a encarando.
Pietra-...-passando a olhar para as crianças-Sabrina, acho que é hora de irmos embora.-levantando.
Sabrina-Mas já?-lamentando.
Pietra-A sua tia já deve estar preocupada.
Sabrina-Está não, Pi.
Ike-Se não está, deveria.-murmura alto o bastante para que Pietra ouvisse. Ela o olha feio.
Lara-Nós também já temos que ir, Alex. Mamãe já está olhando daqui pra ver se eu terminei.-levantando.
Alex-A minha também.-terminando rapidamente de tomar seu sorvete.
Lara-Tchau, Sabrina.-abraçando a amiguinha-Adorei te conhecer.
Sabrina-Também adorei te conhecer, Lara.-sorrindo.

Lara se dirige a Pietra.

Lara-Tchau, moça bonita.-Pietra sorri.
Pietra-Ow, obrigada, mocinha bonita.-Lara sorri. Pietra acaricia-lhe os cabelos e se abaixa para beijar sua testa-Tchau.
Alex-Acabei!-empurrando a taça vazia de sorvete para o centro da mesa, sorrindo satisfeito.
Lara-Tchau, moço. Obrigado pelo sorvete.-sorrindo para Isaac.
Ike-De nada.-sorrindo fofo.
Alex-Tchau, Sabrina.-levantando.
Sabrina-Tchau, Alex.-dando um beijo no rosto dele.
Alex-Ecaa!-passando a mão sobre a face que ela beijara-Por que elas sempre fazem isso?-olhando para Isaac. Pietra, Ike, Sabrina e Lara riem.
Ike-No futuro, você vai adorar.-piscando para ele, sorrindo.
Alex-Tchau.-acenando para Pietra.
Pietra-Tchau.-sorrindo.
Alex-Tchau e obrigado pelo sorvete.-agora se despedindo de Isaac.
Ike-De nada, bro.-o cumprimentando com um toque de mãos.
Lara-Tchau!-se despedindo mais uma vez-Vem, Alex.-fazendo menção de dar as costas para deixar o local. Alex a seguia.
Ike-Ei!-chamando-a-Você está esquecendo a sua filha.-pegando a boneca dela sobre a cadeira que ela estava sentada.
Lara-Ah, a Amélia!-voltando rapidamente para buscar sua boneca-Ela não é minha filha, é minha boneca.-sorrindo. Pietra ri.
Ike-Ah.-rindo-Desculpa.
Pietra-Ele tem obsessão por relações ‘pais e filhos’; não liga pra ele.-batendo de leve sobre o ombro dele, sorrindo sarcástica.
Larinha ri mesmo sem entender e acena mais uma última vez antes de correr para alcançar Alex, que já estava longe.
Pietra-Agora é a nossa vez, não é, Sá?
Sabrina-É.-levantando.
Ike-Então vamos.-também levantando, sorrindo.
Pietra-Vamos?-erguendo uma das sobrancelhas. Isaac a olhava sorrindo, balançando a cabeça positivamente-Ah, não!-entendendo o significado daquele sorrisinho-Nem pense nisso!
Ike-Já estou tão previsível assim, é?
Pietra-Você consegue ser detestavelmente, desagradavelmente previsível.-o encarando-E, já de imediato, a resposta é NÃO.
Ike-Você também está se tornando detestavelmente, desagradavelmente previsível.-sorrindo.
Sabrina-Do que vocês estão falando?-sem entender nada.
Ike-Eu vou dar uma carona para vocês.-olhando para Sabrina, sorrindo-Você gosta de passear de carro?
Sabrina-Adoro!-sorrindo.
Pietra-Você não tem caráter.-balançando a cabeça, o encarando.
Ike-Por quê?-sonso-Por dar uma carona?
Pietra-Você sabe como comprar uma criança, não é?
Ike-Nem todas; não consigo com você.-sorrindo, implicante.
Pietra-Sá, você não prefere ir a pé? A gente pode ir caminhando e conversando como fizemos para vir pra cá.-sorrindo; tentando convencer a garotinha para não ter que ir com Isaac.
Ike-Eu posso dar uma volta pelo bairro com vocês.-sorrindo maroto.
Sabrina-Êêê!-abraçando Isaac-Vamos com ele, Pi, por favor!-Isaac sorri vitorioso. Pietra o olha, com raiva.
Pietra- Mas e a cadeirinha? Você precisa de uma para andar de carro, não?
Sabrina- Não, Pi!!! Eu já tenho quase 9 anos. Eu não preciso mais de cadeirinha, Cinto de segurança já cabe direitinho.-sorrindo. Isaac abre um largo sorriso ao ver o desapontamento em Pietra.
Ike-Vamos, Pietra.-fazendo voz de criança; cínico.
Pietra-Então vamos.-forçando um sorriso-Depois eu te dou o que você merece, Isaac.-falando baixinho para ele, que sorri.




* * *




        Mariana e Taylor estavam dentro do elevador do prédio dele. Os dois já haviam esgotado praticamente todos os assuntos sobre os quais podiam conversar, fazendo reinar um silêncio entre eles.
Mari já estava impaciente com aquele clima; já não sabia nem para onde olhar, só queria que aquela situação tivesse um fim.
O elevador abre e ela sai apressada.Taylor a observa deixar o elevador mas logo a segue.

Tay-Por que você saiu aqui?-perguntando calmamente.
Mari-Como assim? Aqui não é o seu andar?
Tay-Não.
Mari-Não? Mas...você apertou o botão deste andar e...-confusa.
Tay-Sem querer, eu apertei o botão do oitavo quando entrei, mas depois apertei o do décimo segundo.
Mari-Eu...eu achei que fosse este andar quando a porta abriu. Por que você não ficou no elevador e me chamou?
Tay-Sei lá. Eu vi você saindo, então saí junto.-rindo. Mariana também ri.
Mari-Se eu pulasse daqui você também iria atrás de mim?-rindo.
Tay-Eu tentaria te impedir e talvez você me puxasse junto, ou seja, eu "pularia" também.-brincando. Eles riem.
Mari-Taylor, você é doido! Era pra você ter segurado a porta do elevador e me chamado.-ele ri.
Tay-Tarde demais agora.

         Como o corredor do andar estava ficando escuro pois a iluminação natural estava precária pelo fato do sol já estar se pondo àquela hora, Mariana, distraidamente, aperta o botão para acender a luz do corredor mas na verdade acaba apertando sem querer a campainha de um dos apartamentos.
Ao ouvir o barulho da campainha soando, ela se toca do que fizera e olha para Taylor; este já estava rindo.

Mari-Eu apertei a campainha alheia!-sem graça-Ai meu Deus!-apertando repetidas vezes o botão de acesso do elevador-Chega logo! Chega logo!-torcendo para que o elevador chegasse antes que o dono da casa abrisse a porta.
Tay-Que coisa feia, Mariana. Aperta a campainha e depois quer fugir?-rindo; cínico.
Mari-Engraçadinho!-irônica-Se alguém abrir a porta, eu vou dizer que foi você.-rindo.
Tay-Eu?-rindo também.

           Eles ouvem passos se aproximando da porta do apartamento. Mariana e Taylor se olham.

Mari-E agora?-falando baixinho. Ela olha para o elevador, que parecia ainda demorar para chegar.
Tay-Vem comigo.-segurando uma das mãos dela e a conduzindo até a porta de acesso às escadas.
Mari-Essa foi por pouco!-rindo-Eu ia morrer de vergonha se estivesse lá quando a porta abrisse.
Tay-Ah, nem precisava de tudo isso. Era só você dizer que foi engano.-rindo.
Mari-Então por que você não ficou lá e disse isso?
Tay-Porque não fui eu quem apertou a campainha.-sorrindo.
Mari-Que falta de solidariedade!-fingindo estar indignada.
Tay-Ainda sou um ogro, Mariana, não esqueça. Eu só tenho aparência de príncipe.-rindo.
Mari-Você se acha, né?-dando um tapinha no ombro dele, rindo.
Tay-Eu só repito o que as outras pessoas dizem.-sorrindo safado.
Mari-Então vem, papagaio; vamos sair daqui.-abrindo a porta da salinha, sorrindo.
Tay-Espera.-segurando o braço dela.
Mari-O que foi?
Tay-Quer brincar?-sorrindo maroto.
Mari-Como assim ‘brincar’?-o encarando com um olhar desconfiado.




* * *




Lara-Zac!Para!-puxando a mão-Você está brincando!-rindo.
Zac-Juro que não foi de propósito!-rindo; cínico. Zac estava fazendo a maior meleca nas mãos da namorada, borrando todas as unhas dela. No começo havia sido sem querer, mas depois ele foi fazendo de propósito só para brincar.
Lara-Tá ficando horrível isso!-choramingando; rindo.
Zac-Que sutileza!-fingindo ter ficado triste com o comentário.
Lara-O que você está fazendo nas minhas unhas também não é nada sutil.-ele ri-Agora é a minha vez de pintar as suas.-sorrindo.
Zac-Ai, eu quero vermelho!-imitando voz de mulher, fazendo a namorada rir.
Lara-Eu não tenho vermelho, florzinha; não gosto.-rindo.
Zac-Eu quero rosa, então, amiga.-ainda brincando.
Lara-Vai ficar lindo em você!-pegando as mãos dele e pondo-as sobre as suas pernas.
Zac-Você está falando sério?
Lara-O quê? Que rosa vai ficar lindo em você?
Zac-Não. Que você quer mesmo pintar as minhas unhas!
Lara-Lógico.-rindo.
Zac-Não, Lara.
Lara-Sim. Sim.
Zac-Isso não é lá muito hétero.-rindo.
Lara-Mas você não precisa se preocupar: eu sei que você é hétero.-escolhendo o esmalte, sorrindo.
Zac-Como você sabe?-brincando.
Lara-Confio no meu sexto sentido.-ele sorri.

        Lara segura uma das mãos dele e com a outra vai manejando o pincel do esmalte.

Zac-Pinta só uma mão pra depois ficar mais fácil pra eu tirar, certo?-mexendo a mão, a fazendo borrar; sorrindo.
Lara-Zac!-rindo-Deixa essa mão quieta!-pondo a mão dele sobre sua coxa.
Zac-Hum! Comecei a gostar dessa brincadeira.-apertando a coxa dela, sorrindo safado.
Lara-Para, bobo!-rindo-Borrei de novo, ó!-mostrando-E a culpa foi sua.
Zac-Agora chega dessa brincadeira, né?-tirando o vidro de esmalte que ela tinha em uma das mãos e indo sentar-se sobre as pernas dela-Hora de namorarmos mais um pouquinho.-se aninhando no colo dela; sorrindo.
Lara-Apesar de você só ter me deixado pintar 4 unhas suas, concordo com você: agora eu quero namorar um pouquinho.-sorrindo.
Zac-Um pouquinho, não.-começando a dar selinhos nela, sorrindo-Muitão!-finalmente a beijando pra valer.

De repente, Lara interrompe o beijo.

Lara-Zac, eu ia esquecendo!
Zac-O quê?-já pronto para voltar a beijá-la.
Lara-Tenho uma surpresinha pra você.-sorrindo.
Zac-Pra mim?-também sorrindo.
Lara-Aham.-encostando sua testa na dele-Enquanto você dormia, eu fui até a cozinha e fiz doce de leite.
Zac-Humm!-umedecendo os lábios, sorrindo.
Lara-Vamos lá pra comer.-fazendo com que ele levantasse de seu colo para que ela pudesse levantar também.
Zac-Já estou com água na boca.-a abraçando por trás.
Lara-Eu também.-dando um beijo no rosto dele-Vem.-segurando sua mão e o conduzindo até a cozinha-Eu sabia que você ia gostar.-pegando a panela de doce de leite sobre o fogão-Hum!-passando o dedo sobre a borda da panela e pondo na boca-Tá uma delícia!
Zac-Eu também quero.-se aproximando da namorada, sorrindo.
Lara-Não sei se você merece...-fazendo cara de pensativa, enquanto pegava uma colher dentro de uma gaveta do armário.

Lara dá as costas para ele e começa a comer. Zac ri e tenta tomar a panela da mão dela. Ela tenta escapar, mas ele acaba a encurralando em um canto da cozinha.

Zac-Acho que alguém vai ter que ser boazinha comigo agora.-sorrindo safado. Ela ri.
Lara-Isso não vale! Eu não tenho como escapar de você desse jeito.
Zac-Essa é a melhor parte da brincadeira.-sorrindo.
Lara-E eu posso saber por quê?-também sorrindo.
Zac-Vou te mostrar agora.-tirando a panela das mãos dela e pondo sobre a mesa, ainda a mantendo encurralada. Quando Zac tenciona beijá-la, a campainha do apartamento toca-Ah não!-indignado. Ela ri.
Lara-Game over.-saindo do cerco dela, com um sorriso maroto.
Zac-Você está esperando alguém?
Lara-Não.
Zac-Quem será?
Lara-É alguém que vai te ver de unhas pintadas.-apontando para uma das mãos dele, rindo. A campainha toca novamente-Já vai!-gritando para que a pessoa pudesse ouvir.
Zac-Não se eu puder evitar.-rindo-Como tira isso?
Lara-Você acha mesmo que eu vou dizer?
Zac-Malvada.-rindo. Ele enfia as mãos debaixo da torneira. Lara ri.
Lara-Já secou, amor. Não sai assim.-dando um selinho nele-Vai lá no meu banheiro. Primeira gaveta do lado direito: acetona.-ele sorri.

         Lara deixa a cozinha, correndo para a sala para atender a porta. Enquanto isso, Zac se dirige para o quarto dela.
Lara vai até a porta e olha pelo olho mágico, mas não vê ninguém.

Lara-Quem é?

-Dou um doce se você adivinhar!-Lara empalidece ao ouvir aquela voz masculina do outro lado da porta.

-Dois doces, porque são duas pessoas.-a voz de outra pessoa, desta vez uma mulher, completa a brincadeira.

Lara-Pai! Mãe!-murmura, ainda atordoada pela surpresa.

-Lara, você está aí, minha filha?-sua mãe fala.

Lara-Tô. Tô, mãe.-despertando de seu estado de inércia-É...é que...Eu tô procurando a chave...-mentindo, ainda parada à porta.

“Eles não podem ver o Zac aqui!”-pensa; correndo para seu quarto.

          Zac estava no banheiro do quarto dela. Lara vai até lá.

Zac-Isso tem um cheiro forte.-sorrindo ao vê-la; ele estava abrindo o vidro de acetona e fazendo careta.
Lara-Zac, não sai daqui por favor!!-agitada.
Zac-Por quê? O que foi?-sem entender-Quem era lá fora?
Lara-Meu pai e minha mãe estão lá fora...Eles não podem te ver aqui!-nervosa.



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